INTOXICAÇÃO POR ARSÊNICO EM EQÜINO: RELATO DE CASO Augusto J. S. A. Sampaio1; Mariana Cosenza2*; Tiago Marcelo Oliveira3 E-mail: [email protected]. Introdução: O arsênico é um metal pesado, encontrado em inseticidas, herbicidas, rodenticidas, medicamentos e promotores de crescimento. Em pequenas doses funciona como tônico e energizante, devido a sua ação vasodilatadora. Em intoxicação aguda ocorre cólica intensa, fraqueza, diarréia, choque endotóxico, desidratação, tremores musculares, taquicardia e hiperemia de mucosas. O diagnóstico se baseia na anamnese, sinais clínicos e nos exames toxicológicos. A morte geralmente ocorre entre 1 e 3 dias, mas na ingestão de doses entre 1 e 25mg/kg pode ocorrer o óbito entre 12 e 24 horas. Relato de caso: Uma égua Quarto-de-Milha, 18 anos, 450 kg, foi atendida no HV com histórico de ter recebido por via intravenosa medicação a base de metilarsinato de sódio na dose de 0,66 mg/Kg. Logo após a injeção, apresentou tremores musculares, sudorese, respiração ofegante, diarréia líquida em jatos e decúbito lateral. Ao exame físico, observou-se ainda, taquicardia, taquipnéia e temperatura retal de 37,1ºC. Como terapia foi administrado solução de tiossulfato de sódio a 15% por via intravenosa em dose única, seguida de administração por via oral (60g P.A. diluídos em água) a cada 6 horas. Tratamento complementar com fluidoterapia, antibióticoterapia, antiiflamatório e antagonista H2, foi instituído. O animal não apresentou melhora e morreu dois dias após. Na necrópsia foram observados lesões no trato gastro-intestinal compatíveis com intoxicação arsenical e à microscopia ótica hemangiopericitoma hepático.Discussão: A sintomatologia clínica nos casos de intoxicação por arsênico é bastante drástica. Diagnóstico diferencial deve ser realizado considerando-se Salmonelose, Clostridiose e Colite X. O paciente do caso relatado recebeu medicação injetável a base de arsênico e apresentou sinais clínicos compatíveis com intoxicação por essa substância. O desenvolvimento de hemangiopericitoma no fígado, pode ser um forte indício de exposição crônica a compostos arsenicais. Conclusões: A toxicidade do arsênico depende de vários fatores, apresentando-se com variações na sua forma e efeitos sobre o animal. A anamnese com a constatação imediata da intoxicação é fundamental para que uma terapia específica possa ser instituída o mais rápido possível. 1- Prof. Adjunto Doutor - DCV/CCA/UEL, Londrina PR 2- Médico Veterinário Residente da CMCRGA/DCV/CCA – UEL 3- Aluno do curso de Graduação em M.V./UEL