GERENCIAMENTO DE ESCOPO E SEUS IMPACTOS EM PROJETOS Por RAFAEL GOMES FLÓRIDO Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso MBA em Gerenciamento de Projetos Pós-Graduação lato sensu, Nível de Especialização Programa FGV Management. 2014 AGRADECIMENTOS De Rafael Gomes Flórido Agradeço à minha família pelo incentivo, motivação e paciência em cada etapa do curso. Agradeço aos professores que, com toda dedicação, agregaram conhecimento e informação ao longo do curso. Agradeço também à minha namorada, que em muitos momentos foi uma excelente ouvinte nos meus exercícios práticos e fixação de conhecimento. 2014 2 PÁGINA DE APROVAÇÃO FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS PROGRAMA FGV MANAGEMENT CURSO MBA EM GERENCIAMENTO DE PROJETOS O Trabalho de Conclusão de Curso GERENCIAMENTO DE ESCOPO E SEUS IMPACTOS EM PROJETOS Elaborado por Rafael Gomes Flórido e aprovado pela Coordenação Acadêmica do curso MBA em GERENCIAMENTO DE PROJETOS, foi aceito como requisito para a obtenção do certificado do curso de pós-graduação, nível de especialização, do programa FGV Management. Data: __________________________________________________ Prof. Dr. André Barcaui - Coordenador Acadêmico _________________________________________________ Prof. Dr. Arnaldo Lyrio Barreto - Professor Orientador 3 TERMO DE COMPROMISSO O aluno Rafael Gomes Flórido, abaixo-assinado, do Curso MBA em Gerenciamento de Projetos, do programa FGV Management, realizado nas dependências da Fundação Getúlio Vargas - Unidade Centro, no período de ______ de ______ a ______ de ______, declara que o conteúdo do trabalho de conclusão de curso intitulado GERENCIAMENTO DE ESCOPO E SEUS IMPACTOS EM PROJETOS é autêntico, original e de sua autoria exclusiva. Rio de Janeiro, _____ de ____________ de ______. _____________________________________________ Rafael Gomes Flórido 4 “E os que foram vistos dançando foram julgados insanos pelos que não conseguiam ouvir a música.” Friedrich Nietzsche 5 Resumo Este trabalho visa demonstrar a importância do gerenciamento de escopo e relatar os impactos de um gerenciamento de escopo mal realizado. O trabalho apresenta também impactos referentes ao gerenciamento de mudanças em projetos, bem como a relação desses assuntos com o sucesso de projetos. Para isso, o trabalho apresentará conceitos relacionados ao gerenciamento de projetos, abordando suas principais características, bem como a forma como é realizada a sua gestão. Descreverá a importância da gestão de escopo em projetos com um número considerável de mudanças, apresentando as vantagens da utilização das melhores práticas de gerenciamentos de projetos, aumentando assim as chances de sucesso e reduzindo a probabilidade de incertezas. Por fim, será apresentado um estudo de casos com o objetivo de exemplificar os conceitos apresentados anteriormente. Este estudo apresentará um projeto que consiste no desenvolvimento de softwares integrados de gestão acadêmica e administrativa da rede municipal de educação da cidade de Coimbra do Sul. Dessa forma, veremos que o sucesso de um projeto está diretamente relacionado com a importância dada na captura e gerenciamento dos requisitos do projeto e ao gerenciamento de mudanças no projeto. Palavras-chave: Gerenciamento de projetos, Gerenciamento de escopo, Controle de mudanças, Gerenciamento de requisitos. 6 Abstract This article aims to demonstrate the importance of managing scope and report the impacts of scope management performed poorly. The article also presents impacts related to change management in projects, as well as the relationship of these issues to project success. For this, the article presents concepts related to project management, discussing its main characteristics, as well as how their management is performed, describing the importance of managing scope in projects with a significant number of changes and presenting the advantages of using best practices in project managements, increasing the chances of success, reducing the likelihood of uncertainties. Finally, a case study in order to illustrate the concepts presented above will be presented. This study will present a project that consists in developing integrated software for academic and administrative management of the municipal education of the city of Coimbra do Sul. Thus, we see that the success of a project is directly related to the importance placed on capturing and managing project requirements and managing changes to the project. Keywords: Project management, Scope management, Change control, Requirements management. 7 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - Áreas de conhecimento associadas ao gerenciamento de projetos 16 Figura 2 - Processos de gerenciamento do escopo do projeto. ....................... 21 Figura 3 - Entradas, técnicas e ferramentas e saídas do plano de gerenciamento de escopo. ............................................................................... 22 Figura 4 - Entradas, técnicas e ferramentas e saídas do processo: Coletar os requisitos. ......................................................................................................... 