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VI SIMPOSIO INTERNACIONAL DE CIENCIAS INTEGRADAS
UNAERP GUARUJA
HIPERLIPIDEMIA EM ADULTOS NA ÁREA DE ABRANGÊNCIA DA
ESF JUSSARA NO MUNICÍPIO DE MONGAGUÁ - SP
Darlene Cassote de Matos
Enf posgraduada em Saude da Familia
[email protected]
Carmencita Ignatti
Docente do Curso de Enfermagem
Unaerp - Campus Guarujá
cignatti @unaerp.br
RESUMO
O tema Hiperlipidemia em Mulheres foi escolhido devido a crescente
incidência constatada na ESF Jussara; sendo escolhido para estudo a
faixa etária dos 45 aos 65 anos. É uma doença insidiosa que pode ter
inicio na infância e surgir os primeiros sinais e sintomas na idade
adulta, ser desenvolvida devido a fatores de riscos tais como: ingestão
de alimentos ricos em gordura e poucas fibras, gorduras saturadas,
hereditariedade,fumo e álcool. Procura mostrar através de gráficos, os
dados retirados dos prontuários analisados na USF Jussara. Faz
apontamento sobre as medicações mais utilizadas no tratamento da
doença, dispensadas pelo Programa Medicação Alto Custo. Conclui-se
que através de recomendações gerais para melhora da qualidade de vida
e formas de abordagem para adesão do paciente ao tratamento e
controle da Hiperlipidemia, podem evitar complicações em decorrência
de sua progressão quando negligenciada.
Palavras chave: obesidade, hiperlipidemia, colesterol, triglicérides,
dislipidemia.
Seção:Enfermagem
Apresentação: oral
INTRODUÇÃO
A Hiperlipidemia é uma patologia relativamente comum,
caracterizada pelo aumento dos valores de lipídes (VLDL, HDL, LDL,
triglicérides, colesterol total) contidos no sangue, podendo ser de ordem
patológica ou fisiológica ( FERREIRA, 1999).
O colesterol prejudicial é chamado de LDL (Low Density
Lipoprotein) que transporta e deposita o colesterol na parede das
artérias promovendo a sua obstrução (FISCHBACH, 2002).
O colesterol não prejudicial à saúde é o HDL (High Density
Lipoprotein) que remove o excesso de colesterol transportando-o ao
fígado onde é metabolizado e excretado (FISCHBACH, 2002).
O colesterol, no fígado é usado na síntese do ácido biliar, e
que uma vez excretado na bile forma um ciclo entero-hepático de
circulação do colesterol. Metade do colesterol biliar e aproximadamente
95% dos ácidos biliares é reabsorvida e retorna ao fígado pelo sistema
porta ( MANO, 2001).
O restante do colesterol que não for armazenado será
liberado na corrente sanguínea através da VLDL. A triglicéride é
transformada em glicogênio, pela glicogênese. As apoproteínas são
recicladas para síntese de VLDL ( MANO, 2001).
Os principais fatores de aumento do colesterol são:
hereditariedade, idade, dieta, sedentarismo. Acredita-se ser de grande
importância orientar a população sobre os riscos da hiperlipidemia
como fator de prevenção as doenças cardiovasculares (DUNCAN, 2004).
A alimentação inadequada pode refletir na saúde da
família, há relatos na literatura de níveis elevados de colesterol nesta
faixa etária (crianças em idade escolar e pré-escolar), fazendo-se
necessário a reeducação alimentar. (SANJURO, 2002).
O interesse pelo estudo surgiu devido à quantidade de
mulheres
observadas
com
Hiperlipidemia
na
ESF
Jussara,
em
Mongaguá-SP, principalmente mulheres com idade entre 45 e 65 anos (
período após a menopausa), casos estes que abrangem tanto indivíduos
obesos. A dislipidemia tem maior incidência na fase adulta, sendo mais
comum em homens com idade maior ou igual a 55 anos e em mulheres
com idade superior a 45 anos de idade na menopausa (PORTO, 2009).
