QFL 2129 – Química Inorgânica 2014 Ana Maria da Costa Ferreira Aula 12 – Polímeros Inorgânicos Zeólitas Argilas MOFs (metal-organic frameworks) MOFs – Dalton Trans., 2012, 41, 14003-14027 Metal–organic frameworks in mixed-matrix membranes for gas separation Embora seja mais usual pensar em compostos orgânicos, quando se fala em polímeros, há inúmeros polímeros inorgânicos ou híbridos (orgânico-inorgânicos) cuja importância industrial tem aumentado significativamente nas últimas décadas. Estes polímeros constituem atualmente exemplos importantes de catalisadores, materiais com propriedades ópticas ou magnéticas interessantes, agentes de adsorção e armazenamento de gases, trocadores de íons, agentes de liberação controlada de drogas, etc. Dentre estes novos materiais, merecem destaque: sílica e silicatos; alumina; aluminossilicatos: zeólitas e argilas, e MOFs (metal-organic frameworks). Materiais híbridos orgânicos-inorgânicos São materiais planejados ou engendrados para carregar fármacos e liberá-los controladamente. Polímeros de compostos de coordenação In the aqueous phase, a linear triad Zn12–ZnTSPP supramolecular array was formed through strong association between the cyclodextrin cavity and the anionic porphyrin. Multiple discrete coordination complexes could also form supramolecular assembly through even weaker intermolecular forces such as hydrophobic forces, van der Waals forces, - interactions and electrostatic effects. Coord. Chem. Rev. 255 (2011) 1623–1641 Fascículo temático sobre Metal Organic Frameworks Chemical Society Reviews, 2009, Issue 5, Page 1201 to 1508 MOFs metal-organic framework = arcabouços metal-orgânicos Também são polímeros de compostos de coordenação com estrutura porosa, que podem adsorver gases, drogas, substratos, etc... Funcionando como carregadores ou armazenadores dessas substâncias, e agentes de liberação controlada de drogas. Coordination polymer Zn8(ad)4(BPDC)6O·2Me2NH2, 8DMF, 11H2O]n (ad, adeninate; BPDC, biphenyldicarboxylate), referred to as bio-MOF-1, was synthesized as the drug carrier. Procainamide release profiles from bio-MOF-1 (blue, PBS buffer; red, deionized nanopure water). The single crystal structure of bio-MOF-1 Hydrogen storage in metal–organic frameworks Leslie J. Murray, Mircea Dincă and Jeffrey R. Long Chem. Soc. Rev., 2009, 38, 1294-1314 Top: Snapshots of N2 adsorption at 77 K in IRMOF-16 at four different loadings. Bottom: Simulated nitrogen adsorption isotherm at 77 K for IRMOF-16. Comparison between experimental and simulated adsorption isotherms in IRMOF-1. (a) CH4 at 298 K (open symbols: experiment, closed symbols: simulation), (b) CO2 Hydrogen storage in metal–organic frameworks Leslie J. Murray, Mircea Dincă and Jeffrey R. Long Chem. Soc. Rev., 2009, 38, 1294-1314 (H3BTT = benzene-1,3,5-tris(1H-tetrazole) BTB3 = 1,3,5-benzenetribenzoate crystal structure of Zn4O(BTB)3 (MOF-177) crystal structure of Mn3[(Mn4Cl)3(BTT)8]2 (Mn–BTT) Capturando CO2 CO2 pode ser capturado do ar e outras fontes de gás diluído através de compostos com arcabouço funcionalizado e poroso (functionalizing porous framework compounds), como Mg-DOBDC. Pesquisadores estão desenvolvendo novos materiais, como por ex.: a) Materiais híbridos orgânicos-inorgânicos (organic-inorganic hybrid materials), b) Compostos com arcabouço metal-orgânico (metal-organic framework compounds, MOF) J. Am. Chem. Soc., DOI 10.1021/ja8074105 Energy Environ. Sci., DOI 10.1039/coee00213e J. Am. Chem. Soc., DOI 10.1021/ja077795v Chem. Eng. News (May 2) 2011, 30-32 Conteúdo Polímeros Inorgânicos: 1.Fosfatos e polifosfatos, sílica, alumina, outros óxidos metálicos. 2. Aluminossilicatos: Zeólitas: estrutura , reatividade e aplicações Argilas 3. MOFs = compostos metal-orgânicos (MOF = metal-organic framework) O P O O O O O P O P O O O 5- Materiais inorgânicos constituem uma área em franca expansão, focalizando compostos com estruturas ordenadas não convencionais, concebidos ou engendrados para desempenhar funções específicas, de interesse. Dentre estes materiais destacam-se: compostos magnetos moleculares, aluminossicatos (zeólitas, argilas lamelares), materiais híbridos orgânicosinorgânicos e MOFs (metal-organic frameworks). Suas propriedades decorrem de suas estruturas altamente ordenadas, apresentando canais, lamelas e/ou cavidades de dimensões bem definidas, onde se pode inserir (acomodar) moléculas e íons, com a finalidade de seu armazenamento, separação de moléculas pela forma ou tamanho, ou ainda realização de reações em ambiente confinado para aumentar sua seletividade. Têm assim grande valor e interesse tecnológico. Na área médica ou farmacológica estes materiais podem atuar como agentes de liberação controlada de drogas (armazenadas em suas cavidades ou espaço interlamelar). Polifosfatos Tem-se cadeias lineares ou circulares de tetraedros de íons fosfato Principais usos: como estabilizante de requeijão, quelante de cálcio ou magnésio (agente desencrustante/coordenante) em rações de animais e detergentes para uso com água “dura”. O P O O O 3- O P O O O O O P O P O O O 5- O ânion fosfato