facis - faculdade de ciências da saúde neli aparecida moreira fobia

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FACIS - FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
NELI APARECIDA MOREIRA
FOBIA SOCIAL E HOMEOPATIA
SÃO PAULO
2012
NELI APARECIDA MOREIRA
PÓS-GRADUAÇÃO EM HOMEOPATIA
FOBIA SOCIAL E HOMEOPATIA
Monografia apresentada a Faculdade de
Ciências da Saúde como pré-requisito para
obtenção de Certificado de Conclusão de
Curso de Pós- graduação Latu Sensu em
Homeopatia.
Orientador: Dr. Oswaldo Ocudízio
SÃO PAULO
2012
Moreira, Neli Aparecida
Fobia social e homeopatia. / Neli Aparecida Moreira. - São Paulo, 2012.
37f.;il.;30cm
Monografia – FACIS - Faculdade de Ciências da
Saúde, Curso de Pós Graduação Lato Sensu em
Homeopatia.
Orientador: Prof. Dr. Oswaldo Ocudízio
1. Homeopatia 2. Fobia Social 3. Ansiedade I.Título
AGRADECIMENTOS
Primeiramente gostaria de agradecer a Deus, pela vida e oportunidade de a cada dia
conseguir me aprimorar na busca do saber.
Aos meus professores Dr.Mário Giorgi, Dr.Carlos Brunini ,Dr. Marcelo Postilione e
Dr. Furuta pela sua didádica , paciência, e incentivo.
Ao Dr. Oswaldo Ocúdizio, meu orientador, que sempre muito dedicado e paciente,
generosamente compartilhou sua sabedoria para realização deste trabalho..
Aos meus amigos, pelo incentivo, dedicação, apoio e amizade
RESUMO
A fobia social ou transtorno da ansiedade social ou sociofobia é uma intensa
ansiedade que surge quando a pessoa acometida é submetida a avaliação de outras
pessoas. O presente trabalho refere-se ao uso da Homeopatia como método
coadjuvante no tratamento de um caso de fobia social.
Palavras chaves: fobia social, Medo, Ansiedade.
ABSTRACT
The social phobia or social anxiety disturb is an extreme anxiousness that appears
when a person is
submitted
to
juldgment of other individuals. The present
analysis refer s to the use of homeopathy an a supporting method for treatment of
one evidence of social phobia.
Key words: Phobia social, Fear; Social anxiety disorder.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Repertório de Homeopatia 1 ...................................................................................... 22
Figura 2 Repertório de Homeopatia2 ....................................................................................... 33
SUMÁRIO
1.
INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 7
2.
FOBIA SOCIAL ................................................................................................................. 9
3.
A HOMEOPATIA............................................................................................................. 13
4.
HIPÓTESE ........................................................................................................................ 19
5.
MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................................. 20
6.
RESULTADOS ................................................................................................................. 23
6.1
NATRUM MURIATICUM - Matéria Médica .......................................................... 23
6.2
LYCOPODIUM CLAVATUM - Matéria Médica .................................................... 24
6.3
IGNATIA AMARA - Matéria Médica ...................................................................... 25
6.4
CALCAREA CARBONICA - Matéria Médica......................................................... 27
7.
CASO CLÍNICO ............................................................................................................... 29
8.
DISCUSSÃO..................................................................................................................... 34
9.
CONCLUSÂO .................................................................................................................. 36
BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................................... 37
7
1. INTRODUÇÃO
A idéia do presente trabalho surgiu após consulta ambulatorial homeopática
de um paciente com diagnóstico de fobia social e com pouca melhora com
tratamento convencional. A paciente procurou o ambulatório de Homeopatia para
uma nova alternativa de tratamento.
Atualmente, a correria do dia-a-dia, o culto ao corpo, e outras questões da
vida moderna podem desencadear problemas psicológicos, devido a grande dose de
ansiedade, muitas vezes, de difícil administração tanto para adultos, crianças e
jovens.
A Fobia Social é um tipo de transtorno de ansiedade e é tida como uma
anomalia da sociedade moderna, tal como o estresse, a síndrome do pânico e
muitas outras anomalias psíquicas.
O tratamento convencional da Fobia Social baseia-se em medicamentos
alopáticos associado a psicoterapia. Esse tratamento precisa ser regular e
persistente, tornando-se muitas vezes oneroso para o paciente, que muitas vezes
acaba por não mantê-lo de forma regular. O sistema público nem sempre consegue
dar vazão aos inúmeros pacientes, de modo que apenas os pacientes
financeiramente privilegiados conseguem manter o tratamento farmacológico
associado a psicoterapia.
Além disso, os medicamentos convencionais não são isentos de efeitos
colaterais e nem sempre a resposta farmacológica consegue trazer o bem estar e
equilíbrio emocional que o paciente necessita.
8
Diante destes fatos, a Homeopatia pode ser uma alternativa importante
porque aborda tanto o aspecto mental quanto orgânico do paciente. Além disso, a
Homeopatia é uma forma de tratamento segura e barata podendo assim representar
mais um tipo de intervenção terapêutica para aqueles pacientes que são
parcialmente responsivos ao tratamento convencional.
