outubro/2015

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OUTUBRO/2015
RELATÓRIO
ECONÔMICO
OUTUBRO/2015
SANTANDER ASSET MANAGEMENT
ÍNDICE
Indicadores Financeiros
Pág. 3
Projeções
Pág. 4 - 5
Cenário Externo
Pág. 6
Cenário Doméstico
Pág. 7
Renda Fixa e Renda Variável
Pág. 8
OUTUBRO/2015
SANTANDER ASSET MANAGEMENT
INDICADORES FINANCEIROS
BOLSA DE VALORES
AMÉRICAS
mês %
ano %
2014
Ibovespa Fech.
45.059
(3,4%)
(9,9%)
(2,9%)
IBrX Fech.
18.910
(3,1%)
(8,7%)
(2,8%)
ISE
2.228
(2,7%)
(8,4%)
(1,9%)
S&P500
1.920
(2,6%)
(6,7%)
11,4%
DAX
9.660
(5,8%)
(1,5%)
2,7%
FTSE
6.062
(3,0%)
(7,7%)
(2,7%)
CAC
4.455
(4,2%)
4,3%
(0,5%)
IBEX
9.560
(6,8%)
(7,0%)
3,7%
Euro Stoxx 50
3.101
(5,2%)
(1,5%)
1,2%
Nikkei
17.388
(8,0%)
(0,4%)
7,1%
Hang Seng
20.846
(3,8%)
(11,7%)
1,3%
Austrália
5.022
(3,6%)
(7,2%)
1,1%
Coréia do Sul
3.809
1,3%
(3,4%)
(9,5%)
Índia
7.949
(0,3%)
(4,0%)
31,4%
mês %
ano %
2014
EUROPA
PAN ÁSIA
OUTROS MERCADOS
MOEDAS
BRL/USD
3,9569
8,9%
49,5%
12,0%
BRL/EUR
4,4122
8,6%
37,2%
(1,0%)
USD/EUR
1,1177
(0,3%)
(7,6%)
(12,0%)
YEN/USD
119,8800
(1,1%)
0,2%
13,6%
USD/AUD
0,7017
(1,3%)
(14,1%)
(8,4%)
set/15
2014
2013
Futuro de DI jan/16
14,62
12,96
11,62
Futuro de DI jan/17
15,60
12,90
12,28
Futuro de DI jan/18
15,85
12,75
12,63
Futuro de DI jan/21
15,60
12,30
13,07
45,09
(8,4%)
(15,4%)
(45,9%)
1.115,07
(1,7%)
(5,9%)
(1,7%)
JUROS BRASILEIROS
COMMODITIES
Petróleo
Ouro
Fonte: Santander Brasil Asset Management
OUTUBRO/2015
SANTANDER ASSET MANAGEMENT
PROJEÇÕES ECONOMIA
GLOBAL
INDICADORES
MACROECONÔMICOS GLOBAIS
2014 PROJEÇÕES
2015 2016
2010
2011
2012
2013
(0,2)
4,9
3,6
3,0
3,0
2,9
2,8
3,7
(3,8)
2,6
1,3
1,1
1,2
1,6
1,9
2,1
ESTADOS UNIDOS
(2,8)
2,5
1,6
2,3
2,2
2,4
2,5
2,6
ZONA DO EURO
(4,4)
2,0
1,6
(0,8)
(0,4)
0,9
1,4
1,6
ALEMANHA
(5,6)
3,9
3,7
0,6
0,4
1,6
1,6
1,8
FRANÇA
(2,9)
2,0
2,1
0,4
0,4
0,4
1,0
1,0
REINO UNIDO
(4,3)
1,9
1,6
0,7
1,7
2,6
2,6
2,5
JAPÃO
(5,5)
4,7
(0,5)
1,7
1,6
(0,1)
0,7
1,5
3,1
7,0
5,7
4,8
4,7
4,3
3,5
4,9
7,7
9,7
7,9
6,7
6,5
6,7
6,8
6,7
9,2
10,4
9,3
7,7
7,7
7,4
6,8
6,3
(1,3)
6,0
4,6
3,1
2,7
1,3
0,3
3,3
(0,2)
7,6
3,9
1,8
2,7
0,1
(3,0)
(1,4)
Última atualização 6/10/2015
GLOBAL (*)
DESENVOLVIDOS
EMERGENTES
ASIA EX-JAPÃO
CHINA
AMÉRICA LATINA
BRASIL
2009
(*) Calculado pelo poder de compra
(*) As áreas sombreadas são projeções
Fonte: Santander Brasil Asset Management
OUTUBRO/2015
SANTANDER ASSET MANAGEMENT
PROJEÇÕES ECONOMIA
BRASILEIRA
INDICADORES
MACROECONÔMICOS
Última atualização 6/10/2015
2008
2009
2010
2011
2012
2013
PROJEÇÕES
2014 2015 2016
PIB crescimento real (%)
5,0
(0,2)
7,6
3,9
1,8
2,7
0,1
(3,0)
(1,4)
Inflação (IPCA/IBGE) (%)
5,9
4,3
5,9
6,5
5,8
5,9
6,4
10,0
6,5
Inflação (IGPM/FGV) (%)
9,8
(1,7)
11,3
5,1
7,8
5,5
3,7
8,0
6,2
Taxa de câmbio média (R$/US$)
1,84
1,99
1,73
1,67
1,95
2,16
2,35
3,34
3,97
Taxa de câmbio final (R$/US$)
2,34
1,74
1,67
1,88
2,04
2,34
2,66
3,90
4,00
Taxa de juro nominal final do ano (Selic)
13,75
8,75
10,75 11,00
7,25
10,00 11,75
14,25
12,25
Taxa de juro real média (deflacionado pelo
IPCA)
6,1
5,3
4,0
4,8
2,5
2,0
4,1
2,9
6,5
