análise dos recursos fisioterapêuticos utilizados nos

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ANÁLISE DOS RECURSOS FISIOTERAPÊUTICOS UTILIZADOS NOS
PACIENTES AMPUTADOS DE MEMBROS INFERIORES
NA CLÍNICA ESCOLA DE FISIOTERAPIA DA UNISUL
Charles Marcon Cachoeira1
2
Mara Inês Baptistella Ferão
RESUMO
Esta pesquisa teve como objetivo analisar os recursos fisioterapêuticos mais
utilizados nos pacientes amputados de membros inferiores utilizados pelos
acadêmicos do 5º semestre na disciplina de Fisioterapia Aplicada à Amputados,
Órteses e Próteses na Clínica Escola de Fisioterapia da Unisul no período de março
à novembro de 2001 e março à junho de 2002, relatando o exercício
cinesioterapêutico e os recursos eletrotermofototerapêuticos mais utilizados, o
intervalo de tempo entre a amputação e o início do tratamento pré-protético, bem
como o nível de amputação de maior incidência nos pacientes amputados de
membros inferiores. A pesquisa realizada foi do tipo descritiva e documental,
utilizando uma ficha para a coleta de dados, onde constavam os principais dados do
paciente: data, causa e nível da amputação, sistemas mais comuns, número de
sessões que realizou e os recursos fisioterapêuticos que mais foram utilizados no
seu tratamento. Mediante o objetivo geral desta pesquisa, obtivemos como
resultados: a cinesioterapia foi o recurso mais utilizado, totalizando 57,1% de todos
os recursos fisioterapêuticos utilizados. A eletrotermofototerapia também foi
bastante utilizada com 35,3% seguida da massoterapia com 6,7% e a crioterapia
com 0,8%. Sobre os objetivos específicos, encontramos o fortalecimento com
44,1% como exercício mais utilizado, obteve-se ainda como recurso
eletrotermofototerapêutico mais utilizado o ultra-som com 23,8% como intervalo de
tempo entre a amputação e o início de tratamento pré-protético, verificou-se que
28,1% dos pacientes iniciam o tratamento antes de quatro meses após a
amputação, tendo como nível de maior incidência em membro inferior direito o
transtibial em terço médio com 15,8% e em membro inferior esquerdo com 37,2%
ou transfemoral em terço médio.
Palavras-chave: Amputação, Fisioterapia, Recursos fisioterapêuticos
INTRODUÇÃO
1
Acadêmico do oitavo semestre do Curso de Fisioterapia da Universidade do Sul de Santa Catarina
(Unisul), Tubarão / Santa Catarina. E-mail: [email protected]
2
A Fisioterapia é uma ciência da saúde que estuda, previne e trata os
distúrbios cinéticos funcionais, intercorrentes em órgãos e sistemas do corpo
humano, gerados por alterações genéticas por traumas e por doenças adquiridas. O
profissional fisioterapeuta pode atuar em várias áreas como: Ortopedia e
Traumatologia, Reumatologia; Ginecologia e Obstetrícia, Pneumologia, Cardiologia,
Neurologia, Fisioterapia Desportiva, entre outras.
Segundo Carvalho (1999), a amputação situa-se na área da Ortopedia e
Traumatologia, sendo considerada tão antiga quanto a própria humanidade, onde
tem-se o conhecimento de ser realizada a milhares de anos, como o mais antigo de
todos os procedimentos cirúrgicos.
A amputação significa retirada, geralmente cirúrgica, total ou parcial de um
membro, e sua incidência geral se eleva devido principalmente ao aumento
da média de vida e aos acidentes de trânsito e de trabalho. Para as
amputações adquiridas de membros inferiores há predomínio absoluto de
alterações vasculares, seguidas por um número decrescente devido a
trauma, infecções e tumores (CARVAHO, 1999, p.4).
Para realizar uma reabilitação com maior potencial de sucesso indica-se
precocemente o tratamento pré e pós-amputação objetivando-se alguns tópicos
específicos dentre os quais, destacam-se o incentivo a marcha, a restauração da
independência funcional e a manutenção da força do coto e do corpo de uma forma
geral.