Neste trabalho foi feita uma revisão de literatura sobre Fobia Social:
definição, tipos, quadro clinico, terapêutica convencional seguida de um breve
histórico da Homeopatia e seus princípios fundamentais.
Foi descrito os principais sintomas da fobia social e feita a tradução em
linguagem repertorial homeopática. Esses sintomas foram então repertorizados e
foram obtidos os principais medicamentos homeopáticos que cobrem o quadro
clinico de fobia social, realizando uma descrição resumida do perfil mental destes
medicamentos. Foi descrito também o quadro clinico abordado no ambulatório de
homeopatia, bem como o tratamento e evolução do mesmo.
9
2. FOBIA SOCIAL
A fobia social é considerada um dos transtornos mentais mais prevalentes
na população geral.
A fobia social é o medo acentuado e persistente de agir de forma ridícula
ou inadequada na presença de outras pessoas, gerando ansiedade intensa quando
submetido a avaliação.
Apresenta-se em dois tipos básicos: a circunscrita, restrita a apenas um tipo
de situação social, e a generalizada, caracterizada pelo temor a todas ou quase
todas as situações sociais.
Conforme o rigor diagnóstico, estima-se que 5% a 13 % da população geral
apresentem sintomas fóbicos sociais que resultem em diferentes graus de
incapacitação e limitações sociais e ocupacionais.
A patogenia da fobia social pode mostrar um modelo claro de interações
entre fatores biológicos e genéticos, por um lado, e acontecimentos ambientais de
outros.
Relatos de co-morbidade com fobia social variam de 50 a 80%, tais com
transtornos de ansiedade, do humor, e relacionados ao uso de drogas.
As características clínicas da fobia social são: ansiedade antecipatória, os
sintomas físicos, a esquiva e a baixa auto-estima.
Os sintomas são típicos de qualquer transtorno de ansiedade. O que
caracteriza a fobia social particularmente é o desencadeamento dos sintomas
sempre que a pessoa é submetida à observação externa enquanto executa uma
atividade.
10
O medo social na grande maioria das vezes está associado às situações de
desempenho, como falar em público, as interações sociais do dia- a- dia, como ir a
uma festa, uma entrevista de emprego, etc.
As pessoas diagnosticadas como fóbicas sociais apresentam uma
hipersensibilidade a críticas, mantêm uma avaliação negativa a respeito de si
mesma, sentimentos de inferioridade, e apresentam grande dificuldade em serem
assertivas.
Segundo o DSM-IV-TR (APA, 2002), a fobia social é caracterizada por medo
acentuado e persistente de uma ou mais situações sociais ou de desempenho. A
pessoa teme agir de um modo ou mostrar sintomas de ansiedade que lhe sejam
humilhantes e embaraçosos, e a exposição à situação social temida provoca uma
resposta de ansiedade intensa, que pode chegar a um ataque de pânico. A pessoa
geralmente evita essas situações ou as suporta com intenso sofrimento. A fobia
social apresenta significativa interferência nas rotinas de trabalho, acadêmicas e
sociais.
Os critérios diagnósticos para fobia social de acordo com DSM-IV-TR (
Manual de Diagnóstico e Estatística das Desordens Mentais, 2002) são:
A) Medo acentuado e persistente de uma ou mais situações sociais ou de
desempenho, nos quais o individuo é exposto a pessoas estranhas ou ao
possível escrutínio por terceiro. O individuo teme agir de um modo (ou
mostrar sintomas de ansiedade) que lhe seja humilhante e vergonhoso.
Nota: Em crianças deve haver evidências de capacidade para
relacionamentos sociais adequados à idade com pessoas que lhe são
familiares, e a ansiedade deve ocorrer em contextos que envolvem seus
pares, não apenas em interações com adultos.
B) A exposição à situação social temida quase invariavelmente provoca
ansiedade, que pode assumir a forma de um ataque de pânico ligado a
situação ou prediposto por situação.
Nota: Em crianças, a ansiedade pode ser expressa por choro, ataques de
raiva, imobilidade ou afastamento de situações sociais com pessoas
estranhas.
C) A pessoa reconhece que o medo é excessivo ou irracional.
Nota: Em crianças essa característica pode estar ausente.
11
D) As situações sociais e de desempenho temidas são evitadas ou
suportadas com intensa ansiedade ou sofrimento.
E) A esquiva, antecipação ansiosa, ou sofrimento na situação social ou de
desempenho temida, interferem significativamente na rotina, no
funcionamento ocupacional (acadêmico), em atividades sociais ou
relacionamentos do individuo, ou existe sofrimento acentuado por ter a
fobia.
F) Em indivíduos com menos de 18 anos, a duração é de no mínimo 6
meses.
