Enxerto Ósseo Autógeno com a Utilização da Sedação Consciente com Óxido Nitroso e Oxigênio: Relato de Caso Autogenous Bone Graft with the Use of Conscious Sedation with Nitrous Oxide and Oxygen: a Case Report Alana Caroline Quadros Lacerda | Graduanda do curso de Odontologia do Centro Universitário do Pará Débora Silva Riker Teles de Menezes | Graduanda do curso de Odontologia do Centro Universitário do Pará Alessandra Amaud Moreira | Mestre em Cirurgia Oral e Traumatologia Maxilofacial e professora do Curso de Odontologia do Centro Universitário do Pará Nos dias atuais, verifica-se uma grande preocupação por parte da população em geral com a aparência, e há um aumento crescente na procura por tratamentos odontológicos, incluindo a conscientização das pessoas da necessidade de tratamentos associados às técnicas cirúrgicas, como a reparação de defeitos ósseos, visto que a sociedade moderna preza muito pela estética. Muitos pacientes, porém, apresentam medo e ansiedade frente ao tratamento odontológico. Então, a sedação consciente por óxido nitroso (N2O) e oxigênio (O2) consiste em uma excelente opção para pacientes com este perfil, já que a técnica proporciona uma sensação de leveza e relaxamento. O objetivo deste trabalho é o de fazer um relato de caso clínico de enxerto ósseo autógeno na região anterior da maxila com a utilização da sedação com N2O e O2. Unitermos: Enxerto Ósseo; Óxido Nitroso; Sedação Consciente. Abstract Nowadays, there is great concern with appearance among the general population and an increased demand for dental treatment, including an awareness of the need for treatments involving surgical techniques, such as the repair of bone defects, reflecting the great importance attached to aesthetic matters in modern society. Many patients, however, show fear and anxiety in the face of dental treatment. As a result, conscious sedation by nitrous oxide (N2O) and oxygen (O2) is an excellent option for such patients, since the technique provides a sense of lightness and relaxation. The aim of this study is to report the case of an autogenous bone graft in the anterior region of the maxilla using sedation with N2O and O2. Key Words: Bone transplantation; nitrous oxide; conscious sedation. Introdução A reconstrução de defeitos ósseos da região craniomaxilofacial se constitui, ainda hoje, em um desafio para os cirurgiões, pois estes defeitos proporcionam ao paciente sequelas estéticas que dificultam sua integração social dentro da comunidade, afetam também a qualidade de vida e interferem com a sua autoestima e aceitação, além de causarem graves seqüelas funcionais1. A necessidade de reparação dos defeitos ósseos culminou com o surgimento de algumas técnicas, como o enxerto ósseo. A realização de enxerto ósseo possibilita a reconstrução da anatomia e devolve previsibilidade ao tratamento. A neoformação óssea ocorre por três mecanismos: osteogênese, osteoindução e osteocondução2. Os enxertos ósseos podem ser classificados quanto ao tipo de osso, em cortical, esponjoso ou córticoesponjoso3. Classificam-se, também, quanto à sua REVISTA BRASILEIRA DE CIRURGIA BUCO-MAXILO-FACIAL V10 N1 P. 103-108 Recebido em 12/03/09 Aprovado em 01/03/10 Resumo 103 Enxerto Ósseo Autógeno com a Utilização da Sedação Consciente em Óxido Nitroso e Oxigênio: Relato de Caso Lacerda , et al. origem: podem ser autógenos, quando obtidos do mesmo indivíduo, sendo este receptor e doador; isógenos, quando obtidos de outro indivíduo com mesma carga genética; homógenos, quando obtidos de indivíduos diferentes com carga genética diferente, porém da mesma espécie, e os heterógenos que são obtidos de outras espécies4. Há também os enxertos com o uso de biomateriais sintéticos, que têm ganhado importância cada vez maior hoje em dia, visto que são biocompatíveis, de fácil aplicação e acondicionamento3. 