tem estrutura tetraédrica, com o átomo de P ocupando o centro do íon e com os átomos de O nos vértices do tetraedro. A união de vários destes tetraedros constitui os polifosfatos. Outros óxidos metálicos também formam polioxometalatos Íons metálicos interligados por íons óxido (pelos vértices do octaedro) Íon Decavanadato, V10O284− Dióxido de nióbio, NbO2 Possibilidade de uso em troca iônica Na captação, por exemplo, de isótopos radioativos em efluentes de reatores nucleares Self-assembly of very large polioxometalates that incorporate multiple Ln3+ or UO22+ cations. fósforo tungstênio Urânio oxigênio água Arsênio ânion tungstofosfato [Na(H2O)P5W30O110]144 UO22+ + 3 [As4W40O140]28- -----> 4/3 [As3(UO2)3(H2O)6W30O105]15- M3+ + [Na(H2O)P5W30O110]14- -------> [M(H2O)P5W30O110]12- + Na+ Michael T. Pope - http://www9.georgetown.edu/faculty/popem/poster.htm Sílica é outro exemplo representativo dos polímeros inorgânicos , com estrutura representada esquematicamente por uma rede tridimensional, consistindo de unidades tetraédricas [SiO4]2-, unidas pelos átomos de O, (-Si- 0-Si-)n, mostrado na Figura ao lado. Obtenção, a partir de silicatos: Na2SiO3(aq) + 2HCl(aq) → H2SiO3 (gel) + 2 NaCl(aq) H2SiO3(gel) →SiO2(s) + H2O(v) Compostos Híbridos (metal-orgânicos) não são preparados diretamente a partir do óxido, isto é, da sílica. Ao contrário, é usado o alcóxido metálico (metal alkoxide) como precursor do óxido metálico, que é disperso pela dissolução num solvente orgânico, como álcool. Utiliza-se o chamado processo sol-gel para a conversão do alcóxido ao óxido metálico, em presença de um polímero orgânico, também dissolvido. Os tetraedros podem ser unidos pelos vértices, formando estruturas porosas. Devido à carga negativa da estrutura, atuam como material de separação de compostos iônicos, em cromatografia. Sílica: usada também como Agente secante, com CuSO4 Sílica - refere-se aos compostos de dióxido de silício, SiO2, nas suas várias formas incluindo sílicas cristalinas; sílicas vítreas e sílicas amorfas. Na sua forma amorfa é utilizada como dessecante, adsorvente, carga e componente catalisador. Na sua forma vítrea é muito utilizada na indústria de vidro e como componentes óticos A sílica e seus compostos constituem cerca de 60% em peso de toda a crosta terrestre. Principais Usos: Agricultura (solo), fabricação de aço e ferro, Lavra/extração e operações relacionadas com o beneficiamento do minério, Construção, indústria do vidro, cerâmica, cimento, abrasivos, tintas, Sabões e cosméticos, Material dental, joalheria (corte, polimento), etc. - e -sílica Oito diferentes arranjos estruturais (polimorfos) do SiO2 ocorrem na natureza, no entanto sete dentre esses são mais importantes nas condições da crosta terrestre: -quartzo, cristobalita, tridimita, moganita, keatita, coesita e stishovita. As três formas mais importantes da sílica cristalina, do ponto de vista da saúde ocupacional são o quartzo, a tridimita e a cristobalita. Funcionalização da sílica Diferentes funções orgânicas podem ser introduzidas na estrutura da sílica: cadeias longas de hidrocarbonetos, aminas, iminas, etc. -NH2 Cu -NH2 A sílica funcionalizada pode coordenar íons metálicos Alumina Ativada é uma forma muito porosa do óxido de alumínio de alta área superficial que adsorve líquidos e gases sem modificar significativamente sua forma. A alumina ativada não de desintegra quando imersa em líquidos. Sua capacidade original de adsorção pode ser regenerada por aquecimento a temperaturas entre 177 e 316° C. Íon aluminato Alumina -Al2O3 A alumina é obtida a partir do processo de refinamento da bauxita, matéria-prima abundante no estado do Pará. high purity* Alumina (99.99%) exhibits a very high hardness and chemical resistance even at high temperature. It is possible to finely tune the colour and the translucency depending on the application. Aluminossilicatos Silicatos de Alumínio Alumina, Al2O3, e sílica, SiO2constituem os minerais mais abundantes na crosta terrestre. Essa classe de minerais contendo óxido de alumínio e óxido de silício é denominada classes dos aluminossilicatos. Três minerais importantes andalusita, silimanita e kayanita com a mesma composição química, Al2O(SiO4) são exemplos de minerais pertencentes a esta classe. Topázio também, com composição química Al2O(SiO4)(OH,F)2; Berilo ou aquamarina, Be3Al2(Si6O18), contém anéis do tipo (SiO3)6 . O mineral cordierita, Al3(Mg, Fe)2(Si5AlO18), tem estrutura semelhante. Zeólitas e materiais correlatos Zeólitas constituem uma classe de aluminossilicatos hidratados encontrados em certas rochas vulcânicas. No início, os geólogos se interessavam por estes materiais devido a suas estruturas com cavidades e canais. Depois, esses materiais tornaram-se muito importantes do ponto de vista tecnológico, devido a suas aplicações. São silicatos tridimensionais microporosos. A unidade primária é o tetraedro [SiO4]4-. Forma uma rede ou arcabouço tridimensional (network), unindo cada unidade pelos vértices, compartilhando 4 átomos de oxigênio. Devido à rede cristalina (ordem), as zeólitas contêm