CONTRIBUIÇÕES DA EAD NA EDUCAÇÃO DE ALUNOS SURDOS NO ENSINO SUPERIOR Jakellinny Gonçalves de Souza Rizzo – UFGD1 Elizabeth Matos Rocha – UFGD2 Eixo temático Educação superior Comunicação oral Resumo: Nesse artigo propomos discutir questões acerca da educação superior de alunos surdos na modalidade de Educação a Distância – EAD. A abordagem metodológica referese a uma pesquisa bibliográfica. A importância dessa discussão é compreender as contribuições da EAD na perspectiva de educação inclusiva para que as pessoas com surdez tenham acesso ao ensino superior. Considerando a expansão da EAD é notável a relevância dessa modalidade para a educação dos alunos surdos, qual tem contribuído fortemente para acesso ao ensino superior. Palavras-chave: Educação de surdos, Educação superior, Educação a Distância. Introdução Iniciar um estudo sobre os a educação de surdos alunos surdos mais especificamente no ensino superior na Educação a Distância (EAD) requer inicialmente uma reflexão acerca da trajetória educacional das pessoas surdas. 1 Mestranda em Educação - UFGD, Graduanda em Letras Libras EaD – UFGD, Especialista em Educação inclusiva com ênfase em deficiência auditiva. 2 Doutora em Educação - FACED/UFC, Mestre em Educação – FACED/UFC, diretora da Faculdade a Distância da UFGD. 2 Quem são os sujeitos surdos? Segundo Skliar (1997, 33), “a construção das identidades não depende da maior ou menor limitação biológica, e sim de complexas relações linguísticas, históricas, sociais e culturais”. No processo da história da educação de pessoas surdas é possível encontrar teorias e práticas que baniam a Língua de Sinais (LS) constatando que o surdo precisava aprender a ouvir e falar, bem como as de aceitação das diferenças linguísticas no contexto educacional, onde a LS é a representação da cultura e identidade surda. As comunidades surdas tiveram seus direitos linguísticos quebrados em 1880 no congresso de Milão, um evento que reunia intelectuais que demostraram que as pessoas surdas não tinham problemas na emissão de voz nem no aparelho fonador, ou seja, podiam falar. A partir disso foi imposto que a língua de sinais fosse suspensa das práticas sociais e educacionais dos surdos, adotando a oralização. O principal objetivo dessa teoria era desenvolver a fala dos surdos, pois acreditava-se que língua oral era primordial para a comunicação. O oralismo percebe a surdez como uma deficiência que deve ser minimizada pela estimulação auditiva. Essa estimulação possibilitaria a aprendizagem da língua portuguesa e levaria a criança surda a integrar-se na comunidade ouvinte e desenvolver uma personalidade como a de um ouvinte. Ou seja, o objetivo do oralismo é fazer uma reabilitação da criança surda em direção à normalidade. (GOLDFELD, 2002, p. 34). Posteriormente ao congresso e a aprovação do oralismo, a maior parte das escolas adotaram essa metodologia para a educação de surdos, a LS foi proibida iniciando uma luta do povo surdo para conquistar e defender os seus direitos linguísticos. Com o passar do tempo foi possível perceber que os surdos submetidos ao oralismo não conseguiam se comunicar como os ouvintes, com isso as pessoas surdas continuavam a comunicação através da LS. Com isso surgiu a comunicação total que seria permitido utilizar toda forma de comunicação. A comunicação total inclui todo o espectro dos modos linguísticos: gestos criados pelas crianças, língua de sinais, fala, leitura orofacial, alfabeto manual, leitura e escrita. A comunicação total incorpora o desenvolvimento de quaisquer restos de audição para a melhoria das habilidades de fala ou de leitura orofacial, através de uso constante, por um longo período de tempo, de aparelhos auditivos individuais e/ou sistemas de alta fidelidade para 3 amplificação em grupo (Denton (1976, p. 4), apud Freeman, Carbin, Boese (1999, p. 171). Assim como o oralismo a comunicação total não resultou em um aprendizado satisfatório, pois o bimodalismo intrincava o desenvolvimento do aluno surdo, visto que defendia a simultaneidade da língua oral com a LS. Mediante discussões acerca do oralismo e da comunicação total, foi estabelecida outra filosofia educacional denominada bilinguismo, que atualmente é a principal proposta para educação de surdos. O bilinguismo é uma proposta de ensino usada por escolas que se propõe a tornar acessível à criança as duas línguas no contexto escolar. Os