migrações e conflitos: a formação da desigualdade social no

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MIGRAÇÕES E CONFLITOS: A FORMAÇÃO DA DESIGUALDADE
SOCIAL NO ESPAÇO URBANO DE NOVA LIMA, MINAS GERAIS
Rafael Lara Mazoni Andrade
[email protected]
Graduando em Administração Pública (Fundação João Pinheiro/MG)
e graduando em Geografia (Centro Universitário de Belo Horizonte – UniBH)
RESUMO: O espaço urbano de Nova Lima é caracterizado pela segregação – advinda dos
processos de migração que ocorreram na cidade ao longo dos anos. Durante o Século XVII,
Minas Gerais atraiu um enorme contingente populacional de outros estados brasileiros e da
Europa, devido à abundância de ouro e outros bens minerais. Com isso, havia diferente
condições e oportunidades para brasileiros, europeus e escravos africanos trazidos para
trabalhar aqui. Os africanos não tinham nenhuma posse – mesmo depois da proibição da
escravidão. Os salários pagos a brasileiros eram muito menores que os pagos a europeus.
Europeus tinham, inclusive, seu próprio espaço para viver – do qual eles eram proibidos de sair
sem autorização. Alguns anos atrás, os lucros auferidos pelas empresas mineradoras
decresceram e elas passaram a deixar a cidade. O espaço outrora ocupado por elas passou a
ser vendido para pessoas abastadas de Belo Horizonte, as quais construíram casas em
condomínios de luxo. Hoje, pode-se ver tudo o que esses processos migratórios fizeram ao
espaço urbano novalimense. Este trabalho busca mostrar que existe lá uma abissal
segregação, facilmente vista em sua paisagem.
ABSTRACT: The urban space of Nova Lima is characterized by its segregation – brought by the
migration processes that occurred there over the years. During the 17th century, Brazilian state
of Minas Gerais attracted a lot of people from other states and from Europe, due to the
abundance of gold and other mineral goods. Afterward, there were different conditions and
opportunities for Brazilians, Europeans and African slaves brought to work. Africans didn’t have
any possessions – even after slavery’s prohibition. Salaries paid to Brazilian were in smaller
amount than European’s salaries. People from Europe use to have their own space to live – and
they were prohibited to leave this place without authorization. A few years ago, mining
enterprises’ profits decreased and they started to leave Nova Lima, and the room they used to
occupy was sold to rich people from Belo Horizonte to build fancy house’s condominiums.
Today, we can see what all these process did to the urban space of Nova Lima. There is a large
segregation, easily seen in its landscape, with this paper aims to show.
PALAVRAS-CHAVE: Nova Lima; migrações; segregação sócio-espacial; urbanização;
administração pública.
KEYWORDS: Nova Lima; migrations; social-spatial segregation; urbanization; public
administration.
EIXO TEMÁTICO: Eixo 8 – Geografia Urbana
1 INTRODUÇÃO
É impossível esperar que uma sociedade como a nossa, radicalmente
desigual e autoritária, baseada em relações de privilégio e arbitrariedade,
possa produzir cidades que não tenham essas características. (MARICATO,
2001, p. 51)
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É impossível não se deparar com marcas no espaço que exemplifiquem a
citação acima ao andar pelas estreitas ruas de Nova Lima, cidade de Minas Gerais,
pertencente à Região Metropolitana de Belo Horizonte, dentro do Quadrilátero
Ferrífero, e que dista apenas 30 quilômetros da capital mineira (MACHADO, 2010).
O espaço novalimense é desigual. Como disse Teresa Pires do Rio Caldeira, a
segregação espacial “é uma característica importante das cidades. As regras que
organizam o espaço urbano são basicamente padrões de diferenciação social e de 1225
separação.” (CALDEIRA, 2000, p. 211).
