FERRAMENTAS PARA O DESENVOLVIMENTO DA LIDERANÇA Marco Aurélio Caldas (Exército Brasileiro) [email protected] : Major de Infantaria, Especialista em Gestão Estratégica de Recursos Humanos, Gestão da Administrção Pública e Mestre em Gestão Estratégia e Negócios. Marco Aurélio Caldas (Exército Brasileiro) Major de Infantaria, Especialista em Gestão Estratégica de Recursos Humanos, Gestão da Administração Pública e Mestre em Gestão Estratégica e Negócios [email protected] Francisco Arismar Sales Junior (UEPG) [email protected] Tenente de Infantaria, Graduado em Administração de Empresas pela Universidade Estadual Sales de Ponta Grossa. Francisco Arismar Junior (UEPG) Tenente de Infantaria, Graduado em Administração de Empresas pela Universidade Estadual de Ponta Grossa [email protected] FERRAMENTAS PARA O DESENVOLVIMENTO DA LIDERANÇA Resumo: O artigo versa sobre o desenvolvimento da liderança. Apresenta uma breve revisão literária acerca do tema, enfocando as teorias de liderança, enfoca também a necessidade da inteligência emocional em face das exigências para com o líder dos tempos atuais. Expõe um estudo de caso tomando por base a opinião de oficiais do exército segundo as praticas de desenvolvimento da liderança para o combate. Por fim há nas considerações finais o estabelecimento de um paralelo entre uma organização militar uma organização civil, em suas considerações finais. Palavras-chave: Inteligência Emocional; Estresse; Confiança. Tools for the development of the leadership Abstract The article turns on the development of the leadership. It presents one brief literary revision concerning the subject, focusing the leadership theories, also focuses the necessity of emotional intelligence in face of the requirements stops with the leader of the current times. The opinion of officers of the army displays a case study taking for base according to practices of development of the leadership for the combat. Finally a civil organization has in the final considerations the establishment of a parallel between military organizations, in its final considerations. Keywords: Emotional intelligence; stress; Confidence. 1 Introdução Um desafio para qualquer organização, independente do porte que possua, vem a ser o desenvolvimento da prática da iniciativa no âmbito de seus integrantes. Esta iniciativa, por sua vez, quando necessária ante a um grupo de pessoas que se dirige, ou gerencia vem configurar a liderança. O conceito sobre liderança fundamenta-se no entendimento do que significa administração. Segundo Kotter (1999), administrar diz respeito ao enfrentamento da complexidade. Ao passo que a liderança refere-se à capacidade em imprimir mudanças, ou direcionar para uma visão de futuro, engajando as pessoas neste movimento. O poder da decisão relaciona-se com a capacidade ou competência em adotar a decisão e iniciativa. Cabe ao gerente em qualquer nível que se encontre o poder decisório sobre aquilo que dirige. Quando uma patrulha está dispersa em uma área, seu comandante espera que seus comandados adotem a decisão de buscar o contato com o inimigo, conforme a ordem emitida. Entretanto, a atitude ao encontrar o oponente dependerá muito mais do soldado que do comandante do pelotão, obviamente pela proximidade do soldado com o inimigo. Conseqüentemente, o gerente vem a ser o próprio soldado e não o comandante da patrulha, para tal se faz necessário certa compreensão da missão do grupo e um proporcional grau de iniciativa. Observa-se que a atitude foi respaldada por uma capacidade em agir. Ao se dissociar essa capacidade obtém-se o conhecimento para discernir o que deveria ser feito e a iniciativa. Em uma organização um gerente, além de decidir, certamente possui a incumbência de liderar. Seguindo uma idéia vetorial iniciativa-liderança o estudo em questão apresenta uma breve revisão literária acerca da liderança. Utilizando-se de um estudo de caso exploratório, busca apresentar algumas idéias de como em uma organização militar se processa parte desse desenvolvimento e se procura estabelecer um paralelo com as demais organizações. 