A diminuição do estrogênio propicia o aparecimento da
obesidade central, podendo ocorrer complicações metabólicas, como a
dislipidemia ( OLIVEIRA, 2005).
A obesidade, quanto à localização abdominal tem grande
valor
sobre
frequentemente
as
a
doenças
condições
cardiovasculares
tais como
por
dislipidemia,
relacionar-se
hipertensão
arterial, resistência a insulina e diabetes favorecendo o aparecimento de
eventos cardiovasculares, particularmente os coronarianos. Assim, o
sobrepeso e a gordura abdominal, constituem sinais de alerta (PORTO,
2009).
A OMS preconiza a circunferência da cintura no ponto de
corte de 94 cm para homens e 80 cm para mulheres como medidas de
risco metabólico aumentado (CERCATO, 2004).
Segundo as diretrizes da American Heart Association a
hipercolesterolemia caracteriza-se como uma concentração sérica de
colesterol superior ou igual a 240mg/dl e que a concentração desejável
de colesterol é inferior a 200mg/dl (DUNCAN, 2004).
De acordo com as diretrizes do III Painel de Tratamento do
Adulto ( ATPIII) e Programa Nacional de Educação sobre Colesterol (
NCEP), todos os adultos com 20 anos ou mais devem realizar avaliação
de perfil lipídico em jejum a cada 5 anos para avaliar risco de doença
coronariana ( ARRUDA, 2007).
Estudos demonstram que as concentrações séricas elevadas
de colesterol total, particularmente a fração de colesterol da lipoproteína
LDL, diminuição da fração de colesterol de alta densidade HDL estão
associados ao aumento da incidência de eventos cardiovasculares,
dentre eles as doenças agudas coronarianas (DAC). (OLIVERA, 2005).
As concentrações séricas de colesterol variam muito entre as
populações, no Japão, por exemplo, concentrações séricas baixas de
colesterol significando baixa incidência de ataques cardíacos e, no
entanto, na Finlândia, taxa de colesterol elevado representa incidência
alta de eventos cardíacos (LERARIO, 2008).
A doença arterial coronariana nos dias atuais é a primeira
causa de morbidade e mortalidade em todo mundo, principalmente os
países em desenvolvimento ( SANTOS, 2009).
As doenças cardiovasculares são responsáveis por 12 milhões
de
óbitos,
no
mundo.
Somente
no
Brasil
essas
doenças
são
responsáveis por cerca de 250.000 mortes ao ano, que correspondem
aproximadamente a 25% do total de óbitos (AVEZUM, 2005).
Os fatores de risco ligados a prevalência e a incidência são
doenças cardiovasculares, disfunção na tireóide, algumas medicações
que podem influenciar os altos níveis de colesterol, doenças associadas
como a diabetes e a hipertensão arterial, a inflamação no pâncreas que
pode ocorrer devido ao nível elevado de colesterol chegando a
comprometer
a
produção
de
insulina
desencadeando
diabetes.
(SMELTZER BARE, 2006 ).
Segundo pesquisas, o início do processo da deposição das
placas de ateroma tem origem na infância com a formação de estrias
gordurosas precursoras das placas ateroscleróticas. Estas surgem a
partir dos três anos de idade, na adolescência passam a atingir as
coronárias, este processo tende a ser potencializado no decorrer da vida
pela obesidade e outros já citados (DUNCAN, 2004).
A obesidade na infância é fator de risco reconhecido para o
desenvolvimento
das
doenças
cardiovasculares,
embora
as
conseqüências muitas vezes não sejam evidentes até a vida adulta,
representando maior probabilidade para que este indivíduo desenvolva
hiperlipidemia, associada ao modo de viver, sedentarismo e maior
consumo de gordura e açúcares (GRILLO, 2008 ).
O risco está correlacionado com o nível sérico de lipoproteínas
de baixa densidade (LDL) formadas apartir do catabolismo das
lipoproteínas de densidade muito baixa ( VLDL ).(ROBBINS, 2001).
