Nova técnica dá esperança a pacientes com lesão na medula Cuba espera ter remédio natural contra câncer antes de dois anos Vitória - ES, Junho de 2014 - Ano I - Nº 05 - Circulação em todo território nacional - E-mail: [email protected] Lidar com as exigências de uma sociedade contemporânea com o imperativo da pressa e das incertezas, sem falar na quase obrigação de estar sempre conectado, ligado e produtivo, não é fácil. Não raro, esse pacote provoca um desequilíbrio do ritmo biológico, levando ao desenvolvimento de uma série de distúrbios igualmente contemporâneos. Página 12 02 Opiniões Junho 2014 *Dr. Fábio Laginha Ginecologia e mastologia A incontinência urinária (IU), que é a perda de urina de forma involuntária, é o sintoma mais conhecido dos Distúrbios do Assoalho Pélvico (DAP). O assoalho pélvico consiste nas estruturas (ossos, músculos, fáscias, ligamentos e órgãos) que dão suporte às vísceras de uma forma dinâmica, para manter a continência urinaria e fecal e seu esvaziamento, quando necessário, além de participar da resposta sexual normal. A posição bípede, falta de exercícios, trabalho e postura (antigamente as mulheres trabalhavam, urinavam e evacuavam com a postura de cócoras) faz com que a musculatura fique mais flácida e disfuncional. Estudos mostram que de 25% a 30% das mulheres apresentam algum tipo de Distúr- bio do Assoalho Pélvico (DAP): Incontinência Urinária, prolapsos dos órgãos pélvicos (bexiga, reto ou intestino), Incontinência Fecal (IF) ou Síndrome da Bexiga Hiperativa (BA). Esses sintomas estão associados em mais de 70% dos casos. Metade das pacientes com o problema tem mais de 80 anos, e com o aumento da expectativa de vida é esperado um aumento do número de pacientes até o ano de 2050. Isso tem um imenso impacto na qualidade de vida, custo emocional e assistencial. Em 1997, mais de 250 mil mulheres nos EUA foram submetidas a cirurgias de correção de prolapso, sendo uma das indicações mais comuns de cirurgias em mulheres. A grande dúvida é qual o papel da gestação e parto normal na gênese deste problema. Observamos que o DAP tem mais chances de acontecer em mulheres que fizeram parto normal e fórceps, ao passo que as chances da incontinência urinária acontecer são menores naquelas que nunca engravidaram ou não fizeram parto normal, em uma proporção de 3:1. O momento antes do nascimento, em que a cabeça do feto roda para a sua expulsão, é crucial. É quando pode acontecer estiramento, necrose e denervação muscular. A capacidade de elasticidade e recuperação das lesões depen- Câncer de próstata: incontinência urinária após cirurgia deve ser temporária * Dr. Gustavo Guimarães Oncologista O câncer da próstata representa um sério problema de saúde pública. No Brasil, a doença corresponde a primeira causa de câncer em homens com uma expectativa de 68 mil novos casos em 2014, superando o câncer de mama, o mais comum entre as mulheres. Dentre as formas de tratamento da doença estão a vigilância ativa para casos selecionados, a cirurgia radical (conhecida por prostatectomia radical), que pode ser realizada por via convencional, laparoscópica Dra. Alessandra Brandão Teixeira Nutricionista [email protected] Sempre de olho no que comemos, muitas vezes nos esquecemos que boa parte das calorias ingeridas está nas bebidas. Refrigerantes, sucos, leite, bebidas alcoólicas, entre outras, trazem consigo calorias muitas vezes determinantes no sucesso ou fracasso de uma dieta. Bebidas adoçadas com açúcar são bastante calóricas e devem ser contabilizadas na dieta e, se possível, reduzidas ou substituídas”. Fique de olho! Um dos principais vilões das dietas de emagrecimento, com ou sem auxilio da robótica ou ainda por via perineal; a radioterapia nas suas diversas formas (externa - IMRT ou conformacional 3D) e braquiterapia; além de terapias ablativas como o HIFU, que é um ultraossom focalizado de alta frequência ou mesmo a crioterapia. A indicação de cada modalidade terapêutica vai depender das condições de saúde dos