O Sistema único de Saúde surgiu no fim da década de 1980, idealizado por alguns médicos sanitaristas de esquerda (sonhadores), e vale salientar que o sistema de saúde da época já atendia a população de um modo geral. Por infelicidade de todos surgiu juntamente com o modelo político econômico, na época chamado de Plano Cruzado, tendo como avalista o PMDB, que na época elegeu a maioria dos governadores dos Estados Brasileiros. É imperativo dizer que desde a sua criação, nunca atendeu por completo as necessidades de saúde do povo brasileiro, servindo apenas para promover e beneficiar grupos políticos, que a cada época de eleições vem os donos da verdade prometendo construir hospitais, ambulatórios, entrega de remédios por correio etc. Nas regiões Norte e Nordeste Brasileiras, a situação é vergonhosa, calamitosa, pois nem um comprimido de AAS é dado para a população; medicação para diabete e hipertensão a população tem que comprar, até os mais simples bloqueadores da ECA não são fornecidos para a população. Se alguém necessitar de medicação para endometriose, miomatose, acromegalia ou câncer de próstata, corre o risco de morrer porque não existe nem tratamento medicamentoso e nem cirúrgico; as filas são quilométricas, passando de 6 meses até 1 ano para se consultar com um especialista; com relação às intervenções cirúrgicas, tem-se que rezar e pedir a Deus para que a doença não se torne inoperável, como é o caso do câncer, ou a pessoa terá de ter um plano de saúde, que dependendo do caso, o plano de saúde poderá alegar que não cobre determinada doença. A Constituinte preleciona que a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doenças e de outros agravos, e ao acesso universal igualitário às ações e serviços para a sua promoção, proteção e recuperação. O artigo 198 da Carta Magna aduz que as ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único de saúde, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: 1. Descentralização, com direção única em cada esfera do Governo; 2. Atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais; 3. Participação da comunidade. O artigo 199 da Constituição Federal preleciona que a assistência à saúde é livre à iniciativa privada. As instituições privadas poderão participar de forma complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste, mediante contrato de direito público ou convênio, tendo preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos. O parágrafo 2º do artigo supracitado ensina que é vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos. Nos últimos quinze anos, o Governo do Estado de São Paulo instituiu um modelo de precarização do sistema de saúde, na ótica de que quanto pior for o atendimento e a assistência precária, melhor será para que se possa entregar o sistema de saúde aos grupos de medicina privada. Senhores, é tão forte a precarização e o sucateamento empregados por estes governos, que nos hospitais e ambulatórios da rede Federal podemos encontrar materiais como cama, criado mudo, suporte de soro, equipamentos cirúrgicos da época do IAPI e IAPTEC, sem contar com materiais e equipamentos que foram comprados pelo MPAS. Há unidades de saúde que foram reformadas após trinta anos de funcionamento. Todos os prédios do Ex-INAMPS já estão em estado precário; nunca há dinheiro para reforma, compra de material e equipamentos. O caso do PAM Heliópolis é um exemplo disso. Precarizar e sucatear sempre foi a tônica deste governo. Agora surgem, de repente, 15 milhões de reais apenas para reforma do prédio do ambulatório, compra do densitômetro, tomógrafo e mamógrafo etc, para ser entregue para o sindicato da construção civil. As OS e as PPP’s, vocábulos usados para camuflar quem está por trás deste modelo corrupto instalado na saúde pública, são grupos de médicos e os amigos do partido, verdadeiros abutres comedores de tecido humano e bebedores de sangue humano. A terceirização do sistema de saúde em São Paulo é muito grave. Com os hospitais terceirizados, quando o usuário chega para fazer um endoscopia digestiva ou mesmo uma seção de fisioterapia pelo SUS, só será marcado em 3 ou 4 meses, mas se fizer o plano de saúde do hospital, faz-se o exame em 1 semana, ou seja, se pagar, faz o exame na hora. Portanto, reforma de prédio público, compra de material e equipamento, contratação de pessoal, assistência técnica foram entregues à terceirização. Por exemplo, quando um tomógrafo tem um defeito na visão do técnico, o custo é, em média, R$ 500,00 (quinhentos reais), tudo pago com dinheiro público. Se uma parturiente faz seu parto em casa e é conduzida para o hospital terceirizado, é cobrado do SUS o parto como se tivesse sido feito no Hospital. As cirurgias quando são feitas por apenas 1 assistente, é colocado nas planilhas que foram feitas por 2 ou 3 assistentes e enviadas para o SUS pagar. Um outro fato que foi denunciado, é que os procedimentos são sempre superfaturados. Existe uma planilha do SUS que é cobrado por procedimentos e os gestores dos hospitais mandam os setores de finanças superfaturarem os procedimentos. Quando é usado material com gaze, são usados 10 pacotes, e é colocado 20, 30 pacotes; com soluções antissépticas, é colocado o frasco todo para que o SUS pague. Um outro escândalo detectado, por exemplo, é quando se faz uma cirurgia da perna esquerda e foi de alta hospitalar e por qualquer natureza, se a mesma pessoa bate a perna direita e teve pequena escoriação e vai ao mesmo hospital, será aberta outra folha de atendimento dizendo que houve uma complicação da cirurgia anterior da perna esquerda. Não fazem nenhum procedimento, apenas limpam aquela escoriação e colocam na folha que houve complicação da cirurgia anterior e mandam para o SUS pagar. Um outro fato de roubalheira está relacionado com as autarquias da Prefeitura em relação ao serviço de remoção. A remoção não é feita por quilometragem, que seria o correto, e sim por pacote fechado, e custa para o SUS pagar o valor de cada remoção o montante de R$ 800,00 (oitocentos reais). Por exemplo, uma remoção feita no Hospital do Tatuapé, para conduzir o paciente para uma rua que fique atrás do Hospital, é pago oitocentos reais. Se tiver um paciente do mesmo Hospital que será removido para sua residência que fique no bairro do Campo Limpo, por exemplo, serão gastos os mesmos oitocentos reais. A Secretaria de saúde mantém um serviço de auditoria: quando estes auditores vão a estes hospitais terceirizados fazem por amostragem. Pegam, por exemplo, 20 prontuários, todos com superfaturamento, condenam apenas 3 prontuários, deixando passar os outros 17 com problemas. Para concluir, a crise que se instalou nos Estados Unidos, é a crise da globalização, das terceirizações, do capitalismo, onde os poderosos roubam e os povos pagam. O povo brasileiro sofre demais, pois paga altos impostos e ganha miseráveis salários. Este modelo de terceirização não pode e nem deve continuar. É um modelo corrupto que não deu certo em nenhum lugar do mundo. O Brasil não pode se dar ao luxo de dar assistência à saúde para toda a América Latina, pois temos milhares de brasileiros em filas quilométricas esperando para receber assistência. O Governo Brasileiro tem que parar de governar com banalidade, mostrando para os estrangeiros que é bondoso e amável, chegando a ser subserviente, mas apenas com estrangeiros. Com relação aos brasileiros, o Governo tem garganta forte para gritar, ser truculento, arrogante e possui, muitas vezes, postura fascista. Portanto, o 10º CONSINSPREV tem o direito e o dever de fazer uma auditoria no Sistema Único de Saúde.