A LDL transporta 70% do colesterol sérico total. O risco está
inversamente relacionado com os níveis de lipoproteínas de alta
densidade (HDL), talvez pelo fato do HDL ajudar a remover o colesterol
da parede vascular. Os defeitos hereditários envolvendo o receptor de
LDL (como, por exemplo, na hipercolesterolemia familiar) ou as
apoproteínas
da
LDL
causam
níveis
elevados
de
LDL,
hipercolesterolemia e aterosclerose acelerada. As influências menores
ou não quantificadas sobre o risco de aterosclerose incluem a
obesidade, o estilo de vida sedentária ou com o elevado nível de estresse
(ROBBINS, 2001).
Os
estudos
clínicos
mencionado
por
vários
autores
demonstram que ao se diminuir o colesterol elevado de um indivíduo,
há uma redução do seu risco de doença cardíaca coronariana.
Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, os valores de
referência são utilizados com a finalidade de identificar as pessoas com
risco, independente da idade.
A tabela 1 mostra os pontos de corte adotado pela Sociedade
Brasileira de Cardiologia.
Tabela 1
Valores de referência:
Colesterol total*
Abaixo de 200= desejável
200-239=limítrofe-elevado
Colesterol LDL*
Abaixo
de
100=
desejável
para
prevenção
primária de alto risco e
secundária
abaixo
de
130=desejável
para
prevenção no baixo e médio risco
Acima de 240=elevado
(DUNCAN, 2004)
O tratamento das hiperlipidemias é realizado de forma
medicamentosa (estatinas) e reeducação alimentar ( DUNCAN, 2004 ).
No entanto, há pacientes que não tem condições de custear
seu tratamento, sendo necessária a inclusão destes no Programa
Medicações Excepcionais de Alto Custo. Este programa dirige-se ao
atendimento de doenças consideradas de caráter individuais que a
despeito de atingir número reduzido de pessoas, requerem tratamento
longo até permanente com o uso de medicamento de alto custo.
(BRASIL, MS, 2006).
Para a obtenção da medicação é necessário que corra a abertura
do processo na Regional- Município, receita e laudo médico,
solicitação do medicamento, RG, CPF, número do cartão SUS,
comprovante de residência, exames complementares.
( BRASIL,MS,2006).
As medicações mais dispensadas no Programa Medicações
Excepcionais de Alto Custo, no município de Mongaguá para o
tratamento da Hiperlipidemia e prevenção das doenças agudas
coronarianas (DAC) são: Sinvastatina, Atorvastatina e Bezafibrato.
A tabela 2 mostra as medicações, mais indicadas pelo médico
para o tratamento da doença e seus efeitos desejáveis.
Tabela 2
Efeitos desejáveis:
MEDICAÇÃO
Bezafibrato
APRESENTAÇÃO
Comprimidos 200mg ou
400mg
Atorvastatina
Comprimidos
10mg,
20mg, 40mg, 80mg
Sinvastatina
Comprimidos 5mg, 10mg,
20mg, 40mg, 80mg
EFEITOS DESEJÁVEIS
Controle
hiperlipidemia
primária grave sob risco
significativo de doença
aguda coronariana(DAC)
Reduzir LDL do colesterol
total, ligeiro aumento do
HDL, reduzir VLDL e
triglicerídeos, diminuir a
progressão
DAC,
resultando na diminuição
do IAM, AVC e da
necessidade
de
revascularização
miocárdica.
Diminuir o LDL e o
colesterol total; ligeiro
aumento
do
HDL.
Reduzir:
VLDL,
triglicerídeos, progressão
da DAC, resultando na
diminuição do IAM, AVC
e
necessidade
da
revascularização
miocárdica.
(AME 2007-2008)
O paciente deverá ser orientado que o tratamento é um conjunto
de ações, (modificação de hábitos saudáveis, adesão ao tratamento
medicamentoso e a dieta ), que irão colaborar para que ocorra controle
dos níveis de colesterol. ( AZEVEDO, 2004).
