DEBORA CRISTINA LELL DA SILVA TRABALHO SOBRE O CURSO: NEUROCIÊNCIAS As neurociências estudam e investigam o sistema nervoso e vem de desenvolvendo muito nas últimas décadas. Dessa forma, tem-se produzido muitas pesquisas e materiais científicos, o que torna difícil manter-se atualizado sobre os novos conceitos. É importante saber que as neurociências levam em conta aspectos relativos a elementos filogenéticos, ontogenéticos, fisiológicos e morfológicos do sistema nervoso, interessando-se também em estudar a dor, as doenças do cérebro e da mente e também sobre o uso das substâncias psicoativas. Os estudos das neurociências contribuem para o conhecimento de todos os campos do conhecimento, contribuindo para a compreensão da singularidade da condição humana. Com relação a este estudo, o interesse no momento é relacionar as neurociências com a educação, entendendo como o cérebro aprende. A neurociência valoriza os processos neurais, redes que se estabelecem, neurônios que se ligam e fazem novas sinapses. Entendendo a aprendizagem como um complexo processo pelo qual o cérebro reage aos estímulos do ambiente, ativando as sinapses (ligações entre os neurônios por onde passam os estímulos). O desenvolvimento ocorre da integração entre o corpo e o meio social e a aprendizagem resulta da recepção e da troca de informações entre o meio ambiente e os diferentes centros nervosos. A Neurociência da aprendizagem é o estudo de como o cérebro aprende. É o entendimento de como as redes neurais são estabelecidas no momento da aprendizagem, compreendendo a maturação nervosa como fundamental para a aprendizagem. A aprendizagem resulta da recepção e da troca de informações entre o meio ambiente e os diferentes centros nervosos e ocorre quando dois ou mais sistemas funcionam de forma inter relacionada, sendo importante o trabalho com mais de um sistema. A neurociência também está presente na sala de aula e o professor precisa fazer uso disso, para promover caminhos, tornando-se mediador do como ensinar com qualidade através d o uso de recursos pedagógicos que estimulem o aluno a pensar. Entretanto torna-se fundamental para o professor promover os estímulos corretos no momento certo para que o aluno possa entender. Esses estímulos quando aplicados no cotidiano, podem ser transformados em uma aprendizagem significativa e prazerosa no processo escolar. A Neurociência aplicada na Educação vem como um estudo a mais. Não é uma teoria e nem tão pouco uma tendência pedagógica. É um estudo científico de como o cérebro pode aprender melhor e guardar saberes. A função do professor é potencializar os cérebros e as aprendizagens na sala de aula. Aliás, no olhar neurocientífico, os atrasados não existem, não existem pessoas que não aprendem. O que existe são cérebros com ritmos neuronais, desejos e experiências diferentes e que recebem os mesmos estímulos/ informações / conteúdos ao mesmo tempo e coletivamente na sala deaula. A aprendizagem não está relacionada com quantidade de estímulos e sim com a qualidade desses estímulos! Por isso não existe aprendizagem igual, pois somos diferentes nos contextos biológicos, psicológicos, emocionais. Existem comprovações científicas que o cérebro sofre modificações ao longo de nossa existência. E isso tem a ver com a capacidade de formações de novas conexões neurais. Nascemos em média com 88 bilhões de neurônios e cada neurônio tem uma capacidade de produzir milhões de novas conexões, quando estimulados desenvolvem uma capacidade denomina-se plasticidade neural/ cerebral, ou seja, quando o funcionamento do sistema motor e perceptivo sofrem estímulos baseados em mudanças no ambiente. O cérebro sozinho não possui função nenhuma, ele só estabelece um funcionamento quando em conjunto com outros sistemas se interconectam, recebem e respondem aos estímulos para realizar um potencial de atividades. A forma de aprender está relacionada ao recebimento de estímulos que são captados pelos sentidos, considerados fiéis escudeiros e selecionadores, chamados canais sensoriais. Esses estímulos conhecidos como informações (som, visão, tato, gustação, olfação) chegam ao tálamo que é uma estrutura no cérebro que tem a função de receber esses estímulos e reenviá-los para áreas específicas que são responsáveis na elaboração, decodificação e associação dessas informações. O tálamo funciona como um "aeroporto" e junto com o hipotálamo, as amígdalas cerebrais (responsável pela emoção), e o hipocampo (responsável pela memória de longo prazo), promovem as lembranças e a aprendizagem significativa. É fundamental destacar a função da escola, pois transmite valores e idéias . Representam também a cultura no espaço e no tempo físico em que a criança permanece fora de seu lugar primordial, a família. É importante o professor estar atento a estas questões, pois a escola necessita junto com a família preparar para os enfrentamentos dos desafios da vida. O cérebro é provavelmente o órgão mais fascinante do corpo humano. Ele controla tudo, da respiração até as emoções e inclusive o aprendizado. Mas para que essa aprendizagem ocorra de maneira satisfatória, sendo interesante para os alunos é preciso ser enriquecida