poros e cavidades com formas e tamanhos característicos (controlados). Uma busca bibliográfica , usando como palavras-chaves: Zeólitas como catalisadores = resultou em 2922 arquivos. Número de estruturas diferentes de zeólitas relatadas ao longo dos anos: Chem. Rev. 2014, in press - New Stories of Zeolite Structures: Their Descriptions, Determinations, Predictions, and Evaluations Esses minerais aluminossilicatos são formados quando os íons de Si4+ nos silicatos são substituidos por íons Al3+. Para cada Si4+ substituído por um Al3+, tem-se uma carga positiva “faltante” que deve ser balanceada por outros íons positivos, como íons Na+, K+ ou Ca2+. Os grupos dos Feldspatos e das Zeólitas são aluminossilicatos típicos. Exemplos de Feldspatos: Sanidina, [(K,Na)AlSi3O8]4 Ortoclase, [(K, Na)AlSi3O8]4 Albita, [NaAlSi3O8]4 Anortita, Ca[Al2Si2O8] Os íons alcalinos e alcalino-terrosos aparecem para balancear as cargas devido à presença de íons Al3+ ao invés de íons Si4+. Esses íons Al3+ substituem os Si4+ nos vértices dos tetraedros formando cadeias. Entretanto, há outra diferença entre esses íons: átomos de silício tendem a se ligar a 4 oxigênios formando um tetraedro, enquanto o átomo de alumínio tende a se ligar a 8 oxigênios numa estrutura octaédrica. Já foram preparados mais de 150 zeólitas ou materiais tipo-zeólitas sintéticos e são conhecidas cerca de 40 zeólitas naturais. Métodos de Síntese de Zeólitas constituem um campo de grande interesse. A substituição parcial de átomos de silício por alumínio na estrutura da sílica (SiO2) dá origem ao grupo dos aluminossilicatos. Os principais componentes deste grupo são as argilas e as zeólitas. [Cotton, F.A.; Wilkinson, G.; Advanced Inorganic Chemistry, 6th ed., Wiley:New York, 1999]. Como o alumínio apresenta valência (3+) menor do que a do silício (4+), a estrutura do aluminossilicato apresenta uma carga negativa para cada átomo de alumínio. Esta carga é balanceada por cátions alcalinos ou alcalinoterrosos, chamados de cátions de compensação, intersticiais ou trocáveis, normalmente o Na+, K+ ou Ca2+, que são livres para se moverem nos canais ou cavidades da rede e podem ser trocados por outros cátions em solução. Esta é base da aplicação de zeólitas e argilas como trocadores de íons, para uso em cromatografia, na separação de íons, ou como catalisadores, com a espécie cataliticamente ativa inserida em suas estruturas. Substituição isomórfica pode ocorrer numa rede cristalina quando um cátion é substituído por outro de aproximadamente mesmo tamanho, mas com carga diferente. Nas zeólitas a substituição mais importante é de Si4+ por Al3+ , introduzindo uma carga negativa, que é neutralizada por cátions que podem ser trocados (troca iônica), localizados nos canais ou cavidades da estrutura zeolítica. A quantidade de cátions intercambiáveis é expressa em capacidade de troca catiônica (cation exchange capacity). Em princípio, o grau de substituição de Si por Al varia de zero (Si/Al = infinita) a Si/Al = 1. Qualquer que seja a razão Si/Al , a substituição isomórfica obedece à chamada regra de Loewenstein: 2 tetraedros de Al são vizinhos e compartilham um átomo de O. Assim, um tetraedro de Al deve compartilhar seus 4 átomos de O com 4 tetraedros de Si, e com Si/Al=1, uma alternância entre tetraedros de Si e Al ocorre na estrutura. Este é o caso da chamada zeólita A (LTA). Síntese de zeólitas 4- O Si O O O 3- O P O O Al O O 5- O O O Zeólita ITQ-33 Chem. Rev. 2014, 114, 4807−4837 A síntese de zeólitas é influenciada por um grande número de variáveis, dentre as quais podemos destacar: elementos diferentes na estrutura (framework), meios de mineralização, cátions inorgânicos, e o uso de agentes que dirigem (induzem) a estrutura, orgânicos ou inorgânicos, os chamados SDAs, structure directing agents. USOS de interesse industrial A capacidade de adsorção das zeólitas depende do seu volume poroso e do diâmetro dos poros (daí o nome peneiras moleculares). Isto permite que elas sejam utilizadas como adsorventes, tanto em processos de purificação como em processos de separação. Atualmente, quarenta espécies de zeólitas naturais foram identificadas e mais de cento e cinqüenta foram sintetizadas. As sintéticas, como por exemplo as zeólitas A, X, Y, L, F e ZSM-5, são utilizadas como catalisadores devido à sua grande uniformidade na composição e elevado teor de pureza. As zeólitas naturais são utilizadas principalmente no tratamento de efluentes, onde uma alta pureza não é um fator tão preponderante quanto nos processos catalíticos. Izumi, Y.; Urabe, K.; Onaka, M.; Zeolite, Clay, and Heteropoly Acid in Organic Reactions, VCH: New York, 1992. Statistics—United States: Natural Zeolites A representation of the zeolite A structure (LTA) as an assembly of framework's cages (tiles). 