2 Desenvolvimento Com o intuito de se compreender melhor como ocorre o fenômeno em questão, apresentase a revisão literária acerca da Liderança. 2.1 Teoria dos Traços É a procura por descrever o líder por intermédio de seus traços de personalidade. Uma vez presentes tais características, estas seriam responsáveis pela capacidade em liderar. Geier (1967 apud ROBBINS 2004) procurou descobrir os traços comuns que diferenciassem os líderes, que pudessem ser aplicados universalmente. Entre os pontos comuns foram apontados a ambição e energia, o desejo de liderar, a honestidade, integridade, autoconfiança, inteligência e conhecimento inerente ao trabalho. Alem do mais outras pesquisas identificaram que pessoas com alto grau de automonitoramento (flexíveis para ajustar seu comportamento a diferentes situações) têm maior probabilidade de surgir como líderes nos grupos. Entretanto o fato de um indivíduo apresentar determinados traços não é o suficiente para ser considerado com líder pelos demais, ou seja, poderá vir a não ter êxito na consecução dos objetivos do grupo. Se esta teoria fosse comprovada, seria possível treinar “pessoas certas” para desenvolver a liderança. 2.2 Teoria Comportamental Esta teoria propõe que o líder possui um comportamento tal que o diferencia dos demais. Diferentemente da teoria dos traços em que tais características seriam natas, o comportamento chave para liderança poderia ser desenvolvido e assim se conseguiria formar líderes. Segundos estudos na Universidade de Ohio, nos Estados Unidos, (STODDILL, 1951 apud ROBBINS, 2004) duas dimensões de comportamento seriam responsáveis pelo comportamento da liderança, uma estrutura de iniciação e a consideração. Entende-se por estrutura de iniciação a capacidade de um líder em estruturar seu próprio papel e de seus liderados na busca pelos objetivos do grupo. Já a consideração vem a ser a capacidade em manter relacionamentos de trabalho caracterizados pela confiança mútua, respeito aos subordinados e atenção aos seus sentimentos. Estudos na Universidade de Michigan, na década de 1960 (Katz apud ROBBINS, 2004) apontaram para dois diferentes tipos de comportamento que um líder seria chamado a desempenhar, um orientado para a produção, focalizando aspectos práticos e técnicos do trabalho e outro orientado para o liderado, em que seriam enfatizadas as relações interpessoais. Tal compreensão levou a uma representação gráfica bidimensional proposta por Blake e Mouton (1980), chamado de Grid Gerencial (Figura 1). O Grid, entretanto não permitia que os resultados obtidos fossem verificados, mas compreendia-se o líder a partir dos resultados obtidos. Estudos escandinavos têm procurado prosseguir no desenvolvimento das teorias comportamentais (ocorridas dos anos 1940 a 1960 nos Estados Unidos). Buscam acrescentar mais uma dimensão, a orientação para o desenvolvimento, a qual viria a se relacionar com uma liderança eficaz. A explicação para tal dimensão não ter sido estudada na época fundamenta-se no entendimento que esta seria a dimensão mais solicitada aos líderes do século XXI, em face do quadro de constantes mudanças do mundo globalizado. 1,9 9,9 5,5 1,1 9,1 Figura 1 – Grid Gerencial 2.3 Teorias das Contingências Tais teorias procuram descrever o sucesso do estilo de liderança dos indivíduos, não somente tentam descobrir os traços ou comportamentos preferências das pessoas. Atrelam o comportamento à situação que se exige maior ou menor rigor. O modelo de Fielder (1967 apud ROBBINS, 2004) propõe que a eficácia do desempenho do grupo depende do estilo do líder e o nível de controle que lhe é proporcionado pela situação. O autor sugere um questionário com dezesseis questões, pelo qual se pode inferir o desempenho do líder a partir das respostas de seus liderados. Ou seja, descobre-se se o líder está mais voltado para o relacionamento ou para a tarefa. Estabelece três dimensões, a relação líder-liderados, a estrutura da tarefa e o poder da decisão. As críticas ao modelo de Fielder apontam para a dificuldade em se avaliar se a relação líder-liderados é boa, além