com esses prérequisitos, ficando envolvente e dinâmica. É preciso saber fazer uso de uma estratégia assertiva onde conhecimentos neurocientíficos e educação caminham lado a lado. A seguir algumas formas de trabalho que podem auxiliar: Estabeleça regras para que haja um convívio harmonioso de todos em sala de aula, fazendo com que os alunos sejam responsáveis pela organização, limpeza e utilização dos materiais. Opinando e criando as regras e normas adotadas, eles se sentirão responsáveis pela sala de aula. Faça uso de materiais diversificados que explorem todos os sentidos. Visual: mural, cartazes coloridos, filmes, livros, filmes educativos; Tátil: material concreto e objetos de sucata planejados. Há uma riqueza de sites na internet que nos disponibilizam atividades muito ricas e prazerosas. A criatividade aflora e a aula se torna muito divertida; Auditivo: música e bandinhas feitas com material de sucata, sempre com o conteúdo inserida nelas. A criação de músicas sobre conteúdos é uma forma divertida de aprender. Talentos apareceram em sala de aula. Reserve um lugar com almofadas e tapete, para momentos de descanso e reflexão. O “cantinho da leitura” é fundamental na sala de aula na ausência de uma biblioteca. Relaxar após o trabalho prazeroso significa dar tempo para o cérebro aprender todo o conteúdo que vai ser assimilado, ativar o e consolidar o que se aprendeu. Estabeleça rotinas onde possam realizar trabalhos individuais, em dupla e em grupo. Rotinas estabelecidas reforçam comportamentos assertivos e organização. Crianças com TDAH, que apresentam mal funcionamento das funções executivas se beneficiam com rotinas e regras pré estabelecidas). O trabalho em equipe é extremamente prazeroso, ativa as regiões límbicas (responsáveis pelas emoções) e como sabemos que o aprender está ligado à emoção, a consolidação do conteúdo se faz de maneira mais efetiva. Trabalhar o mesmo conteúdo de várias formas possibilita aos alunos oportunidades de vivenciarem a aprendizagem de acordo com suas possibilidades neurais. Dê aos mais rápidos, atividades que reforcem ainda mais esse conteúdo, que os mantenham atentos e concentrados, para que aqueles que necessitem de maior tempo para realizar as atividades não sejam prejudicados com conversas e agitação dos mais rápidos. A flexibilidde em sala de aula permite uma aprendizagem mais dinâmica e melhor percebida por todos os alunos. O professor que ministra bem os conflitos em sala de aula, e apresenta o conteúdo com prazer, mantém seus alunos atentos na aula. Desta forma, sabedores deste mecanismo neural que impulsiona a aprendizagem, das estratégias facilitadoras que estimulam as sinapses e consolidam o conhecimento, desta magia onde cada estruturacerebral se interliga para que todos os canais sejam ativados. A neurociência se constitui assim em atual e uma grande aliada do professor para poder identificar o indivíduo como ser único, pensante, atuante, que aprende de uma maneira toda sua, única e especial. Desvendando os mistérios que envolvem o cérebro na hora da aprendizagem, a neurociência disponibiliza ao educador moderno (neuroeducador), impressionantes e sólidos conhecimentos sobre como se processam a linguagem, a memória, o esquecimento, o desenvolvimento infantil, as nuances do desenvolvimento cerebral desta infância e os processos que estão envolvidos na aprendizagem a ele proporcionada. Tomarmos posse desses novos e fascinantes conhecimentos é imprenscindível e de fundamental importância para uma pedagogia moderna, ativa, contemporânea, que se mostre atuante e voltada às exigências do aprendizado em nosso mundo globalizado, veloz, complexo e cada vez mais exigente. Conceitos como neurônios, sinapses, sistemas atencionais (que viabilizam o gerenciamento da aprendizagem), mecanismos mnemônicos (fundamentais para o entendimento da consolidação das memórias), neurônios espelho, que possibilitam a espécie humana progressos na comunicação, compreensão e no aprendizado e plasticidade cerebral, ou seja, o conhecimento de que o cérebro continua a desenvolver-se, a aprender e a mudar não mais estarão sendo discutidos apenas por neurocientistas, como até então imaginávamos. Estarão agora, na verdade, em sala de aula, no dia a dia do educador, pois uma nova visão de aprendizagem está a se delinear. O fracasso e insucesso escolar têm hoje um novo olhar, já que uma nova e fascinante gama de informações e conhecimentos está á disposição do educador moderno. Graças a neurociência da aprendizagem, os transtornos comportamentais e da aprendizagem passaram a ser mais facilmente compreendidos pelos educadores uma vez que proporciona mais subsídios para a elaboração de estratégias mais adequadas a cada caso. Um professor qualificado e capacitado, um método de ensino adequado e uma família facilitadora dessa aprendizagem são fatores fundamentais para que todo esse conhecimento que a neurociências nos viabiliza seja efetivo, interagindo com as características do cérebro de nosso aluno. Esta nova base de conhecimentos habilita o educador a ampliar ainda mais as suas atividades educacionais, abrindo uma nova estrada no campo do aprendizado e da transmissão do saber.