pacientes, idade, preferências pessoais e deve ser discutido com o médico para escolher a que mais se adéqua ao paciente. A prostatectomia radical está indicada para pacientes com doença localizada ou localmente avançada, que tenham uma perspectiva de vida maior que 10 a 15 anos e que esteja motivado. Dentre as possíveis complicações da cirurgia estão a incontinência urinária e a impotência sexual. A incontinência urinária acontece em 3% a 5% dos casos operados, especialmente quando não são orientadas por um profissional, são os refrigerantes regulares. Os sucos, apesar de serem excelentes fontes de vitaminas e minerais, também merecem atenção e não devem ser consumidos à vontade, já que contêm calorias. Muitas pessoas tomam sucos de frutas em abundância, certos de que estão fazendo somente bem ao organismo enriquecendo-o de vitaminas. Mas nem todas as versões são assim. Os sucos de caju, acerola, pêssego, limão, morango, melão ou maracujá, adoçados sem açúcar, são boas opções por serem provenientes de frutas com baixas calorias. O mesmo não podemos dizer da laranja, manga ou uva, que devem ser consumidas na forma de suco moderadamente. As bebidas açucaradas ingeridas durante os intervalos das refeições podem ter outro efeito negativo, pois quando ingerimos algo rico em açúcar depois de algumas horas sem comer, o açúcar é rapidamente disponibilizado em nossa corrente sanguínea, aumentando nossa glicemia e saciando momentaneamente nossa fome. No entanto, da mesma forma que o aumento da glicemia se deu de forma rápida, ocorre a queda, estimulando ao organismo a sensação de fome novamente. ESSaúde Ciência e saúde é aqui! de de cada pessoa, por isso a dificuldade de se mensurar previamente. Algumas mulheres, por exemplo, têm alterações na composição do colágeno e podem apresentar prolapsos mesmo sem nunca terem engravidado - dessa forma, não podemos dizer que a gravidez e o parto são causas exclusivas da incontinência urinária. O peso fetal está intimamente relacionado ao risco, assim como a idade materna acima de 30 anos, que dobra o risco de desenvolver DAP e de forma mais grave. O peso do bebê pode afetar o funcionamento do assoalho, bem como obrigar a mulher a fazer mais força durante o parto, aumentando o risco de incontinência. Já a idade avançada pode comprometer a capacidade de recuperação da pele e sua elasticidade. Para minimizarmos este problema, podemos atuar abreviando o período expulsivo, evitando o uso de fórceps e de lacerações do esfíncter anal. Fisioterapias especializadas, cirurgias para a correção e medicamentos melhoram muito a qualidade de vida das pacientes, com uma taxa grande de recuperação. Ainda precisamos saber qual a paciente de maior risco para tentarmos diminuir a incidência deste problema tão pouco discutido e que muitas mulheres sofrem caladas sem saberem que existe tratamento. *Graduado em Medicina pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo em 1981 e doutor em Mastologia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), o Dr. Fabio Laginha tem experiência no atendimento hospitalar na rede pública e privada. Fonte: Minha Vida podendo ser maior em pacientes com manipulação prévia da próstata (tratamentos endoscópicos do crescimento benigno da próstata ? HPB), e diabéticos. Esta incontinência pode durar ate um ano, sendo que a maioria dos pacientes se recuperam em até seis meses. Com a introdução de técnicas minimamente invasivas, como a laparoscopia e a robótica, este tempo pode ser um pouco menor, porém sem interferir no índice global de incontinência a médio prazo. No pós-operatório pode ser realizada a fisioterapia urinária, que auxilia na recuperação da continência urinária, além de encurtar o tempo desta. O uso de forros (fraldas) é necessário enquanto o paciente se recupera. Esta recuperação se dá de forma gradual e é necessário o envolvimento do paciente na realização de exercícios fisioterápicos para sua melhora. É importante que o médico se certifique que não há infecção urinária, pois esta pode