Resultado primário do setor público (% do
PIB) (*)
3,3
1,9
2,6
2,9
2,2
1,8
(0,6)
(0,4)
(0,5)
(*) As áreas sombreadas são projeções.
Fonte: Santander Brasil Asset Management
OUTUBRO 2015
SANTANDER ASSET MANAGEMENT
CENÁRIO EXTERNO
Cenário global estável, mas ajustado para baixo
A economia global encerrou o terceiro trimestre
registrando, em geral, resultados mais fracos nos
indicadores de sentimento. Para a economia dos
EUA, espera-se um recuo no crescimento
trimestral anualizado, que passaria de 3,9% no
2º Trimestre de 2015 para 1,9% no 3º Trimestre
de 2015. Todavia, a maior parte dessa
desaceleração deverá ser explicada por uma
forte redução nos estoques, e em menor grau
pela deterioração das exportações, face a um
cenário de demanda global fraca. Apesar disso,
o crescimento subjacente dos EUA continua
forte, com a demanda privada final (consumo e
investimentos,
excluindo
estoques)
se
expandindo a taxas próximas a 4%. No Reino
Unido e na zona do euro temos observado um
ritmo de crescimento modesto, em linha com as
expectativas, ao passo que Japão tem
desapontado e deve crescer muito pouco esse
ano, ao redor de 0,6%, depois da leve contração
de -0,1% observada no ano passado.
Já a economia chinesa aparenta ter apresentado
uma expansão maior no 3º Trimestre de 2015,
com o crescimento trimestral anualizado se
elevando para 8%, ante 7% no trimestre anterior.
No entanto, o quadro de desaceleração
estrutural da China permanece inalterado e
esperamos recuo no crescimento anual do PIB
do país de 7,3% em 2014 para 6,9% e 6,3% em
2015 e 2016, respectivamente.
A continuidade de um cenário de crescimento
sustentado nos EUA e de desaceleração gradual
na China permitirá que o crescimento global se
mantenha ao redor de 3% no 2S15. Ainda
assim, as perspectivas para a expansão da
economia global passaram por fortes revisões ao
longo deste ano, passando de 3,5% para 2,9%,
principalmente devido a decepções com a
evolução das economias emergente. Para 2016,
esperamos uma ligeira aceleração para 3,2%,
mas ainda assim, deveremos observar o biênio
mais fraco da economia global desde o fim da
Grande Recessão, no final de 2009.
De fato, economias emergentes como Brasil,
Peru, Rússia e México, tem passado por forte
desaceleração desde o fim do modelo
exportador da China em 2010. Esse fenômeno
também é aplicável a países desenvolvidos
exportadores de commodities, como é o caso de
Austrália, Nova Zelândia e Canadá. As
expectativas de mercado para os países citados
acima sofreram fortes ajustes para baixo nas
últimas semanas, ao mesmo tempo em que
aumentaram os receios de uma desaceleração
mais expressiva da economia chinesa. Tais
preocupações, até o momento, tem se mostrado
exageradas e não foram ratificadas pelos dados
econômicos. Além disso, algumas economias no
bloco dos emergentes permanecem resilientes,
como é o caso da Índia, que hoje apresenta
taxas de crescimento superiores às da China, e
de outros países da Ásia emergente, que
apresentam
menor
correlação
com
o
crescimento chinês.
