Alcool 1 - Camila Ortiz

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Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Campus Campo Mourão
Processamento da Cana-de-açúcar:
Fabricação do Álcool
Profª. Camila Ortiz Martinez
Produção de etanol

2015/2016: 30,5 bilhões de litros

2016/2017: 30,6 bilhões de litros

11,2 bilhões de L de etanol anidro (11,7)


São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Bahia, Alagoas, Pernambuco e
Maranhão
19,3 bilhões de L de etanol hidratado (18,6)

Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Bahia e Pernambuco

Rondônia, Tocantins, Ceará, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul devem
destinar seu ATR total à produção de etanol (só hidratado)

Indústrias de alimentos, perfumes, cosméticos, insumo da indústria
química, combustível
Produção de etanol total por região
Produção de etanol total por Estado
Países de destino das exportações
de etanol
ETANOL
PRODUÇÃO POR VIA SINTÉTICA OU POR VIA BIOTECNOLÓGICA
FERMENTAÇÃO ALCOÓLICA
INDÚSTRIA DO ETANOL
INDÚSTRIA DO ETANOL
ETAPAS DO PROCESSAMENTO
???
Fonte: Conab dez 2014
Terminologia
MOSTO

Mistura açucarada (caldo – mel – água) destinada a fermentação
alcóolica
BRIX

Porcentagem de sólidos solúveis contidos em uma solução.
ACIDEZ

Utilizada para quantificar o índice de infecção

AR
Porcentagem em peso de açúcares contido no caldo: glicose e frutose

ART
Porcentagem em peso de açúcares contido no caldo da cana: sacarose
(invertase ou hidrólise ácida), glicose e frutose.
Pré-evaporação


Mosto = solução de açúcar com [ ] ajustada

méis + caldo = 19-22° Brix (água p/ ajuste)

100Kg de açúcar = 60 L álcool
Pré-evaporação: caldo a 115ºC, é concentrado

Esterilização: microorg. q concorrentes
Resfriamento do caldo
Duas etapas:

Caldo esterilizado passa por um trocador de calor em contracorrente
com o caldo misto frio (é aquecido): 60°C

Passa em trocadores de placas utilizando água em contracorrente,
como fluido de resfriamento: 30°C
Livre de impurezas e esterilizado
fermentação
Preparo do mosto

Mosto mais limpo – fermenta melhor, espuma menos, suja menos as
colunas de destilação

Condições gerais de trabalho: regulagem da vazão, teor de açúcares
e temperatura

Densímetros, medidores de vazão e controlador de Brix automático
CORREÇÕES DO MOSTO

Correção da acidez com H2SO4 – pH 4,5

P2O5 0,1 g/L

KH2PO4 0,1 g/L

(NH4)2SO4 0,1 g/L

Uréia 0,1 g/L
TEMPERATURA

Mesófilas (> 32 ºC = degradação enzimas)
ASSEPSIA

Tratamento térmico do mosto 115ºC

Utilização de antissépticos e antibióticos para... (penicilina, tetraciclina)

H2SO4
Consequências de Temperaturas Elevadas do Mosto:

Aumento da proliferação bacteriana

Redução da viabilidade celular

Queda no rendimento fermentativo

Probabilidade maior de floculação
Mostos muito diluídos

Fermentam mais rapidamente

Sujam menos os aparelhos de destilação

Exigem maior volume útil de fermentadores

Mais espaço, consumo de vapor, e água

Favorecem as infecções (ácidos)
Mostos muito concentrados

Maiores perdas em açúcares não fermentados (limite açúcares =
150g/L)

Temperaturas mais altas durante a fermentação

Sujam mais os aparelhos de destilação
LEVEDURAS

Tolerância a altas concentrações de álcool e gás carbônico, e pH baixo

Crescimento e fermentação rápidos

Comportamento frente ao oxigênio

Inibição pelo produto (110g etanol/L
cessa atividade)
Leveduras

Unicelulares e se reproduzem por gemação

>s do que as bactérias

Células esféricas, elípticas ou cilíndricas, variando em suas dimensões

Sacccharomices cerevisae: 2 a 8 micrometros de diâmetro e 5 a 30
micrometros de comprimento

Sacccharomices uvarum
Fatores biológicos de controle

Na presença de oxigênio: forma CO2 e H2O ( reprodução + rápida)

Anaerobiose – álcool e CO2

Necessidades nutricionais: elementos químicos

pH – entre 4,5 e 5,0

Temperatura – de 20 a 30ºC (>s)
- Metabolismo libera calor
Multiplicação das leveduras

Controle do percentual de células ativas, cuidando na
condução do processo observando:
Teor alcóolico
Tempo de tratamento
Adição de bactericidas e antibióticos

Cinética de Crescimento
PREPARO DO FERMENTO

Brasil: Melle – Boinot recuperação da levedura

Após a fermentação: se "desgasta”

Fermento a 60% é diluído a 25%

Tratamento da levedura com H2SO4 (pH 2 - 2,5):

desfloculante e bacteriostático

3 a 4 horas de agitação = pé-de-cuba

Desnaturação de contaminantes e degradação das leveduras velhas

O substrato recebe uma concentração ótima de células (3 x 106 cél/mL)