Na paisagem da cidade em questão, opõem-se características arquitetônicas,
diferentes acessos a equipamentos públicos, diferentes status de conservação e
diferentes infra-estruturas. Saltam aos olhos os enormes contrastes entre as casas
empilhadas umas às outras nos morros, as casinhas mal conservadas do centro da
cidade e as casas multimilionárias dos condomínios fechados. Despontam diferenças
entre as casas construídas em estilo arquitetônico europeu e as casas sem reboco;
entre a extrema pobreza e o luxo. Em outras palavras, veem-se “desigualdades,
segregação socioespacial e descaso com o patrimônio cultural e ambiental” (COSTA,
2006, p. 12), marcas da produção do espaço urbano.
Diferentes atores, como os descritos por Roberto Lobato Corrêa (2002), têm
interesses diferentes; o que muitas vezes pode gerar conflitos de ação coletiva, nos
moldes descritos por Jon Elster (ELSTER, 1994). Esses atores encontram-se
espacializados de maneira distinta em Nova Lima, corroborando o que foi dito por
Flávio Villaça acerca da segregação espacial. Como disse Lefebvre, a urbes é locus
da expressão de conflitos.
Dessa forma, o objetivo deste trabalho é apresentar uma análise geográfica
multidisciplinar da espacialização desses conflitos históricos atrelados aos movimentos
migratórios existentes na cidade, baseando-se em quatro marcos temporais; a saber:
(i) a chegada do homem e a fundação da cidade, (ii) a chegada dos primeiros
imigrantes, (iii) os últimos anos do século passado, a emergência dos condomínios
fechados e a chegada dos grupos de alta renda, e (iv) a atualidade;
A partir disso, traça-se – em termos gerais – a razão pela qual a região atraiu
os primeiros habitantes; versa-se acerca dos processos de migração para a cidade em
questão, apontado suas diferenças e o produto dessas diferenças sobre o espaço da
cidade; mostra-se o boom dos condomínios fechados e a espacialização deles como
“enclaves
fortificados”,
lócus
da
mercantilização
da
natureza;
delineia-se
sumariamente a realidade da cidade na contemporaneidade – sua população, origem,
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renda, movimentos pendulares; e, por fim, critica-se o slogan “Nova Lima nova e
melhor” com base na atual situação de desigualdade na cidade.
Espera-se que este estudo de caso produza um conhecimento novo e que seja
relevante teórica e socialmente, no sentido de ser uma tentativa de aumentar o poder
explicativo das teorias, associando conceitos interdisciplinares e demonstrando a
existência de relações entre fenômenos distintos (LUNA, 2002). Aspira-se a uma
interpretação da realidade que possa fornecer diretrizes de ação aos profissionais do 1226
campo da Geografia, da Arquitetura e Urbanismo, bem como à ação dos gestores
públicos e tomadores de decisão na área do Planejamento Urbano e da Administração
Pública.
2 AS MINAS GERAIS
Como o próprio nome denota, ao estado de Minas Gerais atribui-se relevância
pelo fato de seu território ser rico em minerais. Ao longo do século XVII, a Coroa
portuguesa se viu obrigada a procurar novas fontes de rendas na sua colônia, o que
motivou
o
desbravamento
do
interior
(KOSHIBA,
2003).
Dessa
forma,
o
“ensimesmamento da América portuguesa” levou uma multidão em direção aos vales
e serras mineiros, em busca de riqueza e motivada pelo princípio romano do utis
posidetis, que preconizava a ocupação territorial (DEL PRIORE, 2010).
A história do povoamento de Nova Lima encontra-se nesse contexto. A
instalação de habitantes nessa cidade iniciou-se por volta do ano de 1701, durante o
que se chama de “corrida do ouro” na região que era conhecida como Minas dos
Matos Gerais. A notícia de descoberta de ouro atraiu milhares de pessoas (MELO,
2008)1. Neste local, situado dentro dos limites do Quadrilátero Ferrífero, foram
encontrados ouro e minério de ferro (LOBATO, 2005). Do Quadrilátero Ferrífero, área
rica em recursos naturais, advém mais da metade da produção de minério do país
(LEITE, 2011).