104 O enxerto autógeno, também conhecido como autoenxerto ou enxerto próprio5, é o mais comumente utilizado na prática clínica, obtendo resposta mais rápida6. A razão que faz o enxerto ósseo autógeno ser considerado o substituto ideal é o fato de apresentar características peculiares, como: trazer consigo células osteogênicas, aceitação biológica em função da superior compatibilidade tecidual, não apresentar risco de rejeição pelo paciente e mostrar resultados mais previsíveis7. O sucesso do enxerto de osso autógeno depende, basicamente, dos seguintes fatores: capacidade proliferativa da área receptora (sítio receptor com alta, baixa ou nenhuma capacidade de formação de novo osso), vitalidade do sítio receptor e sua capacidade de aumento de tecido ósseo, volume e o tamanho do defeito a ser restaurado pelo enxerto ósseo, a estabilidade do material enxertado no local, a concentração de proteínas ósseas morfogenéticas na superfície do seio maxilar e atividade metabólica do organismo2. O medo e a ansiedade são sentimentos comuns frente ao tratamento odontológico. Em se tratando de procedimentos cirúrgicos, esta situação é praticamente inevitável. Portanto, nem sempre as técnicas de manejo comportamental conseguem minimizar a sensação de temor perante o cirurgiãodentista, especialmente quando o paciente é uma criança ou adulto que apresenta traumas relacionados a um tratamento odontológico8. A mistura de óxido nitroso (N2O) e oxigênio (O2) proporciona um efeito relaxante, ansiolítico, acompanhado de uma relativa analgesia. O efeito analgésico promovido pela sedação com N2O e O2 torna a injeção anestésica indolor e, por isso, atraumática para o paciente9. O N2O é o único agente por inalação capaz de promover os requisitos básicos para sedar, mantendo ao mesmo tempo a consciência10. A técnica de sedação consciente por O2/N2O é utilizada com a finalidade principal de sedação (efeito relaxantes) para controle da ansiedade e não pelo seu efeito anestésico, aumentando, assim, a segurança desta, já que menores doses do N2O são suficientes para se obter o efeito relaxante, sendo um excelente coadjuvante das técnicas de condicionamento psicológico, pois o paciente encontrase consciente e com sugestibilidade e compreensão aumentadas11. Não existem contra-indicações absolutas para o uso da sedação consciente por N2O e O2 desde que se utilize a concentração de, no mínimo, 30% de oxigênio na mistura de gases12. A sedação com N2O e O2 está indicada para portadores de alterações cardiovasculares, pois, além de sua atividade ansiolítica, a técnica promove uma melhor oxigenação desse paciente. A técnica de sedação consciente por N2O e O2 em odontologia, quando utilizada por um profissional devidamente habilitado é extremamente segura13. O objetivo deste trabalho é o de fazer um relato de caso clínico de enxerto ósseo autógeno na região anterior da maxila, com a utilização da sedação com N2O e O2. Caso Clínico Paciente J.S.C., 32 anos, gênero masculino, melanoderma, orientado e consciente procurou a clínica odontológica da Universidade Federal do Pará (UFPA) com queixa de perda óssea na região anterior de maxila após exodontia dos elementos 11 e 12. Paciente relatou interesse em tratamento com implantodontia para substituição dos elementos dentais perdidos. Optou-se, então, pela técnica do enxerto ósseo autógeno da região de mento de mandíbula, para suprir deficiência óssea anteroposterior de maxila na região dos elementos 11 e 12, previamente à implantodontia. Devido ao paciente ter demonstrado medo do tra- tamento odontológico e ansiedade, foi optado pela utilização do N2O associado ao O2 para reduzir o grau de ansiedade do paciente. Figura 1- Colocação do eletrodo. Figura 3: Antissepsia. Figura 4 - Acesso à área receptora. Figura 5 - Acesso à área doadora. REVISTA BRASILEIRA DE CIRURGIA BUCO-MAXILO-FACIAL