Na reabilitação do paciente amputado de membro inferior existem vários
recursos terapêuticos que podem ser utilizados, baseando-se nisso, formula-se o
seguinte problema: quais seriam os recursos fisioterapêuticos mais utilizados nos
amputados de membros inferiores atendidos na Clínica Escola de Fisioterapia da
Unisul?
A escolha do tema está relacionada com os vários tipos de recursos
fisioterapêuticos que são utilizados no tratamento dos pacientes amputados de
membros inferiores na Clínica Escola de Fisioterapia da Unisul pelos acadêmicos do
5º semestre na disciplina de Fisioterapia Aplicada à Amputados, Órteses e Próteses
objetivando o aprendizado e o melhor e mais correto tratamento proporcionando
uma melhor eficácia e um menor tempo de recuperação pré-protética.
2
Orientador temático. Professora Especialista do Curso de Fisioterapia da Universidade do Sul de
Santa Catarina (Unisul), Campus Tubarão. E-mail: [email protected]
3
O fisioterapeuta desempenha um papel fundamental na reabilitação dos
indivíduos amputados de MMII, e o início precoce do tratamento apropriado poderá
influenciar os resultados eventuais da reabilitação, conforme Carvalho (1999);
lembrando-os que a amputação deve ser considerada não como o fim de alguma
coisa, mas sim o princípio de uma nova fase que, se de um lado mutilou a imagem
corporal, de outro lado eliminou o perigo de perder a vida, ou deu alívio a
sofrimentos intoleráveis como, por exemplo, a dor, ou ainda tornou possível maior
liberdade de ação.
Na fisioterapia podemos dispor de vários recursos fisioterapêuticos para o
tratamento de várias patologias que acometem todos os sistemas do corpo humano.
Na tentativa de recuperar o sistema musculoesqueléticovascular que foi acometido
na amputação seja por causa traumática, vascular, congênita, malignidade,
metabólica ou infecciosa são utilizados recursos fisioterapêuticos que são
selecionados de acordo com o nível da amputação, com a idade do paciente, com o
tempo de amputação, com os objetivos de tratamento e com vários sinais e
sintomas que o paciente apresenta.
Portanto, a importância de analisar os recursos fisioterapêuticos mais
utilizados poderá nos trazer informações sob a linha de tratamento que os
acadêmicos estão traçando para estes paciente e também poderá servir como
parâmetros para futuros protocolos de atendimento, uma vez que estes resultados
tenham propiciado bons resultados com o paciente, facilitando assim a instrução
dos acadêmicos para eleição de um tratamento mais correto e eficaz.
Logo,
o
propósito
desta
pesquisa
será
pesquisar
os
recursos
fisioterapêuticos mais utilizados pelos acadêmicos do 5º semestre na disciplina de
Fisioterapia Aplicada à Amputados, Órteses e Próteses, o tempo para o início do
tratamento fisioterapêutico pré-protético após a amputação e os níveis de
amputações que são realizados pelos médicos com maior incidência.
O objetivo geral do estudo foi
analisar os prontuários dos pacientes
amputados de membros inferiores atendidos na Clínica Escola de Fisioterapia da
Unisul, observando os recursos fisioterapêuticos mais utilizados pelos acadêmicos
do 5º semestre na disciplina de Fisioterapia Aplicada à Amputados, Próteses e
Òrteses,
tendo
como
cinesioterapêuticos
objetivos
mais
específicos:
utilizados;
2)
1)
verificar
verificar
os
os
exercícios
recursos
eletrotermofototerapêuticos mais utilizados; 3) verificar o intervalo de tempo entre a
4
amputação e o início do tratamento pré-protético de cada paciente amputado de
MMII;
e 4) verificar os níveis de amputação de maior incidência nos pacientes
amputados de MMII.