Vê-se, enfim, a importância da geologia do Quadrilátero Ferrífero como fator
fundamental na atração de imigrantes, por haver uma marcante predisposição ao
extrativismo mineral nessa localidade, bem além da expressa ideologia economicista
europeia de busca expansionista por território.
1
Além daqueles que vieram para trabalhar na mineração, em si, vieram, como destaca Luna
(1980), havia várias pessoas envolvidas com serviços, comércio e produção de alimentos, atividades
acessórias à mineração.
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3-OS MINEIROS, OS ESCRAVOS E A INVASÃO BRITÂNICA
Isabel Burton, esposa do iminente geógrafo britânico Richard Burton, conta a
história da visita à mina de Morro Velho nos idos de 1867. Ela compara as precárias
condições de trabalho dos negros africanos ao “inferno de Dante”, em alusão à obra
de Dante Alighieri (BURTON, 1897). Como disse Joaquim Nabuco, a escravidão
adquiriu caráter de “sistema social” no Brasil, sendo a estruturadora de todas as
instituições, costumes e práticas, pilar de todas as profissões (ALONSO, 2009). Não
teria sido diferente com a mineração.
O contingente de escravos africanos levados a Nova Lima foi muito grande, a
despeito de não restarem tantos documentos que o comprovem (PINHEIRO, 2005). A
busca por metais preciosos provocou uma concentração populacional jamais vista na
América portuguesa (LIBBY, 2000). Além da mina, muitos negros estavam envolvidos
em diversas atividades – da produção de alimentos aos serviços e comércio – para
suprir as demandas crescentes da população em expansão.
Entre os séculos XVI e XIX, o trabalho compulsório foi a principal forma de
labor no país. Passando por maus tratos desde sua captura na África, os escravos
sofreram privações, doenças, açoites, coisificação e desrespeitos de direitos humanos
– bem como miséria. Nas minas, trabalhavam por longos períodos de tempo, sempre
ameaçados (LIBBY, 2000).
Alterações no arcabouço político-administrativo vieram ao longo do século XIX.
O Brasil se tornara independente, e iniciaria a prática de relações comerciais com a
Inglaterra. É de lá que vem a Saint John d’el Rey Mining Company Limited, que inicia
suas atividades na Mina de Morro Velho em 1834.
Com os lucros do empreendimento vieram também os imigrantes ingleses, que
se juntaram aos trabalhadores livres brasileiros e aos escravos africanos. Toda a
cidade está culturalmente marcada pelo povo britânico – desde expressões
idiomáticas2, passando pelos esportes3 e chegando à arquitetura (MELO, 2008).
Outra alteração importante no arcabouço normativo brasileiro foi a Lei Eusébio
de Queiroz, ainda no século XIX. Essa lei proibia o tráfico negreiro no país. A partir de
então, até a abolição formal da escravatura e a Proclamação da República, passou a
ser mais difícil manter a mão de obra africana, o que trouxe transformações na rotina
2
Em meio a várias, uma palavra se destaca: queca, que nada mais é senão a corruptela da
palavra cake – bolo, em Inglês. (MELO, 2008)
3
O apelido dado ao Villa Nova, time de futebol, é “Leão do Bonfim”em alusão ao animal símbolo
da coroa inglesa.
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da Saint John d’el Rey. A empresa inglesa passou, então, a substituir os trabalhadores
escravos por imigrantes – provenientes principalmente da Inglaterra, Espanha e Itália.
O tratamento especial dado aos estrangeiros refletia-se na exclusão da
população local (MELO, 2008). Os trabalhadores vindos do Reino Unido, mesmo
exercendo trabalhos manuais repetitivos, por vezes chamados de peões, recebiam um
salário em média cinco vezes maior que os demais trabalhadores.
Além disso, havia uma norma que impedia que os trabalhadores estrangeiros 1228
deixassem a área fechada a eles reservada4 – o que impedia o convívio com o
restante da população.