V10 N1 P. 103-108 Recebido em 12/03/09 Aprovado em 01/03/10 Técnica cirúrgica: Anamnese minuciosa da história médica do paciente; solicitação de exames préoperatórios (eletrocardiograma, raio-X de tórax, avaliação com otorrinolaringologista); profilaxia antibiótica com Amoxicilina 2g uma hora antes da cirurgia; avaliação dos sinais vitais do paciente: pressão arterial (PA), frequência cardíaca (FC), frequência respiratória (FR), temperatura e capacidade pulmonar; adaptação dos eletrodos ao paciente e ao monitor (Figura 1); adaptação da máscara e administração do N2O e O2 (Figura 2); anti-sepsia extra (Figura 3) e intraoral; anestesia local infiltrativa dos nervos alveolar superior anterior e mentual direito e esquerdo; acesso à área receptora para medição (Figura 4), acesso à área doadora (Figura 5); remoção do enxerto e fixação do bloco autógeno com parafuso bicortical (Figura 6). 105 Figura 6 - Fixação do bloco autógeno. Figura 2 - Adaptação da máscara e administração do óxido nitroso. Paciente demonstrou boa recepção ao equipamento e à sedação e aceitação do tratamento, sem queixas de sintomatologia dolorosa, mesmo com a diminuição da quantidade de anestésico. Após sete dias, o paciente retornou para remoção de sutura sem alterações cirúrgicas. Foi feito acompanhamento durante três meses antes da colocação dos implantes. Discussão Enxerto Ósseo Autógeno com a Utilização da Sedação Consciente em Óxido Nitroso e Oxigênio: Relato de Caso Lacerda , et al. A crista ilíaca e a calota craniana são apontadas como as melhores áreas doadoras extrabucais, entretanto a escolha do local a ser retirado o enxerto dependerá da preferência da equipe multidisciplinar, das condições gerais e da aceitação do paciente14 e da necessidade da área receptora. 106 As melhores áreas doadoras intrabucais são o mento, a região retromolar e a tuberosidade da maxila14. O osso coletado da sínfise mandibular permite reconstruir falhas ósseas com resultados previsíveis7. O enxerto de osso autógeno é indiscutivelmente o melhor padrão de qualidade para reconstrução de defeitos ósseos7. Entretanto, o enxerto homógeno possui algumas vantagens com relação ao enxerto autógeno: não apresenta morbidade na área doadora, quantidade ilimitada para uso, diminuição do tempo operatório, ausência de cicatriz e diminuição das complicações relativas à cirurgia da área doadora15. Quando se compara o enxerto autógeno ao homógeno, verifica-se que, nos enxertos com material homógeno, a capacidade de revascularização é mais lenta, e a união entre o leito receptor e o enxerto é obtida de forma não uniforme16. O uso do enxerto autógeno pode causar sequelas sérias ao paciente, como dor local, infecção, além de prolongar o tempo cirúrgico e elevar custos17. Porém, é rapidamente incorporado pelo receptor do osso, além de não possuir diferença quanto à histocompatibilidade18. Quanto à associação das cirurgias com a utilização do N2O, pode-se observar que para pacientes que fazem uso constante de álcool, a concentração inicial de N2O deve ser maior do que os que relatam a não utilização deste19. A sedação com N2O não dispensa o uso do anestésico local durante o atendimento odontológico20. Portanto, o controle da dor fica sob a responsabilidade dos anestésicos locais. O efeito colateral mais comum da utilização do N2O é náusea e vômito, o que geralmente está associado à concentração de N2O em níveis acima do ideal12. É recomendado ao paciente a não ingestão de alimentos sólidos quatro horas antes da cirurgia. O N2O também promove alterações cardiovasculares e respiratórias21. Entretanto, esses efeitos cardiovasculares e respiratórios não são clinicamente significativos22. O início de ação do N2O é imediato, e o restabelecimento é rápido e completo23, porém pode ocorrer uma hipóxia residual, que também é um tipo de complicação que pode