retardar a recuperação da continência, bem como aumentar o risco estenose (estreitamento) da anastomose (costura da uretra na bexiga). *Dr. Gustavo Cardoso Guimarães é cirurgião oncologista e diretor de Urologia do A.C.Camargo Câncer Center. Fonte: Minha Vida Embora os sucos naturais contenham mais calorias que as bebidas diet/light, não devemos ignorar que eles fornecem vitaminas e minerais importantes para o bom funcionamento de nosso organismo. Para substituí-los, há no mercado diversas opções interessantes, como a água de coco. A água de coco é um excelente repositor de eletrólitos, comumente perdidos em atividades intensas. Outra dica, especialmente para aqueles que não dispensam um refrigerante, são as águas aromatizadas, que não contêm calorias, mas possuem gás, saciando a vontade. Alimentação ESSaúde Ciência e saúde é aqui! Junho 2014 03 Fonte: Beleza e Saúde S empre buscamos nos alimentar melhor e aqui sempre abordamos os melhores alimentos para a nossa saúde. Mas você sabe quais são as verdadeiras “bombas alimentícias”, os piores alimentos do mundo, aqueles dos quais devemos fugir? Lembrando que a intenção de mostrar essa lista não é para você ser radical e banir todos esses alimentos de uma vez só. A ideia sempre é de ficarmos mais conscientes do que estamos ingerindo no dia-a-dia. Se você comer com moderação, e somente de vez em quando, isso não vai causar nenhum mal permanente: o que prejudica a saúde é sempre a frequência e o exagero. Ok? Então vamos à lista das maiores “bombas” de todos os tempos! 1. Refrigerante Diet Essa é pra quem f acha que escapa dos malefícios do refrigerante fugindo para as opções “light/diet”. As versões diet contêm aspartame, agora rebatizado como "AminoSweet" – produzindo "efeitos que podem ser confundidos com Alzheimer, síndrome da fatiga crônica, epilepsia, esclerose múltipla". Sem contar serem capazes de provocar ansiedade, compulsão alimentar, depressão, enxaqueca, hiperatividade, insônia, palpitação cardíaca, perda auditiva, tontura. 2. Refrigerante Se você beber um copo de refrigerante por dia, estará ingerindo de 6 a 7 colheres de chá de açúcar! Muitos refrigerantes são repletos de aditivos, o que pode gerar inchaço, dores de cabeça, asma, hiperatividade e falta de concentração. Além disso, o refrigerante, seja a versão normal, zero ou light, não possui nutrientes como vitaminas e minerais de que o corpo precisa para o metabolismo funcionar; é um poço de “calorias vazias”. 3. Fast Food Os fast food, como pizza (principalmente as congeladas), hambúrguer e comida chinesa delivery, têm excesso de calorias, gordura saturada, sódio e proteína. As refeições também normalmente trazem gordura trans, que contribui para problemas cardía- cos, e contém excesso de açúcar. 4. Carnes Processadas O vilão aqui é a salsicha, uma carne processada rica em nitrito de sódio – substância cancerígena que pode aumentar o risco de câncer do pâncreas e do intestino, além de causar hipertensão. Outros exemplos de carne processada: bacon, mortadela, presunto, salame e linguiça. Fora que comumente a procedência dos componentes dessas carnes é altamente questionável… 5. Pão Branco O sabor do pão branco pode ser melhor do que o do integral (há controvérsias!), mas o pão branco é cheio de produtos químicos que fazem dobrar a quantidade de fermento em seu organismo. Isso pode causar infecções de vários tipos. O pão branco causa inchaço, gases intestinais e problemas digestivos. Além disso, em termos de índice glicêmico, comer pão branco é pior até do que comer açúcar puro! Opte sempre pelo pão integral. 