Mesmo após toda essa mudança na legislação em vigor no país – a abolição
da escravatura –, os negros continuavam sendo segregados. Eles eram marcados por
uma distinção abismal: sua cor. Apesar de terem enriquecido tanto a cultura – o
conjunto de símbolos, as maneiras de pensar, de agir, e de fazer (SOUZA, 2007) - do
nosso país, foram massacrados – nos vários sentidos dados à palavra.
Gilberto Freyre, em “Casa Grande e Senzala”, aponta para a miscigenação
como algo positivo, que moldou o ethos brasileiro – numa relação chamada por ele de
“antagonismos em equilíbrio” entre a casa-grande e a senzala (RICUPERO, 2008).
Entretanto, muito além desse suposto equilíbrio de Freyre, o espaço novalimense
realça a segregação entre negros e europeus. A própria Figura 4 mostra tal fenômeno:
os serviçais negros não podiam entrar na sala de jantar dos senhores ingleses. Assim,
a porta que liga a cozinha à sala possui apenas um corte na parte de baixo, para que o
carrinho seja passado dos cozinheiros negros aos serviçais brancos do outro lado.
Aos negros fora destinada a pobreza. Encontrar um emprego formal era
extremamente difícil (MARICATO, 2001). Logo, essas pessoas eram obrigadas a
sujeitar-se a subempregos e viver em habitações coletivas nos centros das cidades
(VAZ, 1994). Como disse Corrêa,
Na sociedade de classes verificam-se diferenças sociais no que se refere
ao acesso aos bens e serviços produzidos socialmente. [...] A habitação
é um desses bens cujo acesso é seletivo: parcela enorme da população não
tem acesso, quer dizer, não possui renda para pagar o aluguel de uma
habitação decente e, muito menos, comprar um imóvel. (grifo nosso)
(CORRÊA, 2002, pp.29-31)
Devido a isso, os negros destinaram-se a habitar moradias de baixo valor –
4
Como dizia uma placa afixada na área da mina, escrita em inglês e endereçada aos funcionários
europeus, “De hoje em diante, qualquer empregado inglês indo a qualquer mina, povoado ou local além
dos limites dos Regos será demitido, a não ser que tenha permissão do superintendente.”
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como os cortiços (MATOS, 2006). Hoje, seus descendentes somaram-se a outros
grupos excluídos no que chamamos de favelas, aglomerados de moradias
unifamiliares autoconstruídas com materiais precários em locais insalubres (VAZ,
1994) e “inadequados para os outros agentes da produção do espaço, encostas
íngremes e áreas alagadiças” (CORRÊA, 2002, p. 30). O espaço novalimense
exemplifica o primeiro caso descrito por Corrêa: encostas íngremes. Bem próximas ao
centro da cidade, podem ser vistas casas em tal situação..
Quanto aos operários, também tinham seu bairro próprio. Suas casas com
apenas uma janela (chamadas de bonserá) eram providas pela própria mineradora.
Por falta de dinheiro ou de interesse na conservação do patrimônio, muitas dessas
casas foram destruídas. As poucas restantes têm péssimo estado de conservação.
Ao longo do tempo, as distinções entre os europeus, os escravo e os mineiros5
foram crescendo, o que se reflete no espaço novalimense. Os europeus vindos do
Reino Unido, grupo recluso e exclusivista, além de uma remuneração maior, tinham
seu espaço segregado: seu bairro próprio, denominado Bairro do Retiro6. Eles
frequentavam um clube próprio – o Clube das Quintas, de arquitetura europeia, não
participavam dos bailes de Carnaval e tinham sua própria igreja – sua religião era a
Anglicana. O comportamento exclusivista dos ingleses transpõe a própria vida: até
mesmo o seu cemitério era separado e restrito ao restante da sociedade (GROSSI,
1981). Dessa forma, mostra-se a externalização espacial do status de desigualdade
socioeconômica que, em Nova Lima, veio junto do processo de migração.