Sendo assim, podemos destacar algumas
características recentes da economia global: (1)
as economias desenvolvidas devem apresentar
em 2015 a melhor performance desde 2010 e (2)
embora os emergentes sejam a principal
decepção de crescimento nesse ano, as
expectativas de mercado para esse grupo já
foram bastante ajustadas para baixo e devem se
estabilizar, à medida que o cenário de
desaceleração lenta na China se confirme e
Índia
permaneça
apresentando
boa
performance.
Devido aos receios em relação à economia
global e aos dados de emprego desfavoráveis de
setembro de 2015, o cenário de elevação de
juros nos EUA encontra-se bastante indefinido.
Na contramão da política monetária dos EUA,
acreditamos que há espaço para a ampliação
dos programas de compras de ativos na zona do
euro e no Japão, ao mesmo tempo em que
surgem iniciativas de mais afrouxamento em
alguns países, como já aconteceu com a Índia,
Taiwan, Noruega e Nova Zelândia em setembro.
Um cenário de alta tardia dos juros pelo Fed, em
conjunto com maior liquidez em Japão e zona do
euro, poderá aumentar mais uma vez o apetite
por risco dos investidores, dando novo fôlego às
economias emergentes.
OUTUBRO/2015
SANTANDER ASSET MANAGEMENT
CENÁRIO DOMÉSTICO
Em meio às incertezas fiscais, perspectivas para o crescimento
continuam piorando
Os dados mais recentes de atividade econômica
continuam sinalizando fraqueza nas perspectivas
de crescimento, sem quaisquer evidências de
melhora nos próximos meses. Os indicadores de
confiança permanecem nos patamares mínimos
históricos e os estoques do setor industrial ainda
estão muito elevados, a despeito de diversos
trimestres seguidos de contração na produção do
setor. Além disso, também se observa uma forte
deterioração na receita do setor de serviços. O
mercado de trabalho está passando por um
desaquecimento significativo, marcado por
expressiva elevação da taxa de desemprego e
queda no crescimento dos salários reais. Por fim,
as recentes incertezas políticas e fiscais, que
culminaram na perda do status de grau de
investimento pela S&P, continuarão influenciando
negativamente a confiança dos agentes
econômicos.
Devido
a
essa
conjuntura,
esperamos duas contrações consecutivas no PIB
brasileiro nos próximos anos: -3,0% em 2015 e 1,4% em 2016.
Apesar
das
perspectivas
negativas
de
crescimento, a inflação permanece muito elevada,
graças aos efeitos diretos e indiretos dos forte
reajustes observados nas tarifas públicas e ao
efeito de um câmbio mais depreciado sobre os
preços ao consumidor. Ao longo de praticamente
todo o ano, o índice de difusão do IPCA (que
mede a proporção de itens do índice que
apresentaram alta de preço em um determinado
mês) se manteve próximo às máximas históricas,
revelando pressões generalizadas nos preços.
Esperamos uma alta de 10,0% para o IPCA em
2015 e de 6,5% em 2016. Acreditamos que
existem riscos de alta em nossos números, caso a
depreciação no câmbio se torne mais acentuada
ou se o governo decidir aumentar impostos que
impactem os preços, como, por exemplo, a
Contribuição sobre Intervenção no Domínio
Econômico (CIDE), que afeta a cotação dos
combustíveis.
Até o momento, o Banco Central Brasileiro tem se
mantido firme em sua estratégia de manter a taxa
Selic
estável
em
14,25%
por
tempo
suficientemente prolongado. No entanto, a forte
depreciação cambial observada recentemente
tem provocado uma progressiva deterioração nas
expectativas futuras de inflação, comprometendo
grande parte do trabalho de ancoragem que o
Banco Central obteve neste ano. Nosso cenário
base ainda contempla quedas na taxa de juros no
ano que vem, devido ao cenário de persistente
recessão econômica no país, mas reconhecemos
que existem riscos não desprezíveis que podem
forçar o Banco Central a abortar o ciclo de
quedas, ou até mesmo a elevar os juros no curtoprazo, a fim de evitar uma piora adicional nas
expectativas de inflação.