G) O temor ou esquiva não se deve aos efeitos fisiológicos direto de uma
substância (por e, droga de abuso, medicamento) ou de uma condição
médica geral, nem é bem mais explicado por outro transtorno mental (por
ex., transtorno do pânico com ou sem agorafobia, transtornos de ansiedade
de separação, transtorno dismórfico corporal, transtorno global do
desenvolvimento ou transtorno da personalidade esquizóide).
H) Em presença de uma condição médica geral ou outro transtorno mental,
o medo no Critério A não tem relação com estes; por ex., o medo não diz
respeito a tartamudez, tremor na Doença de Parkinson, ou manifestação de
um comportamento alimentar anormal na anorexia nervosa ou bulemia
nervosa. Especificar se: Generalizada: se os temores incluem a maioria das
situações sociais (considerar também o diagnóstico adicional de transtorno
da personalidade esquiva) . (American Psychiatric Association, 2002).
A ansiedade que surge em situações de interação social é usualmente
acompanhada por sintomas somáticos agudos, que incluem: tremores, sudorese,
face corada, sensação de bolo na garganta, dificuldade de falar, tontura, falta de ar,
mal estar abdominal, urgência para defecar ou urinar, dificuldade para urinar em
banheiros públicos, desconforto em comer perto de outras pessoas, ficar acordado
durante a noite antecipando um compromisso e sofrendo ao imaginar a situação,
escrever ou assinar em publico, falar em publico, dirigir e estacionar o carro, comer
ou beber, ser fotografado ou filmado, cantar ou tocar um instrumento. São pessoas
extremamente sensíveis ás criticas e frequentemente imaginam que estão sendo
criticados.
Em outras palavras, fobia social, diz respeito ao medo da humilhação,
constrangimento, e de fazer algo errado na frente dos outros. Aqueles com fobia
social apresentam um senso aumentado de que estão sendo observados, totalmente
12
desproporcional a realidade, e normalmente os sintomas fóbicos surgem quando a
pessoa é submetida à observação externa enquanto executa uma atividade.
O tratamento médico é feito com uso de medicamentos associados a
psicoterapia cognitivo-comportamental. Entre os medicamentos, a primeira escolha
encontra-se nos inibidores seletivos da recaptação da serotonina e em segundo
lugar , os benzodiazepínicos. Outras categorias de fármacos com provável eficácia
incluem os IMAOs, outros agentes gabaégicos, beta-bloqueadores (com papel
limitado na fobia social generalizada). Os antidepressivos tricíclicos, o ácido
valproico e a buspirona têm apresentado resultados negativos.
O tratamento que esteja funcionando adequadamente deve ser mantido por
períodos prolongados, mais de dois anos. Depois disso, o índice de recidiva é muito
alto, mais de 90%, caso o medicamento seja suspenso.
De qualquer forma, não se pode deixar de apontar a necessidade de tempo
hábil para que todo esse tratamento comece a restaurar a homeostase mental do
paciente, além do fato de que cada paciente responde de forma particular e
individualmente ao tratamento, que não é isento de efeitos colaterais.
13
3. A HOMEOPATIA
A Homeopatia surge na Alemanha, em 1790, na cidade de Meisser, por
intermédio de seu fundador, o médico Christian Friedrich Samuel Hahnemann, que,
inconformado com os meios terapêuticos da medicina da época, fazia críticas
severas ao fato dos médicos da época desconhecerem a natureza das substâncias
usadas como medicamentos e seus efeitos. Hahnemann abandonou a prática
médica e passou a dedicar-se a tradução de matérias médicas. Ao traduzir a matéria
médica de Cullen sobre as propriedades medicinais da casca da quinquina,
substância utilizada para tratar malária, toma conhecimento que indivíduos sadios
que tinham tomado china, desenvolviam sintomas muito semelhantes ao da malária.
Isto impulsionou Hahnemann a experimentar em si mesmo a china e
constatou o aparecimento em si próprio de sintomas semelhantes ao da malária e
que ao interromper o uso do medicamento, os sintomas desapareciam, constatando
a informação da matéria médica de Cullen.
Hahnemann, então, toma como base o principio formulado por Hipócrates : a
lei dos semelhantes – Similia Similibus Curantur , que significa que a substância
capaz de curar o doente é aquela que tem a capacidade de produzir os mesmos
sintomas no individuo sadio , quando o mesmo entra em contato com esta
substância.
Esse potencial curativo pela regra da similaridade, embora já fosse
conhecido na antiga Índia, por Hipócrates, o pai da Medicina , pelo físico e místico
alemão Paracelsus, foi Hahnemann , um médico alemão que em 1790 testou esse
principio e fundamentou as bases da Medicina Homeopática.
14
De 1790 a 1796, Hahnemann experimenta numerosas substâncias, sempre
em indivíduos sadios e dentro de normas protocolares preestabelecidas. Ao conjunto
de manifestações apresentadas pelo individuo sadio e sensível, durante a
experimentação de uma droga, foi dado o nome de patogenesia. A reunião dos
quadros experimentais devidamente catalogados passou a constituir a Matéria
Médica Homeopática.