A enfermeira do programa de saúde da família deve estar
informando o seu cliente que assim como existem os efeitos desejáveis
das
medicações
também
mostrados na tabela 3.
Tabela 3
os efeitos indesejáveis
podem
surgir,
Efeitos Colaterais:
Medicação
Apresentação
Efeitos colaterais
Bezafibrato
Comprimidos 200mg,
Alopecia
400mg
distúrbios da potência (rara), plenitude
(rara),
gástrica,
urticária,
náusea,
debilidade
e
perda
prurido,
do
apetite,
enfraquecimento
na
musculatura das extremidades com ou
sem elevação da CPK.
Atorvastatina
Comprimidos 10mg,
Rash, prurido, impotência, elevação das
20mg, 40mg ou 80mg
enzimas hepáticas, cólicas abdominais,
constipação,
diarréia,
azia,
disgeusia,
dispepsia, náusea, pancreatite, hepatite
medicamentosa,
artrite,
artralgia,
mialgia, miosite, rinite, tontura, cefaléia,
insônia, fraqueza.
Sinvastatina
Comprimidos 5mg, 10mg,
Rash,
prurido,
20mg, 40mg, 80mg.
abdominal,
flatulência,
pancreatite,
impotência,
constipação,
azia,
disgeusia,
hepatite
cólica
diarréia,
náusea,
medicamentosa,
artralgia, artrite, mialgia, miosite, rinite,
bronquite,
tontura,
cefaléia,
insônia,
fraqueza.
AME 2007-2008.
O papel do enfermeiro em ESF é de orientar o paciente quanto a
importância
do
tratamento
preconizado,
esclarecendo
possíveis
dúvidas quanto às medicações prescritas e descontinuação das
mesmas quando, efeitos adversos surgem. Se acontecer efeitos
colaterais, como os referidos na tabela 3, o paciente fica orientado a
procurar a enfermeira ou médico. É recomendado para que o cliente
evite o uso de qualquer droga ou medicação sem o conhecimento do
médico durante a terapia. Enfatiza-se o abandono de hábitos nocivos a
saúde fazendo com que o paciente atente para o tratamento
preconizado e organizar reuniões de grupos com o tema de sua doença,
onde também é recomendado a monitorização regular do lipidograma
completo, buscando aprimorar o conhecimento do indivíduo, melhorar
a adesão deste ao tratamento. Durante as consultas de enfermagem
são dadas recomendações e sugestões para uma dieta saudável; assim
como estas descritas pelo tópico abaixo.
Recomendações gerais para uma dieta saudável:
Evitar o tabagismo e o álcool;
Manter pressão arterial controlada;
Manter diabetes com níveis de glicemia satisfatórios;
Fracionar a alimentação em várias refeições por dia com
pequenos volumes ( 5 a 6 refeições);
Incluir na alimentação diária: semente de linhaça, soja, frutas,
verduras, e legumes que são ricos em vitaminas, minerais,
fibras.
Estimular na dieta o uso de grelhados, assados, cozidos, cereais
em grão.
Preferir alimentos naturais aos industrializados;
Evitar
gorduras
aparentes
das
carnes,
frituras,
gordura
saturada, miúdos, creme de leite, dendê, coco, gema de ovo,
banha, maionese, margarina, manteiga, embutidos, toucinho,
chocolate, etc.
Evitar o consumo de embutidos como lingüiça, salsicha,
presunto, mortadela que são ricos em gordura saturada e em
sódio;
Dar preferência ao leite desnatado ou semi desnatado;
Dar preferência aos queijos brancos frescos e ricota ao invés de
dos queijos amarelos ou curados;
Diminuir o consumo de sal para 6g por dia (uma colher de chá),
no caso de pacientes não hipertensos;
Usar temperos naturais como limão, alho, cebola, salsa,
cebolinha, louro, etc;
Não fazer dietas “milagrosas”. Procurar sempre orientação do
médico ou nutricionista.