6. Açúcar em Excesso Cuidado! O açúcar pode estar escondido em comidas que você nem imagina, como em um molho de frango, uma comida congelada ou um pote de iogurte. Quando você ingere todos os dias esse açúcar, força os seus órgãos a trabalhar mais. Primeiro, para digerir. Segundo, para normalizar a taxa de glicose no organismo. É assim que você acaba ficando diabético. Os sintomas do diabetes são sede excessiva, urina frequente, pele seca ou com coceira e fadiga extrema. ra 7. Salgadinhos Os salgadinhos e os petiscos de bar normalmente são fontes de gordura trans. Este tipo de gordupode levar ao aumento de peso, entupimento de veias, pressão alta e até diabetes do tipo 2. Aqui incluímos também salgadinhos de batata (“batatinhas”): não têm vitaminas nem minerais, só gorduras, ou seja, não têm nenhum benefício nutricional. Outro salgadinho a ser evitado são os de milho: por serem todos fritos, provocam obesidade e aumentam o nível de açúcar no sangue (além de não aproveitarem as fibras do milho, tão benéficas à saúde). 8. Batata Frita Batatas fritas contêm não apenas gorduras trans (que causa várias doenças), mas também uma das mais potentes substâncias cancerígenas presentes em “alimentos”: a acrilamida, que é formada quando batatas brancas são aquecidas em altas temperaturas. Além disso, a maioria dos óleos utilizados para fritar as batatas se torna rançoso na presença do oxigênio ou em altas temperaturas, podendo causar inflamações no corpo e agravar problemas cardíacos, câncer e artrite. 9. Bebida alcoólica A curto prazo, pode induzir arritmias e palpitações no peito. A longo prazo, acelera a arterosclerose, aumentando o colesterol e principalmente os triglicerídeos. Facilita a pressão alta, e dilata o coração. Além, disso é muito calórico, sem ser nutritivo. Uma caneca de chope pode conter a mesma quantidade de calorias de uma rosquinha doce. Se você tomar todos os dias um chope, pode engordar 6 kg em um ano. 10. Sal em Excesso Uma das consequências do consumo excessivo do sal é a hipertensão, responsável pelo maior índice de infartos e acidentes vasculares cerebrais. Além disso, o sal retém líquido, deixando a pessoa inchada. O recomendado é ingerir no máximo 6g por dia, contando com o sal já existente na comida. O problema maior aqui é a quantidade de sódio existente em alimentos que você nem imagina, como doces por exemplo. Fique sempre atenta às embalagens dos produtos, sempre observando a quantidade de sódio. E você, consome algum desses alimentos regularmente? Concorda com a lista? Incluiria mais alguma “bomba” que não mencionei?? 5 Razões para Cortar o Refrigerante Light do seu Dia a Dia ça se o refrigerantes é normal ou de baixa caloria. Estudos mostraram que adultos que bebiam três refrigerantes por dia tinham uma saúde bucal bastante piorada, com mais cáries e sorriso mais amarelado. (Na verdade, os bebedores de refrigerante ficaram no mesmo patamar que usuários de drogas como cocaína e meta-anfetaminas!) A princípio, optar por refrigerantes de baixa caloria parece uma decisão consciente. Porém, estudos mostram que estes refrigerantes podem ser bastante prejudiciais em vários aspectos. (Quando falo em "refrigerante light" no post, refiro-me em geral a refrigerantes de baixa caloria ("diet", "zero", "light"), ou qualquer tipo de refrigerante que utilize adoçantes artificiais, especialmente o Aspartame.) 1. Refrigerante Light engorda (!) Sim, você leu certo: refri light, no final das contas, não te ajuda a perder peso. Adoçantes artificiais têm um sabor mais intenso que o açúcar natural, o que leva, ao longo do tempo, a deixar o nosso paladar menos sensível ao açúcar. O efeito é claro: os doces de antigamente já não parecem mais tão doces, e aí "precisamos" cada vez mais do doce. E, claro, com isso acabamos abusando. Pior que isso, foi demonstrado que os adoçantes têm o mesmo efeito no corpo que o açúcar no sentido de aumentar a produção de insulina. A insulina manda a mensagem ao corpo para estocar gordura. Ou seja, isso leva ao ganho de peso, mesmo que o refrigerante tenha menos calorias. 