Após a experimentação da quinquina, Hahnemann introduziu um novo
método de estudo da qualidade das drogas. A resultante desta descoberta foi a
enumeração de um enorme número de informações detalhadas de alterações nas
sensações e funções observadas nos experimentadores e registros toxicológicos da
época, referentes às inúmeras substâncias estudadas.
Com o rápido crescimento das substância experimentadas e registradas por
Hahnemann e seus discípulos, foi percebido que nenhuma mente humana poderia
lembrar de todos os sintomas descritos nas Matérias Médicas. Hahnemann sentiu
necessidade de ter algum auxílio para relembrar os dados das experimentações;
assim, ele mesmo incentivou seus discípulos a elaborar um manual que fosse um
índice para a Matéria Médica dos sintomas referentes aos medicamentos
experimentados.
Foi em 1805 que aparece em Leipzig o primeiro esboço do que chamamos
hoje de Repertório Homeopático, com a patogenesia de 27 medicamentos. Surgiram
dezenas de repertórios no decorrer dos tempos, os mais importantes foram os de
Clement Von Boenninghausen e de James Tyler Kent.
O repertório é um índice para a Matéria Médica. Repertório e Matéria Médica
são complementares um ao outro.
15
Repertório é um índice de sintomas coletados a partir de registros
toxicológicos, experimentações em indivíduos sãos e curas na prática clinica e que
são reproduzidos e artisticamente arranjados de uma forma prática , auxiliando-nos
a encontrar o sintoma requerido conjuntamente ao medicamento ou grupo deles, os
quais são citados
em diferentes graus , com o intuito final de facilitar a rápida
seleção do medicamento simillium.
Hahnemann experimentou baixíssimas doses no esforço de minimizar cada
efeito e com isso desenvolveu a técnica chamada potencialização, em que o
remédio escolhido( repertorizado) é diluído e succionado para produzir o termo da
dose infinetesimal, a menor dose capaz de produzir a cura.
Assim, a Homeopatia apresenta quatro pilares em sua fundamentação:
Lei da semelhança ou Simila similibus curentur (Sejam os semelhantes
curados pelos semelhantes).
Experimentação no homem são.
Dose mínima
Remédio único.
Define-se medicamento simillium aquele medicamento cuja patogenesia
melhor coincidir com as manifestações psíquicas, gerais e locais, apresentadas por
um doente, será o simillium deste doente.
A Homeopatia é uma ciência, que trata o todo, ou seja, busca o equilíbrio e a
totalidade do individuo, não se importando com a causa das doenças. O homem é
um ser emocional. Se houver uma desunião em seu aspecto psíquico, ocorre o
desequilíbrio, surgindo a doença.
16
Sendo assim, trata o doente e não a doença; percebe que existe algo que
antecede a doença. “o homem doente é anterior ao corpo doente” (HAHNEMANN,
1990 apud PINHEIRO 2011).
O termo Homeopatia vem do grego homoios (similar) e pathos (doença),
assim, o potencial curativo das substâncias medicinais dependem, portanto ,de seus
sintomas, semelhantes à doença , porém superiores em força. Assim cada caso
individual de doença só é destruído e curado de forma segura, radical, rápida e
permanente, através de medicamentos capazes de produzir (no organismo
humano), da forma mais semelhante e completa, a totalidade de seus sintomas, que
ao mesmo tempo sejam mais fortes que a doença.
Segundo a Homeopatia, a força vital atua em todo o organismo, psíquico e
físico, mantendo o estado de saúde. O remédio homeopático atua aumentando a
força vital para que esta se torne superior a qualquer agente agressor, que pode ser
psíquico, ambiental, físico... , ou seja, a força vital que é dinamicamente alterada
pela doença natural, ao se iniciar o tratamento homeopático, essa força vital é
instigada por uma segunda doença artificial semelhante e um pouco mais forte que a
doença natural. Essa doença artificial é provocada pela administração de
medicamento dinamizado e escolhido conforme a semelhança relacionada aos
sintomas do doente. Deste modo, a influencia mórbida mais débil da doença natural
cessa de atuar sobre a força vital e passa a ser dominada pela atuação mórbida
artificial
provocada
pelo
medicamento.
Essa
segunda
força
morbífica
medicamentosa puramente dinâmica se dissipa, mas suas conseqüências
prosseguem, restabelecendo o equilíbrio orgânico. A curta duração do poder
morbífico artificial permite que o mesmo, embora dinamicamente mais forte, seja
vencido pela reação da força vital.
17
Todo medicamento homeopático afeta e age no individuo em seu modo de
pensar e querer, e posteriormente nos seus órgãos, tecidos, funções e sensações.
Através da observação da experimentação dos remédios homeopáticos no
organismo, Hahnemamm observou que os sintomas mentais foram os mais
importantes e os primeiros a se manifestarem; estudou profundamente as doenças
crônicas (estados de desequilíbrio prolongado) e expôs a teoria dos miasmas
crônicos.
Os miasmas são etapas fisiopatológicas de um desequilíbrio inicial que
progride devido a noxas (causas) diversas. Noxa é todo agente causador de doença
podendo ser um ambiente hostil, epidemias, agressões.