Estimular a atividade física, pois moderada e regular aumenta os
níveis de HDL e reduz os níveis de triglicerídeos. A meta para a
pessoa comum é de 30 minutos de exercício, três a quatro vezes
por semana.
As recomendações costumam ser reforçadas durante todas as
consultas e o tratamento será suspenso, conforme avaliação e conduta
médica. Os cuidados de enfermagem acima estão apoiados por
protocolos de enfermagem Saúde do Adulto. (M.S, 2004)
Segundo Peplau, a enfermagem é um processo interpessoal, e tanto
o paciente quanto a enfermeira tem partes igualmente importantes na
interação da terapêutica. O objetivo da enfermeira é de interagir com o
paciente e a família, trabalhando juntos para reconhecer, esclarecer e
definir problema existente. Isto, em troca, diminui a tensão e a
ansiedade
associadas
à
necessidade
sentida
e
ao
medo
do
desconhecido ( GEORGE,2001).
OBJETIVO GERAL
Verificar a incidência, prevalência de Hiperlipidemia nas mulheres pós menopausa na ESF Jussara, em Mongaguá-SP.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Compilar e analisar os dados para relacionar incidência, prevalência
características desta população e as possíveis causas,
Apontar
providências
e
procedimentos
de
prevenção
e
controle
desenvolvidos para esta população.
METODOLOGIA:
O trabalho foi realizado com base no levantamento de dois mil
prontuários dos usuários do serviço, o período adotado para o
levantamento documental foi baseado nas consultas médicas datadas
desde agosto de 2007 até agosto de 2009.
Trata-se de uma pesquisa documental quantitativa que de acordo
com Gil (2002), esta forma de pesquisa vale-se de materiais que não
receberam ainda tratamento analítico ou que ainda não podem ser
elaborados de acordo com os objetivos de pesquisa.
A população a ser estudada constituiu-se de adultos do sexo
feminino, na faixa etária de 45 a 65 anos ( idade em que a mulher
apresenta declínio hormonal), que faz uso de medicação específica para
controle dos níveis lipídicos, que possui ou não doença de base como
diabetes ou hipertensão arterial, atendidas desde 2007 a 2009 na ESF
Jussara, no município de Mongaguá-SP.
Realizado busca das informações em agosto de 2009; após
pesquisa em prontuários foram encontrados 98 casos, os quais já estão
sendo tratados com antilipêmicos. Destes, 63 casos sem doença de
base, 27 com hipertensão associada, 3 casos associados a diabetes tipo
1 e 2, e com diabetes/hipertensão associados a hiperlipidemia 5 casos.
Apenas 3 mulheres fazem uso de bezafibrato, 73 estão sendo medicadas
com sinvastatina e 22 indivíduos tratados com atorvastatina.
Na faixa etária dos 45 aos 55 anos encontrados 32 casos de
Hiperlipidemia; dos 56 aos 60 anos 34 casos de Hiperlipidemia e na
idade entre 61 à 65 anos 32 casos.
A caracterização dos dados levantados foi realizada através de
gráficos possibilitando melhor visualização e análise da situação
encontrada na área de abrangência da USF Jussara.
Para o embasamento teórico foram consultados bibliografias,
artigos e periódicos em base de dados Lilacs, Scielo e Bireme datados de
1999 a 2009, com os descritores hiperlipidemia, dislipidemia, colesterol,
triglicérides, obesidade no idioma português 7 e espanhol 1, 4
publicações nacionais de 2000 a 2008.
Foi solicitada autorização a Coordenação da ESF e seguidas as
normas do CONEP (Conselho Nacional de Estudos e Pesquisa) e do
Comitê de Ética da UNAERP, campus Ribeirão Preto.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
GRÁFICO 1
POPULAÇÃO ESTUDADA
Dados obtidos pela autora, 2009.