de como se estruturam as tarefas e o poder decisório que o líder detém. O recurso cognitivo foi uma reconstrução do conceito original, proposto ainda por Fielder. Apresenta que o estresse afeta desfavoravelmente a situação, e por intermédio da inteligência e experiência o líder pode minimizar essa influência desfavorável. A partir desse ponto descreve as conclusões: o comportamento diretivo apresenta um bom desempenho quando vinculado à inteligência em situações apoiadoras e de baixa tensão, nas situações de alta tensão, há uma correlação positiva entre experiência no trabalho e o desempenho, e por fim as habilidades intelectuais do líder se relacionam com o desempenho do grupo nas situações de baixa tensão. Hersey e Blanchard (1974) desenvolveram um modelo de liderança situacional. Tal modelo fundamenta-se em dois pilares: a prontidão e o enfoque nos liderados. Por enfoque nos liderados os autores entendem que é a disposição destes para com o líder, uma vez que, somente por meio dos liderados é que o líder consegue realizar alguma tarefa. A prontidão significa a capacidade e habilidade dos liderados na execução das tarefas. Portanto, o comportamento do líder estará em função dos comportamentos dos liderados. Teoria da troca entre líder e liderados defende que os líderes criam grupos por sua escolha, baseado nas características dos liderados. Os indivíduos são eleitos pela semelhança que apresentam com o líder ou pela sua apreciação reúnem melhores condições para porem seus planos em execução. Há uma compatibilidade pessoal ou de competências entre o líder os liderados. (ROBBINS, 2002) Teoria Meta e do Caminho proposta por House (1996 apud ROBBINS, 2002), sustenta que o comportamento do líder torna-se admissível para os liderados quando percebem uma possibilidade de satisfação imediata ou futura. A função do líder vem se fundamentar na convicção que os líderes abrem caminho para os liderados. Os líderes são flexíveis em seu comportamento, podem adotar uma postura participativa, diretiva, apoiadora, dependendo da situação que se encontre. O desempenho e a satisfação do liderado são influenciados positivamente quando o líder oferece aquilo que falte ao liderado. Vroom (1997) apresentou o modelo de participação de liderança. Este modelo estabelece uma relação entre liderança e o processo decisório. Por meio deste modelo organizam-se cinco tipos deferentes de líderes, que variam do estilo mais autoritário na decisão ao mais participativo. Apresentadas as teorias das contingências pode-se inferir que apenas os traços não são por si só o bastante para determinar ou avaliar um líder, mas as variáveis contingenciais têm um papel muito importante na formação do líder. Destacam-se para o estudo em tela as variáveis: estresse, inteligência e experiência como prioritárias nas situações que será avaliado o líder. Na seqüência serão enfocadas as teorias sobre a liderança neocarismática (carismática, transformacional, e a visionária). 2.4 Teorias Neocarismáticas As teorias neocarismáticas enfatizam o simbolismo e o apelo emocional por parte dos liderados, assim como a exigência de um alto grau de compromisso. A liderança carismática é aquela em que o liderado vê no seu líder as características heróicas de seu comportamento. Atribui ao líder umas capacidades extraordinárias de desempenho. As pessoas que trabalham para líderes carismáticos estão motivadas a realizar sempre um esforço extra em seu trabalho. Normalmente possui um caráter ideológico, uma vez que nem sempre se deseja atingir níveis altos de desempenho com seus subordinados. A atração do líder para com os liderados envolve um vínculo que serve de inspiração para segui-lo. O líder traz à tona potencialidades dos liderados, por meio de suas emoções. Portanto, quase sempre ligada ao espectro político da sociedade, ou na religião ou em tempos de guerra. Dentro das teorias neocarismaticas, encontram-se ainda duas correntes de pensamento, diferenciando uma liderança transformacional e uma liderança transacional. Liderança transacional vem a ser uma forma de liderança em que