23 Figura 5 - Entradas, técnicas e ferramentas e saídas do processo: Definir o escopo. ............................................................................................................. 24 Figura 6 - Exemplo de EAP .............................................................................. 24 Figura 7 - Entradas, técnicas e ferramentas e saídas do processo: Criar EAP.25 Figura 8 - Entradas, técnicas e ferramentas e saídas do processo: Validar o escopo. ............................................................................................................. 26 Figura 9 - Entradas, técnicas e ferramentas e saídas do processo: Controlar o escopo. ............................................................................................................. 26 Figura 10 – Pesquisa PMSURVEY .................................................................. 27 8 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS EAP - Estrutura analítica do projeto PMBOK - Project Management Body of Knowledge PMI - Project Management Institute SME – Secretaria Municipal de Educação SA – Sistema Acadêmico WBS - Work Breakdown Structure 9 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 12 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 14 2.1. Gerenciamento de Projetos 14 2.1.1. Gerenciamento de integração do projeto 16 2.1.2. Gerenciamento do escopo do projeto 17 2.1.3. Gerenciamento de tempo do projeto 17 2.1.4. Gerenciamento de custos do projeto 17 2.1.5. Gerenciamento da qualidade do projeto 18 2.1.6. Gerenciamento de recursos humanos do projeto 18 2.1.7. Gerenciamento das comunicações do projeto 18 2.1.8. Gerenciamento de riscos do projeto 19 2.1.9. Gerenciamento de aquisições do projeto 19 2.1.10. Gerenciamento de stakeholders 19 2.2. Gerenciamento do escopo do projeto 20 2.2.1. Planejar o gerenciamento do escopo 22 2.2.2. Coletar os requisitos 22 2.2.3. Definir o escopo 23 2.2.4. Criar a EAP (Estrutura Analítica do Projeto) 24 2.2.5. Validar o escopo 25 2.2.6. Controlar o escopo 26 2.3. As falhas em projetos e o gerenciamento do escopo 27 3. ESTUDO DE CASOS 29 3.1. Apresentação da Empresa e do Projeto Lekol 29 3.2. Características gerais do Estudo de Caso 31 3.3. Falhas em projetos 31 3.4. Gerenciamento do escopo no Projeto Lekol 32 3.4.1. Falta de clareza na definição do escopo 32 3.4.2. Pouco detalhamento do escopo 33 10 3.4.3. Mudanças constantes de escopo 33 3.5. Considerações sobre o estudo de caso 35 4. CONCLUSÃO 36 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 37 11 1. INTRODUÇÃO Em um mercado cada vez mais moderno, competitivo e globalizado, a crescente preocupação com a entrega de produtos e serviços com a melhor qualidade possível é cada vez mais evidente. Por isso, a percepção geral de que o ambiente de trabalho profissional não assimila bem o improviso constante aumenta o foco das corporações em um planejamento eficiente. Então, para se manter no mercado com diferenciais competitivos, as empresas não podem mais entregar soluções de serviços ou produtos, sem antes analisar e estimar escopo, custos, prazos, riscos entre outros pontos em seus projetos. Sendo assim, a relevância em se utilizar técnicas, metodologias e ferramentas no gerenciamento de projetos é cada dia mais aceita e reconhecida, conforme escreve Simões (2011). Segundo o PMI - Project Management Institute (Instituto de Gerenciamento de Projetos), em seu Guia PMBOK 5ª Edição (PMI, 2012, p.28), projeto é “um esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço ou resultado específico”; e gerenciamento de projetos é “a aplicação de conhecimentos, habilidades, ferramentas e técnicas às atividades do projeto com o objetivo de atender seus requisitos”. Por ter uma característica temporária, todo projeto possui início e fim bem definidos em seu escopo, e por mais semelhantes que pareçam, nenhum projeto é igual a outro. Por mais coincidências que se tenham, sempre haverá particularidades que deverão ser consideradas, evitando assim riscos desnecessários que poderão levar o projeto ao fracasso e, consequentemente, frustrando as expectativas dos stakeholders - “pessoas, grupos ou organizações que podem afetar ou serem afetados pelo projeto” (PMI, 2012, p.331). Analisando as principais causas de insucesso em projetos, este trabalho demonstrará que, segundo pesquisa realizada pelo PMI denominada PMSURVEY em 2012, as falhas no gerenciamento do tempo e escopo estão no topo da lista dos problemas mais comuns em projetos (PMI, 2012). 12 O objetivo deste trabalho é descrever as melhores práticas de gerenciamento de escopo e relatar os impactos de um gerenciamento de escopo mal realizado. Serão apresentados também impactos referentes ao gerenciamento de mudanças em projetos, bem como a relação desses assuntos com o sucesso do projeto. Para Vargas (2009) e Lins (2010), a utilização das boas práticas no gerenciamento de projetos traz grandes vantagens para as empresas como o estabelecimento e cumprimento de metas de sucesso, a redução de custos, prazos mais assertivos para a entrega de produtos e serviços, prevenção de uma alocação excessiva e desnecessária de recursos, evitando o desperdício. Assim, incorporam-se princípios de qualidades, além de assegurar a atualização das empresas às demandas do mercado. Segundo o Guia PMBOK 5ª Edição (PMI, 2012, p.108), “O gerenciamento de escopo inclui os processos necessários para assegurar que o projeto inclui todo o trabalho necessário e apenas o necessário, para terminar o projeto com sucesso”. Sendo assim, este trabalho visa ressaltar a importância do gerenciamento do escopo do projeto para o sucesso do mesmo. Com texto de fácil compreensão, este trabalho busca contribuir com profissionais interessados no gerenciamento de projetos de forma que possam absorver o máximo de cada conceito exposto a fim de, após a leitura, refletirem sobre o tema e aplicarem em seus projetos. 