2. Refrigerante Light não tem valor nutricional Quando você toma um refrigerante light, é verdade que você está ingerindo pouquíssimas calorias. Porém, você também não está ingerindo absolutamente nenhum nutriente benéfico para o seu corpo! Se você realmente quer uma bebida com zero calorias, todos já sabemos qual é a melhor! A água é necessária para tudo em nosso corpo, então deixar de tomá-la para tomar um refrigerante nunca é bom negócio. Para ajudar a cortar o vício do refrigerante, uma ideia é começar com água com gás, ou incluir mais chás durante o dia. 3. Refrigerante Light causa dores de cabeça Vários estudos apontam o aspartame (principal adoçante artificial usado em refrigerantes de baixa caloria) como um agente desencadeador de dores de cabeça e enxaquecas. Se você sofre com dores de cabeça constantes, observe os rótulos, e faça o teste: corte todas as fontes do adoçante em sua dieta, começando pelo refri light. A solução da sua dor pode estar aí! 4. Refrigerante Light acaba com seu dentes Com um pH de apenas 3.2, o refrigerante é muito, muito ácido. Substâncias muito ácidas corroem os esmaltes dos dentes ao longo do tempo. E nesse quesito, não faz diferen- 5. Refrigerante Light prejudica seus ossos Mulheres acima de 60 anos já têm um risco bem maior de osteoporose que os homens, e pesquisadores descobriram que refrigerantes — incluindo os light — potencializam ainda mais o problema. Foi verificado que mulheres que tomavam o refrigerante tinham uma densidade óssea 4% menor. (O estudo, publicado em 2006, foi muito bem feito, isolando variáveis como ingestão de cálcio e vitamina D.) A causa mais provável da perda óssea é que o refrigerante causa muita acidez no organismo, e a forma do corpo reequilibrar essa acidez é retirando cálcio dos ossos. Minha Opinião Sobre Refri A intenção desse post não é ser alarmante ou sensacionalista. No fundo, todo mundo já sabe que refrigerante não presta, não é mesmo? (não é à toa que ele lidera o ranking dos piores alimentos do mundo). Na verdade, porém, a minha opinião é que todos esses malefícios só são importantes e se manifestam quando tomamos refrigerante com frequência, como um hábito. Isso é o que devemos evitar. Tomar um refrigerante aqui e outro ali não vai fazer mal nenhum. 04 Junho 2014 Fitness ESSaúde Ciência e saúde é aqui! Conheça os exercícios que ajudam a perder a gordura localizada Por Bruna Stuppiello - Minha Vida C onfira as melhores estratégias para reduzir e definir o culote, a barriga, a cintura, os braços, flancos, costas e parte interna das coxas É difícil encontrar alguém que não se incomode com uma gordurinha extra presente em algum lugar do corpo. Ela pode estar na barriga, culote, parte interna das coxas, cintura, braços ou costas. A boa notícia é que essa gordura localizada pode sumir, ou ao menos diminuir, com a combinação de exercícios e dieta balanceada. Para iniciantes os exercícios com características aeróbicas são importantes, pois vão agir usando predominantemente a gordura como fonte de energia, mas devemos frisar que a gordura sai do corpo como um todo e não apenas naquela região que está sendo exercitada. "Porém, o que as pessoas querem não é só a redução de gordura, mas também a definição muscular e isso ocorre quando há menos gorduras e mais músculos. Por isso, é importante fazer também um trabalho muscular dando ênfase na região que deseja ter mais resultados estéticos", conta o personal trainer Givanildo Matias, da rede Test Trainer. Uma estratégia tem sido muito utilizada nas atividades físicas para se obter a desejada definição muscular. "A linha de raciocínio e a ciência sugerem os treinamentos intervalados de alta intensidade que podem ser apenas aeróbicos ou combinados com o trabalho de força/resistência muscular (musculação, treinamento funcional, pilates, etc). Algo como dois minutos correndo na esteira e dois andando para o trabalho aeróbico e se quiser pode ser inserido uma série com 2 ou 3 exercícios musculares a cada ciclo desse", orienta Matias. Essa estratégia trará mais adaptações positivas no corpo e de contrapartida ainda irá contribuir muito com a queima de gordura, pois esse formato gera um débito de oxigênio e faz que o corpo fique com o metabolismo mais acelerado durante alguns minutos ou horas depois para cobrir o prejuízo. Uma observação que não pode faltar é que o praticamente já