METODOLOGIA
A pesquisa realizada foi do tipo descritiva e documental, onde foram
analisados os recursos fisioterapêuticos mais utilizados nos pacientes amputados de
membros inferiores atendidos pelos acadêmicos do 5º semestre pela disciplina de
Fisioterapia Aplicada à Amputados, Próteses e Órteses na Clínica Escola de
Fisioterapia da Unisul.
Segundo Rudio (1986, p. 56) “a pesquisa descritiva está interessada em
descobrir e observar fenômenos, procurando descreve-los, classifica-los e
interpreta-los”. Gil (1994) relata que as pesquisas deste tipo têm como objetivo
primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno
ou o estabelecimento de relações entre variáveis.
De acordo com Gil (1991) a pesquisa documental vale-se de materiais
que não receberam ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser
reelaborados de acordo com os objetivos da pesquisa. Esses documentos são
investigados a fim de se poder descrever e comparar usos e costumes, tendências,
diferenças, podendo ser de primeira mão, onde não receberam qualquer tratamento
analítico, como no caso desta pesquisa, ou de segunda mão, que de alguma forma
já foram analisados.
Foram analisados todos os prontuários dos pacientes amputados de
membros inferiores atendidos na Clínica Escola de Fisioterapia da Unisul pela
disciplina de Fisioterapia Aplicada à Amputados, Próteses e Órteses, num total de
33 prontuários, coletando-se os dados de 32 pacientes no total, com idade de 17 à
81 anos, obtendo-se um número de 24 homens e 8 mulheres; 25 de raça branca e 7
de raça negra; 13 pacientes eram casados, 7 solteiros, 8 viúvos e 4 separados nos
meses de março à novembro de 2001 e de março à junho de 2002.
A coleta de dados foi realizada através da ficha de freqüência (anexo A),
da ficha de avaliação (anexo B), e da ficha de evolução (anexo C) do paciente que
compõem o prontuário, sendo repassado os principais dados do paciente, data,
5
causa e nível da amputação, sintomas mais comuns, número de sessões que
realizou e os recursos fisioterapêuticos que foram mais utilizados em seu tratamento
seguindo os objetivos da pesquisa, repassando para a ficha de coleta de dados
(apêndice A).
A coleta de dados foi iniciada após a autorização da coordenadora da
Clínica Escola de Fisioterapia da Unisul, em atendimento à carta de solicitação
(apêndice B), enviada pelo solicitante Charles Marcon Cachoeira sob orientação da
professora Mara Inês Baptistella Ferão. Os dados foram coletados na sala de
estudos da Clínica Escola de Fisioterapia da Unisul, de 07 à 11 de outubro de 2002
no período noturno. Foram coletados os dados de todos os prontuários referentes à
disciplina de Amputados, Próteses e Órteses dos meses de março à novembro de
2001 e março à junho de 2002, sendo coletados e delimitados pelo próprio
pesquisador, após separar todos os prontuários referentes a disciplina (33),
utilizado-se (32) na pesquisa.
Após a coleta dos dados, os mesmos foram interpretados, classificados
e descritos, sendo relacionados com os objetivos traçados na pesquisa, e expostos
através da elaboração de tabelas e gráficos de porcentagem obtendo-se melhor
compreensão e visualização dos resultados.
APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
Os resultados foram estatisticamente analisados e expostos em tabelas
relatam os recursos fisioterapêuticos mais utilizados nos pacientes amputados de
membros inferiores atendidos na Clínica Escola de Fisioterapia da Unisul pelos
acadêmicos do 5º semestre do Curso de Fisioterapia, na disciplina de Fisioterapia
Aplicada a Amputados, Órteses e Próteses; o tempo que o paciente demora para
iniciar seu tratamento pré-protético após a amputação e o nível de amputação de
maior incidência em membros inferiores.