as pessoas são levadas pelo líder na direção de uma meta. Essas metas são estabelecidas por intermédio do estabelecimento claro das funções e pela exigência das tarefas. Já a liderança transformacional relaciona-se com a estimulação intelectual dos liderados pelo líder, assim como uma consideração individualizada. A figura 2) expõe a diferença segundo Robbins (2002) sobre ambos os tipos de liderança. Líder Transacional Líder Transformacional Negocia a troca de recompensas por Oferece uma visão e sentido da missão, esforços; ganha o respeito e confiança; Toma atitudes corretivas necessárias Comunica suas altas expectativas, utiliza quanto a desvios das regras; símbolos para focar os esforços; Intervém apenas quando os padrões não Promove a inteligência, racionalidade e são alcançados; cuidadosa resolução de problemas; Abdica da responsabilidade, evita a Dispensa atenção personalizada aos seus tomada de decisões. liderados. Figura 2 – Peculiaridades dos Líderes Transacionais e Transformacionais Hunter (2006) propõe o conceito de liderança servidora, que segundo o autor pode ser desenvolvida por qualquer indivíduo que venha a aplicar os princípios que norteiam esse tipo de liderança. Assemelha-se as correntes de liderança neocarismáticas, por buscar atender as necessidades do liderado. Estabelece a diferença e necessidades e vontades do liderado. No tocante a desenvolvimento da liderança defende que a liderança não pode apenas ser aprendida, como uma equação matemática, mas evidencia a inteligência emocional como fator determinante, assim como o caráter do líder. Apresenta os princípios que fundamentam a liderança servidora como: autocontrole, atenção aos outros (gentileza), humildade, respeito, altruísmo, honestidade e comprometimento. 2.5 Confiança e a liderança A confiança vem a ser uma expectativa positiva de que a outra pessoa não adotará um comportamento oportunista, tanto por suas opiniões, ações ou decisões. A confiança pode ser descrita como um processo, que é construído ao longo de determinado tempo. Envolve também uma decisão de disposição para correr riscos, uma vez que ao se confiar em uma pessoa, se assume uma postura que aquela pessoa não irá se aproveitar disso. As dimensões que as pessoas procuram descobrir para se confiar em alguém são: integridade, competência, segurança, lealdade e abertura (ROBBINS, 2002). Por sua vez, Zand (1997) afirma que um líder possui como tarefas solucionar os problemas do grupo, entretanto seu conhecimento, capacidade só poderão ser postas em prática na proporção em que os liderados confiem nele. Os liderados acreditam no líder, na medida em se põem em uma situação de vulnerabilidade em razão das ações do líder. 2.6 Inteligência emocional e a liderança Segundo Goleman (1996) a inteligência emocional é o principal fator de destaque do líder, assume maior importância que os conhecimentos técnicos. Os líderes necessitam do conhecimento técnico inerente ao seu trabalho, mas este fator é chamado de capacitaçãolimite. Ou seja, são requisitos necessários, mas não é o suficiente para determinar o líder. A inteligência emocional pode ser compreendida como uma série de capacidades e competências que não são cognitivas, mas que influenciam a capacitação de uma pessoa ao lidar de maneira bem sucedida com as pressões de seu ambiente. As dimensões que compõe a inteligência emocional são expostas na figura 3). Cabe ressaltar que o simples conhecimento destas dimensões não tipifica uma alta inteligência emocional. Autoconsciência Capacidade de ter consciência de seus próprios sentimentos Autogerenciamento Capacidade de gerenciar as próprias emoções e impulsos Automotivação Capacidade de persistir diante de fracassos e dificuldades Empatia Capacidade de perceber o que as outras pessoas estão sentindo Habilidades sociais Capacidade de lidar com as emoções das outras pessoas Figura 3 – Dimensões da Inteligência Emocional 2.7 Estresse e a liderança O estresse como uma variável no exercício da liderança, foi estudado a partir das teorias das contingências. Observa-se um aspecto comum presente nas demais teorias que o líder consegue, mesmo sob condições de pressão, gerenciar os problemas e conduzir as ações. O conceito de estresse se fundamenta como uma condição dinâmica, na qual o individuo é confrontado com uma oportunidade, limitação ou demanda, em relação a algo que se deseja, cujo resultado detém valor e ao mesmo tempo, vem a ser incerta sua realização (COUTO, 1987). Portanto, o estresse é associado ao limite e à demanda, o limite são forças que impedem que seja feito algo que se deseja e a demanda se refere a perda de algo desejado. 