AVISO: O conteúdo e o contexto das aulas referem-se aos pensamentos emitidos pelos próprios autores que RAMIRO JR (TODOS DIREITOS RESERVADOS) foram interpretados por estudiosos dos temasRUBENS expostos. Todo exemplo citado em aula é, meramente, uma contextualização com a intenção de provocar um melhor entendimento acerca do assunto. ÉMILE DURKHEIM (1858 – 1917) I) RELAÇÃO ENTRE O INDIVÍDUO E A SOCIEDADE • NAS SOCIEDADES PRÉ-INDUSTRIAIS OS INDIVÍDUOS SE IDENTIFICAM PELOS COSTUMES, TRADIÇÕES E RELIGIÃO, É A SOLIDARIEDADE MECÂNICA (SOLIDARIEDADE POR SEMELHANÇA); • SOLIDARIEDADE ORGÂNICA OCORRE NAS SOCIEDADES CAPITALISTAS, ONDE OS INDIVÍDUOS TORNAM-SE MUTUAMENTE DEPENDENTES E SE COMPLETAM; DURKHEIM CONSERVADOR • DURKHEIM ENTENDE A SOCIEDADE COMO UM ORGANISMO EM CONSTANTE BUSCA DE HARMONIA; • CRITICOU AS IDEIAS SOCIALISTAS E ANARQUISTAS. (ECOS DO DARWINISMO) • A DIFERENCIAÇÃO SOCIAL É A SOLUÇÃO PACÍFICA DA LUTA PELA VIDA (PERMITE QUE UM NÚMERO MAIOR DE INDIVÍDUOS SOBREVIVA, DESEMPENHANDO UMA FUNÇÃO SOCIAL). PRIMADO DA SOCIEDADE SOBRE O INDIVÍDUO O INDIVÍDUO NASCE DA SOCIEDADE. II) FATO SOCIAL “(...) toda maneira de agir. Fixa ou não, suscetível de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior, que é geral na extensão da sociedade dada, apresentando uma existência própria” PRINCIPAL IDEIA DO PENSAMENTO DE DURKHEIM; • TODA SOCIEDADE POSSUI REGRAS DE COMPORTAMENTO, VIVEMOS SOB IMPOSIÇÃO DE NORMAS; • CARACTERÍSTICAS DOS FATOS SOCIAIS (ABAIXO). COERÇÃO SOCIAL • A FORÇA QUE OS FATOS EXERCEM SOBRE OS MEMBROS DE UMA SOCIEDADE, LEVANDO-OS A RESPEITAR AS NORMAS OU REGRAS SOCIAIS, CASO CONTRÁRIO ESTARÁ SUJEITO ÀS SANÇÕES LEGAIS OU ESPONTÂNEAS. RUBENS RAMIRO JR (TODOS DIREITOS RESERVADOS) RUBENS RAMIRO JR (TODOS DIREITOS RESERVADOS) GENERALIDADE • QUANDO OS ATOS SOCIAIS OCORREM REPETIDAMENTE, OS FATOS SOCIAIS PASSAM A TER UMA NATUREZA COLETIVA, OU COMUM. EXTERIORIZAÇÃO • A PARTIR DE CERTA CONSCIÊNCIA DE EXISTÊNCIA, O INDIVÍDUO PASSA A ABSORVER REGRAS, VALORES E COSTUMES DA SOCIEDADE; • “os fatos sociais (...) são dotados de existência exterior às consciências individuais”. FATOS SOCIAIS SÃO “COISAS” (DEVEM SER ESTUDADOS DE MANEIRA CIENTÍFICA); • TUDO QUE NOS É DADO, TUDO O QUE SE OFERECE À NOSSA OBSERVAÇÃO; • OS FATOS SOCIAIS DEVEM SER IDENTIFICADOS, CARACTERIZADOS E COMPARADOS, COM RIGOR CIENTÍFICO E NEUTRALIDADE. CLASSIFICAÇÃO DOS FATOS SOCIAIS • NORMAIS (SAUDÁVEIS) E PATOLÓGICOS (DOENTIOS). PATOLÓGICO • QUANDO SE MOSTRA TRANSITÓRIO E EXCEPCIONAL (A AIDS EM UM PRIMEIRO MOMENTO DEMONSTROU-SE COMO PATÓLÓGICO, POREM A MESMA ENCONTRASE EM UMA TRANSIÇÃO PARA UM ESTADO