Os três miasmas fundamentais são chamados Psora, Sicose, e Sífilis.
O organismo agredido reage através de alterações celulares e descargas de
toxinas com desorganização das funções celulares. Essa alteração do metabolismo
celular constitui a Psora, por exemplo, inflamações agudas. Se o organismo se
mobiliza não por descargas, mas por uma hiperfunção na reprodução e multiplicação
celular causando excesso, instala-se a Sicose, por exemplo nevus, verrugas,
hipertrofia cardíaca, obesidade, etc . Um processo mais agressivo em que a
capacidade de defesa do organismo for ultrapassada, causando destruição dos
tecidos, indica o estado miasmático sifilítico, que é um estado grave, por exemplo,
úlceras e destruição dos tecidos.
Quanto às alterações mentais, as manifestações da psora são as emoções
mais primárias como ansiedade, medo, angústia; As reações mais exacerbadas
como medo irracional, idéias fixas, depressões, assim como as atitudes de
crueldade, de cólera, e mentira, estão relacionadas à Sicose. A Sífilis, mais
destrutiva, traduz-se por manifestações psíquicas mais violentas como ódio, ciúmes
18
infundados, cólera e desprezo por si e pelos outros, com perturbação nas idéias, no
raciocínio, na imaginação e na razão.
A homeopatia tem a finalidade de promover o restabelecimento energético
para manter o estado de saúde. O remédio escolhido será o que possui as
características patogenéticas semelhantes aos sintomas apresentados pelo
organismo. Segundo Hahnemann, duas forças não ocupam o mesmo lugar no
organismo, de modo que a mais fraca sucumbe à mais forte. O remédio
homeopático atua aumentando a força vital de modo que esta vença e se torne
superior à força de ação dos agentes agressores, estimulando a capacidade natural
de recuperação da saúde.
Essa é a cura homeopática. A cura, que é o equilíbrio, é observada no
desaparecimento dos sintomas clínicos, no equilibrio miasmático das tendências de
adoecer, e em um nível pessoal na mudança de atitude, que é o que Hahnemann
chamava de altos fins da existência.
19
4. HIPÓTESE
É possível tratar fobia social com Homeopatia?
20
5. MATERIAIS E MÉTODOS
Foi realizada a seleção dos principais sintomas da fobia social nas literaturas
de (Davidson, 1995; Nardi, 1999) e em seguida foi feita a tradução destes sintomas
em linguagem repertorial. O repertório utilizado foi o digital do Dr. Ariovaldo Ribeiro
Filho, especialista em Homeopatia pelo CFM e atual presidente da Associação
Paulista de Homeopatia(APH).
Os sintomas selecionados foram:
1.Sensação de medo intenso; medo irracional;
2.Medo da critica;
3.Baixa auto-estima;
4.Sensação de bolo na garganta;
5.Dificuldade de urinar em banheiros públicos;
6.Ficar acordado a noite antecipando um compromisso;
7.Palpitação;
8.Medo da humilhação;
9.Medo de ser constrangido;
10. Isolamento social;
11. Timidez acentuada;
12. Ansiedade intensa quando submetido à avaliação;
Esses sintomas foram então traduzidos em linguagem repertorial como
segue:
1.Mental - Transtornos por medo;
2.Mental – sensível à repreensões , reprimendas;
3.Falta de confiança em si mesmo;
21
4.Garganta – bolo, grumo, protuberância, etc ; sensação de
5.Bexiga – retenção de urina- incapaz de urinar na presença de
companhia;
6.Transtornos por antecipação;
7.Peito –palpitação cardíaca – ansiedade com;
8.Mental – transtornos por humilhação;
9.Mental – transtornos por constrangimento;
10. Misantropia;
11. Mental – timidez, envergonhado;
12. Mental – transtornos de ansiedade;
Esses sintomas foram repertorizados. ( vide anexo 1 )
22
Figura 1 Repertório de Homeopatia 1
23
6. RESULTADOS
As medicações mais pontuadas na repertorização foram:
1. Natrum muriaticum;
2. Lycopodium clavatum;
3. Calcarea carbonica;
4. Ignatia amara;
Foi realizada uma descrição resumida com enfoque no mental de cada
medicamento.
6.1
NATRUM MURIATICUM - MATÉRIA MÉDICA
Natrum muriaticum ou Cloreto de Sódio (NaCl) é o vulgar sal de cozinha.
Está na nossa alimentação diariamente e é um medicamento poderoso quando suas
propriedades são liberadas pelos processos de dinamização.
Medicamento do paciente pouco comunicativo, reservado, distraído, que
foge da companhia das pessoas que não conhece.
É ambivalente e sempre nos extremos. É inseguro e impermeável à
psicoterapia. Tendência obscessiva ou fóbica-obscessiva. O paciente duvida de si
mesmo, verifica de modo compulsivo.
Padecem de frustração quando não recebe afeto na medida necessária, e
essa frustração interfere no seu desenvolvimento, implicando em falta de segurança,
de autonomia, falta de capacidade de valorizar-se e ser independente.