4 A MIGRAÇÃO BELO HORIZONTE-NOVA LIMA E O BOOM DOS CONDOMÍNIOS
A capacidade de extração de ouro e de minério em Nova Lima vem se
reduzindo (PACHECO, 2006). Esse esgotamento fez com que, nos anos 70 e 80 do
século passado, as onipresentes empresas mineradoras, por natureza proprietárias de
grandes áreas7, passassem a explorar a urbanização, com vistas a um grupo seleto,
de renda elevada.
No caso de Nova Lima, a natureza exuberante – no que se chama de
mercantilização da natureza –, as premissas de paz, sossego e segurança
5
Os trabalhadores da mina que não eram escravos ou migrantes europeus vindos do Reino
Unido.
6
Corroborando a ideia de Flávio Villaça, de que os grupos diferentes teriam espaços diferentes
numa mesma cidade.
7
Segundo Brito (2006), 49% da área total do município de Nova Lima é propriedade da Anglo
Gold e da MBR.
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(LASCHEFSKI, 2006), a proximidade – e, de certo modo, contiguidade (PERPÉTUO,
2006) – à cidade de Belo Horizonte levaram a parcela de maior renda da capital
mineira a sua “fuga às montanhas”, nas palavras de Raymond Williams (BRITO, 2005;
WILLIAMS apud NUNES, 2009, p.10). Seguindo a auto-segregação das elites
apontada por Caldeira (2009), essas pessoas vão em direção aos condomínios, locais
de boa qualidade urbanística e ambiental, desde que o primeiro deles, o Serra Del
Rey, foi construído (COSTA, 2006; BRITO, 2005; NASCIMENTO, 2006). Afirmam-se,
1230
assim, as diferenças de gostos, padrão de consumo e status entre as classes.
Na década de 1990, houve o que se chama de boom dos condomínios
fechados em Nova Lima. Somaram-se o adensamento dessas formas de organização
espacial ao incremento das migrações.
Analisando-se a tabela de número 1, percebe-se que, nesse contingente
populacional total que chegou em Nova Lima nos últimos anos, há maior concentração
de pessoas com maior renda dentro dos condomínios. Além disso, como concluem
Brito e Souza (2006), há grande movimento pendular diário entre Nova Lima e a
capital, facilitado pela própria contiguidade entre elas8. Todavia, o que mais se destaca
nesse movimento não é a quantidade, e sim um aspecto qualitativo: a renda9.
Tabela 1- Distribuição de pessoas não-naturais com cinco anos ou menos de residência no município, por
local de moradia, segundo a faixa de rendimento domiciliar – Nova Lima, 2000
LOCAL DE MORADIA
Até 5 salários-
Entre 5 e 20
Mais de 20
mínimos
salários-mínimos
salários-mínimos
TOTAL
SEDE
613 (35,1%)
920 (52,7%)
214 (12,2%)
1.747 (100%)
POVOADOS
67 (42,1%)
62 (39%)
30 (18,9%)
159 (100%)
CONDOMÍNIOS
195 (13,3%)
191 (13%)
1.085 (73,8%)
1.471 (100%)
LOTEAMENTOS
429 (93,7%)
29 (6,3%)
0 (0%)
458 (100%)
1.304 (34%)
1.202 (31,3%)
1.329 (34,7%)
3.835 (100%)
ABERTOS
TOTAL
Fonte: Fundação João Pinheiro – Pesquisa Origem e Destino, 2001/2002 - microdados
Entende-se, com tudo isso, uma extrema polarização social: a proximidade
geográfica e o enorme distanciamento social entre as classes, e a espacialização
8
Como dizia um outdoor de publicidade do condomínio Vale dos Cristais, “A cidade (Belo
Horizonte) vai ganhar um novo bairro”, conforme ANDRADE, 2006, p. 287.
9
O rendimento médio dos emigrantes entre Nova Lima e Belo Horizonte no ínterim 1995-2000 é
de 12,5 salários-mínimos, enquanto o rendimento mediano nessa mesma cidade é equivalente a 9,6
salários-mínimos.
