Aula 10: Diabetes Mellitus (DM) Diabetes Mellitus (DM) Doença provocada pela deficiência de produção e/ou de ação da insulina, que leva a sintomas agudos e a complicações crônicas características; Insulina: é um hormônio, responsável pelo controle do açúcar no sangue. DM: insulina pouca ou ausente = aumento do açúcar no sangue (hiperglicemia) = Diabetes Mellitus; A falta da insulina impede a glicose de entrar nas células, o que tem por efeito elevar seu nível no sangue (hiperglicemia). Diabetes Mellitus - Diagnóstico Através do exame de glicemia em mg/dL (açúcar) no sangue, avaliado nas fitas teste ou coletado com seringa para análise laboratorial. Podem ser: Categoria Jejum 2 h após 75g glicose Glicemia normal < 100 < 140 Tolerância à glicose diminuída > 100 a < 126 ≥ 140 a < 200 Diabetes Mellitus ≥ 126 ≥ 200 Casual ≥ 200 (com sintomas clássicos) Diabetes Mellitus - tipos Diabetes Mellitus tipo I: ocasionado pela destruição da célula beta do pâncreas, em geral por decorrência de doença autoimune, levando a deficiência absoluta de insulina. No DM tipo I, a causa básica é uma doença auto-imune que lesa irreversivelmente as células pancreáticas produtoras de insulina (células beta). Assim sendo, nos primeiros meses após o início da doença, são detectados no sangue dos pacientes, diversos anticorpos sendo os mais importantes o anticorpo anti-ilhota pancreática, o anticorpo contra enzimas das células beta (anticorpos antidescarboxilase do ácido glutâmico - antiGAD, por exemplo) e anticorpos anti-insulina Diabetes Mellitus - tipos Diabetes Mellitus tipo II: provocado predominantemente por um estado de resistência à ação da insulina associado a uma relativa deficiência de sua secreção; No DM tipo II, ocorrem diversos mecanismos de resistência a ação da insulina, sendo o principal deles a obesidade, que está presente na maioria dos pacientes. Diabetes Mellitus – tipo II Diabetes Mellitus - tipos Outras formas de Diabetes Mellitus: Quadro associado a desordens genéticas, infecções, doenças pancreáticas, uso de medicamentos, drogas ou outras doenças endócrinas. Nos pacientes com outras formas de DM, o que ocorre em geral é uma lesão anatômica do pâncreas, decorrente de diversas agressões tóxicas seja por álcool, drogas, medicamentos ou infecções, entre outras. Diabetes Mellitus - tipos Outras formas de Diabetes Mellitus: Diabetes Gestacional: circunstância na qual a doença é diagnosticada durante a gestação, em paciente sem aumento prévio da glicose. Diabetes Mellitus - sintomas Diabetes Mellitus - sintomas Os sintomas do DM são decorrentes do aumento da glicemia e das complicações crônicas que se desenvolvem a longo prazo. Os sintomas do aumento da glicemia são: sede excessiva aumento do volume da urina, aumento do número de micções surgimento do hábito de urinar à noite fadiga, fraqueza, tonturas, visão borrada aumento de apetite perda de peso (tipo I) e ganho de peso (tipo II). Os sintomas das complicações envolvem queixas visuais, cardíacas, circulatórias, digestivas, renais, urinárias, neurológicas, dermatológicas e ortopédicas, entre outras. Diabetes Mellitus tipo II – fatores de risco Existem situações nas quais estão presentes fatores de risco para o Diabetes Mellitus (tipo II), conforme apresentado a seguir: Idade maior ou igual a 45 anos; História Familiar de DM ( pais, filhos e irmãos); Sedentarismo; HDL-c baixo ou triglicerídeos elevados; Hipertensão arterial; Doença coronariana; DM gestacional prévio; Filhos com peso maior do que 4 kg, abortos de repetição ou morte de filhos nos primeiros dias de vida; Uso de medicamentos que aumentam a glicose ( cortisonas, diuréticos tiazídicos e betabloqueadores). Diabetes Mellitus tipo II – prevenção Manter peso normal; Praticar atividade física regular; Não fumar; Controlar a pressão arterial; Evitar medicamentos que potencialmente possam agredir o pâncreas (cortisona, diuréticos tiazídicos); Essas medidas, sendo adotadas precocemente, podem resultar no não aparecimento do DM em pessoa geneticamente predisposta, ou levar a um retardo importante no seu aparecimento e na gravidade de suas complicações. Diabetes Mellitus – classificação (OMS) Diabetes tipo 1 Diabetes tipo 2 Idade de início Infância ou puberdade (forma abrupta) Geralmente diagnosticada acima dos 35 anos Estado nutricional início da doença Freqüentemente subnutrido (magro) Geralmente obeso Prevalência 5-10% 90-95 % Predisposição genética Moderada Acentuada Deficiência Destruição imulológica das células B de indivíduos geneticamente suscetíveis – autoimune Ou idiopática Produção insuficiente de insulina; resistência à insulina (ação da insulina) Diabetes Mellitus – tratamento Tipo I: Insulinoterapia; Tipo II: Hipoglicemiantes orais e/ou insulinoterapia. Insulinoterapia Insulina de ação rápida: início de ação é rápido mas a duração do efeito é curta – administrada próximo às refeições; Insulina de ação intermediária: o início da ação é retardado, mas o efeito é mais duradouro; Insulina de ação prolongada: o início de ação é muito lento, mas o efeito é longo, mais de 24 h. Hipoglicemiantes orais São fármacos que tem a finalidade de baixar a glicemia e mantê-la normal (jejum < 100 mg/dl e pós-prandial < 140 mg/dl); Secretagogos de insulina Sulfoniluréias Meglitinidas Sensibilizadores de insulina Biguanidas Tiazolidinedionas Inibidores de absorção de carboidratos Inibidores da alfa-glicosidase Hipoglicemiantes orais Secretagogos de insulina: estimulam a secreção de insulina pelas células beta do pâncreas e potencializam a ação da insulina nos tecidos (sulfoniluréias e glinidas) = clorpropamida, glibenclamida; repaglinida, nateglinida; Hipoglicemiantes orais Sensibilizadores de insulina: Reduzem a resistência insulínica e aumentam a captação de glicose nos tecidos periféricos, aumentando a remoção de glicose do sangue; Reduzem a produção hepática de glicose; Reduzem a absorção intestinal de glicose; Aumentam a ligação da insulina a seus receptores e reduz os níveis plasmáticos de glucagon; Obs: Reduz as lipoproteinas de baixa densidade (LDL) e muito baixa densidade (VLDL); Biguanidas (metformina) e glitazonas. Hipoglicemiantes orais Inibidores da absorção de carboidratos (inibidores das alfaglicosidases): Provoca redução na absorção de carboidratos complexos no intestino delgado e conseqüente redução na digestão, levando a uma queda no pico de glicose pós-prandial. Acarbose; Hipoglicemiantes orais – locais de ação Diabetes Mellitus – cuidados básicos Plano alimentar adequado; Fracionamento das refeições - distribuição harmônica dos alimentos, evitando concentrações de carboidratos em cada refeição, reduzindo, assim, o risco de hipo e hiperglicemia; Consumo de fibras alimentares (frutas, verduras, legumes, leguminosas e cereais integrais) – tornam a absorção do açúcar mais lenta e gradual; Diabetes Mellitus – cuidados básicos Medicamentos: usar corretamente; Insulina: conservar adequadamente (refrigerador - não congelar); Peso: manter o ideal; Glicemia: controlar; Fazer exercícios regularmente - orientados Hiperglicemia e Hipoglicemia: atentar para sinais e sintomas; Cuidados com os Pés: Examinar, manter unhas aparadas, não retirar cutículas, usar calçado confortável e macio; Não fumar; Evitar ingerir álcool; Usar cartão de identificação de portador de diabetes; Participar, se houver, na sua comunidade, de grupos de diabéticos. Diabetes Mellitus – sinais de alerta Hipoglicemia: Ocorre pelo nível muito baixo de açúcar no sangue. Pode ser causada por insulina demais, alimentação de menos ou atrasada, exercícios, álcool, etc. Sintomas comuns: tremores, suor excessivo, palidez, palpitação, irritabilidade, dor de cabeça, tontura, cansaço, confusão e fome. Se o nível de açúcar no sangue cair a valores muito baixos, a pessoa pode perder a consciência ou sofrer um ataque. Diabetes Mellitus – sinais de alerta Hiperglicemia: É o oposto da hipoglicemia, ocorrendo quando o corpo tem açúcar demais no sangue. Pode ser causada por insulina insuficiente, excesso de alimentação, inatividade, doença, estresse, isoladmente ou em conjunto. Sintomas comuns: cansaço, visão borrada, vômitos, vermelhidão facial, dor abdominal, pele seca, inquietude, pulso rápido, respiração profunda, podendo apresentar pressão baixa, hálito de maçã e progredir para o coma.