estudos têm apontado para essa proposta como sendo mais adequada para o ensino de crianças surdas, tendo em vista que considera a língua de sinais como língua natural e parte desse pressuposto para o ensino da língua escrita. (QUADROS, 1997 p. 27). Um marco fundamental para os surdos terem seus direitos linguísticos garantidos e poderem se comunicar através da LS foi o desenvolvimento das políticas de inclusão, que reconhece a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), bem como práticas pedagógicas que considerem a língua, identidade e cultura surda. Um dos documentos importantes para a educação dos surdos foi a consolidação em defensa da educação inclusiva tendo como lei matricular todas as crianças em escolas regulares, com um nível adequado de aprendizagem, levando em conta a diversidade de características e necessidades educacionais especiais, foi a Declaração de Salamanca em (1994) na Espanha. Em conformidade com esse documento e visando atender as especificidades linguísticas das pessoas surdas no Brasil aprova-se a Lei nº 10.436 de 24 de abril de 2002, garantindo uma condição mais digna para a comunidade surda, reconhecendo a libras com segunda língua oficial da Brasil, visto que em seu Art. 1º informa que a libras não substituirá a língua portuguesa em sua modalidade escrita. Art. 1o É reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a Língua Brasileira de Sinais - Libras e outros recursos de expressão a ela associados. Parágrafo único. Entende-se como Língua Brasileira de Sinais - Libras a forma de comunicação e expressão, em que o sistema linguístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, constituem um sistema linguístico de transmissão de idéias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil.(Grifo do autor). 4 Com a publicação dessa lei os surdos tiveram o reconhecimento da LIBRAS como meio de “comunicação e expressão”, conquistando dessa forma espaços em contextos sociais e acadêmico. O Decreto 5.626 de 22 de Dezembro de 2005 regulamenta a lei nº 10.436 qual assegura a garantia da educação bilíngue e prevê ações a serem seguidas pelas instituições, em seu Art. 24º trás orientações para o planejamento visual em cursos de nível superior na modalidade EAD para surdos. A EAD vem se disseminando atualmente, conquistando um espaço considerável no contexto acadêmico, possibilitando maiores oportunidade de acesso ao nível superior das pessoas surdas. No decreto nº 2.494, de 10 de Fevereiro de 1998 qual regulamenta o Art. 80 da LDB lei n.º 9.394/96 expõe que: Educação a Distância é uma forma de ensino que possibilita a autoaprendizagem, com a mediação de recursos didáticos sistematicamente organizados, apresentados em diferentes suportes de informação, utilizados isoladamente ou combinados, e veiculados pelos diversos meios de comunicação (BRASIL, 1998, não paginado). Pode-se considerar que um dos motivos pela expansão da EAD é a facilidade que o sujeito encontra por não precisar se afastar de sua rotina de atividades, ainda tratase de modalidade de ensino que instrui ao acadêmico ser autônomo e consequentemente a autoaprendizagem, e vem se alastrado cada vez mais, passando a ser uma das mais determinantes ferramentas de disseminação do conhecimento e da informação. A potencialidade da EAD está em suas numerosas possibilidades de comunicação e as diversidades de práticas metodológicas, do mesmo modo, um alto alcance didático gerado através das ferramentas de ensino disponíveis. Quando destacamos a comunidade surda, as possibilidades se destacam primeiro porque “uma das características fundamentais da EAD moderna é a sua total integração com o uso das TICs (Tecnologia de Informação e Comunicação). Sem dívida, o nível atual de desenvolvimento das TICs nos permite afirmar que os limites físicos de uma aula não serão mais definidos pelas paredes das salas ou dos laboratórios de ensino. Certamente estas novas tecnologias não virão a substituir o contato do aluno com o professor ou com os livros, mas se constituirão, no futuro próximo, em ferramentas importantes no ensino, que deverão aumentar a eficiência didática e facilitar o acesso ao ensino de cada vez maior parcela da sociedade (CUNHA, 2006. p.152)”. 