Toxicologia

Propaganda
Toxicologia - definição
z
z
Toxicon: arco, flecha.
É a ciência que estuda os tóxicos e
as intoxicações. Estuda o agente
tóxico, sua origem e propriedades,
seus mecanismos de ação, as
conseqüências dos efeitos, os
métodos analíticos, os modos de
evitar a contaminação ambiental, as
medidas preventivas e o tratamento
geral.
Conceito de intoxicação
z
z
Tóxico: todo agente químico que, ingressado
no organismo, altera elementos bioquímicos
fundamentais para a vida.
Intoxicação: o conjunto de transtornos que
derivam da presença no organismo de um
tóxico ou veneno.
Toxicologia - história
z
China
–
–
–
–
Pen Ts’ao – o Grande Hervário
ou Materia Medica Chinesa
Shen Nung – 2735 a.C.
Lista de plantas medicinais e
venenosas (juntas!), bem como
seus antídotos
Inclui: iodeto, aconita (e seu
uso como veneno de flechas),
ópio, cannabis, ruibarbo,
cânfora, ferro, enxofre e
mercúrio.
Toxicologia - história
z
Egito
–
–
–
–
Papiro de Ebers (1500 a.C.)
Compila dados até 3000 a.C.
Nome do egiptologista Georg
Moritz Ebers (1837-1898)
Rolo de 20m com 700 drogas em
900 fórmulas – indicações,
dosagens, magias e
encantamentos.
Toxicologia - história
z
Grécia
–
Homero Odysseus (600
a.C.) obtinha veneno
para suas flechas
–
Sócrates (470-399 a.C.)
forçado a beber cicuta
(execução)
Toxicologia - história
“O que existe que não seja veneno? Todas as coisas são
venenos e nada existe que não seja venenoso. Somente a
dose determina que algo não seja um veneno.”
Theophrastus Phillippus Aureolus Bombastus von Hohenheim
Paracelsus (1493-1541)
Toxicologia - história
z
z
z
z
z
z
z
z
z
Pré-história: arma de caça;
Egito: domínio pelos sacerdotes (cicuta,
venenos de cobras);
Grécia: arma de execução (cicuta);
Roma: assassinos profissionais
(arsênico e venenos vegetais);
Itália renascentista: acqua de Toffana
(arsênico e cantáridas) envenenou cerca
de 600 pessoas, entre elas os Papas Pío
III e Clemente XIV. Surgem os
“catavenenos”;
Ladislau, Rei de Nápoles: veneno na
genitália;
Catarina de Médicis: presenteava com
flores “mortais”;
Séc. XVIII: veneno se populariza e surge
a Toxicología
1814: Tratado de Toxicologia Geral de
Mateo Buenaventura Orfila.
Desastres da história - gás
z
z
z
z
z
z
79 a.D.: Pompéia - >2000
mortes pela erupção do
Vesúvio;
1873: Londres – 268 mortes de
bronquite pelo SO2;
1929: Cleveland, USA – 125
mortes, fogo na radiologia;
...
1984: Bhopal, India - >2000
mortes, 200.000 feridos após
acidente na Union Carbyde,
com metil-isocianato;
1987: Texas, USA – liberação
atmosférica de ácido
hidrofluórico, 94 hospitalizados.
Desastres da história – guerra química
z
z
z
z
z
1915-1918: Bélgica – fosgeno, gás
mostarda, clorine; 100.000 mortes
e 1.200.000 feridos na 1ª Guerra;
1939-1945: Europa – Zyklon-B
(HCN) e CO usados nas câmaras
de gás. 10.000 mortes/dia;
1960: Vietnam – agente laranja (24D, 2-4-5-T, TCDD), contém
dioxina, milhares de casos de
câncer de pele;
...
1995: Tókio – gás Sarin, usado no
metrô, 5.510 pessoas feridas.
Desastres da história - alimentos
z
z
z
z
z
994 a.D.: Aquitânia, França – Ergot,
40.000 mortos;
1962: Salem, MA – Ergot, “Bruxas de
Salem”;
1828: França – Ácido arsenioso (pão
e vinhos), 40.000 casos de
polineuropatia;
1968: Japão – Yusho (“Doença do
Óleo de Arroz”), bifenilas
policloratadas;
1990 – presente: Bangladesh e
Bengala – Contaminação das fontes
de água com arsênico; milhões
expostos, 100.000 com sintomas;
maior envenenamento em massa da
história.