2008 2009 2010 2011 2012 Production 60,100 59,500 61,300 65,400 68,000 Sales, mill 58,500 59,400 60,000 65,200 68,000 Imports for consumption 200 200 150 100 100 Export 200 500 400 1,100 1,100 Consumption, apparent 60,100 59,200 61,050 64,400 66,500 Price, range of value, dollars per metric ton 30-900 30-900 30-900 40-800 45-800 Domestic uses for natural zeolites were, in decreasing order by tonnage, animal feed,* pet litter,* cement,* odor control,* water purification,* wastewater cleanup,* fungicide or pesticide carrier, gas absorbent, fertilizer carrier, oil absorbent, desiccant, catalyst, and aquaculture. * more than 70% of the domestic sales tonnage. A estrutura das zeólitas é definida por um arcabouço (framework) construido a partir de tetraedros de Si ligado a oxigênios: um átomo de silício no centro do tetraedro e os 4 oxigênios nos vértices. Estes tetraedros podem se interligar pelos vértices de diferentes maneiras, dando origem a uma variedade de estruturas interessantes. Esse arcabouço com frequência apresenta gaiolas, cavidades e canais interligados, com tamanho bem definido e apropriado para alojar pequenas moléculas ou íons (tamanhos de poros entre 3 e 10 Å em diâmetro. No total, mais de 130 estruturas ou arcabouços diferentes são até agora conhecidos. Além dessas estruturas contendo tetraedros e octaedros de Si ou Al, outras composições foram sendo sintetizadas, incluindo a classe dos aluminofosfatos microporosos, denominados ALPOs. Nestas estruturas, vértices de tetraedros formados por unidades [SiO4]4-, [AlO4]5ou [PO4]3- são compartilhados. Forma-se assim a chamada estrutura microporosa cristalina de materiais ALPO (aluminofosfatos). http://asdn.net/asdn/chemistry/zeolites.shtml Most frequently encountered Natural Building Units in the packing unit models of aluminophosphate zeolites. J. Phys. Chem. C 2012, 116, 6734. Chem. Rev. 2014, in press Framework structures of ITQ-33 and ITQ-44 Germanosilicate zeolite ITQ-44 ([Ge17.7Si34.3O104]) Helical channels in SU-32: . silicogermanate zeolite SU-32 (|(H3NCH(CH3)2F)6|[Ge31.68Si28.32O120]) – Nat. Mater. 2008, 7, 381 Devido a estas propriedades (presença de cátions intercambiáveis na estrutura), as zeólitas podem ter várias aplicações: A zeólita mineral mordenita (MOR): poliedros SiO4 são representados como tetraedros amarelos; poliedros AlO4 são representados como tetraedros azúisturquesa. Faujasita (FAU) e zeólite A (LTA) são aluminossilicatos porosos tecnologicalmente muito importantes, devido ao seu uso intensivo no craqueamento do petróleo e “amaciamento” (water softening) da água ou tratamento da chamada “água dura”, contendo grandes quantidades de carbonatos de cálcio ou magnésio. Essas propriedades se devem a suas características: presença de canais e cavidades onde se podem alojar moléculas de água ou outras. Ao introduzir unidades orgânicas ou íons de metais de transição no arcabouço desse tipo de zeólitas é possivel expandir suas estruturas porosas, incrementar sua funcionalidade e desenvolver novas aplicações. O desenvolvimento dos chamados arcabouços metal-orgânicos (MOFs) e arcabouços imidazol-zeolíticos (ZIFs) produziu materiais baseados em estruturas de zeólitas simples, onde apenas um tipo de cavidade (ou gaiola) está presente. Exemplo: zeólita com arcabouço tipo FAU Ring sizes (# T-atoms): 12 6 4 Maximum diameter of a sphere: that can be included: 11.24 Å that can diffuse along a: 7.35 Å; b: 7.35 Å; c: 7.35 Å Composite Building Units: d6R sod http://www.iza-structure.org/databases/ Adsorção e Separação As propriedades seletivas devido à forma estrutural das zeólitas são a base de seu uso em adsorção molecular. Sua habilidade ou capacidade de preferencialmente adsorver certas moléculas, abriu a possibilidade de usá-las como peneiras moleculares. Algumas vezes trata-se do tamanho e forma dos poros, controlando o acesso das moléculas à zeólita. Em outros casos, diferentes tipos de moléculas entram na zeólita mas se difundem com velocidades diversas através de seus canais, permitindo então a separação, como na purificação do para-xileno por silicalita. Zeólitas contendo cátions são extensivamente usadas como secantes devido à sua alta afinidade por água ou, ao contrário, zeólitas hidrofóbicas adsorvem preferentialmente solventes orgânicos. Podem também ser usadas na separação de gases, onde moléculas podem ser diferenciadas com base na sua interação eletrostática com íons metálicos. Portanto, zeólitas são capazes de separar moléculas basedo em suas diferenças de tamanho, forma e polaridade. Troca iônica Os cátions presentes como contra-íons na estrutura das zeólitas, como íons de sódio ou potássio podem ser trocados por outros íons em solução aquosa. Esta propriedade é explorada no chamado “amaciamento” de água, quando cátions Na+ ou K+ na zeólita são substituídos por íons Ca2+ ou Mg2+ presentes na água “dura”. Muitos detergentes em pó comerciais contêm quantidades significativas de zeólitas. Efluentes industriais contendo íons metálicos pesados (ferro, chumbo, crômio, etc..) podem ser tratados antes de serem disponibilizados em rios e lagos. Também efluentes nucleares, contendo isótopos radioativos (de reatores nucleares ou de experimentos com radioisótopos) podem ser “limpos” usando zeólitas. Sodium Zeolite A, used as a water softener in detergent powder C atálise Zeólitas têm a habilidade de atuar como catalisadores