5 A EAD cumpre muito bem seu papel de educar, reduzir as dificuldades impostas pela distância, facilitar a vida do aluno e disseminar o ensino aos cantos mais remotos do planeta, sendo uma iniciativa válida e que deve ser experimentada (HANSEN, 2003). Lodi e cols. (2002) descrevem propostas que viabilizaria a real inclusão do aluno surdo no ensino superior pelo acesso à comunicação falada e escrita, das quais, uma seria a preparação de materiais por meio da EAD que contemplassem vídeo em LIBRAS e a publicação de manuais, guias e outros materiais didáticos tanto em LIBRAS quanto em português escrito. Enfatizam ainda que a universidade precisa se preparar para ministrar cursos diversos à distância para a comunidade com surdez. Os alunos surdos com necessidade educativas especiais têm muitas dificuldades em ingressar e manter-se na universidade. Com a EAD as pessoas surdas tem a possibilidade de conseguir concluir uma formação no ensino superior com menos dificuldade, tendo disponíveis as tecnologias educacionais, podendo estudar em residência própria, por conta desses fatores a EAD “vem alcançando uma posição de destaque no Brasil, por ser um instrumento de democratização do acesso a informação, principalmente na sua modalidade via web” (Mourão e Miranda, 2008, p. 219). O aluno surdo apresenta especificidades, uma delas é a peculiaridade da linguagem, ou seja, a LIBRAS, e cabe a Instituição Ensino Superior (IES) atender essas particularidades adequando o currículo, ofertando interpretes de libras nas vídeo-aulas bem como nos momentos presenciais, pois é através da linguagem que se faz a mediação nas relações sociais, considerando que é fundamental o meio visual no processo de aprendizagem, materiais metodológicos didáticos adequados, tronando assim um ambiente virtual viável, com uma educação de qualidade, onde os alunos se estejam incluídos e alcance a permanência na universidade. Para que isso ocorra requer que todo o corpo docente da IES não meça esforços, mobilizando-se para uma inclusão de qualidade aos acadêmicos surdos nos espaços de interação/sala de aula virtual de aprendizagem. Quando lembramos que aproximadamente uma em cada dez pessoas, em qualquer país, sofre de necessidades especiais (cegueira, surdez, incapacidade física de se locomover, entre outras limitações), além daqueles (em um grande número) que não podem se afastar de suas casas em razão do compromisso de cuidar de familiares de idade avançada ou de crianças, a função de “inclusão social” pela aprendizagem a distância fica muito clara. 6 Se a pessoas não pode se deslocar até a escola ou a universidade, então é a instituição que deve ir até ela! (LITTO, 2010, p. 26). Portanto é evidente que a EAD tem um papel fundamental na formação social e educacional dos alunos surdos, permitindo seu acesso a educação superior por meio de suas implantações de práticas inclusivas. A Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) conta com o curso de Letras Libras na modalidade EAD na Faculdade de Educação a Distância, desenvolvido preferencialmente para pessoas surdas. Pode-se pensar na importância do Curso de Letras – Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) para a concretização da Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002 e na transformação da Educação Superior Brasileira para responder à necessidade de formação de professores para o atendimento educacional especializado na inclusão das pessoas surdas nos diferentes níveis educacionais (BRASIL, 2012). Percebe-se com isso um avanço da comunidade surda, pois conquistaram um curso direcionado a educação de surdo, qual visa a formação e aperfeiçoamento de professores a fim de oferecer um Atendimento Educacional Especializado (AEE) para as pessoas surdas. O curso de Letras Libras EaD/UFGD possui recursos que possibilitam gravações de vídeo-aulas por parte dos professores, desenvolvendo os vídeos em LIBRAS para disponibilizar no AVA Moodle, e as Webconferências, atendendo a proposta bilíngue. Figura 1. Webconferência. Fonte: Arquivo pessoal e site https://portalead.ufgd.edu.br 7 Figura 2. Vídeo em Libras disponível no AVA Moodle. Fonte: Arquivo pessoal e site https://portalead.ufgd.edu.br/ O que o curso busca atender as necessidades educacionais especiais dos alunos surdos, com uma formação pedagógica específica para os professores que atuarão na educação de surdos, propondo uma proposta inclusiva bilíngue, utilizando a LIBRAS como primeira língua - L1 dos surdos e o português na modalidade escrita com segunda língua - L2. A EAD efetivamente tem se tornado presente no ensino superior contribuindo para a inclusão através de suas vantagens tecnológicas, proporcionando um novo cenário educacional brasileiro. Metodologia O estudo trata-se de uma revisão bibliográfica; baseia-se em estudos primários que permitem avaliar a coerência das relações, identificando as relações entre pesquisas desenvolvidas com semelhanças ou diferentes intervenções, em que possibilita identificar inconsistências e conflitos entre diferentes informações. 