O gráfico acima mostra a incidência de hiperlipidemia na população
feminina com idade de 45 a 65 anos, sendo que foi constatada maior
prevalência nas mulheres com idade de 56 a 60 anos 34 casos, 61 a 65
anos 32 casos, 51 a 55 anos 20 casos, 45 a 50 anos 12 casos. De
acordo com o levantamento de dois mil prontuários consultados na ESF
Jussara, foi encontrado 98 mulheres com Hiperlipidemia diagnosticada
mediante os valores de referência para níveis lipídicos, aceito pela
Sociedade Brasileira de Cardiologia. Observou-se que a grande maioria
das mulheres na faixa etária dos 56 a 65 anos foi mais expressiva,
sendo a idade em que a mulher está na pos menopausa, acredita-se que
a diminuição do hormônio estrogênio altera os níveis das lipoproteínas
circulantes, porém ainda não completamente conhecidos (MAGALHÃES,
2001).
Para
alguns
autores
o
principal
fator
de
risco
é
o
envelhecimento, não significando ser a causa direta, a idade pode se
constituir em um índice de exposição aumentado aos fatores de risco
(sedentarismo, obesidade, fumo, tabagismo, diabetes, hipertensão).
Houve menor incidência no grupo de 45 a 50 anos fase onde
normalmente ocorre o climatério, onde começa a ser observado a
elevação dos níveis de lipídios. Estudos longitudinais e transversais
mostram que os níveis séricos de colesterol total, LDL e triglicérides
podem aumentar em média de 7 a 19% da pré menopausa para pós
menopausa ( SAMPAIO, 2000). Na mulher o estrogênio confere efeitos
benéficos tanto no endotélio vascular quanto nas lipoproteínas séricas,
benefícios perdidos após a menopausa (MAGALHÃES, 2001).
GRÁFICO 2
Dados obtidos pela autora, 2009.
O gráfico 2, doença de base mostra que na população estudada, há
maior prevalência e incidência de Hiperlipidemia em pessoas sem
doenças associadas. Acredita-se que a porcentagem de pessoas com
doenças crônicas associadas não tenha sido a esperada ( 3% diabetes,
5% diabetes e hipertensão, 28% hipertensão), mais expressivo devido a
necessidade do profissional médico, encaminhar estas pacientes ao
médico especialista (Cardiologia ou Endocrinologia) denotando certa
insegurança
em
dar
continuidade
ao
tratamento
ambulatorial,
colaborando para que a equipe saúde da família acabe perdendo o
vínculo deste cliente mesmo com as visitas domiciliares realizadas pelos
agentes comunitários. Segundo (PORTO, 2009) este aponta, como fator
de
risco
mais
acentuado
dentre
outros
para
doenças
agudas
coronarianas a Hierlipidemia associada a diabetes e hipertensão
arterial, favorecendo a deposição de placas de gordura na parede das
veias, podendo levar a obstrução parcial ou total dos vasos sanguíneos.
A porcentagem mais expressiva 64% foi a de pacientes sem doenças de
base levando a supor que a prevalência é nas mulheres com faixa etária
de 56 a 65 anos de idade pós- menopausa, onde além de serem tratadas
com estatinas, algumas também fazem uso de isoflavona, porém nem
todas
conseguem
aderir
ao
uso
do
hormônio
por
não
verem
necessidade. De acordo com (SANTOS, 2009), a terapia hormonal
melhora o perfil lipídico das mulheres após a menopausa e a maioria
dos estudos observacionais revela que esta promove redução da morbimortalidade
por
doença
cardiovascular.
Entretanto
estudos
propedêuticos e controlados não estão disponíveis, não há indicação no
momento de terapia hormonal para se prevenir a aterosclerose.