em reações químicas que ocorrem dentro de suas cavidades internas. Uma classe importantes destas reações é aquela que ocorrem com zeólitas trocadoras de prótons, cujo arcabouço tem protons ligados por interação eletrostática e que apresentam acidez muito alta .Esta propriedade é explorada em muitas reações orgânicas, incluindo o craqueamento do petróleo bruto, isomerisações e síntese de combustíveis. Zeólitas também atuam como catalisadores eficientes de oxidação ou redução, frequentemente quando possuem metais de transição em seu arcabouço. Exemplos são: uso da zeólita titânio- ZSM-5 na produção de caprolactama, e de zeólita contendo cobre na decomposição de NOx. (catalisadores automotivos). Ruthenium(0) Nanoclusters Stabilized by a Nanozeolite Framework: Isolable, Reusable, and Green Catalyst for the Hydrogenation of Neat Aromatics under Mild Conditions with the Unprecedented Catalytic Activity and Lifetime J. AM. CHEM. SOC. 2010, 132, 6541–6549 A hidrogenação de compostos aromáticos é uma transformação largamente empregada tanto no setor petroquímico como na indústria de especialidades (petrochemical and specialty industry) e é um processo importante para a geração de combustíveis diesel mais limpos. Assim, a descoberta de um catalisador heterogêneo para essa hidrogenação, num sistema livre de solvente, com eficiência, seletividade e tempo de vida superiores, sob condições brandas (a 25°C e 42 psi, pressão inicial de H2) é altamente auspiciosa. Nanoclusters de rutênio(0) estabilizados em uma estrutura nanozeolítica, nanozeolite framework, são novos materiais catalíticos que podem ser preparados pela redução com boro-hidreto de uma solução coloidal de nanozeólitas contendo rutênio(III) (introduzidos por troca iônica), à temperatura ambiente e caracterizados por diferentes técnicas ICP-OES, XRD, XPS, DLS, TEM, HRTEM, TEM/EDX, espectroscopias mid-IR, far-IR, e Raman. Os nanoclusters de rutênio(0) resultantes hidrogenam facilmente benzeno a ciclo-hexano com100% de conversão sob condições brandas (a 25°C e (421) psig de pressão inicial de H2) com boa atividade catalítica (TOF inicial, 5430 h-1) e lifetime (tempo de vida) longo. Também apresentam atividade catalítica excepcional na hidrogenação (livre de solvente) de aromáticos com substituintes metil, como tolueno, o-xileno, e mesitileno em idênticas condições. Além disso, eles são facilmente isoláveis e reusáveis, como catalisadores na hidrogenação de aromáticos. Quando reusados, retêm ~ 92% de sua atividade catalítica inicial, mesmo após a terceira corrida na hidrogenação do benzeno, nas mesmas condições experimentais. (a) Esquema da estrutura da zeólita-Y (FAU framework); (b) Espectros Far-IR da zeolite-Y (upper, black) e da nanozeólita-Y na forma de pó (down, red) obtidos com material desidratado a vácuo (10-7 Torr) a 550°C. Asteriscos indicam as bandas atribuídas ao cátion tetrametilamônio (TMA+) em modos translacionais no espectro da nanozeólita-Y. Diferentes tempos para hidrogenação de diferentes substratos Gráficos de concentração de (a) benzeno, (b) tolueno, (c) o-xileno, e (d) mesitileno versus tempo para a hidrogenação de 1.0 mL de substrato catalisada por 100 mg de NFS-Ru(0) (com um conteúdo de rutênio de 0,27% em massa correspondendo a 2,7 μmol de Ru) a (25 0.1)°C e (421) psig de pressão inicial de H2. Na série benzeno, tolueno, o-xileno, e mesitileno, a velocidade de hidrogenação decresce com o número crescente de grupos substituintes metil, devido ao efeito eletrônico no anel aromático pela adição de grupos metil (grupos metil aumentam a densidade eletrônica no anel aromático). Adicionalmente, a velocidade de hidrogenação mais baixa observada para o o substrato mesitileno também pode ser explicada pelo chamado diâmetro cinético Lennard-Jones da molécula de mesitileno (7.6 Å), que é maior que a abertura da supercage ou supercavidade da nanozeólita-Y (7.4 Å). Substrato sendo hidrogenado CH3 CH3 Reação completa a H3C benzeno CH3 2,2 h tolueno 6,0 h o-xileno 11 h mesitileno 18 h CH3 CH3 CH3 CH3 CH3 CH3 A estrutura das zeólitas, argilas e compostos correlatos, cheia de canais e cavidades de tamanho variável, permite selecionar quais os substratos que terão acesso ao centro catalítico (localizada nestas cavidades). Se o substrato tem volume maior que o canal ou cavidade, ele não reage, permitindo realizar reações seletivas. Exemplo: oxidação de hidroquinona e catecol às correspondentes quinonas ou reações de xilenos (o-, m- e p-metilbenzeno) OH OH OH OH OH OH Argilas (CLAYS) Não menos importantes que as zeólitas, tem-se as argilas, que são materiais naturais ou sintéticos com estruturas lamelares. Contêm lamelas constituídas de octaedros de aluminatos e tetraedros de silicatos, entre as quais se podem alojar moléculas de água, ânios ou cátions. hidrotalcita As argilas são recursos naturais que têm propriedades físico-químicas ajustáveis, possibilitando seu uso na fabricação de diversos tipos de produtos, que demandam características específicas do material. A modificação química da superfície das lamelas individuais das argilas pode ser