Os indivíduos Natrum muriaticum quando sofrem emoções e decepções, as
guardam dentro de si para serem curtidas da mesma maneira como o sal conserva.
24
Então busca o isolamento, a solidão. Sofre silenciosamente, curtindo sua raiva, sua
frustração e por isso torna-se irritadiço e impetuoso.
Esses indivíduos necessitam quantidade exagerada de água e sal, assim
como necessitam de quantidades exageradas de afeto. Daí derivam sintomas
reativos de não aceitar ter prazer na vida, pensamentos persistentes, idéia fixa,
descontentamento, raiva reprimida, fixação no passado.
Tem ansiedade diante dos problemas, ansiedade ao dormir, ansiedade pelo
futuro e palpitação por ansiedade. Tem medo escravizante, medos recorrentes,
medo de fracassar.
Assim como não choram na frente dos outros , também não são capazes de
urinar na presença de outro, não tolerando que o olhem.
6.2
LYCOPODIUM CLAVATUM - MATÉRIA MÉDICA
Lycopodium clavatum é um grande musgo, da família das lypodiáceas que
se desenvolve a sombra de arbustos, procurando terrenos pedregosos e
montanhosos, rastejando no chão. Cresce na Europa, Finlândia, Rússia, Suiça,
Alpes e Pirineus.
Apresenta psiquismo voluntarioso, orgulhoso, e muito inteligente. Quer
sempre ser o melhor. Tendência a crítica e a puxar discussão. Tem sempre a última
palavra.
Parece seguro de si e dos fatos, porém trazem consigo a sensação de
menos valia, com falta de confiança em si mesmo, em sua capacidade e em suas
atitudes para enfrentar o meio que o rodeia, e resolve isto tendo atitudes reativas,
tais como mostrando-se orgulhoso, superior, arrogante, e ditatorial.
25
É um individuo emotivo, medroso, melancólico, muito sensível, e facilmente
irritável. Quer estar só, mas não completamente, quer que alguém esteja em casa,
não quer sentir-se isolado. Não deseja estar em sociedade, ver pessoas que não
conhece, deseja somente ter contato com os que já tem intimidade. Tem dificuldade
de se expressar e é tímido. Sofre por antecipação em assuntos que colocarão em
prova sua capacidade, temendo o fracasso.
6.3
IGNATIA AMARA - MATÉRIA MÉDICA
Ignatia amara, Faba febrífuga, Faba indica, Nux igasur ou fava de Santo
Inácio é a semente da Strychnos Ignatia, uma planta trepadeira da família das
Apocináceas e que cresce nas Filipinas, na Conchinchina e em todo o extremo
Oriente.
Esta semente, do tamanho de uma avelã, é angulosa, irregular e dura como
pedra. Cada fruta da planta contém 20 a 40 sementes. Sua ação se deve aos seus
dois principais alcalóides, a estricnina e a brucina.
Apresenta percepção aguçada, humor muito mutável, caráter dócil mas
facilmente irritado.
O caráter, como tudo em Ignatia amara, é paradoxal. Oscilação em uma
instabilidade contínua, choro e riso, alegria e tristeza. Nash denomina Ignatia um
“Remédio das paradoxalidades”: tem febre sem sede, dor de garganta que melhora
ao engolir, calafrios melhoram quando se descobre, vazio no estômago que não
melhora por comer.
Clarke diz (Dictionary), “As sementes de Ignatia contêm uma maior
proporção de Strychnia do que a de Nux vômica e ao comparar a mentalidade das
duas drogas , Hahnemann diz que Ignatia não é adequada para pessoas em que
26
predominam a raiva , impetuosidade ou violência , mas sim para aqueles que são
sujeitos à alternância
súbita entre alegria e o choro e alternância
de outras
emoções. Sem ser colérico nem precipitado, é impressionável e extremamente
susceptível; magoa-se por nada, isola-se para chorar, para ruminar suas tristezas
que exagera; faz um drama acompanhado de suspiros e lamentos. Emociona-se
com facilidade e ao menor susto.
Ignatia é um grande remédio do mau humor e das contradições; do estresse
e da tensão mental, ligada ao choque, à perda, ao desapontamento ou a aflição, que
perturbam violentamente o julgamento e o autocontrole. É um dos melhores
remédios para os transtornos por emoções, tristezas, penas e medo. Tem tendência
a ressentir-se e apresentar melancolia e tristeza, com disposição para sofrer em
silêncio. Sofre de tristeza escondida, com grandes suspiros, desejando estar só com
seus pensamentos. Suspira muito, profundamente, por nada seus olhos enchem de
lágrimas, humor extremamente lábil passando do riso para lágrimas e vice- versa.
Também é um importante remédio nos casos de vexação em indivíduos que
não tem tendência para reagirem violentamente ou para se vingarem, mas que
mantém seus aborrecimentos consigo mesmo; em quem, numa palavra, a
lembrança da ocorrência vexatória é hábito permanecer na mente, principalmente
em condições mórbidas que são produzidas por acontecimentos que causam
mágoa.