13 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1. Gerenciamento de Projetos Antes de falarmos de gerenciamento de projetos, é necessário que tenhamos a exata noção do que é um projeto. Conforme dito anteriormente, segundo o PMI, em seu Guia PMBOK 5ª Edição (PMI, 2012, p.28), projeto é “um esforço temporário empreendido para criar um produto, serviço ou resultado específico”. Temporário, pois todo projeto possui, necessariamente, início, meio e fim, sendo que o final é alcançado quando todos os objetivos do projeto forem atingidos, quando ficar claro que não será possível atingir os objetivos ou quando esses objetivos não tiverem mais utilidade. Um projeto pode ser elaborado de forma progressiva. À medida que o projeto avança, a equipe de projeto adquire mais conhecimento sobre o mesmo. Seu escopo, por exemplo, pode ser detalhado no início, porém com o desenvolvimento do projeto e crescimento da maturidade da equipe de projeto, o escopo pode ser mais bem detalhado ou até mesmo alterado, como afirma Mendes (2009). Além destas características, é importante ressaltar que projetos sempre gerarão resultados, produtos ou serviços únicos, pois cada projeto, por mais semelhante que pareça, possui características específicas, os diferenciando assim dos demais. Por exemplo: A construção de uma casa é um projeto multidisciplinar que envolve a área de arquitetura, além das diversas áreas da engenharia. Porém construir duas casas iguais, em diferentes locais não será igual. Não poderemos tratar as duas construções da mesma forma, pois o solo dos locais poderá ter características diferentes, as equipes que atuarão nos projetos poderão ser diferentes, com opiniões e desempenhos diferentes, as legislações dos locais onde as casas serão construídas poderão ser diferentes, entre outros fatores. Dessa forma, os projetos serão diferentes, e necessitarão de um gerenciamento diferenciado para cada caso. 14 De acordo com Kerzner (2006, p.40), “projeto é um empreendimento com objetivo bem definido, que consome recursos e opera sob pressões de prazos, custos e qualidade. Além disso, projetos são, em geral, considerados atividades exclusivas em uma empresa”. Segundo o PMI em seu Guia PMBOK 5ª Edição (PMI, 2012, p.30), gerenciamento de projetos é “a aplicação de conhecimentos, habilidades, ferramentas e técnicas às atividades do projeto com o objetivo de atender seus requisitos”. Sendo assim, o gerente de projetos é o responsável pelo sucesso ou fracasso do projeto e deve fazer com que as etapas de iniciação, planejamento, execução, controle, monitoramento e encerramento aconteçam com sucesso. Ao gerenciar as necessidades do projeto, o gerente de projetos deve administrar três fatores principais, que são o custo, o tempo (prazo) e o escopo. Esses três fatores influenciam diretamente os resultados do projeto, inclusive com relação à qualidade. Ao alterar um desses fatores, algum outro será afetado (KERZNER, 2001). De acordo com o PMI (2012), além dos fatores básicos de custo, tempo, escopo e qualidade, é necessário abordar no gerenciamento de projetos outros fatores ou áreas de conhecimento, igualmente relevantes, tais como recursos humanos, comunicação, riscos, stakeholders, aquisições e a integração desses fatores como um todo. Cabe ressaltar que ignorar ou negligenciar essas áreas de conhecimento poderá afetar negativamente o projeto, pois ele é um esforço integrado. A seguir serão apresentadas as 10 (dez) áreas de conhecimento em gerenciamento de projetos definidas no Guia PMBOK 5ª Edição (PMI, 2012), conforme representado na figura 1. 15 Figura 1 - Áreas de conhecimento associadas ao gerenciamento de projetos 2.1.1. Gerenciamento de integração do projeto Esta área de conhecimento descreve os processos e as atividades que integram elementos do gerenciamento de projetos, que são identificados, definidos, combinados, unificados e coordenados de forma apropriada. Ela engloba os processos de gerenciamento de projetos: desenvolver o termo de abertura do projeto, desenvolver o plano de gerenciamento do projeto, orientar e gerenciar o trabalho do projeto, monitorar e controlar o trabalho do projeto, realizar o controle integrado de mudanças e encerrar o projeto ou fase (PMI, 2012). 16 2.1.2. Gerenciamento do escopo do projeto A área de conhecimento de gerenciamento de escopo descreve os processos para assegurar que o projeto inclui todo o trabalho necessário e apenas o trabalho necessário, para que seja concluído com sucesso. Seu foco principal é, de acordo com o PMI (2012), a definição e controle do que está ou não contemplado no projeto. Como este trabalho objetiva relatar as melhores práticas de gerenciamento de escopo e seus impactos, detalharemos melhor esta área de conhecimento em um tópico próprio. 