Desastres da história - remédios
z
z
z
z
z
1930: Alemanha – 72 mortes de
neonatos por Tbc, bacilo injetado;
1940-1941: USA – sulfatiazole
contaminado com fenobarbital, 82
mortes;
1960: Europa – 12.000 casos de
focomelia (inclusive no Brasil) por
talidomida;
1996: Haiti - >88 mortes de
crianças por paracetamol
contaminado com dietilenoglicol;
2000: USA – fenilpropanolamina
retirada do mercado por causar
AVC hemorrágico.
Desastres da história - drogas
z
z
z
z
z
1900: Stafforshire, UK – açucar da produção de
cerveja contaminado com arsênico;
1930-1931: USA – “Jamaican ginger” contaminado
com TOCP, paralisias;
1989: Baroda, India: 100 mortes por ingesta de
bebida caseira contaminada com metanol;
1992: Cuttack, India: 162 mortes por metanol;
1995-1996: 325 casos de envenenamento com
anticolinérgico (escopolamina) entre usuários de
heroína.
Desastres da história - ocupacionais
z
z
z
z
1700s: Inglaterra – alta incidência de câncer
de escroto em limpadores de chaminés
(PAH);
1800s: USA – mercurialismo em chapeleiros;
196-1970: USA – angiosarcoma hepático em
trabalhadores de PVC (cloreto de vinila);
1974: USA – infertilidade entre fabricantes
de pesticidas (1,2-Dibromo-cloropropano)
Desastres da história – ambiental e
radiação
z
z
z
z
z
z
1910-1920: USA – câncer de ossos em pintores de “dial” (rádio);
1945: Japão – bomba atômica;
1975: USA – lixo tóxico contendo dioxinas;
1986: Chernobyl, Belarus e Ucrânia – aumento da incidência de cânceres em geral e
câncer de tireóide em crianças (radioatividade);
1987: Goiânia – doença aguda por radiação em queimaduras por exposição ao Césio
2000: Romênia – contaminação do Danúbio com cianeto, morte da flora e fauna por
centenas de Km.
Desastres da história – suicídios em
massa
z
z
1978: Joanestown, Guiana –
911 mortos de uma seita
(Peoples Temple) com
bebidas batizadas com
cianeto;
1997: Rancho Sta Fe,
California – 39 mortos de
seita (Heavens Gate) com
fenobarbital e etanol –
recomendado no Final Exit,
para ser aplicado durante a
passagem do cometa HaleBopp.
Ação tóxica
z
Sobre sistemas enzimáticos
–
–
–
z
Inibição irreversível (OP);
Inibição reversível (carbamatos);
Indução.
Sobre as células
–
–
–
Sobre a membrana (digital, DDT);
Ação intracelular (arsênico, fluoroacetato);
Sobre as organelas celulares
z
z
z
Mitocôndrias (barbitúricos, dinitrofenol);
Sistema microssomal (formaldeído, paraoxon, fenol);
Núcleo - DNA (radicais tiol).
Formas de intoxicação
z
Intoxicação aguda
–
z
Exposições de curta duração, com absorção rápida do
tóxico. Obedece a uma única dose ou doses múltiplas, mas
em um período breve, que pode ser fixado arbitrariamente
em 24h.
Intoxicação sub-aguda
–
Não se refere à gravidade do quadro, mas ao momento do
surgimento dos sintomas em relação com absorção do
agente. Costuma ser causada por exposições freqüentes e
repetidas em um período de vários dias ou semanas, antes
do surgimento dos sintomas.
Formas de intoxicação
z
Intoxicação crônica
–
Aquele que ocorre pela exposição repetida ao
tóxico durante muito tempo. O mecanismo pode
ocorrer por:
z
z
Acúmulo do tóxico no organismo (eliminação <
absorção) – p.ex. saturnismo crônico;
Efeitos aditivos com ou sem acumulação. É o
mecanismo de ação da maioria das substâncias
cancerígenas.
Intoxicação crônica
z
z
Processos agudos dentro da intoxicação
crônica. Ocorre com substâncias
biologicamente inativas acumuladas em
tecidos inertes (chumbo nos ossos, DDT no
tecido adiposo);
Quadros crônicos por dose tóxica única.
Fenômeno imprevisível, ocorre com TOCP
(neurite), azobenzenos (necrose hepática
quase 1 mês depois).