10 A investigação foi realizada por meio de pesquisa nas bases de dados eletrônicas CAPES/MEC e SciELO, no período de busca de 2009 a 2014, nos periódicos nacionais Portal de Periódicos. Como estratégias de busca, utilizaram-se os seguintes descritores e palavras-chave em português: “Surdo”, “Educação a Distância”, ao final, três artigos 8 compuseram a amostra. Houve a combinação desses termos e descritores por meio do operador lógico AND: Surdo AND Educação a Distância. Como critérios de inclusão institui-se nos artigos publicados em português, quais tinham sua a disponibilidade na íntegra, os artigos deveriam abordar os seguintes temas: graduação em Letras Língua Brasileira de Sinais, Educação a Distância, educação de surdos na EAD. No processo de seleção, nas análises e na organização dos artigos, procurou-se responder aos seguintes questionamentos: quais as características dos artigos quanto ao ano autor? Qual a metodologia adotada? Quais os locais onde foram desenvolvidas as pesquisa? Qual o número e principais características dos sujeitos dos estudos selecionados? E por último, quais os principais resultados alcançados? Para responder estas questões, foi construída uma tabela de acordo com as informações relevantes dos estudos, no tocante as variáveis: autor/ano, metodologia, local de realização da pesquisa, sujeitos e principais resultados. Na etapa seguinte, os artigos foram analisados na íntegra, totalizando 3 artigos que atendiam aos critérios de inclusão estabelecidos. Resultados e discussão O processo de pesquisa realizado neste estudo identificou, inicialmente, por meio dos descritores e palavras-chave combinados, 2 artigos no SciELO e 6 no Portal de Periódicos CAPES/MEC. Em seguida, houve um refinamento, utilizando-se os critérios de inclusão como filtros de pesquisa, tais como: 1) artigos disponíveis em formato completo; 2) artigos publicados entre 2009 e 2014; 3) artigos disponíveis em português. Destes, identificou-se apenas 3; o que reduziu a amostra do estudo. A Tabela I apresenta os 3 artigos selecionados, destacando as características dos estudos quanto autor/ano, metodologia, local de realização da pesquisa, sujeitos e principais resultados. Os artigos se encontram em ordem cronológica decrescente. Tabela I. Características dos artigos selecionados pelas bases de dados eletrônicas. Autor/Ano Pivetta, Saito e Ulbricht (2014) Metodologia Estudo de caso Local Brasil (MaríliaSP) Sujeitos Alunos surdos (quantidade não informada) Principais Resultados Ficou evidente a necessidade de aliar o uso de recursos visuais aos conteúdos apresentados em português, bem como valorizar o uso da língua de sinais e suas variantes (como o SignWriting) para maior compreensão do ambiente. 9 Pesquisa qualitativa com caráter exploratório. Seu delineamento é de um estudo de caso Costa e Kelman (2013) Quadros e Stumpf (2009) Estudo com descritivo abordagem Brasil (Santa Maria-RS) Brasil (Natal-RN) quanti-qualitativa A idade dos trinta e oito alunos surdos participantes varia de 21 a 58 anos, sendo vinte e dois do sexo masculino e 16 do sexo feminino. Alunos do curso Letras Língua Brasileira (UFSC) de Sinais LIBRAS Os resultados mostram a importância da educação bilíngue para o Surdo e que esse modelo de curso os fazem sentir valorizados, capazes e iguais. Pode-se concluir que o campo de pesquisa que se abre dentro do Curso de Letras Libras, incluindo o ambiente virtual, a tradução dos materiais para Libras, a produção de vídeos para o ambiente e para os DVDs do curso Letras Libras e as videoconferências, é cada vez mais amplo, graças aos resultados obtidos e à possibilidade de ter uma resposta imediata dos usuários do ambiente, os próprios surdos. Dessa forma, constrói-se um curso “surdo” visto e revisto pelos próprios surdos. Todos os estudos analisados revelaram a importância a EAD com a perspectiva de educação inclusiva com uma