2.1.3. Gerenciamento de tempo do projeto O gerenciamento de tempo do projeto trata os processos relativos ao gerenciamento, objetivando que o projeto termine no prazo correto. Ele é composto dos processos de gerenciamento de projetos: planejar o gerenciamento de tempo, definir as atividades, sequenciar as atividades, estimativa de recursos das atividades, estimativa de duração da atividade, desenvolver o cronograma e controlar o cronograma (PMI, 2012). 2.1.4. Gerenciamento de custos do projeto Essá área de conhecimento descreve os processos relativos ao gerenciamento do custo do projeto, objetivando que o projeto termine dentro do orçamento aprovado. Conforme o PMI (2012), ela aborda os processos de gerenciamento de projetos: planejar o gerenciamento de custos, estimar os custos, determinar o orçamento e controlar os custos. 17 2.1.5. Gerenciamento da qualidade do projeto A área de conhecimento de gerenciamento da qualidade descreve os processos requeridos para assegurar que o projeto satisfaça os objetivos e as necessidades para os quais foi realizado. Ela trata os processos de gerenciamento de projetos: planejar o gerenciamento da qualidade, realizar a garantia da qualidade e realizar o controle da qualidade (PMI, 2012). 2.1.6. Gerenciamento de recursos humanos do projeto O gerenciamento de recursos humanos do projeto trata dos processos que organizam e gerenciam a equipe do projeto, tornando mais efetivo o uso das pessoas envolvidas no mesmo. Consiste nos processos de gerenciamento de projetos: desenvolver plano de gerenciamento dos recursos humanos, mobilizar a equipe do projeto, desenvolver a equipe do projeto e gerenciar a equipe do projeto (PMI, 2012). 2.1.7. Gerenciamento das comunicações do projeto Esta área de conhecimento descreve os processos relativos a geração, coleta, disseminação, armazenamento e destinação final das informações do projeto de forma oportuna e adequada. Segundo o PMI (2012), ela foca nos processos de gerenciamento de projetos: planejar comunicação, gerenciar comunicação e controlar comunicação. 18 2.1.8. Gerenciamento de riscos do projeto A área de conhecimento de gerenciamento de riscos em projetos trata dos processos relativos à realização da identificação, análise e planejamento das respostas aos riscos em um projeto. Isso inclui potencializar os riscos positivos, para que eles ocorram, bem como minimizar as consequências dos eventos negativos. O PMI (2012) define que o gerenciamento de risco aborda os processos de gerenciamento de projetos: planejar o gerenciamento de riscos, identificar os riscos, realizar a análise qualitativa de riscos, realizar a análise quantitativa de riscos, planejar de respostas a riscos e monitorar e controlar os riscos. 2.1.9. Gerenciamento de aquisições do projeto O gerenciamento de aquisições do projeto descreve os processos que compram ou adquirem produtos, serviços ou resultados, de fora da equipe do projeto, além dos processos de gerenciamento de contratos. Ele engloba os processos de gerenciamento de projetos: planejar as aquisições, conduzir as aquisições, controlar as aquisições, e encerrar as aquisições (PMI, 2012). 2.1.10. Gerenciamento de stakeholders A partir da 5ª Edição do Guia PMBOK (PMI, 2012), passou-se a considerar o gerenciamento de stakeholders como uma nova área de conhecimento. Essa área descreve os processos necessários para identificar e analisar as partes interessadas (intervenientes – indivíduos, grupos ou organizações), desenvolver estratégias efetivas para engajá-las no projeto, atender às necessidades e às expectativas e solucionar eventuais problemas e conflitos à medida que ocorrem. 19 Para o PMI (2012), esta área de conhecimento aborda os processos de gerenciamento de projetos: planejar o gerenciamento dos stakeholders, gerenciar o engajamento dos stakeholders e controlar os stakeholders. 2.2. Gerenciamento do escopo do projeto Segundo o Guia PMBOK 5ª Edição (PMI, 2012, p.108), “O gerenciamento de escopo inclui os processos necessários para assegurar que o projeto inclui todo o trabalho necessário e apenas o necessário, para terminar o projeto com sucesso”. Gerenciamento do escopo do projeto trata basicamente da definição e do controle do que está incluído ou não no projeto. O gerenciamento do escopo do projeto é “a base para o planejamento do projeto e para a criação de sua linha de base, e deve ser conduzido de forma precisa, uma vez que forma a base do trabalho a ser desenvolvido no projeto (e a ser pago pelo cliente)” (SOTILLE, 2012, p. 19). Para o PMI, o bom gerenciamento do escopo está relacionado à sinergia entre 6 (seis) processos: Planejar o gerenciamento do escopo do projeto; Coletar os requisitos; Definir o escopo; Criar a EAP (Estrutura Analítica do Projeto); Validar o escopo; Controlar o escopo. 20 Figura 2 - Processos de gerenciamento do escopo do projeto. Fonte: PMI (2012) A seguir apresentaremos uma breve definição dos processos de gerenciamento do escopo do projeto, definidos pelo PMI em seu Guia PMBOK 5ª Edição (PMI, 2012) e ilustrados na figura 2. 