Mensagem do Presidente O Relatório da Responsabilidade Social O Grupo Santander investiu, em 2002, 2,7% do lucro líquido atribuído em actividades de Responsabilidade Social Corporativa ‘‘ ” O Relatório Anual clássico é o modo habitual de dar resposta à exigência legal – que em Espanha remonta nada menos que ao Código de Comércio de 1885– de transmitir ao exterior uma “imagem fiel” da empresa. Mas até agora essa imagem fiel foi entendida quase de um modo exclusivo em termos de resultados financeiros e de actividade empresarial. O novo conceito de Responsabilidade Social Corporativa obriga a abordar a questão a partir de uma óptica muito mais ampla, considerando a articulação que a empresa mantém com a sociedade a que pertence. O Relatório da Responsabilidade Social é, portanto, um complemento imprescindível do Relatório Anual e sem ela a “fotografia” do nosso Banco não estaria completa. Um compromisso As empresas do século XXI são obrigadas a adaptar-se a novas exigências sociais, o que passa por assumir o papel que lhes corresponde em aspectos nos quais a sua influência é muito relevante: as relações com os seus clientes, com os seus empregados e com os seus fornecedores, a preocupação pelo meio ambiente, o compromisso com a sociedade ou, para o dizer de um modo mais exacto, com as sociedades com as quais se relaciona. O nosso Grupo conta com mais de cem mil empregados e atende 35 milhões de clientes: é lógico que o nosso grau de Responsabilidade Social seja proporcional à nossa posição de liderança. Uma estratégia A Responsabilidade Social implica uma estratégia baseada numa relação viva, de melhoria permanente, com todos os stakeholders e, muito especialmente, com os clientes. Temos de nos estabelecer de forma contínua como podemos melhorar as nossas relações com cada um destes grupos. Sem subestimar nenhum deles, preocupa-me, de forma prioritária, o modo como chegamos aos nossos clientes, porque eles são o verdadeiro motor do Grupo. E saliento este ponto com um claro sentido auto-crítico, porque creio que algumas das recentes circunstâncias do Grupo, relativas ao seu crescimento, provocaram nalgumas ocasiões alguma deterioração na qualidade do serviço. A situação melhorou e melhorará ainda mais no futuro imediato, mas devemos extrair 4 O Santander e a Sociedade dessas circunstâncias uma lição fundamental: que não podemos baixar as guardas no que toca à Responsabilidade Social. Desenvolvimento sustentável A Responsabilidade Social é uma resposta nova a uma necessidade actual: a de apostar num conceito de desenvolvimento em que a produção seja compatível com a preservação dos valores sociais e naturais, o que não implica qualquer renúncia nem abandono do objectivo básico da empresa, que é a obtenção de lucros. Pelo contrário, estou convencido que a sociedade, os clientes e os investidores privilegiarão cada vez mais as empresas que apostem num desenvolvimento sustentável. A médio e a longo prazo O conceito de Sustentabilidade está ligado de muito perto às ideias de permanência e de equilíbrio. A actividade humana em geral, e a empresarial em particular, têm que afastar dos seus modos de actuação o curto prazo como horizonte e o desinteresse por quanto os rodeia. Há que apostar em modelos em que seja perfeitamente compatível o desenvolvimento e o crescimento com a conservação do meio ambiente, com a qualidade de vida das pessoas, com o apoio à educação e à cultura como instrumentos essenciais para a construção do futuro. Para um futuro melhor O Grupo Santander investiu, em 2002, 61 milhões de euros em actividades de acção social e cultural, o que representa 2,7% do lucro líquido atribuído nesse exercício. Constitui um enorme esforço que apenas tem sentido se se pensar em termos de investimento no futuro. Investimento a longo prazo, em valores tangíveis, mas absolutamente essenciais, como são um melhor desenvolvimento das nossas sociedades, uma maior preparação dos nossos jovens, uma recuperação de valores, etecetera. Um investimento que reverte para benefício da sociedade e, também, porque não, para nosso próprio benefício. Social Corporativa é relativamente recente e a formulação de políticas nesta matéria está a fazer-se agora. Mas o nosso Banco é pioneiro em muitas destas actividades. E isso é o que nos permite formular a nossa estratégia neste campo com a confiança de saber que já percorremos um grande caminho. A Universidade, o nosso foco Um exemplo muito claro do anterior é a nossa relação com as universidades. São a base essencial do desenvolvimento intelectual e humano dos países e um dos motores do seu crescimento económico. Há já mais de seis anos que iniciámos um programa de colaboração que hoje implica a existência de mais de 250 convénios com outras tantas instituições académicas em Espanha, Portugal e América Latina e que engloba 637 universidades vinculadas ao Portal Universia. Temos razões para nos sentirmos orgulhosos do que hoje é a maior aliança entre uma entidade financeira e o mundo académico e universitário. Continuidade Sob esta forma ou outra semelhante, a partir de agora o Banco prestará contas todos os anos do grau de cumprimento dos seus compromissos para com a sociedade. Estou convencido que entrámos numa dinâmica imparável, e que as empresas que queiram avançar no século XXI com garantias de sucesso devem estar em condições de se submeter periodicamente ao exame da opinião pública. No Grupo Santander propusemo-nos ficar aprovados todos os anos neste exame com boa classificação. Emilio Botín Presidente No Santander temos tido estas ideias muito claras há muito tempo. É verdade que o conceito de Responsabilidade Mensagem do Presidente 5