Diante dos dados coletados, verificou-se que a cinesioterapia foi o
recurso mais utilizado, totalizando 57,1% de todos os recursos fisioterapêuticos
utilizados, a eletrotermofototerapia por ter uma grande variedade de recursos que
podem ser utilizados para essa clientela também foi bastante utilizada com 35,3% e
a massoterapia 6,7% e a crioterapia 0,8% por talvez causarem um pouco de
6
desconforto e incomodo ao paciente não foram muito utilizados conforme podemos
constatar na tabela abaixo:
Tabela 1: Recursos fisioterapêuticos mais utilizados
Recurso
Incidência
%
Massoterapia
8
6,7
Cinesioterapia
68
57,1
Crioterapia
1
0,8
Eletrotermofototerapia
42
35,3
Total
119
99,9
Fonte: dados coletados pelo pesquisador
Com relação ao objetivo específico desta pesquisa de verificar os
exercícios cinesioterapêuticos mais utilizados, observando que segundo Chamlian
(1999), a cinesioterapia é o uso de exercícios ou movimentos como forma de
tratamento, com base no princípio de que um órgão ou sistema se adapta aos
estresses aos quais for submetido, encontraram-se os seguintes resultados:
Em 44,1% dos exercícios cinesioterapêuticos utilizados foram exercícios
de fortalecimento, que segundo Chamlian (1999) promovem: hipertrofia muscular
por aumento do número de miofibrilas; padrão mais eficiente de recrutamento de
fibras musculares pelos mecanismos de neurofacilitação (ou aprendizado motor) e
de transferência cruzada (ou treinamento unilateral que leva a maior atividade
eletromiográfica, tanto no lado treinado como no não treinado); aumento da
densidade óssea e aumento da força do tecido conectivo muscular; seguidos por
29,4% para os exercícios de coordenação que para o autor envolve não só o
sistema motor e sensorial, como também funções cerebrais como inteligência,
concentração e motivação que esses pacientes estavam necessitando neste
momento e 26,5% para os exercícios de alongamento, onde o mesmo autor relata
que o seu objetivo principal é aumentar a amplitude de movimento ou prevenir sua
perda, mas também atuando na redução de edema e na ocorrência de fenômenos
tromboembólicos, e promoção de relaxamento muscular; conforme podemos
visualizar na tabela a seguir:
7
Tabela 2: Subdivisão dos exercícios cinesioterápicos
Cinesioterapia
Incidência
%
Fortalecimento
30
44,1
Alongamento
18
26,5
Coordenação
20
29,4
Total
68
100
Fonte: dados coletados pelo pesquisador
Em relação ao segundo objetivo específico de verificar os recursos
eletrotermofototerapêuticos mais utilizados, observaram-se os seguintes resultados:
o Ultra Som (US) foi o aparelho mais utilizado com 23,8% respondendo a citação de
Fuirini; Longo (1996) que as indicações do US estão colocadas de uma forma bem
ampla, em quase todos os casos encontrados na fisioterapia; e Menezes et al
(1996) ainda relata, que a aplicação do US tem crescido muito nas três últimas
décadas e, por isso, tem sido encorajada sua aplicação como meio terapêutico.
O laser também foi bastante utilizado com 16,7% que para Agne (2001) a
laserterapia de baixa potência ainda é considerada uma área recente, em que
predominam alguns efeitos terapêuticos observados clinicamente, como a analgesia
local, ação antiedematosa e anti inflamatória, a cicatrização e feridas de difícil
evolução.
O TENS com 14,3% e o turbilhão com 11,9% também tiveram um bom
índice de utilização. As indicações para uso do TENS para Rodrigues; Guimarães
(1998) são o alívio da dor, ou seja, eletroanalgesia, fazendo assim o uso em
qualquer síndrome dolorosa aguda ou crônica de causa diagnosticada, inclusive
pós-operatório imediato e na estimulação muscular. Para Kottke; Lehmann (1994)
as respostas fisiológicas que são aceitas de qualquer forma de calor são o aumento
da expansibilidade do tecido colágeno, diminuição da rigidez articular, produção do
alívio da dor e aumento do fluxo sangüíneo, efeitos esses que são produzidos pela
utilização do Turbilhão.