21 2.2.1. Planejar o gerenciamento do escopo Planejar o gerenciamento do escopo é o processo para a criação de um documento denominado Plano de gerenciamento do escopo, que documenta como o escopo do projeto será definido, validado e controlado. A principal vantagem desse processo é que ele fornece orientação e direção sobre como o escopo será gerido ao longo do projeto. Suas entradas, técnicas e ferramentas e saídas estão definidas no Guia PMBOK 5ª Edição (PMI, 2012) e apresentadas na figura 3. Figura 3 - Entradas, técnicas e ferramentas e saídas do plano de gerenciamento de escopo. Fonte: PMI (2012) 2.2.2. Coletar os requisitos Coletar os requisitos envolve definir e documentar as funções e as funcionalidades do projeto e do produto necessárias para atender às necessidades e às expectativas do patrocinador do projeto, do cliente e de outras partes interessadas. Os requisitos devem ser obtidos, analisados e registrados com precisão, uma vez que se transformam na base do escopo e influenciam o planejamento de outras áreas como custo, tempo e qualidade do projeto. 22 A principal vantagem desse processo é que ele fornece a base para definir e gerenciar o escopo do projeto, incluindo o escopo do produto. Suas entradas, técnicas e ferramentas e saídas estão definidas no Guia PMBOK 5ª Edição (PMI, 2012) e apresentadas na figura 4. Figura 4 - Entradas, técnicas e ferramentas e saídas do processo: Coletar os requisitos. Fonte: PMI (2012) 2.2.3. Definir o escopo Definir o escopo é o processo do desenvolvimento de uma descrição detalhada do projeto e do produto, considerando as informações relevantes obtidas do cliente e do ambiente de negócios. A principal vantagem desse processo é que ele descreve o projeto, serviços ou resultados a serem obtidos, definindo quais dos requisitos coletados serão incluídos ou excluídos do escopo do projeto. Suas entradas, técnicas e ferramentas e saídas estão definidas no Guia PMBOK 5ª Edição (PMI, 2012) e apresentadas na figura 5. 23 Figura 5 - Entradas, técnicas e ferramentas e saídas do processo: Definir o escopo. Fonte: PMI (2012) 2.2.4. Criar a EAP (Estrutura Analítica do Projeto) Criar EAP é o processo de subdivisão das entregas e do trabalho do projeto em componentes menores e mais facilmente gerenciáveis. A EAP, também conhecida pela nomenclatura em inglês WBS (Work Breakdown Structure), busca melhorar a definição de atividades, a precisão das estimativas de duração, custo e, consequentemente, recursos utilizados no projeto, facilitando a definição e a atribuição das responsabilidades. Figura 6 - Exemplo de EAP Fonte: FGV (2013) 24 Além disso, o dicionário da EAP conterá o conteúdo detalhado de cada componente contido na EAP do projeto. Essa estrutura detalhada é a base sobre a qual o projeto será construído. A principal vantagem desse processo é que ele fornece uma visão estruturada do que tem de ser entregue no projeto. Suas entradas, técnicas e ferramentas e saídas estão definidas no Guia PMBOK 5ª Edição (PMI, 2012) e apresentadas na figura 7. Figura 7 - Entradas, técnicas e ferramentas e saídas do processo: Criar EAP. Fonte: PMI (2012) 2.2.5. Validar o escopo Validar o escopo é o processo de formalização do aceite das entregas concluídas no projeto. A principal vantagem desse processo é que ele traz objetividade para o processo de aceitação e aumenta a chance de produto final, serviço ou resultado ter o aceite definitivo, com base na aceitação de cada entrega. Suas entradas, técnicas e ferramentas e saídas estão definidas no Guia PMBOK 5ª Edição (PMI, 2012) e apresentadas na figura 8. 25 Figura 8 - Entradas, técnicas e ferramentas e saídas do processo: Validar o escopo. Fonte: PMI (2012) 2.2.6. Controlar o escopo Controlar o escopo é o processo de monitoramento do andamento do projeto, com base em seu escopo e um mecanismo de controle das mudanças no escopo do projeto, baseado na linha de base do escopo. O término do escopo do projeto é medido em relação ao plano de gerenciamento do projeto, que contém a linha de base do escopo e os requisitos. A principal vantagem desse processo é que ele permite que a linha de base escopo seja atualizada durante todo o projeto. Suas entradas, técnicas e ferramentas e saídas estão definidas no Guia PMBOK 5ª Edição (PMI, 2012) e apresentadas na figura 9. Figura 9 - Entradas, técnicas e ferramentas e saídas do processo: Controlar o escopo. Fonte: PMI (2012) 26 2.3. As falhas em projetos e o gerenciamento do escopo Segundo o Aurélio Buarque de Holanda (2010, p. 312), falha é “... uma omissão ou defeito. Algo que não se sucede como se esperava ou que não corresponde às expectativas...”