Entra rapidamente em fase de intensa fermentação

Vantagens econômicas
BIOQUÍMICA DA FERMENTAÇÃO
cana
Sacarose
Glicose
O2
Ciclo de Krebs
glicólise
Piruvato
Acetaldeído
Alcool desidrogenase (NADH2 – NAD+)
ETANOL
1 mol glicose
Glicólise
2 mol etanol + 2 mol CO2
piruvato
acetaldeído
etanol + CO2

Respiração aeróbia:
C6H12O6 + 6O2 + 38 ADP + 38Pi

6CO2 + 6H2O + 38ATP
Fermentação alcoólica
C6H12O6 + 2 ADP + 2Pi
Etanol: 43-49%
CO2 : 41-47%
Biomassa: 1-2%
3C2H3CH2OH + CO2 + 2ATP

METABOLISMO SECUNDÁRIO
Necessários a constituição da biomassa: polissacarídeos, lipídeos, ptnas,
ácidos nucléicos...)
São formados: glicerol (3-6%), ácidos orgânicos (0,3 a 2%)
Rendimento da fermentação alcoólica ideal – Pasteur
Componente
(%)
Etanol
48,4
CO2
46,6
Glicerol
3,3
Ácido succínico
0,6
Matéria celular
1,2
PRÁTICA DA FERMENTAÇÃO ALCÓOLICA
1 – FASE PRELIMINAR

Inicia-se no momento de contato da levedura com o mosto

Multiplicação celular
desprendimento gás

Produção de grande quantidade de células com poder fermentativo máximo

Inóculo volumoso
intensa,
pequena
elevação
da
temperatura
e
pequeno
FASE TUMULTUOSA

Desprendimento volumoso e intenso de CO2

Temperatura eleva-se rapidamente

Assemelha-se à um processo de ebulição

Densidade do mosto reduz

Concentração de álcool e acidez aumentam

Espuma, caldo não clarificado
FASE COMPLEMENTAR

Diminuição da intensidade de desprendimento de CO2

Diminuição da temperatura

Concentração de açúcares chega ao fim
COMO EVITAR CONTAMINAÇÃO

Cana

Uso de inóculo pesado

Assepsia e limpeza

50-100g de cloro ativo/T melaço

Sais de cobre, benzoato de sódio, anidrido sulfúrico, ácidos, álcalis...

Controle temperatura e pH

Odor (ácido, ranço indicam irregularidade).

Inconvenientes da infecção:

Modifica as condições

> consumo de nutrientes

Altera pureza do produto

> gastos com tratamento (antibióticos e bactericidas, antiespumantes)

Floculação – problemas operacionais
INDICATIVOS DA FERMENTAÇÃO

Parâmetros indicativos de uma ótima fermentação :

viabilidade da levedura acima de 85%

teor alcoólico superior a 9%

quantidade de ácido sulfúrico máxima de 2kg/m3
de leite de levedura

formação de ácido lático abaixo de 250 ppm e

rendimento superior a 90%
VERIFICAÇÃO PRÁTICA DA PUREZA DAS FERMENTAÇÕES
1 – tempo de fermentação
2 – odor da fermentação
3 – aspecto da espuma
4 – drosófilas
5 – temperatura
6 – densidade do mosto
7 – consumo de açúcares do mosto
8 – acidez no substrato em fermentação
Processos de fermentação
* Melle-Boinot: escalas menores de produção
-
Descontínuo
-
Pé-de-cuba
Contínuo – escalas maiores de produção, processo mais comum
FERMENTAÇÃO - DORNAS
Fermentação Batelada
TIPOS DE PROCESSO DE FERMENTAÇÃO
(MELLE BOINOT)
BATELADA COM CENTRIFUGAÇÃO
FERMENTO
TRATADO
MOSTO
DORNA
ÁGUA
ÁCIDO
VOLANTE DE
VINHO TURBINADO
CUBA
CENTRÍFUGA
ÁGUA
TANQUE PULMÃO
TROCADOR DE CALOR
VINHO BRUTO
DESTILAÇÃO
Processo de fermentação - Contínuo

Contínua e agitada

Vantagens

Dornas

400.000 litros, altura 2 x o diâmetro

Chapas de aço ao carbono

Fechadas: recuperação de álcool (lavagem dos gases em
torres: absorção em água) – até 1%

Layout: controle, reparo e higiene

Agitadores: 50 rpm
Processo de fermentação - Contínuo

Saccharomyces uvarum

Fermentação = aumento de temperatura – trocadores de calor
(tubulação) ou serpentinas internas

Vinho – 9,5% de álcool

Tempo de Fermentação – 6 a 8h
FERMENTAÇÃO - DORNAS
TIPOS DE PROCESSO DE FERMENTAÇÃO
Fermentação Continua
MOSTO
ÁCIDO
ÁGUA
CENTRÍFUGA
TRATAMENTO DO FERMENTO
DESTILAÇÃO
Centrifugação do vinho

Vinho
aparelhos de destilação: álcool é separado,
concentrado e purificado.