Tabela 3: Subdivisão dos recursos eletrotermofototerapêuticos
Eletrotermofototerapia
Incidência
%
8
CG
CR
CI
TENS
FES
MO
US
OC
Turbilhão
Laser
IV
Total
1
4
3
6
4
1
10
0
5
7
1
42
2,4
9,5
7,1
14,3
9,5
2,4
23,8
0
11,9
16,7
2,4
100
Fonte: dados coletados pelo pesquisador
Tratando-se do terceiro objetivo específico de verificar o intervalo de
tempo entre a amputação e o início do tratamento pré-protético encontraram-se os
seguintes resultados:
Dos pacientes cujos dados foram coletados 28,1% iniciaram o tratamento
fisioterapêutico antes de 4 meses após a amputação. Verificando que as pessoas
nos dias atuais, estão muito mais atentas e informadas sobre as áreas de atuação
do fisioterapeuta e dos grandes benefícios que o tratamento fisioterapêutico
proporciona ao paciente; tratamento esse, que se iniciado precocemente poderá ter
seu tempo reduzido com maior eficácia na reabilitação, foram muito bons os
resultados encontrados.
Houve também um grande número de pacientes 21,9% que iniciaram o
tratamento entre 7 e 9 meses após a amputação, dados estes que infelizmente
ainda estão correlacionados com sexo, idade, raça, profissão, escolaridade entre
outros que influenciam na instrução e na informação do paciente para a escolha ou
não de algum tipo de reabilitação.
Para Koury (2000) existem muitas variáveis que complicam o processo de
recuperação, como: o grau de lesão, o tipo de procedimento cirúrgico utilizado, o
nível de condicionamento do paciente antes da lesão ou da cirurgia, o lapso de
tempo entre a lesão ou cirurgia e a fisioterapia, os recursos fisioterapêuticos
individuais e os fatores fisiológicos e psicológicos que afetam o processo de cura
(nutrição, estresse, fumo e comprometimento), o índice de progresso e o sucesso
geral do tratamento serão diferentes para cada indivíduo.
9
Tabela 4: Tempo para início do tratamento após amputação
Eletrotermofototerapia
Incidência
%
De 1 a 3 meses
9
28,1
De 4 a 6 meses
2
6,2
De 7 a 9 meses
7
21,9
De 10 a 12 meses
3
9,4
De 13 a 18 meses
6
18,8
De 19 a 24 meses
2
6,2
Acima de 24 meses
3
9,4
Total
32
100
Fonte: dados coletados pelo pesquisador
Tratando-se do último objetivo específico de verificar os níveis de
amputação de maior incidência nos pacientes amputados de MMII, observaram-se
os seguintes resultados:
Os níveis de amputação realizados no MIE obtiveram 62,5% dos casos e
os níveis de amputação realizados no MID 37,5% dos casos o que podemos
concluir que, na amostra pesquisada a amputação de MIE tem maior incidência
sobre o de MID.
No MID os níveis de maior incidência foram o transtibial em terço médio
com 41,7% e o transtibial em terço superior com 33,3%, de acordo com Carvalho
(1999) para esses níveis de amputação, devemos considerar a importância
funcional da articulação do joelho na reabilitação e na deambulação dos pacientes
amputados.
No MIE, a maior incidência foi de 60% em terço médio transfemoral,
relacionando a importância de um bom nível de amputação, sua qualidade e tempo
de cicatrização com uma boa protetização posterior, obtendo um melhor coxim,
promovendo um melhor encaixe para a prótese.
A importância da equipe multiprofissional ser também interdisciplinar, na
escolha do nível ideal para a amputação, pois o cirurgião, na medida do possível,
deveria solicitar a opinião do fisioterapeuta e/ou protetista para a escolha do melhor
nível, evitando assim, possíveis recidivas cirúrgicas e novos traumas ao paciente em
busca de uma boa adaptação para a futura prótese.