Devido às decepções recorrentes dos resultados
fiscais ao longo do ano e da falta de habilidade do
governo de obter no Congresso a aprovação de
medidas que pudessem reverter tal situação,
projetamos novos déficits primários no setor
público em 2015 e 2016: -0,4% e -0,5% do PIB,
respectivamente. Graças a esses resultados
fiscais negativos e ao cenário prospectivo de
recessão intensa e prolongada, acreditamos que
a dívida pública como proporção do PIB alcançará
o patamar de 73% em 2017. Foi justamente essa
frustração crescente com a condução da política
fiscal no país que motivou a S&P a rebaixar a
nota da dívida pública brasileira, retirando do país
o status de grau de investimento.
Em relação à taxa de câmbio, quando nos
concentramos somente em seus fundamentos
econômicos (como os termos de troca, o
diferencial de inflação e a dívida pública),
acreditamos que um Real nas redondezas de
R$3,80 já seria suficiente para desencadear um
expressivo ajuste nas contas externas, levando o
déficit em conta corrente para patamares
próximos a 2,5% do PIB. No entanto, as
incertezas políticas e fiscais, aliadas à perda do
grau de investimento, acarretam em uma maior
aversão ao risco, que por sua vez faz com que a
taxa de câmbio se movimente para patamares
acima
do
seu
valor
de
equilíbrio.
Consequentemente, acreditamos que o Real
deverá oscilar em torno do intervalo de R$3,90R$4,00 nos próximos meses.
OUTUBRO/2015
SANTANDER ASSET MANAGEMENT
MERCADO
Renda Fixa
No âmbito local, o mês foi marcado pela
continuidade da incerteza política e fiscal,
que tem se refletido nos preços dos ativos,
principalmente através da depreciação
cambial e do aumento do prêmio de risco
embutido na curva de juros, que hoje
precifica a retomada do ciclo de aperto
monetário.
A crise de confiança na capacidade fiscal do
governo tem impactado também os títulos
das empresas brasileiras negociados no
exterior, especialmente aquelas com elevada
dívida em dólares.
Os agentes econômicos permanecem
aguardando uma resposta política mais
firme, sobretudo no que tange a situação
fiscal. Porém, o pacote de medidas
anunciados até o momento se mostra
insuficiente e de aprovação pouco factível,
tanto pela delicadeza política do assunto
quanto pela dependência da colaboração do
Congresso, que tem se mostrado hostil a
aumento de impostos na atual conjuntura de
recessão econômica.
Renda Variável
O mês de setembro foi mais um mês de
grande
volatilidade
nos
mercados
internacionais. No Brasil o mês começou
com o envio da proposta de Orçamento para
2016 deficitário em R$ 30 bilhões, o que fez
crescer as dúvidas dos investidores em
relação ao plano de ajuste fiscal do governo.
Alguns dias depois, a agência de
classificação de risco S&P rebaixou a nota
de crédito brasileira para grau especulativo.
Esses dois pontos combinados, juntamente
com a delicada situação política atual,
aumentaram nervosismo dos investidores e
consequentemente trouxeram volatilidade
para todos os mercados (bolsa, câmbio e
juros futuros). Em resposta à reação
negativa, tanto do mercado quanto do
Congresso, o governo anunciou um pacote
de medidas que inclui corte de gastos e
aumento de impostos, numa tentativa de
reverter o déficit previsto na peça
inicialmente enviada. A reação do mercado
foi positiva, entretanto a melhora teve fôlego
curto, à medida que os investidores
perceberam que a maioria do ajuste nas
contas públicas trazidas pelo pacote
depende de aprovação no Congresso, que
vem se mostrando bastante refratário a
aumentos de impostos.
No cenário internacional, na esperada
reunião do Banco Central americano de
setembro, a autoridade monetária optou pela
manutenção da taxa básica de juros, embora
continuem indicando que uma alta pode vir
ainda esse ano. Embora a manutenção dos
juros traga algum alívio para os mercados
emergentes no curto prazo, é também uma
indicação que o Banco Central Americano
ainda vê riscos na economia global para
iniciar o processo de aperto monetário.
CIO
Departamento Econômico
Eduardo Castro
Ricardo Denadai
Hugo Penteado
Danilo Passos
Clayton Calixto
OUTUBRO 2015
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