Humor melancólico, tristeza, choro, suspira profundamente, fechada em si
mesmo, rumina seus pensamentos e idéias. Caprichoso, mudando rapidamente de
estado mental, de alegria em pesar, de riso em choro. Grande remédio da histeria.
Insônia após contrariedades, sono não reparador, pesadelos, sonhos tristes
que o deixam impressionados.
27
Apresenta sensação de como se uma bola subisse do estomago para a
garganta (bolo histérico), sobretudo após uma tristeza, uma contrariedade.
6.4
CALCAREA CARBONICA - MATÉRIA MÉDICA
Também chamada de calcarea ostrearum. Este medicamento é extraído da
camada média da ostra.
O trabalho intelectual é difícil, têm lentidão no aprendizado; dificuldade de
fixar a atenção e fadiga rápida produzida pelo exercício mental.
Débil, indolente, sem energia, melancólico, triste, deprimido, com tendência
irresistível de chorar.
Temeroso, ansioso, tem desgosto pela vida, vê tudo pelo lado negro.
Indivíduos irritados e impacientes, com acessos de cólera impulsiva.
Ansiedade após ouvir notícias desagradáveis. Terrores noturnos.
Preocupação com “o que vão dizer” (Horvilleur, 2002). Medo que sua doença seja
notada.
Idéias infantis, preocupações com detalhes e com coisas sem importância. O
que parece insignificante para todo o mundo torna-se enorme para ele e seus
pensamentos o obsedam a ponto de acreditar que vai enlouquecer.
Ele acha que as pessoas o olham de forma suspeita e ele os olha,
desconfiado, fica pensando porque não lhe dizem nada. Acha que poderá ficar
insano, que as outras pessoas estão observando seu estado mental, e isso fica em
sua mente o tempo todo. Pensa nisso durante a maior parte do dia; pensa nisso de
noite, o que o mantém acordado.
Crianças tristes e infelizes e adultos desgostosos da vida ficam cansados da
vida.
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Cheio de medos. Cansaço da vida, desesperança, ansiedade. O mundo é
negro. “Medo de que aconteça algo triste e terrível. Medo de perder a razão ou que
as pessoas percebam sua confusão mental”. Medo da morte; da doença; de ficar
sozinho”.(Kent, 2000). Medo em abundância principalmente quando o sistema
voluntário está perturbado. Se sobressalta com qualquer barulho. Não consegue
dormir, a fim de descansar o corpo e a mente. O sono é transtornado por sonhos
horríveis. Sono inquieto.
Apresenta palpitações cardíacas a cada episódio de excitação nervosa.
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7. CASO CLÍNICO
LPP, 39 anos, solteira, dentista, católica,branca
Queixa Principal: Fobia social há 13 anos.
Historia da moléstia atual:
Paciente refere estar fazendo acompanhamento com psiquiatra e tem o
diagnóstico definido de fobia social.
Paciente refere que sempre foi muito tímida e retraída, e que há cerca de 13
anos iniciou com quadro de fobia social, passando a evitar lugares públicos, e
convivência social. Tinha acabado de sair da faculdade e estava sem emprego, sem
direção, sem amigos.
Refere que quando precisava estar em lugares públicos sentia se mal,
apresentando taquicardia, sudorese, e acentuava seus tremores de extremidades,
os quais sempre apresentou desde sua infância.
Há cerca de 4 anos, iniciou com quadro de depressão. Por aconselhamento
de sua irmã, iniciou com psicoterapia, tendo pouca melhora do quadro durante o 1°
ano de tratamento. Foi então encaminhada para tratamento com psiquiatra.
Manteve psicoterapia e as medicações: paroxetina e olcadil, com melhora de
50% do quadro.
Refere intensa ansiedade ao ir trabalhar e precisar lidar com o público,
chegando muitas vezes a desmarcar suas consultas. Tem medo de errar, dos
pacientes perceberem o tremor de suas mãos, com medo que reconheçam seus
30
problemas.
Muitas
vezes
acaba
brigando
com
seus familiares
que
não
compreendem sua situação, não gosta de ser contrariada.
Relata ser muito ansiosa, sofrendo muito com situações novas.
Refere ser amorosa, demonstrando isso ajudando as pessoas de sua
convivência familiar. Às vezes guarda mágoa, mas não é vingativa. Não gosta de ser
contrariada.
Relata viver um conflito muito grande pois muitas vezes sente-se culpada
pelos seus problemas.
Chora por tristeza de suas dificuldades.
Quando pedido para dar nota de 0 a 10 para as seguintes situações, foi
obtido o seguinte:
-organizado=8
-ciumento=7
-indeciso=9
-critico=9
Tem sede normal e é mais friorenta
Exame Físico:
Paciente consciente, orientada no tempo e espaço, eupneica, hidratada,
corada.
PA: 110 x 60 mmHg
FC: 80 bpm
AC: BRNF2T SS
AR: MV+ bilateralmente sem ruídos adventícios.