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desse distanciamento. Percorrendo-se poucos quilômetros na estrada que une Nova
Lima à capital, em menos de quinze minutos de percurso, casas empilhadas umas
sobre as outras nos morros, sem reboco, sem acesso a certos equipamentos urbanos
são deixadas de lado. Tudo o que se vê a partir daí são muros e portões com guaritas.
Por trás desses muros, vê-se uma vida insustentável e um ambiente artificial
(LASCHEFSKI, 2006; NASCIMENTO, 2006), protegido dos males do exterior e
afastado do outro indesejável. Por trás da segurança privada, casas luxuosas com 1231
vários andares e equipamentos diversos de lazer e infraestrutura. Emerge daí certa
incapacidade de lidar com a diversidade (GODINHO, 2014). Baseada nas premissas
de segurança e privacidade, a anticidade surge10. Protegidas por cercas e vigilantes,
as ruas transformadas perdem sua função inicial.
Na rua, teatro espontâneo, torno-me espetáculo e espectador, às vezes ator.
Nela, efetua-se o movimento, a mistura, sem os quais não há vida urbana,
mas separação, segregação estipulada e imobilizada. Quando se suprimiu
a rua, (...) viu-se as consequências: a extinção da vida, a redução da “cidade”
a dormitório, a berrante funcionalização da existência (LEFEBVRE, 1999, pp.
29-30). (grifo nosso)
Essa desigualdade externalizada na paisagem da cidade também se revela
nos indicadores econômicos. Uma comparação entre dois deles, o IDH – Índice de
Desenvolvimento Econômico, que mede mais de 200 variáveis – e o Coeficiente de
Gini – que mede desigualdades na distribuição de renda – evidencia essa situação.
Para tanto, foram escolhidas cidades que se comportassem como contrafactuais na
comparação com Nova Lima: Rio Acima, pela contiguidade espacial; Betim, por ser,
também, uma cidade rica; e Belo Vale, por ser próxima, também dentro do
Quadrilátero Ferrífero.
Tabela 3 – Comparação entre indicadores de Nova Lima, Rio Acima, Betim e Belo Vale; no ano de 2010
Δ IDH
GINI
Δ GINI
CIDADE
IDH
NOVA LIMA
0,813
Rio Acima
0,673
-0,14
0,4747
-0,2167
Betim
0,749
-0,064
0,4840
-0,2066
Belo Vale
0,655
-0,158
0,4699
-0,2215
-
0,6914
-
Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013 (IDH) e DATASUS (Gini)
10
“Entende-se que cidade é o lugar do encontro, da diversidade de atividades e classes sociais.
Anticidade vem a ser um modelo que se contrapõe a essa diversidade, que busca a homogeneidade, o
isolamento.” (SÁNCHEZ apud GALHARDO, 2012, p. 83).
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Infere-se que Nova Lima tem, pari passu, o maior IDH das quatro e o maior
Coeficiente de Gini. Assume-se que isso se dê devido à presença dos condomínios e
sua população notadamente rica – em nítido contraste com boa parte do restante da
população da cidade.
Enfim, como disseram Brito e Souza11,
As desigualdades encontradas mostram as relações entre as migrações e o
processo de segregação social existente, historicamente, na formação dos
grandes Vetores de Expansão urbana metropolitana, onde a distribuição
espacial reflete os mecanismos de exclusão social. O padrão de
segregação, em grande medida, é comandado pelo capital imobiliário (...)