proposta bilíngue para o acesso educacional das pessoas surdas. Nos estudos de Quadros e Stumpf (2009) apresentam a implementação do primeiro curso de Letras Libras no Brasil na Universidade Federal de Santa Catarina, programa que selecionou 500 estudantes, sendo que 447 são surdos e 53 são ouvintes bilíngues. Esses estudantes estão espalhados em nove estados brasileiros: Amazonas, Ceará, Bahia, Distrito Federal, Goiás, Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. O curso é pensando na educação dos alunos surdos, leva em consideração os aspectos que representam as experiências visuais das pessoas surdas, a sua LS. O Curso de Letras Libras pretendeu levar em conta esses aspectos, quando torna o surdo protagonista das ações educativas, e sua língua a mediadora de todas as aprendizagens. Essa intenção se manifesta nas práticas quando as videoconferências, as aulas presenciais, e as apresentações dos trabalhos dos alunos são em Libras. (QUADROS e STUMPF (2009). Os alunos surdos que entraram no curso de Letras Libras EAD mostram-se interessados em aprender para serem professores de outros surdos podemos observar no depoimento de uma aluna surda, nos estudos de Costa e Kelman (2013) “Percebo que os alunos que ingressam no Letras – Libras têm aproveitado bastante neste curso e têm grande interesse de ser professor para poder ajudar os alunos surdos” 10 O trabalho de Pivetta, Saito e Ulbricht (2014) objetivou verificar a acessibilidade do ambiente de aprendizagem para as pessoas surdas e pode-se observar que a EAD possui potencial para ampliar o acesso dos surdos ao ensino superior Os avaliadores salientaram a importância do uso da Libras junto ao conteúdo textual para melhor compreensão. Um dos avaliadores afirmou a importância da presença do vídeo em Libras junto ao seu equivalente textual para que os alunos possam realizar as comparações e aumentar sua familiaridade com a Língua Portuguesa. Ainda em relação às necessidades do surdo, atividades que explorem mais a visualidade, a inserção de vídeo ou outras estratégias visuais também foram enfatizadas tanto para a fixação de conteúdos, ferramentas pedagógicas, como para atividades de interação e comunicação (Pivetta, Saito e Ulbricht p. 157, 2014) Considera-se que a EAD é uma vantajosa opção para que as pessoas surdas tenham acesso aos cursos ensino superior, pois tem direitos assegurados pelas legislações brasileiras que garantem a oportunidade de receber suas instruções educacionais e sociais por meio de sua L1, em todos os níveis de escolarização, inclusive em ambientes virtuais. Encontra-se perspectivas no ensino superior na modalidade EAD para os alunos surdos, uma vez que com a expansão da internet e com os avanços dos recursos tecnológicos vêm intensificado as possibilidades em desenvolver vídeos em Libras, materiais didáticos adaptados para a cultura surda, interação entre homem-máquina, dentre outras relevantes oportunidades que essa modalidade pode oferecer, contribuindo com o processo de ensino aprendizado em Libras. É necessário que os gestores das instituições que oferecem a educação das pessoas surdas na modalidade EAD, identifiquem as especificidades desses alunos para poderem implantar as possibilidades que essa modalidade pode oferecer através dos ambientes virtuais, com práticas direcionadas e elaboradas para esses educandos, seguindo assim com um ensino de qualidade. Considerando a presente exploração bibliográfica compreende-se que efetivamente os recursos, ferramentas e artefatos pertencentes da EAD por meio dos ambientes virtuais de aprendizagem são significativos para a educação das pessoas surdas, além disso, proporcionam várias oportunidades para a realização e efetivação da educação da comunidade surda. 11 Destacamos que esse estudo trata-se que uma pesquisa com caráter inicial (exploratória) contribuindo como base para apontar nortes e poder prosseguir como as pesquisas acadêmicas. Referências ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à Metodologia do Trabalho Científico. 10ª ed. São Paulo: Atlas, 2010. BRASIL, Ministério da Educação e Cultura. Projeto Político Pedagógico do curso de Graduação em Letras – Língua Brasileira de Sinais. Dourados – MS, 2012. ______. Declaração de Salamanca. Sobre Princípios, Políticas e Práticas na Área das Necessidades Educativas Especiais. 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