Pulsos periféricos presentes e normais
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Obteve-se a Síndrome Mínima de valor Máximo:
1-FALTA DE CONFIANÇA EM SI MESMO
2-INTOLERANTE A CONTRADIÇÃO
3-PESAR, MÁGOA
4-TRANSTORNOS POR CÓLERA, VEXAÇÃO, COM ANSIEDADE
5-TRANSTORNOS POR MEDO
6-TRISTEZA, DESANIMO, DEPRESSÃO MENTAL
7-EXTREMIDADES - TREMOR
Foram repertorizados esses sintomas no repertório digital. ( anexo II)
Prescrição: Ignatia amara 18 CH glóbulos- 5 glob VO 1x/dia
Retorno em 1 mês
Segunda consulta:
Refere estar bem mais segura de si mesmo.
Abre seu coração dizendo que antes desmarcava as consultas porque não
se sentia capaz de atender seus pacientes e depois sofria de arrependimento por ter
feito isso. Atualmente está conseguindo atender normalmente seus pacientes e não
fica mais tão preocupada com os pacientes esperando na sala de espera enquanto
está atendendo.
Prescrição: Mantida primeira prescrição pois a paciente ainda continua
apresentando melhora.
Terceira consulta:
Paciente refere estar bem melhor. Sente –se melhor.
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Já voltou a sair normalmente de casa.
Refere estar mais equilibrada, e já não chora mais como antes.
Está mais segura no seu trabalho. Voltou a sonhar.
Prescrição: Mantida
Ignatia amara 18 CH glóbulos- 5 glob VO 1x/dia
Retorno em 2 meses
Quarta consulta:
Paciente refere estar bem, porém queixa-se que não consegue se expressar
muito bem ainda, tanto na sua convivência familiar, como profissionalmente.
Sentindo muita solidão.
Prescrição: Ignatia Amara 24 CH 05 globulos 1x/ dia
Retorno em 2 meses
Quinta consulta:
Paciente refere estar bem, aceitando mais as situações que é submetida de
forma tranquila tanto profissionalmente como pessoalmente.
Mantendo até o presente momento a prescrição de Ignatia 24 CH glóbulos
1x/dia.
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Figura 2 Repertório de Homeopatia2
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8. DISCUSSÃO
Nos últimos 20 anos, não há outro ramo da psiquiatria que sofreu tantas
alterações diagnósticas e terapêuticas como os transtornos da ansiedade. Não
porque a ansiedade estivesse ausente nos estudos psiquiátricos. Os diagnósticos
dos transtornos da ansiedade eram entidades que tinha o “pré-conceito “pelos
médicos e psicólogos de serem de” origem psicológica “,e, então - concluía-se
erradamente -, só mereceriam tratamento psicológico.
A esperança para as pessoas que sofrem dessa “timidez patológica”, a fobia
social, começou a se delinear com as primeiras publicações especificas sobre o
tema a partir de 1985.
Este trabalho mostrou uma análise dos sintomas de fobia social pela ótica da
homeopatia, mostrando remédios capazes de atuar sobre quadro de fobia social, por
apresentar em sua patogenesia sintomas característicos de fobia social.
Desta maneira a homeopatia pode ser uma nova alternativa para tratamento
de pacientes acometidos por problemas psiquiátricos, porque ela aborda sintomas
mentais além de sintomas orgânicos, e por isso ela pode ser uma opção vantajosa
para área de saúde mental com a vantagem de ser um tratamento de baixo custo.
Atualmente a maioria dos pacientes procura a homeopatia muito mais por
apresentar uma insatisfação aos resultados da terapêutica convencional ou quando
ás várias tentativas de cura da medicina tradicional já foram usadas. Se houvesse
uma maior comunicação entre os médicos alopatas e homeopatas, principalmente
psiquiatras, derrubando paradigmas, desenvolvendo respeito mútuo, abstendo-se de
preconceitos, cada um observando a sua própria limitação diante de alguns casos, o
paciente teria um ganho maior diante da possibilidade de chegar a cura, pois a fobia
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social é um dos mais prevalentes transtornos psicológicos na população geral e por
isso seu correto diagnóstico e encaminhamento para tratamento adequado
minimizam , se não todos, pelo menos os principais efeitos negativos que essa
grave condição mental impõe a seus portadores.
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9. CONCLUSÂO
1- Pelo estudo realizado conclui-se que existem medicamentos homeopáticos
que apresentam na sua patogenesia sintomas de fobia social e isso demonstra a
possibilidade da Homeopatia ser usada como tratamento coadjuvante ao tratamento
convencional da fobia social ou até mesmo alternativo.
2- Este trabalho demonstrou a eficácia da Homeopatia frente a um caso de Fobia
Social com resposta parcial ao tratamento convencional, conseguindo resgatar o
bem estar da paciente e diminuir a dose de medicação alopática.
3 - Diante destes fatos, fica a possibilidade da realização de novos estudos da
utilização da homeopatia numa amostra maior de pacientes.
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BIBLIOGRAFIA
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