ocorrer ao final da administração da mistura (N2O e O2), quando o cirurgião-dentista não oferece 100% de oxigênio por 3 a 5 minutos. Porém, se bem indicado e utilizado, os riscos se reduzem a quase zero. A técnica da utilização do N2O/O2 não tem por pretensão ser uma técnica que substitua a anestesia local/geral ou as técnicas de manejo comportamental. Respeitando as indicações, contraindicações e limitações dos outros métodos, a combinação N2O/ O2 é um excelente adjunto no controle da dor e ansiedade24. A redução da ansiedade e estresse durante o procedimento odontológico resulta em diminuição do risco de emergências médicas ou outras reações indesejáveis25. Os medicamentos assim como o equipamento de emergência devem estar à mão e dentro de seu tempo de validade10. Em qualquer emergência relacionada à sedação consciente, a primeira medida deve ser a administração de oxigênio. Embora alguns autores relatem desvantagens com relação ao N2O, este apresenta muitas vantagens, como: rápida indução, ou seja, seu efeito ocorre após poucos minutos após a administração; flexibilidade, em que a profundidade da sedação pode ser alterada a qualquer momento; reversibilidade, A analgesia com N2O é um método seguro e eficaz na prevenção do medo, no controle da dor e da anestesia. Possui poucos efeitos colaterais e contraindicações. Trata-se de uma técnica consagrada no mundo inteiro, há diversos anos, sendo utilizada por profissionais capacitados, com absoluto sucesso e segurança na odontologia moderna. Conclusão 5.Peterson LJ, Ellis E, Hupp JR. Cirurgia oral e maxilofacial contemporânea. 4 ed. São Paulo: Elsevier; 2004. 6.Giordano PP, Almeida AJP. Enxertos ósseos: revisão de literatura. Doxo Ver da Puc Minas 2006; 1(1): 1-9. 7.Muller A, Silva ACBR, Schmidt LTH. Enxerto autógeno de sínfise mandibular. Rev Gaúcha Odontol 2003; 51(5): 407-17. 8.Andrade SC, Santos BR. Mitos e verdades sobre o óxido nitroso. Rev ABO Nac 2004; 12(5): 306-8. 9.Andrade M. Anestesiologia: alívio imediato. Rev ABO Nac 2002; 10: 82-4. A técnica de sedação consciente por N2O e O2 em odontologia é bastante segura, sendo necessário que o profissional esteja habilitado. Proporciona uma agradável sensação de leveza e relaxamento, maior conforto para anestesia local, aumento do efeito do anestésico local, necessitando de doses menores, maior tranquilidade e confiança, menor estresse e cansaço para equipe profissional e paciente. 10.Creedon RL. Controle farmacológico do comportamento do paciente. In: McDonald RE, Avery DR. Odontopediatria. 6 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1995. p 211-29. Referências Bibliográficas 1.Freitas R. Tratado de cirurgia bucomaxilofacial. São Paulo: Editora Santos; 2006. 12.Amarante EC, Amarante ES, Guedes-Pinto AC. 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Rotina do banco de ossos do Hospital de Traumato Ortopedia do Rio de Ja- REVISTA BRASILEIRA DE CIRURGIA BUCO-MAXILO-FACIAL V10 N1 P. 103-108 Recebido em 12/03/09 Aprovado em 01/03/10 possuindo uma rápida eliminação; possibilidade de ser gradualmente dosado, pois a profundidade da sedação é dose-dependente; baixo risco, visto que não existem relatos de reações alérgicas na literatura12. 107 neiro. Rev Bras Ortop 1994; 29(6): 385-8. 17.Franco KL, Borges APB, Viloria MIV. Pure synthetic hydroxyapatite: transmitted light microscopy osteointegration aspects. Arq Bras Med Vet Zootec 2001; 53: 1-7. 18.Martinez SA. Bone Grafts. Veterinary Clinincs of North America Small Animal Practice 1999; 29(5): 1207-9. Enxerto Ósseo Autógeno com a Utilização da Sedação Consciente em Óxido Nitroso e Oxigênio: Relato de Caso Lacerda , et al. 19.Zancy JP, Hurst RJ, Graham L, Janiszewski DJ. Ansiedade odontológica pré-operatória e mudanças de humor durante a inalação de óxido nitroso. 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