2.8 Considerações parciais Observa-se com a literatura exposta que especialistas divergem sobre a significação da liderança em muitos pontos. Entretanto, o fenômeno da liderança relaciona-se em grande proporção à confiança, ao equilíbrio emocional do líder, por sua inteligência emocional, a sua lealdade e compromisso para com o grupo. Pode-se inferir um diagrama (figura 4) sobre como se sustentaria essa liderança face ao que foi levantado na bibliografia. Capacidade técnica Confiança Lealdade Compromisso Inteligência Emocional Figura 4 – Liderança Logo, pode-se inferir que a liderança, como foi explicitada pelos autores vem a se fundamentar no elo entre todas as dimensões expostas. Torna-se um processo e na medida em que se desenvolve um ou outro atributo se faz necessário e indispensável à liderança que os demais venham também a se desenvolver. 3 Metodologia A presente investigação foi fundamentada como uma pesquisa social, desenvolvida de acordo com estudo de caso. Como tal, foi priorizada a pesquisa qualitativa, evidenciando-se os dados primários como a observação feita pelo pesquisador. Foi desenvolvido uma entrevista, no intuito se se coletar dados qualitativos acerca da investigacao (YIN, 2004). Seguindo a proposta metodológica de Fleury (1996) a investigação segue em um levantamento, no estudo de caso, a investigação do histórico da organização, o processo de socialização de novos membros, as políticas de recursos humanos, o processo de comunicação, a organização do processo de trabalho e o emprego das entrevistas estruturadas, de acordo com as variáveis propostas. O esquema de Fleury (1996) fundamenta-se, de acordo com o exposto por Yin (2004), e propõe que, o pesquisador deve ter em mente as etapas de definição e de planejamento, de preparação, de coleta e de análise para depois chegar a uma análise final. As variáveis que contribuíram para a investigação da hipótese foram: Como se manifesta a liderança nas pessoas? É possível se desenvolver a liderança a partir de um quadro simulado de combate? A partir de dez entrevistas estruturadas consoante a indagações acima, e da observação direta, não participante, foi construída a explanação do caso. 4 Resultados Obtidos e Análise Sob forma tabular são apresentados os resultados obtidos, evidenciando a maior incidência de respostas semelhantes (figura 5). Variável Respostas Obtidas Como se manifesta a Somente a partir de um quadro extremo de necessidade, a liderança surge pelo imperativo de se decidir frente ao liderança nas pessoas? inesperado; Pela capacidade em saber enfrentar os obstáculos, as dificuldades tornam-se um desafio para o líder, além do compromisso com o grupo; Pelo conhecimento técnico e habilidade em conduzir as pessoas em face dos problemas, angariando a confiança de seus subordinados; A liderança se manifesta pela humildade em se ouvir o liderado em suas necessidades e opiniões; Se observa um líder pela capacidade de agir em prol do grupo, levando em consideração suas necessidades, despertando a confiança de seus liderados; O líder se manifesta, no momento em surge a pressão externa sobre o grupo, conduzindo de maneira eficaz as tarefas impostas. É possível se É possível, uma vez que o quadro de incerteza exige do desenvolver a liderança a comandante uma decisão rápida e eficaz; partir de um quadro As condicionantes do ambiente impõem aos indivíduos uma simulado de combate? série de restrições, a partir das necessidades e incertezas as pessoas deixam de raciocinar pela razão, somente os líderes