CONSIDERADO NORMAL). NORMAIS • ENCONTRAM-SE GENERALIZADOS POR UMA SOCIEDADE (QUE PODE APOIÁ-LO OU REPUDIÁ-LO – CONSENSO SOCIAL); • NAS SOCIEDADES CAPITALISTAS E INDUSTRIALIZADAS A CONSCIÊNCIA COLETIVA SOFRE UM ENFRAQUECIMENTO, ENTÃO O CRIME NECESSITA DE UM DIREITO REPRESSIVO. CRIME • O DIREITO REPRESSIVO REVELA A CONSCIÊNCIA COLETIVA; • CRIME É SIMPLESMENTE UM ATO PROIBIDO PELA CONSCIÊNCIA COLETIVA; • O CRIMINOSO É AQUELE QUE, NUMA SOCIEDADE, DEIXOU DE OBEDECER ÀS LEIS DO ESTADO; • A FUNÇÃO DO CASTIGO É SATISFAZER A CONSCIÊNCIA COMUM, FERIDA PELO ATO COMETIDO POR UM DOS MEMBROS DA SOCIEDADE (DIREITO CONTRATUAL OU RESTITUTIVO). III) CONSCIÊNCIA COLETIVA • “o conjunto das crenças, dos sentimentos comuns à média dos membros de uma sociedade” • “forma um sistema determinado, que tem vida própria” • “(...) não muda em cada geração, mas ao contrário liga as gerações que se sucedem” RUBENS RAMIRO JR (TODOS DIREITOS RESERVADOS) RUBENS RAMIRO JR (TODOS DIREITOS RESERVADOS) • OS FATOS SOCIAIS TÊM EXISTÊNCIA PRÓPRIA; • APESAR DE NOSSA CONSCIÊNCIA INDIVIDUAL TEMOS FORMAS PADRONIZADAS DE PENSAMENTO E COMPORTAMENTO, FORMANDO UMA CONSCIÊNCIA COLETIVA; • A CONSCIÊNCIA COLETIVA É UMA SOLIDARIEDADE COMUM QUE MOLDA AS CONSCIÊNCIAS INDIVIDUAIS; • O PROCESSO DE SOCIALIZAÇÃO PROVOCA UMA INTERNALIZAÇÃO INDIVIDUAL. IV) RELIGIÃO • “Os interesses religiosos não passam da forma simbólica de interesses sociais e morais”; • “De fato, uma divindade é, antes de mais nada, um ser representado pelo Homem sob certos aspectos como superior a si mesmo”; • AO ADORAR UM DEUS O HOMEM, NA VERDADE, ADORA UMA REALIDADE AUTÊNTICA, A SOCIEDADE TRANSFIGURADA EM DIVINDADE. SOCIEDADE DIVINIZADA • A RELIGIÃO ADOTA A CLASSIFICAÇÃO HIERÁRQUICA DOS SERES DO UNIVERSO INSPIRADA NA SOCIEDADE; • A VIDA COLETIVA EXIGE A IDEIA DE FORÇA, NA MANUTENÇÃO DA ORDEM, A RELIGIÃO ADOTA A IDEIA DE UMA FORÇA SUPERIOR À DOS INDIVÍDUOS; • A IDEIA DE CAUSALIDADE, ADOTADA PELA RELIGIÃO, É PRÓPRIA DA SOCIEDADE. EGRÉGORA • A CERIMÔNIA, ATIVIDADE COLETIVA, ARRASTA OS INDIVÍDUOS PARA FORA DE SI MESMOS; • “Pode-se conceber facilmente que, chegando a esse estado de exaltação, o homem não se reconheça mais. Sentindo-se dominado, arrastado por uma espécie de poder exterior que o faz pensar e agir de maneira diferente do tempo normal, ele naturalmente tem a impressão de não ser mais o mesmo”; • OS RITOS OU PRÁTICAS DERIVADOS DAS CRENÇAS UNEM A COMUNIDADE MORALMENTE, EM UM ESPAÇO CHAMADO IGREJA, ACRESCENTADA AO CONCEITO DE SAGRADO PARA DIFERENCIAR RELIGIÃO DA MAGIA. TOTEMISMO • PARA DURKHEIM A ESSÊNCIA DA RELIGIÃO É A DIVISÃO DO MUNDO EM FENÔMENOS