. Para evitar falhas no desenvolvimento dos produtos e serviços, no mundo de negócios e constantes mudanças que vivemos, se faz necessário criar padrões, técnicas e ferramentas, com o objetivo de obter sucesso e os resultados esperados de forma rápida e eficiente. A falha em definir exatamente o que será feito provavelmente irá impactar no custo (ou talvez no lucro) de um projeto, ou pior, poderá resultar em um projeto que produz entregas que o cliente se recusa a aceitar. Segundo pesquisa realizada pelo PMI denominada PMSURVEY em 2012, as falhas no gerenciamento do tempo e escopo estão no topo da lista dos problemas mais comuns em projetos (PMI, 2012). Figura 10 – Pesquisa PMSURVEY Fonte: PM Survey 2012 No gráfico acima, notamos que mudanças constantes de escopo e escopo não definido adequadamente estão entre os principais motivos de falhas em projetos. Conforme apresentado no resultado da pesquisa PMSURVEY (PMI, 2012), grande parte dos problemas é decorrente a falhas no planejamento e controle do escopo. A questão imposta então é determinar o que se pretende 27 fazer em um projeto. Falhar nesta definição causa mudanças constantes no escopo, que inicialmente foi mal definido, atrasos nos cronogramas, custos acima do previsto, mudanças nos requisitos e especificações produzidas, além de qualidade abaixo da esperada. Dessa forma, o resultado entregue ao cliente certamente será abaixo da sua percepção de sucesso. Sendo assim, este trabalho tem o objetivo de apresentar as melhores práticas no gerenciamento do escopo do projeto, com base numa precisa coleta de requisitos, evitando a necessidade de mudanças e consequentemente o insucesso do projeto. Para exemplificar algumas situações de falhas e insucesso ao longo do trabalho, será utilizado o estudo de casos do Projeto Lekol desenvolvido para a Secretaria Municipal de Educação da cidade de Coimbra do Sul1. Esse projeto consiste no desenvolvimento de softwares integrados de gestão acadêmica e administrativa da rede municipal de educação da cidade de Coimbra do Sul. Alguns números da abrangência desse projeto, que justificam a utilização deste projeto no trabalho são (Fonte: SME - Coimbra do Sul): Cerca de 1.400 unidades escolares envolvidas; Cerca de 10.000 servidores da administração e gestão escolar; Cerca de 43.000 docentes; Cerca de 680.000 alunos. No capítulo seguinte, será apresentado que o sucesso de um projeto está diretamente relacionado com a importância dada a captura e gerenciamento dos requisitos do projeto e ao gerenciamento de mudanças no projeto. Veremos técnicas e ferramentas para uma precisa coleta de requisitos, visando minimizar as necessidades de mudança. Exemplificaremos os conceitos apresentados com o estudo de casos do Projeto Lekol. 1 Por questões de sigilo empresarial-governamental, o nome do projeto e da localidade foi trocado com a concordância da área acadêmica da FGV. 28 3. ESTUDO DE CASOS Neste capítulo, será apresentado um estudo de casos do Projeto Lekol, no qual serão exemplificadas algumas situações de falhas e insucesso ao longo do trabalho. 3.1. Apresentação da Empresa e do Projeto Lekol Como desenvolvimento dito de anteriormente, softwares o integrados Projeto de Lekol gestão consiste no acadêmica e administrativa para a Secretaria Municipal de Educação da cidade de Coimbra do Sul. A Secretaria Municipal de Educação - SME, da Prefeitura da Cidade de Coimbra do Sul, é o Órgão Executor das políticas e diretrizes educacionais da Administração Municipal, com a competência de prestar atendimento educacional público e gratuito à população, da Educação Infantil ao 9º Ano do Ensino Fundamental, incluídas a Educação Especial e a Educação de Jovens e Adultos. Seu objetivo consiste em prestar serviços educacionais que sejam uma referência pela efetividade, assegurando o reconhecimento do valor da educação na vida humana, fazendo com que a escola possa impulsionar as transformações sociais, de forma a reduzir as desigualdades e fortalecer a cidadania. Estão matriculados nas 1.006 escolas, 167 creches e 201 espaços de desenvolvimento infantil da rede municipal de ensino, cerca de 680.000 alunos – da Educação Infantil ao 9ª ano do Ensino Fundamental. A rede municipal de ensino conta com cerca de 24.000 turmas, e aproximadamente 43.000 professores para realizar o trabalho pedagógico desses alunos. A SME também realiza Programas de Extensão Educacional, como o Clube Escola, o Polo de Aprendizagem para o Trabalho e o Núcleo de 29 Música e Teatro2, além de trabalho pedagógico para mais de 10.000 alunos com deficiência (Deficiência Intelectual, Deficiência Visual, Surdez, Transtornos Globais de Desenvolvimento, Deficiência Múltipla e Deficiência Física). A Secretaria vem desenvolvendo uma política de Educação de Jovens e Adultos, voltada para o aumento da escolaridade, a educação permanente e a inclusão no mundo do trabalho - aspectos fundamentais para o exercício pleno da cidadania. É o Programa de Educação de Jovens e Adultos – PEJA, cujo atendimento destina-se à faixa etária a partir dos 14 (catorze) anos completos, sem limite máximo de idade, interessadas em completar os estudos referentes ao Ensino Fundamental, na Rede Pública do Município de Coimbra do Sul. Atualmente, cerca de 25.000 alunos são atendidos no PEJA. Com números tão expressivos, a Secretaria Municipal de Educação sentiu necessidade de um software para integrar a gestão acadêmica e administrativa da rede de ensino. Sendo assim, o Projeto Lekol foi idealizado. De acordo com o projeto básico e o manual do sistema, o Projeto Lekol consiste em um software integrado de gestão que reuni todas as informações necessárias para o controle acadêmico das unidades escolares, atendendo às demandas das unidades escolares, das Coordenadorias de Educação e demais níveis