conseguem se manter um pouco isentos do quadro crítico e conduzem o grupo com eficiência; Sim, é possível, a partir do momento em que o indivíduo obtém a disciplina sobre seus impulsos, mesmo sob condições adversas, passando a raciocinar com a razão; Consegue se descobrir em um grupo, quem detém melhores condições de liderar, mas dificilmente todos os indivíduos desenvolverão a capacidade do autocontrole; Possivelmente se desenvolverá a iniciativa, para depois se desenvolver a liderança. Figura 5 – Respostas Obtidas A análise das respostas na primeira variável observa-se uma tendência pela procura do líder carismático. Na medida em que o líder vem a se interessar pelos problemas de seus liderados assim como evidencia o atributo da confiança entre seus integrantes. Há também o entendimento de que condições de necessidade vêm evidenciar o líder. Na segunda variável há a compreensão que condições adversas resultam na corroboração das características do líder. Na medida em que as respostas são confrontadas com as teorias, constata-se uma consolidação da necessidade da inteligência emocional para que o líder tenha condições de decidir mesmo sob condições desfavoráveis do ambiente. Da mesma forma que exige do líder uma postura racional para com o grupo, desde que saiba se manter isento das circunstâncias e ao mesmo tempo comprometido com o grupo. 5 Considerações Finais Quanto às considerações finais cabe salientar que a liderança tem um papel primordial na compreensão das atitudes e comportamento do grupo em que se insere. O líder vem a ter a função de ligar o grupo na direção da missão a ser seguida ou perseguida. Desta forma a liderança é semelhante tanto no meio militar como no meio civil, a missão de cada organização é que vai variar. Valores como comprometimento e confiança recíproca são evidentes para qualquer forma de liderar, assim como em qualquer organização. A inteligência emocional assume, também, um papel fundamental em face das incertezas do mundo globalizado. Pelo inferido da investigação no estudo de caso pode-se estabelecer um paralelo com organizações civis na medida em que procuram os treinamentos para desenvolvimento da liderança. Na medida em que os executivos buscam uma metodologia para a disciplina do autoconhecimento, que fundamentam a inteligência emocional, os treinamentos que evidenciam as características já existentes nessas pessoas. Por fim, cabe o prosseguimento no estudo da liderança, com a finalidade de embasar melhores métodos e mais eficientes na tentativa de se elucidar o seu desenvolvimento. Da mesma forma que o incentivo ao surgimento de cada vez mais líderes nas organizações, par promoverem o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e fundamentada em vínculos de confiança recíproca. Referências BLAKE, Robert Rogers; MOUTON, Jane Srygley. Novo grid gerencial. Tradução Lelio de Barros. São Paulo: Pioneira, 1980. 315 p. COUTO, Hudson de Araújo. Stress e qualidade de vida do executivo. Rio de Janeiro: COP, 1987. 189 p. il. FLEURY, Maria Tereza Leme. O desvendar a cultura de uma organização – uma discussão metodológica. In: FLEURY, Maria Tereza Leme. Cultura e poder nas organizações. 2. ed. Sao Paulo: Atlas,1996. p.37. GOLEMAN, Daniel. Inteligência emocional: a teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente. Tradução Marcos Santarrita. Rio de Janeiro: Objetiva, 1996. 375 p. HERSEY, Paul; BLANCHARD, Kenneth H. Psicologia para administradores de empresa: a atualização de recursos humanos. São Paulo: EPU, 1974. 254 p. HUNTER, James C. Como se tornar um líder servidor. Rio de Janeiro: Sextante, 2006. 136p. KOTTER, John P. Liderando mudança. 2. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1999. 188 p. ROBBINS, Stephen Paul. Comportamento organizacional. 9. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002. VROOM, Victor H. Gestão de pessoas, não de pessoal: os melhores métodos de motivação e avaliação de desempenho. Rio de Janeiro: Campus, 1997. 214 p YIN, Robert K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 2. ed. Porto Alegre: Bookman, 2004. p. 113.