conseguida em processos de troca catiônica, com a obtenção de materiais hidrofílicos ou hidrofóbicos, que têm características estruturais controladas. Este materiais têm ganho importância cada vez maior, em diversos segmentos da indústria. São também aluminossilicatos contendo diversos outros metais e que podem ser modificadas, segundo a conveniência ou necessidade para seu uso. Argilas são comumente definidas como materiais naturais, terrosos, de granulação fina que, quando umedecidos com água, apresentam plasticidade. De modo geral, o termo argilas refere-se às partículas do solo que possuem diâmetro inferior a 2 µm e das quais podem fazer parte diferentes tipos de minerais: silicatos lamelares de magnésio e de alumínio (filossilicatos), quartzo, feldspato, carbonatos, óxidos metálicos e até mesmo matéria orgânica. O termo argilominerais é usado para designar especificamente os filossilicatos, que são hidrofílicos e conferem a propriedade de plasticidade às argilas. O total de componentes que não são argilominerais nas argilas dificilmente é inferior a 10% em massa. Atualmente, diversos novos materiais com propriedades interessantes têm sido desenvolvidos, com adição de argilas a polímeros. Um exemplo é a fabricação de embalagens com controle da difusão de oxigênio ou ar, para melhor conservação de alimentos. Modificação química de argilas: desafios científicos e tecnológicos para obtenção de novos produtos com maior valor agregado Argilas têm sido usadas pela humanidade desde a antiguidade para a fabricação de objetos cerâmicos, como tijolos e telhas e, mais recentemente, em diversas aplicações tecnológicas. As argilas são usadas como adsorventes em processos de clareamento na indústria têxtil e de alimentos, em processos de remediação de solos e em aterros sanitários. São ainda usadas para ajustar as propriedades reológicas de fluidos de perfuração de petróleo e de tintas, como carreadoras de moléculas orgânicas em cosméticos e fármacos e como suporte para catalisadores. E. Teixeira-Neto, Ângela A. Teixeira-Neto - Quím. Nova 2009, 32, 809-817 Estrutura da Caulinita Como as zeólitas, a estrutura das argilas também apresentam tetraedros de Si e octaedros de Al. Catalisadores baseados em Argilas Existem inúmeras aplicações industriais de catalisadores baseados em argilas. Alguns exemplos de produtos e processos usando argilas que estão protegidos por patentes no Brasil incluem catalisadores para redução do nitrogênio de espécies NOx (indústria automotiva), isomerização de alfa-olefinas, suporte para catalisador baseado em zeólitas, produção de argila pilarizada e isomerização de lactonas. Os catalisadores baseados em argilas apresentam características importantes, como facilidade na reutilização e recuperação, condições experimentais de operação brandas, ganhos em seletividade e conversão, etc. Praticamente todos os trabalhos de catálise que usam argilas empregam argilas tratadas com ácido e/ou pilarizadas. O tratamento ácido possibilita a obtenção de altas áreas superficiais, maior porosidade e alta acidez superficial. Materiais lamelares podem ser exfoliados, em nanofolhas: Essas nanofolhas podem dar origem a diferentes materiais, com diversas aplicações J. Mater. Chem., 2009,19, 2453-2456 Argilas minerais 2:1 Si A estrutura básica destas argilas 2:1 é constituída de 2 camadas tetraédricas de Silício e 1 camada octaédrica de Alumínio. Smectita e Vermiculita são exemplos desta classe de argilas 2:1. Al Argila Mineral Smectita Esse termo "smectita" é usado para descrever uma família de filossilicatos 2:1 tendo camadas com carga permanente devido à substituição isomórfica tanto na lamela ou folha octaédrica (tipicamente devido à substituição de íons Al3+ por cátions de menor carga como Mg2+, Fe2+ ou Mn2+ ) como na folha tetraédrica (onde íons Si4+ são substituídos por Al3+ ou ocasionalmente Fe3+). É comum em smectitas apresentarem carga tanto na lamela tetraédrica como na octaédrica. Essas substituições isomórficas levam a cargas negativas na estrutura total da argila que devem ser contrabalanceadas pela presença de cátions entre as lamelas. O espaço entre as lamelas, interlamelar, é hidratado e permite que estes cátions se movam livremente para dentro e para for a da estrutura lamelar. Estes cátions entre as lamelas e que podem ser trocados constituem a capacidade de troca catiônica do solo argiloso. Smectitas têm uma capacidade de troca catiônica (CTC) de 80 a 150 mequivalentes/100 g. Como o espaçamento interlamelar é expansível, smectitas são frequentemente denominadas "swelling clays“ ou argilas que incham. Solos com alta concentração de smectitas podem apresentar até 30% de variação de volume devido a secagem ou hidratação , e estes solos tem potencial para inchar e encolher. Argila Mineral Vermiculita Também constitui um filossilicato de alta carga 2:1. É considerada como decorrente da erosão com o tempo de micas. Tipicamente, na vermiculita entre 0,6 e 0,9 de 4 Si são substituídos (~25%) por Al. Portanto, esta carga negativa deve ser balanceada pela presença de cátions na estrutura (espaço interlamelar) e vermiculitas em geral tem uma capacidade de troca catiônica (CTC) de 150 meq/100g. Similarmente a smectita, Vermiculita também é hidratada e expansível, embora em menor grau. Vermiculita é muito usada para aeraraerate solos mistos. Misturada à terra comum, essa argila aumenta a retenção de água do solo e ajuda na liberação de fertilizantes sólidos, sendo muito usada na semeadura. Em laboratórios químicos, é usada como material absorvente de líquidos, para evitar contaminações. Argilas especiais: argilas quimicamente modificadas - uma revisão A. C. Vieira Coelho*, P. de Souza Santos e H. de Souza Santos Quim. Nova, Vol. 30, No. 5, 1282-1294, 2007 MET de microcristais lamelares de perfil hexagonal de caulinita de caulim do rio Jarí, Amapá Caulinita - Al2O3.2SiO2.2H2O A fórmula da cela unitária da caulinita, eletricamente neutra, é Al4Si4O10(OH)4. A cor branca do caulim é um dos principais fatores responsáveis por seu grande uso industrial em papel, cerâmica e plásticos. Há grande produção de caulim no Brasil: é o 4º. produtor mundial. Contudo, não há produção de caulins modificados, revestidos com silanos, havendo, no entanto, produção de caulins com baixa granulometria e de caulins calcinados para cargas de borrachas e de plásticos U. S. Geological Survey Open-File Report 01-041 http://pubs.usgs.gov/of/2001/of01-041/ O cátion M+ que balanceia a carga negativa é chamado cátion trocável ou intercambiável, uma vez que pode ser trocado, de forma reversível, por outros cátions. O teor do cátion trocável, expresso em miliequivalentes do cátion por 100 g de argila, é chamado CTC – capacidade de troca de cátions. O cátion M+ ocupa o espaço interplanar das camadas 2:1 e pode estar anidro ou hidratado. Conforme a dimensão do cátion anidro e o número de camadas de moléculas de água coordenadas ao cátion (e, portanto, também intercaladas), pode-se ter valores diferentes da distância interplanar basal. Montmorilonita - (Al3,33Mg0,67)Si8O20(OH)4.M+10,67 a cela unitária tem carga elétrica negativa devido à substituição isomórfica do Al3+ por Mg2+ A distância interplanar basal é da ordem de 15,4 Å, e a espessura da camada 2:1 é da ordem de 8,97 Å Pode-se também modificar a superfície das argilas, introduzindo grupos funcionais: Y = -NH2 - imidazol -NHCH2CH2NH2 Com isto, pode-se coordenar íons metálicos, como Cu2+, Ni2+, etc.., possibilitando o uso desses materiais como catalisadores. Representação esquemática do mecanismo de transformação da superfície dos cristais de caulinita pela silanização em meio aquoso Química Supramolecular CO L2bpy Ligantes- ponte [CuIIL{RuII(bpy)2Cl}4]4+ O, íon óxido hexâmero [Ru3O(CH3COO)6(pz)(CO)] 5 íons metálicos : 1 Cu(II) e 4Ru(II) 4 deles arranjados ao redor do íon central, ligados por ligante-ponte 1 ligante macrocíclico (L2-), coordenado por 4 átomos de N ao íon de cobre(II) 2 ligantes bidentados (bpy) coordenados aos íon de rutênio(II) 1 íon cloreto coordenado a cada íon rutênio(II) Arcabouços Metal−Orgânicos Metal−organic frameworks, ou MOFs, emergiram como uma extensa classe de materiais cristalinos com porosidade muito alta (até 90% do seu volume livre) e enorme área superficial interna, ultrapassando em alguns casos 6.000 m2/g. Estas propriedades, juntamente com o grau extraordinário de variabilidade dos componentes tanto orgânicos como inorgânicos em suas estruturas, fizeram com que os MOFs tivessem alto interesse para potenciais aplicações em energia limpa, usualmente como meio de armazenamento de gases como hidrogênio ou metano, ou como adsorventes de alta capacidade para várias separações ou captação de CO2. Adicionalmente têm sido também utilizados em membranas, dispositivos de filmes finos, catálise heterogênea e imagens biomédicas. Desde os anos 90, esta área da Química tem tido um crescimento extraordinário, como evidenciado pelo número sempre crescente de artigos publicados como pelas diferentes áreas de possíveis aplicações. Ligantes-ponte Nós Íons metálicos Andrew Maverick – Luisiana State University, USA Apresentam estruturas mono-, bi- ou tridimensionais, com alto grau de ordenamento. São em geral muito insolúveis MOFs = metal-organic framework Materiais úteis para armazenamento de gases, catalisadores, interação magnética entre centros metálicos, etc. Material Nanoporoso [Cu3(TMA)2(H2O)3]n quimicamente funcionalizável TMA Ác. 1,3,5-benzenotricarboxílico Cage ou gaiola Fig. 1 (left). Dicopper(II) tetracarboxylate building block for HKUST-1. Key distances are Cu-Cu = 2.628(2)Å, Cu-OCO = 1.952(3) Å, and Cu-OH2 = 2.165(8) Å. Fig. 2 (right). [Cu3( TMA)2(H2O)3]n polymer framework viewed down the [100] direction, showing nanochannels with fourfold symmetry. Science, 1999, 282,1148-1150. Interconectores orgânicos ditópicos, tritópicos e tetratópicos (linkers) representados por 1,4-benzenodicarboxilato (BDC), 1,3,5benzenotricarboxilato (BTC) e 1,3,5,7-adamantanotetracarboxilato ATC). Quadro geral de métodos de síntese de MOFs, temperaturas de reação e produtos finais. Chem. Rev. 2012, 112, 933–969 APLICAÇÕES dos MOFs Dessulfurização Highest