Toxicidade
z
z
z
z
DE50: Dose efetiva ou quantidade de substância
que, em determinadas circunstâncias, produz efeitos
em 50% de uma determinada espécie animal;
DL50: Dose letal ou quantidade que mata 50% de
uma determinada espécie animal;
CE50: Concentração efetiva do agente no ar
(voláteis) que, em determinadas circunstâncias,
produz efeitos em 50% de uma determinada espécie
animal;
CL50: Concentração letal do agente no ar (voláteis),
que mata 50% de uma determinada espécie animal;
Toxicidade
z
Querosene
–
–
DL50 VO em ratos: 30-40ml
DL50 Inalado em ratos: gotas
DL50 (via oral)
140
---------------------------- = ------DL50 (via traqueal)
1
Tipos de intoxicação
z
Execução
–
–
–
z
Cicuta
CNH
Pentotal EV
Criminosa
–
–
–
–
–
Sem propriedades organolépticas (sabor, odor);
Fácil aquisição, sem despertar suspeitas;
Eficácia a doses baixas;
Quadros agudos ou subagudos fáceis de confundir com
doenças;
Solúvel e de fácil aplicação.
Tipos de intoxicação
z
Criminosa
–
–
–
–
–
–
–
–
–
–
eróticos;
abortivos;
imobilização da vítima ou de doentes;
espionagem;
“lavagem cerebral”;
guerra química;
repressão de greves e motins;
doping;
rituais fanáticos;
etc.
Tipos de intoxicação
z
Voluntárias
–
–
–
z
Autolesão;
Drogadição;
Terapêutica.
Acidentais
–
–
–
–
Alimentares;
Picadas de animais;
Absorção acidental (CO, produtos de limpeza);
Medicamentosas
z
z
z
z
z
Automedicação;
Erros de doses e esquema posológico;
Confusão de produtos;
Acesso de crianças
Iatrogênicos
Testagem de drogas
z
z
Um falso positivo é identificar uma amostra como
sendo positiva para uma droga em particular quando de
fato nenhuma substância relevante está presente. Isto
pode estar tanto associado com a contaminação da
amostra questionada com a droga ou com uma falha do
teste analítico em produzir um resultado exato.
Um falso negativo é freqüentemente considerado
como um erro menos sério e pode ser definido como
uma falha em identificar a presença de um droga
quando sabe-se que ela está presente na amostra.
Falsos negativos estão associados com a falha do
método analítico e podem resultar na perda de dados
críticos. Falsos negativos e falso positivos podem ser
evitados com a inclusão de controles positivos e
negativos no regime de análises.
Testagem de drogas
z
z
Um controle positivo é uma substância que
sabidamente reage da mesma forma que
uma amostra positiva. Por exemplo, ao testar
uma amostra de urina para a presença de
anfetamina, uma amostra fortificada com
uma solução padrão de anfetamina irá
funcionar como um controle positivo.
Um controle negativo poderia consistir de
uma amostra de urina isenta de drogas.
Testagem de drogas
Testagem de drogas
z
Estabilidade das amostras
–
–
–
Muitas drogas não são quimicamente estáveis e podem
estar sujeitas à degradação química, física ou microbiana.
Degradação química pode resultar na perda da droga pura
pela decomposição à outro composto (como cocaína para o
metabólito benzoilecgonina)
Decomposição física pode resultar em:
z
z
z
–
mudanças na forma cristalina de um fármaco
agregação de partículas sólidas em uma suspensão
perda de compostos voláteis para a atmosfera e para o frasco
(álcool etílico)
Contaminação microbiana pode ocorrer em qualquer
amostra contendo água.
Testagem de drogas
z
Princípios dos testes preliminares ou testes de cores
–
Estes testes preliminares são alguns dos mais antigos testes para
fármacos ou para identificação toxicológica. Testes de via úmida
ou testes de cores envolvem a reação de uma amostra de
fármaco, um filtrado livre de proteínas ou um extrato com um
reagente ou uma série de reagentes a fim de produzir uma cor ou
uma mudança de cor. Estes testes de identificação preliminar
possuem diversas vantagens:
z
z
z
z
Estes testes são rápidos e simples
Não são necessários equipamentos sofisticados
Requerem mínimo treinamento
Requerem pequenas quantidades de amostra
Testes de cores
Exame da Cannabis
z
Embora testes de cores possam ser conduzidos em extratos de
material vegetal, uma forma rápida de determinar se um material
vegetal desconhecido é maconha é determinar microscopicamente
a presença de características celulares específicas (tricomas
glandulares). Embora diversas características celulares estejam
presentes, tais como pelos superficiais e cistolíticos, estas
características são comuns à muitos outros materiais vegetais. É a
presença de tricomas glandulares contendo óleo de cannabis
alaranjado que distingue o material como sendo derivado de
Cannabis sativa. Este teste é particularmente útil para testar
amostras vegetais que estão misturadas com tabaco e outros
material vegetais não controlados. As estruturas mais
freqüentemente encontradas são três tipos de pêlos ou tricomas:
Exame da Cannabis
Download