Fermento a [ ] de 60%

7 a 10ºGL
cubas de tratamento
Graduação alcoólica

Grau GL (oGL): Gay Lussac

Porcentagem em volume (%Vol)

Fração ou percentual em volume do álccol puro
existente no volume de uma mistura

Ex: Cerveja = 330mL a 4,7 oGL ou %Vol

4,7% do seu volume de álcool puro

330 x 4,7% = 15,51 mL
Graduação alcoólica

Grau INPM (oINPM)

Instituto Nacional de Pesos e Medidas

Fração ou percentual em massa do álccol puro existente na massa de
uma mistura

Ex: frasco de álcool a 92 oINPM tem 92% em massa de álcool e 8%
em massa de água

Massa e peso são diferentes

Massa específica

Água = 1 g/mL

Álcool =0,8 g/mL
Exercício

Conversão de oGL para oINPM

Conversão de oINPM para oGL
Exercícios

1) Em um litro de álcool 90ºGL qual o valor do percentual
em massa de álcool em relação a massa total da mistura (o
INPM)? Considerar a massa específica do álcool e da água.

2) Em um quilograma de álcool 92ºINPM qual o valor do
percentual em volume de álcool em relação ao volume total
da mistura (ºGL)? Considerar a massa específica do álcool e
da água.

Em um litro de álcool 90oGL qual o valor do percentual em
massa de álcool em relação a massa total da mistura (o
INPM)? Considerar a massa específica do álcool e da água.

Considerar:

Massa específica

Água = 1 g/mL

Álcool =0,8 g/mL
Temos 900mL de álcool e 100mL de água
900mL x 0,8g/mL = 720 g
100mL x 1g/mL = 100 g
Massa total = 820g
720 g de álcool = 87,8% da massa total = 87,8ºINPM

Em um quilograma de álcool 92oINPM qual o valor do
percentual em volume de álcool em relação ao volume
total da mistura (oGL)? Considerar a massa específica
do álcool e da água.
Temos 920g de álcool e 80g de água
920g / 0,8g/mL = 1150 mL
80g / 1g/mL = 80 mL
Volume total = 1230mL
1150 mL de álcool em % = 93,5% do volume total =
93,5oGL
Bibliografia

Urgel de Almeida Lima, et al. Biotecnologia industrial. Processos fermentativos e
enzimáticos. Volume 3. Editora Edgard Blucher Ltda, São Paulo. 593p.

SHIKIDA, Pery Francisco Assis; RISSARDI JÚNIOR, Darcy Jacob. A
agroindústria canavieira do Paraná pós-desregulamentação. Cascavel: Coluna do
Saber, 2007. 81 p.
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REGULY, J. C. Biotecnologia dos
Universitária/UFPel, 1998, 222 p.
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BARROS, Reynaldo. Energia para um novo mundo. Rio de Janeiro: CREA-RJ, 2007.

PAYNE, John Howard. Operações unitárias na produção de açúcar de cana. São
Paulo, SP: Sociedade dos Técnicos Açucareiros e Alcooleiros do Brasil, 1989. 245 p.

Manual Dos Derivados De Cana De Açúcar Instituto Cubano De Pesquisas Dos
Derivados De Cana-De-Açúcar La Habana Icidca 1999
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EVANGELISTA, José. Tecnologia de alimentos. 2. ed. São Paulo: Atheneu, 2001.
652 p.
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RIPOLI, T. C. C.; RIPOLI, M. L. C. Biomassa de cana-de-açúcar: colheita, energia e
ambiente. Piracicaba: Barros & Marques Ed. Eletrônica, 2004. 302 p.
processos
fermentativos.
Pelotas:
Ed.
Bibliografia
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FREIRE, Wesley Jorge; CORTEZ, Luís Augusto Barbosa. Vinhaça de cana-deaçúcar. Guaíba: Agropecuária, 2000. 203 p. (Engenharia Agrícola)
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INSTITUTO CENTRO DE ENSINO TECNOLÓGICO. Produtor de cana-deaçúcar. 2. ed. rev. Fortaleza: Edições Demócrito Rocha, 2004. 64 p (Cadernos
tecnológicos)
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FOUST, Alan S. et al. Princípios das operações unitárias. 2. ed. Rio de Janeiro:
LTC, 1982. 670 p.
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Consecana (site)

Conab (site)
OBTENÇÃO DE
CANA-DE-AÇÚCAR
LEVEDURAS
DESTILARIA
AUTÔNOMA
DESTILARIA
ANEXA
PURIFICAÇÃO
DORNAS DE
FERMENTAÇÃO
CLARIFICAÇÃO/
EVAPORAÇÃO/
CRISTALIZAÇÃO/
CENTRIFUGAÇÃO
MELAÇO
VINHO P/
CENTRIFUGAÇÃO
ÁLCOOL
LEITE DE
LEVEDURAS
CONCENTRADO
PROTÉICO
DESTILARIA
VINHAÇA
AÇÚCAR
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