Adsorption of Metal-Organic Framework for Benzothiophene Angewandte Chemie International Edition/Wiley-VCH Nazmul Abedin Khan and Sung Hwa Jhung, Kyungpook National University, Daegu, Korea There is a considerable demand to reduce the content of sulfur-containing compounds such as thiophene (Th), benzothiophene (BT), and dimethyldibenzothiophene (DMDBT) in fuels like diesel and gasoline to a low level to prevent air pollution and deactivation of catalysts. Adsorption has been regarded as one of the most competitive methods. Little has been understood for the high uptake of S-compounds with modified metal-organic framework materials (MOFs) as adsorbents. Armazenamento de Gases Metal-Organic Frameworks with Exceptionally High Methane Uptake: Where and How is Methane Stored?" Wu, H., et al.. Chem.-Eur. J. 2010, 16, 5205. "Systematic investigations on magneto-structural correlations of copper(II) coordination polymers based on organic ligands with mixed carboxylic and nitrogen-based moieties“ - Wriedt, M.; Zhou, H.-C. Dalton Transaction, 2011, accepted. DOI:10.1039/C2DT11965J A novel MOF with mesoporous cages for kinetic trapping of hydrogen Q.-R. Fang, D.-Q. Yuan, J. Sculley, W.-G. Lu and H.-C. Zhou Chem. Commun., 2012, 48, 254–256 Over the past decade, numerous studies of porous metal–organic frameworks (MOFs) have been reported because of their unique architectures and potential applications in gas separation, molecular storage, and heterogeneous catalysis. Crystals of PCN-105 were prepared by the method of solvent diffusion. H2HTDBD, Cd(NO3)24(H2O) and NaOH were dissolved in DMF/ethanol/H2O. Subsequently, 1-amino-2propanol was slowly diffused to the mixture at 60C for 4 days to produce colorless block crystals Gas storage in porous metal–organic frameworks for clean energy applications Chem. Commun., 2010, 46, 44–53 The seminal work by Yaghi et al. revealed that CO2 uptakes in porous MOFs scale up with their surface areas, and MOF-177 with a high Langmuir surface area of 5640 m2/g could surpass the benchmark materials zeolites 13X and activated carbon MAXSORB by a factor of over 1.5 in both gravimetric and volumetric capacities (Fig. 3). Fig. 3 -Comparison of the volumetric CO2 capacity of MOF-177 relative to zeolite 13X pellets, MAXSORB carbon powder, and pressurized CO2. A. R. Millward and O. M. Yaghi, J. Am. Chem. Soc., 2005, 127, 17998–17999. Carbon Dioxide Capture in Metal–Organic Frameworks The concentration of CO2 in the atmosphere at the present time is greater than at any other time in modern history, exceeding 390 ppm in 2011. To put this value into perspective, through analysis of ocean sediments for seawater pH and calcium, magnesium and carbonate mineralogy, and ice core data, it has been concluded that the atmospheric concentration has not approached such a level over the past 400 000 years Emissão Global de fontes de gases-estufa (greenhouse gas) em 2004 das quais aproximadamente 77% são representadas por emissões de CO2 Chem. Rev., 2012, 112 (2), 724–781 Necessidade de capturar o dióxido de carbono. Projeção dos níveis de geração de eletricidade através de carvão e gás de 2007 a 2035. The reaction of 2 equiv of MEA with CO2 results in the formation of an anionic carbamate species and a corresponding ammonium cation. The total working capacity of a 30 wt % MEA solution is between 2.1 and 5.5 wt %, depending upon the specific configuration of the scrubbing process. crystal structure of Zn4O(BDC)3 (MOF-5) crystal structure of Cu3(BTC)2 (HKUST-1) Science 1999, 283, 1148. The high internal surface areas of metallorganic frameworks provide an opportunity for large CO2 adsorption capacities to be achieved, owing to the efficient packing and close approach of the guest molecules on the pore surface. For example, at 35 bar, the volumetric CO2 adsorption capacity for MOF-177 reaches a storage density of 320 cm3(STP)/cm3, which is approximately 9 times higher than the quantity stored at this pressure in a container without the metalorganic framework and is higher than conventional materials used for such an application, namely, zeolite 13X and MAXSORB. Chem. Rev. 2012, 112, 724–781 Isotermas de adsorção de CO2 ( ) e H2 ( ) para os arcabouços metalorgânicos MOF-177, Co(BDP), Cu-BTTri, e Mg2(dobdc) a 313 K. Seletividades CO2/H2 para uma mistura 80:20 H2/CO2 a 313 K, calculadas usando IAST methods. Referências: 1. T.L. Brown, H.E. LeMay Jr., B.E. Bursten e J.R. Burdge, Química – uma ciência central, Pearson-Prentice Hall, São Paulo, 2005, 9a. ed., cap. 14 – Cinética Química, p. 512518. 2. Shriver & Atkins – Química Inorgânica, Bookman, 2008, 4a. Ed. (Tradução da 4a. ed. - Oxford Univ. Press, 2006 - D.F. Shriver, P.W. Atkins , T.L. Overton, J.P. Rourke, M.T. Weller e F.A. Armstrong), cap. 25 – Catálise, p. 702. 3*. Q. Nova 2001, 24 (6), 885-892 – Modificação de Zeólitas para uso em Catálise 4*. Q. Nova 1996, 19(1), 43-50 – Zeólitas do tipo AIPO: síntese, caracterização e propriedades catalíticas *Artigos (em pdf) disponíveis no site da revista: http://quimicanova.sbq.org.br/qn/QN_OnLine_Geral.htm