SAGRADOS E PROFANOS (O SOBRENATURAL É CONCEBIDO EM OPOSIÇÃO AO NATURAL); • ATUALMENTE, EM NOSSA SOCIEDADE RACIONALISTA E INDIVIDUALISTA, A RELIGIÃO TRADICIONAL NÃO RESPONDE ÀS EXIGÊNCIAS DO ESPÍRITO CIENTÍFICO. RUBENS RAMIRO JR (TODOS DIREITOS RESERVADOS) RUBENS RAMIRO JR (TODOS DIREITOS RESERVADOS) CIÊNCIA (NOVO TOTEM?) • A CIÊNCIA PASSA A EXERCER A AUTORIDADE INTELECTUAL E MORAL SUPREMA. V) MORAL • “Moral (...) é tudo o que é fonte de solidariedade, tudo o que força o indivíduo a contar com seu próximo, a regular seus movimentos com base em outra coisa que não os impulsos de seu egoísmo, e a moralidade é tanto mais sólida quanto mais numerosos e fortes são estes laços.”; • O HOMEM INDIVIDUAL É UM DETERMINADO PELOS DESEJOS, PORTANTO A PRIMEIRA NECESSIDADE DA MORAL E DA SOCIEDADE É A DISCIPLINA, PORTANTO A SOCIEDADE PRECISA IMPOR LIMITES PARA SEUS MEMBROS. CRISE SOCIAL • “Quanto mais os homens possuem, mais eles querem, já que as satisfações estimulam, em vez de preencher as necessidades”. • OS INDIVÍDUOS DEIXAM A SOLIDARIEDADE, A COESÃO SOCIAL É AMEAÇADA. VI) ANOMIA • DURKHEIM USOU O TERMO PARA DESIGNAR A AUSÊNCIA OU INADEQUAÇÃO DE REGRAS QUE REGULEM AS SITUAÇÕES DE INTERAÇÃO SOCIAL. VII) SUICÍDIO • SE A DIVISÃO DO TRABALHO EM UMA SOCIEDADE ORGÂNICA FOR MUITO ACENTUADA OS HOMENS NÃO PERCEBERÃO SUA COMPLEMENTARIDADE, O QUE ESTIMULA O INDIVIDUALISMO E UMA POSSÍVEL ANOMIA; • O EXCESSIVO INDIVIDUALISMO NAS SOCIEDADES INDUSTRIAIS, BEM COMO A INFINIDADES DE FUNÇÕES ENTRE OS HOMENS, PODEM GERAR UMA SITUAÇÃO EM QUE OS MESMOS NÃO PERCEBAM A COMPLEMENTARIDADE ENTRE AS MESMAS (AMEAÇA DE ANOMIA? SUICÍDIO?); • DURKHEIM IDENTIFICA TRÊS TIPOS DE SUICÍDIO. SUICÍDIO EGOÍSTA • INDIVÍDUO DESPREOCUPADO COM O GRUPO SE MANIFESTA POR UM ESTADO DE APATIA, DESVINCULAÇÃO COM A VIDA. SUICÍDIO ALTRUÍSTA • INDIVÍDUO SE SACRIFICA EM OBEDIÊNCIA A ALGUMA NORMA SOCIAL INTERIORIZADA (ENVOLVE PAIXÃO). RUBENS RAMIRO JR (TODOS DIREITOS RESERVADOS) RUBENS RAMIRO JR (TODOS DIREITOS RESERVADOS) SUICÍDIO ANÔMICO • OCORRE QUANDO A SOCIEDADE PASSA POR GRANDES TRANSFORMAÇÕES (POSITIVAS OU NEGATIVAS), ENVOLVENDO DECEPÇÃO E DESGOSTO NA CONSCIÊNCIA DA DESPROPORÇÃO ENTRE AS ASPIRAÇÕES E SATISFAÇÕES. VIII) A NOVA MORAL • A MORAL RELIGIOSA E FAMILIAR ESTAVA SE DESAGREGANDO; • A CRIAÇÃO DE UMA MORAL CORPORATIVA E CÍVICA EVITARIA UMA ANOMIA; EDUCAÇÃO MORAL E CÍVICA FUNÇÃO DO ESTADO, ATRAVÉS DE UMA EDUCAÇÃO PÚBLICA DE BASE COMUM. (OBS: O CONTEÚDO PODE SER MODIFICADO DURANTE AS AULAS) RUBENS RAMIRO JR Professor de FILOSOFIA, SOCIOLOGIA, HISTÓRIA, GEOPOLÍTICA E ATUALIDADES. RUBENS RAMIRO JR (TODOS DIREITOS RESERVADOS)