Mas, se salta aos olhos o alto nível de renda e educação dos emigrantes para
Nova Lima, não é menos relevante considerar que ele coexiste com 15,0% de
analfabetos funcionais (...) e o preço do solo, regulado pelo mercado
imobiliário (...) tem um forte componente especulativo, (...) uma poderosa
ferramenta para selecionar o acesso dos emigrantes às diversas áreas
(...) com alto nível de renda (BRITO, 2006, p. 91). (Grifo nosso)
5 NOVA LIMA NOVA E MELHOR
Recentemente, uma campanha publicitária da prefeitura de Nova Lima tinha
como slogan a frase “Nova Lima nova e melhor”. Com base no que David Harvey
chamou de “empresariamento na administração urbana” (HARVEY, 1996, apud
PACHECO, 2006, p. 129), percebe-se a ação governamental alternativa ao que ele
chama de “erosão da base econômica e fiscal”. Assim, as cidades – conscientes da
globalização e da crescente competição entre territórios – submetem-se às mesmas
condições e desafios que as empresas.
Sob esse empresariamento, há em voga uma onda de reformas administrativas
globais no setor público, com vistas a uma adequação da estrutura estatal à
emergência de novas necessidades de caráter social, econômico e cultural (KETTL,
2006). Essa tal revolução se baseia na afirmação de que a estrutura do governo já não
atende às suas necessidades; a burocracia engessada, cujo foco está nos
procedimentos internos, é ineficiente. A justificativa econômica para tais reformas se
apóia na afirmação de que, uma vez que o Estado seja um monopolista, ele é
ineficiente (KETTL, 2006).
Daí, diante dos efeitos da globalização, do alargamento do ideal de
democracia, da revolução tecnológica (TROSA, 2001), surge uma nova administração
pública. Seus ideais seriam a descentralização política e administrativa, a existência
de poucos níveis hierárquicos, a existência de ação discricionária, a existência de
11
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controle a posteriori, e o foco no cidadão, no usuário dos serviços e bens públicos
(BRESSER-PEREIRA, 2006).
A partir de reformas administrativas, busca-se, então, passar de uma
administração
pública
burocrática
a uma nova
administração pública: uma
administração pública gerencial. Essa nova ideia de administração pública tem suas
bases nas práticas de mercado herdadas da administração privada: competição,
autonomia, avaliação de resultados e desempenho (SECCHI, 2009).
A cidade que compete nesse empresariamento passa a ser entendida, então, a
partir da tipologia desenvolvida pelo urbanista Carlos Vainer (2000): uma cidademercadoria, que precisa ser vendida no mercado, embasada nas ideias de city
marketing; uma cidade-empresa, que visa à rendição aos princípios tayloristas de
administração baseada na racionalidade; e uma cidade-pátria, na qual o dissenso não
pode existir – e, por conseguinte, a política não pode existir.
Dessa forma, a administração municipal novalimense buscou “atrair uma
produção altamente móvel e flexível, bem como fluxos financeiros e de consumo”
(HARVEY, 1995, apud PACHECO, 2006, p. 130). Criou-se uma rede de incentivos a
atrair investimentos (NASCIMENTO, 2006), algo muito próximo do que o geógrafo
Milton Santos chamou de “guerra dos lugares” (SANTOS, 1999).
Nova Lima atraiu, sim, muitos investimentos: os ricos condomínios, passando
por lojas, restaurantes e um lifestylecenter, até a Torre e o Hard Rock Café, como
apresenta Andrade (2006). Grande parte dessas novidades e melhorias tem como alvo
a parcela rica da população.
Todavia, é inadequado dizer que a nova Nova Lima é melhor. As novas
dinâmicas no espaço novalimense não trazem em si tantas novidades. Segundo
Bhering e Monte-Mór, as novidades “Representam simplesmente as velhas
configurações urbanas, travestidas em novas roupagens, onde há um acirramento dos
processos de segregação social no espaço urbano” (MONTE-MÓR, 2006).
Além disso, afirmar que a nova Nova Lima é melhor significa dizer que a velha
Nova Lima é pior. Isso pode ser traduzido no descaso com o patrimônio histórico, nas
casas antigas em péssima conservação, na ausência de valorização da identidade do
povo novalimense e na falta de investimentos na área central da cidade.