organizacionais e gerenciais da Secretaria Municipal de Educação - SME, respeitando e seguindo os padrões de acessibilidade do W3C. O Sistema Acadêmico – SA faz parte do Projeto Lekol, que engloba ainda a EduCoimbra e o CoimbraEnsina, entre outros sistemas utilizados na SME. Os objetivos do Projeto Lekol são melhorar a inteligência coletiva da SME e auxiliar a comunidade escolar por meio da integração de dados e da criação de ferramentas e processos pedagógicos, administrativos e de comunicação mais ágeis, modernos e intuitivos. O Sistema Acadêmico - SA permite o gerenciamento centralizado das atividades acadêmicas das escolas, como matrícula dos alunos, formação 2 Por questões de sigilo empresarial-governamental, o nome dos projetos foram trocados com a concordância da área acadêmica da FGV. 30 de turmas, movimentações, controle de notas e frequências e planejamento de aulas, entre outras, possibilitando que tais ações sejam conduzidas pelas escolas e, ao mesmo tempo, acompanhadas pelos diversos níveis da rede. Além disso, o Sistema Acadêmico facilita a uniformização e padronização dos processos acadêmicos, para que a elaboração de relatórios gerenciais (frequência, avaliação, transferências etc.) aconteça a qualquer momento e para todos os níveis (escolas, coordenadorias de educação e nível central da SME). Tais relatórios e demais documentos poderão ser resgatados do Sistema, sem necessidade de ação manual por parte da escola. A transferência na informação sobre os alunos e a redução da duplicidade de dados, por exemplo, são alguns benefícios. Outro destaque do SA é implementar o compartilhamento e acesso rápido à vida escolar dos alunos. Os professores contam com as orientações curriculares da SME no Sistema e efetuam todo o seu planejamento direto no computador. Sendo assim, é possível visualizar o diário eletrônico, otimizando o trabalho, com a redução de atividades manuais e repetitivas. 3.2. Características gerais do Estudo de Caso Este estudo de caso sobre o do Projeto Lekol, mais especificamente sobre o Sistema Acadêmico (SA), tem como objetivo demonstrar os impactos e os problemas relacionados ao gerenciamento de escopo, impulsionados pelas constantes mudanças no projeto. 3.3. Falhas em projetos Terminar um projeto no prazo acertado, com o custo combinado e da forma como se deseja é o que se espera de qualquer projeto. Porém, pesquisas mostram que na maioria das vezes, esse não é um desafio fácil de ser cumprido. Inúmeras ações podem fazer com que as expectativas não se 31 cumpram. As falhas vão desde o estabelecimento das expectativas até a execução do projeto. Se analisarmos os motivos do fracasso de um projeto, notaremos que normalmente este fato se deve à falha no gerenciamento do escopo ou tempo insuficiente na definição do projeto, conforme apresentado na pesquisa PMSURVEY (PMI, 2012). A seguir exemplificaremos algumas dessas falhas com o Projeto Lekol. 3.4. Gerenciamento do escopo no Projeto Lekol Para exemplificarmos algumas falhas em projetos serão apresentadas algumas características do Projeto Lekol. 3.4.1. Falta de clareza na definição do escopo O escopo do Projeto Lekol não foi especificado de forma clara, deixando margem a múltiplas interpretações. Com isso, o cliente persistia que uma mudança estava dentro do escopo, dificultando o cumprimento do que havia sido definido. Um bom gerenciamento do escopo passa pela definição detalhada do que deve ser feito durante o projeto e como isso será realizado. Essa definição deve ser feita com base nos resultados esperados para o projeto e nas restrições que se terá para sua realização. Não menos importante é a definição do que não será feito durante o projeto. Isso serve de proteção aos desejos de mudança que sempre acontecem durante a realização do projeto. 32 3.4.2. Pouco detalhamento do escopo Outro ponto relevante para um bom gerenciamento do escopo é o grau de detalhamento do mesmo. No Projeto Lekol, o pouco detalhamento de itens do escopo e sua documentação geraram desgastes entre as partes envolvidas (cliente e fornecedor). Além desse fato, apresentaram divergências dos pontos definidos nas linhas de base da restrição tripla (escopo, tempo, custo), afetando a qualidade do projeto. Para minimizar esse problema, deveria ter sido dada mais importância ao processo de coleta de requisitos. Segundo o Guia PMBOK 5ª Edição (PMI, 2012), coletar os requisitos envolve definir e documentar as funções e às funcionalidades do projeto e do produto necessárias para atender às necessidades e às expectativas do patrocinador do projeto, do cliente e de outras partes interessadas. Os requisitos devem ser obtidos, analisados e registrados com precisão, uma vez que se transformam na base do escopo e influenciam o planejamento de outras áreas como custo, tempo e afetam diretamente a qualidade do projeto. Após o detalhamento do escopo, o PMI sugere através do seu Guia PMBOK 5ª Edição (PMI, 2012) que seja elaborado um documento de especificação dos requisitos e uma matriz de rastreabilidade dos requisitos. Estes documentos apoiam o monitoramento e o controle da aderência do projeto aos requisitos. 