GRÁFICO 3
Dados obtidos pela autora, 2009
De acordo com o gráfico 3, medicações usadas, dentro dos 2000
prontuários levantados na USF Jussara, foram observados 98 pacientes
que
fazem
uso
das
medicações:
atorvastatina,
sinvastatina
e
bezafibrato. 74% das pacientes fazem uso de sinvastatina, 23% usam
atorvastatina e apenas 3% de bezafibrato. As medicações atorvastatina
e sinvastatina fazem parte da mesma família de fármacos possuem o
mesmo princípio ativo as estatinas, podendo-se dizer que 97% das
pacientes, tem alteração nos níveis de colesterol total e no colesterol
LDL. Entretanto, depois de questionado dois médicos sobre o uso da
atorvastatina
em
certas
pacientes
foi
informado
que
algumas
apresentam melhor resposta a esta droga quanto a redução dos níveis
de triglicérides comprovado após exame de lipidograma. Porem não foi
possível
comprovar
tal
evidência
clínica
através
de
pesquisada
bibliográfica. Segundo (FIEGENBAUM, 2006) o valor de atuação das
estatinas sobre os níveis lipídicos está na redução dos níveis de
colesterol total (18 a 25%), colesterol LDL (25 a 55%) e redução
moderada de triglicérides (10 a 15%), aumento dos níveis de HDL (5 a
10%) reduzindo o risco de doença aguda coronariana. Foi observado
que apenas 3% das pacientes usam bezafibrato (fibrato), esta medicação
tem atuação na redução dos níveis de triglicérides (20 a 40%) e
colesterol (10 a 25%) e os níveis de HDL tem um aumento (10 a 15%).
Demonstrando que apresentam alteração apenas nos níveis triglicérides
e colesterol total. Contatou-se que algumas pacientes deixam de fazer
uso da medicação por conta própria devido a ausência de sinais e
sintomas, abandonam a dieta sugerida e atividades físicas, colaborando
para o aumento dos níveis dos lipídios e risco de doença aguda
coronariana. Voltando a consumir a medicação depois de serem
informadas sobre o resultado de lipidograma e possíveis complicações
que podem ocorrer.
CONCLUSÃO
A pesquisa documental foi elaborada mediante dados obtidos de
2000 prontuários selecionados na ESF Jussara, Mongaguá-SP, com
ênfase na população adulta do sexo feminino com idade de 45 a 65
anos.
Como citado anteriormente, os fatores de risco influenciam de
maneira expressiva a ocorrência da Hiperlipidemia. Após a doença
instalada, é instituído o tratamento medicamentoso, dieta, o estimulo a
novos hábitos saudáveis de vida (atividade física, abandono de álcool e
fumo), porém nem sempre o cliente consegue aderir ao que lhe foi
orientado,
tornando-se
refratário
ao
tratamento,
mesmo
que
compareçam as consultas médicas, algumas vezes por imposição de
seus familiares.
Observa-se que as orientações surtem melhor efeito quando a
doença do individuo é abordada durante grupos de reuniões ou
palestras, abrindo espaço para discutir casos a caso, expondo dúvidas
e receios, partilhando com outras pessoas em iguais condições.
As ações do enfermeiro, incluem, coleta dos dados sobre o
paciente que podem apontar para outras áreas de problema, orientar
quanto a definição do problema, selecionar métodos de abordagem na
identificação
do
problema
levantado,
explorar
meios
para
as
alternativas de resolução, fornecer ferramentas para que ocorra
mudança de comportamento quanto aos hábitos antigos. Segundo
Peplau (GEORGES, 2001), as necessidades, a frustração, o conflito e a
ansiedade são
conceitos importantes em situações de enfermagem e
que devem ser abordados para que ocorra o crescimento do paciente e
da enfermeira. A enfermeira ao abordar estes conceitos, faz com que o
paciente também possa começar a ter um sentimento de pertencer ao
processo terapêutico.
Vale a pena ressaltar que a família do paciente e o enfermeiro em
ESF, dependendo da forma que aborda a doença, tem papel importante
na aceitação do paciente a sua condição. Como exposto acima, as ações
profissionais oferecerem alternativas e dispor métodos adequados a
cada individuo para atuar no controle da Hiperlipidemia e manter o
tratamento indicado dos usuários da ESF Jussara de Mongaguá-SP.
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