Enfim, vale dizer, a nova Nova Lima não é Nova Lima de verdade. Ela é, nos
termos descritos por Galhardo (2012), uma anticidade. Os ricos habitantes da nova
Nova Lima pouco contribuem para a cidade: por seus fortes vínculos com a capital
mineira, eles resistem em transferir seus domicílios eleitorais para Nova Lima. Além
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disso, sua produção de riqueza se dá em Belo Horizonte, e pouco sai de lá12.
Essa concentração de renda afirma com ainda maior veemência a segregação
socioespacial presente em Nova Lima. Nessa “cidade boa para se morar”, “nova e
melhor”, o que não falta é segregação.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao fim deste trabalho, pode-se perceber a riqueza do tema discutido. A 1234
segregação socioeconômica está presente em grande parte das cidades modernas em
todo o mundo, e suas consequências se fazem percebidas no espaço. Nesse sentido,
sabe-se que o caso novalimense não foge à regra.
Percebe-se a importância que se atribui ao Quadrilátero Ferrífero. O fato dessa
área ser rica em minerais e pedras preciosos fez com que ela fosse um polo atrativo
de fluxos migratórios. Durante o século XVIII, milhares de pessoas vieram, de toda a
América portuguesa, em busca de riquezas. Tal concentração populacional fez surgir o
povoado que hoje é Nova Lima.
Em meados do século seguinte, chega à região a Saint John d’el Rey Mining
Company. A empresa vem da Inglaterra, trazendo consigo um contingente de
estrangeiros para explorar o ouro e, posteriormente, o minério de ferro. A mão de obra
britânica soma-se aos mineiros livres e aos escravos africanos. Surge, a partir daí,
uma segregação socioespacial: donos de renda maior, os ingleses tinham bairro,
igreja, cemitério e clube próprios e restritos; os mineiros viviam nas pobres casas
repassadas a eles pela companhia mineradora; e os negros não possuíam nada.
Devido à concentração de terras em posse da companhia mineradora, esse
conflito entre os proprietários da força produtiva e as demais classes permaneceu ao
longo dos anos posteriores. Hoje, o espaço novalimense guarda marcas da enorme
distância social e separação física entre as classes (VILLAÇA, 2003) – as casas bem
conservadas em estilo arquitetônico europeu onde antes era o bairro restrito aos
ingleses e as casas em situação precária nos morros, pertencentes às classes que
não possuem recursos para habitar locais dotados de melhores equipamentos urbanos
(NASCIMENTO, 2006).
Ainda em meados do século XX, surgem os condomínios fechados, em
tendência global, como forma das classes altas em “busca de um paraíso”, longe da
12
Devido – em partes – ao seu status e consumos que os tornam diferentes, conforme Bourdieu
(1984). Devido à distância, é pouco provável que alguém que trabalhe em Belo Horizonte e more em
Nova Lima vá até o centro de Nova Lima para fazer compras; o que faz com que a riqueza se concentre
ainda mais na capital.
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violência das grandes cidades e perto da natureza. Em Nova Lima, a posse de terra
concentrada soma-se à beleza cênica da exuberante natureza, ao clima ameno e à
contingência à capital mineira para formar um atrativo à população de maior renda.
Formam-se, assim, os condomínios nessa cidade, “entraves fortificados”, lócus da
anticidade e da auto-segregação das elites. Essas formas de organização espacial das
moradias de alto luxo mostram ainda maior contraste entre as classes e uma extrema
polarização social em Nova Lima.
Em meados da última década, popularizou-se o slogan publicitário “Nova Lima
nova e melhor”. A tática de marketing da prefeitura, focada na atração de
investimentos, esconde uma realidade de segregação acirrada, ausência de
preocupação com o patrimônio histórico e cultural da cidade (que estaria na velha
Nova Lima, supervalorização das classes sociais de maior renda (que estariam na
nova Nova Lima) e, nos termos já citados, a presença da inversão de função das
cidades – como disse Lefebvre (1999).
Enfim, apreende-se, sumariamente, a influência do histórico dos fluxos
migratórios em direção a Nova Lima na gênese dos conflitos socioespaciais dessa
cidade.
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