3.4.3. Mudanças constantes de escopo Conforme afirma Xavier (2009), para se ter sucesso no gerenciamento do escopo é necessário um bom gerenciamento de mudanças. 33 Segundo o Aurélio Buarque de Holanda (2010, p. 474), mudança é “... ato ou efeito de mudar-se, transformar-se..”. Em projetos, segundo Sotille (2010), mudança trata qualquer alteração ocorrida após a aprovação do escopo inicial. E, geralmente, envolve alterações nos custos, prazos, qualidade ou em outros pontos do projeto. No Projeto Lekol, houve mudanças constantes de escopo, as quais foram motivas basicamente por: Definição insuficiente do escopo; Mudança na percepção do cliente ou do fornecedor sobre o projeto; Mudanças legais; Troca de representante no cliente. Efetuar o controle de mudanças é fundamental para o andamento do projeto e deve ser tratado com um atributo de proteção. Dessa forma, gerenciar as mudanças de escopo envolve a criação de mecanismos que sirvam como obstáculos às tentativas de mudanças no escopo do projeto, como afirma Sotille (2010). Já Xavier (2012) afirma que mudanças não possuem apenas consequências negativas, como aumento de prazo ou custo, pelo contrário, afirma que as mudanças podem gerar resultados positivos como o aumento da qualidade. Para isso, Xavier (2012, p. 77) afirma: “... é importante gerenciar com atenção este processo, de modo a assegurar que as mudanças: (a) sejam identificadas; (b) sejam adequadamente avaliadas quanto ao seu impacto sobre os objetivos e as restrições do projeto; (c) sejam formalmente autorizadas ou não, pois o excesso de mudanças, ou até mesmo uma única mudança, podem causar impactos inaceitáveis no cronograma, no custo e na qualidade...”. Uma vez aprovada, a mudança é refletida em todo o plano de projeto, sendo necessária a atualização da EAP, do cronograma, do orçamento 34 e dos demais itens do plano de projeto, gerando-se uma nova linha de base para acompanhamento do projeto. 3.5. Considerações sobre o estudo de caso Um bom gerenciamento do escopo é fundamental para uma execução tranquila, sem discussões entre as partes interessadas sobre o que está ou não incluso no escopo do projeto, atingindo dessa forma a satisfação do cliente, uma vez que aumenta a probabilidade de entrega dentro do prazo, dos custos previstos e com a qualidade acordada. Consequentemente, aumenta a probabilidade de sucesso do projeto. Para Sotille (2010), o gerenciamento e o sucesso do projeto também são dependentes de um trabalho bem executado na elaboração do escopo detalhado do projeto. O mesmo deve prever todas as funcionalidades esperadas e detalhar todo o trabalho a ser executado para que o produto do projeto seja entregue de acordo com o especificado. Em geral, pensar antes no que vai ser feito serve de garantia para que o resultado traçado inicialmente seja alcançado. 35 4. CONCLUSÃO Nesse trabalho, buscou-se apresentar as características do gerenciamento de escopo do projeto e os impactos de um gerenciamento mal sucedido. Foram abordadas na etapa introdutória, as características de um projeto. Observou-se, na fundamentação teórica, que projeto é um esforço temporário, progressivamente elaborado para produzir um produto ou serviço único. No trabalho foi apresentado também que o gerenciamento de projeto é a aplicação de conhecimentos, habilidades, ferramentas e técnicas às atividades do projeto e que é composto por processos que têm como objetivo iniciar, planejar, executar, controlar e encerrar os projetos. Apresentou-se o gerenciamento do escopo do projeto e foi descrito que os processos de gerenciamento do escopo iniciam-se com sua definição, onde inicialmente é necessário transformar as expectativas e desejos dos stakeholders em documentos formais, que são os seguintes: a declaração do escopo, a documentação dos requisitos, o plano de gerenciamento dos requisitos, a matriz de rastreabilidade dos requisitos e estrutura analítica do projeto. Foi abordado também que as mudanças são comuns e inevitáveis em projetos. O mais importante é possuir o controle sobre elas. Buscou-se observar que nenhuma alteração deve ocorrer sem a devida análise de impacto no prazo, custo e risco. Por fim, estes conceitos foram exemplificados com o estudo de casos do Projeto Lekol, desenvolvido para a Secretaria Municipal de Educação de Coimbra do Sul. Conclui-se nesse trabalho que é de fundamental importância para o sucesso dos projetos, um gerenciamento efetivo do escopo, uma apuração detalhada dos requisitos e um controle rigoroso das mudanças no projeto. 36 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS COSTA, H. Gerenciamento de Integrações em Projetos. Apostila do curso de MBA em Gerenciamento de Projetos. Rio de Janeiro: FGV, 2014. FABRA, M. Fundamentos em Gerenciamento de Projetos. Apostila do curso de MBA em Gerenciamento de Projetos. Rio de Janeiro: FGV, 2013. HELDMAN, K. Gerência de projetos, 3 ed.. Rio de Janeiro: Campus, 2003. HOLANDA, A. B. Mini Dicionário da Língua Portuguesa, 8 Ed.. Editora Positivo, 2010. KERZNER, H. Project Management: A Systems Approach to Planning, Scheduling, and Controlling. 7 ed., New York: John Wiley & Sons, 2001. KERZNER, H. Gestão de projetos: as melhores práticas. Porto Alegre: Bookman, 2006. LINS, I. C. de H. 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