10
Podemos observar a exposição desses dados nas tabelas 5 e 6, e nos
gráficos 5 e 6 abaixo:
Tabela 5: Níveis de amputação de maior incidência MID
Níveis
Transtibial 1/3 Superior
Transtibial 1/3 Médio
Transtibial 1/3 Inferior
Transfemoral 1/3 Superior
Transfemoral 1/3 Médio
Transfemoral 1/3 Inferior
Interfalangiana
Total
QTD
4
5
0
0
2
1
0
12
%
33,3
41,7
0
0
16,7
8,3
0
100
Fonte: dados coletados pelo pesquisador
Tabela 6: Níveis de amputação de maior incidência MIE
Níveis
Transtibial 1/3 Superior
Transtibial 1/3 Médio
Transtibial 1/3 Inferior
Transfemoral 1/3 Superior
Transfemoral 1/3 Médio
Transfemoral 1/3 Inferior
Interfalangiana
Total
QTD
0
1
1
2
12
3
1
20
%
0
5
5
10
60
15
5
100
Fonte: dados coletados pelo pesquisador
De acordo com o nível de amputação de maior incidência nos amputados
de membros inferiores, podemos verificar que a amputação
de MIE (62%) tem
maior incidência sobre o de MID (38%).
Pode-se observar ainda que o nível transtibial de maior incidência foi no
terço médio do MID com 16% e em nível transfemoral foi no terço medial de MIE
com 38%. A amputação em nível interfalangeana teve uma incidência total pouco
significativa de 3% e outros níveis não foram encontrados.
Carvalho (1999), relata que a amputação transtibial medial localizada na
transição musculotendinosa do tríceps é considerada ideal para esse nível com bom
coxim terminal e bom comprimento do coto, os paciente não encontraram grandes
dificuldades na reabilitação.
11
Segundo Thomson; Skinner; Peircy 91994), as qualidades de cicatrização
do nível transfemoral medial são muito boas, mas a mobilidade é reduzida, devido à
perda da articulação do joelho e maior necessidade de energia para a função.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após a realização desta pesquisa, concluímos que para a reabilitação
fisioterapêutica do paciente amputado de membro inferior pode-se utilizar vários
recursos
fisioterapêuticos
como:
massoterapia,
cinesioterapia,
eletrotermofototerapia, crioterapia entre outras; sempre utilizando-os com decisão
firmada com base fisiológica correta.
De acordo com o objetivo geral, verificou-se que a cinesioterapia foi o
recurso fisioterapêutico mais utilizado pelos acadêmicos do 5º semestre na
disciplina de Fisioterapia Aplicada e Amputados, Órteses e Próteses no período de
março a novembro de 2001 e março a junho de 2002, com 57,1%, seguida pela
eletrotermofototerapia, com 35,3%.
Referente ao intervalo de tempo entre a amputação e o início do
tratamento pré-protético de cada paciente amputado de MMII pôde-se observar que
os pacientes estão mais atentos e informados sobre os benefícios que a fisioterapia
proporciona, procurando assim o atendimento fisioterapêutico precocemente.
Verificou-se 28,1% dos pacientes iniciaram o tratamento fisioterapêutico entre 1 a 3
meses e que ainda por uma grande dificuldade de instrução e informação
relacionados com sexo, idade, raça, profissão e escolaridade, 21,9% dos pacientes
iniciaram o tratamento mais tardiamente, entre 7 e 9 meses.
No que diz respeito ao nível de maior incidência em membros inferiores
verificou-se que as amputações em nível transtibial em terço médio e terço superior
tiveram uma incidência de 27,9% dos casos. As amputações em nível transfemoral,
principalmente a transfemoral em terço médio, também obtiveram uma incidência
significativa de 62,6% e outros níveis de amputação com incidência de 3,1%.
Em relação as avaliações e evoluções fisioterapêuticas dos pacientes
amputados atendidos na Clínica Escola de Fisioterapia da Unisul estavam
incompletas e despadronizadas, por isso, os estagiários deveriam documentar mais
12
detalhadamente seus procedimentos de tratamento e especificar seus parâmetros
quando
utilizam
os
recursos
fisioterapêuticos.
Essas
documentações
e
especificações iriam favorecer a realização desta pesquisa e de novas pesquisas
científicas; capacitando e informando aos outros estagiários a dosagem utilizada
anteriormente, proporcionando assim um tratamento com maior eficácia em menor
espaço de tempo.
REFERÊNCIAS
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