precisa estar razoavelmente bem condicionado para iniciar esse tipo de trabalho. Por isso, listamos os melhores exercícios que podem ser feitos nas regiões onde a gordura localizada mais incomoda. Lembrando que é interessante combiná-los com os aeróbicos já mencionados. Barriga O objetivo é fortalecer os músculos na região abdominal. Por isso, os exercícios abdominais são grandes aliados neste processo. É interessante exercitar todas as regiões do abdômen. "É preciso trabalhar o supra abdominal (parte superior), os oblíquos (lateral) e o infra abdo- minal (parte inferior)", conta o personal trainer Givanildo Matias, da rede Test Trainer. Além disso, não foque tanto nas repetições, vale mais fazer um abdominal com menos repetições e alguma carga do que diversas repetições sem peso. "Isto irá favorecer o ganho de massa muscular na região", explica o educador físico Gabriel Signorelli, instrutor da rede de academias Bodytech. Os abdominais com bola podem permitir maior amplitude de movimento o que aumenta a intensidade. Para conseguir o fortalecimento da região a orientação é realizar os abdominais ao menos três vezes por semana. Cintura Para reduzir as gorduras na região, vale investir nas lutas como o boxe e o muay thai. "Como eles trabalham na movimentação do tronco ajudam na definição dessa região. Essas lutam também vão trabalhar os braços, área muito solicitada", conta Matias. Além disso, as lutas são ótimos exercícios aeróbicos o que irá ajudar na queima da gordura extra. A orientação é praticar essas lutas de duas a três vezes por semana. Não gosta de lutas? Então, aposte nos abdominais oblíquos, os laterais, que irão contribuir para o ganho de massa muscular no local. Culote Para esta região vale investir no aparelho de musculação cadeira abdutora. Ele tem movimentos específicos para a musculatura dos glúteos e por isso irá ajudar na diminuição do culote. Para realizar o exercício de abdução, posicione o aparelho na parte externa das pernas e gradue a carga de acordo com a sua força. Também vale realizar a abdução com caneleira. Este é o melhor exercício para o fortalecimento da região do culote. O step também é interessante porque trabalha as musculaturas dos glúteos, posteriores da coxa e panturrilha. O agachamento também é uma boa alternativa, pois trabalha as partes internas e externas das coxas. A orientação é exercitar a região do culote de duas a três vezes por semana. Parte interna das coxas Para exercitar a parte interna das coxas, invista na cadeira adutora, na qual os movimentos são feitos empurrando o aparelho contra a parte interna das pernas. A adutora feita no chão com caneleiras nas pernas também é uma alternativa. "Outras boas opções são agachamento e realizar o legpress com bola ou rolo entre os joelhos, mas pessoas que tem problema na patela devem evitar esta última opção", afirma Signorelli. A cadeira adutora é a melhor alternativa para trabalhar a parte interna das coxas. A orientação é exercitar a região entre duas e três vezes por semana. Braços Para definir o músculo tríceps do braço, aquele do tchauzinho, alguns exercícios podem ser grandes aliados. "O tríceps francês, o tríceps testa, o pulley, a rosca direta, a rosca concentrada e a rosca martelo são boas alternativas para fortalecer a região", afirma Matias. As melhores alternativas são o pulley tríceps e os exercícios de rosca. A orientação é fazer essa atividade entre duas a três vezes por semana. Esses exercícios não são os únicos para definir os braços. Confira aqui outras atividades que também ajudam a deixar os braços mais bonitos. Flancos Para reduzir os flancos, aquela gordurinha extra localizada um pouco acima dos quadris, é preciso focar no abdômen e na parte exterior das coxas. "Por isso invista na abdominal oblíqua, a lateral, e também na cadeira abdutora", explica Matias. Não existe um exercício que foca completamente na região dos flancos. Por isso, é a combinação entre os dois exercícios, abdômen oblíqua e cadeira abdutora, que irá contribuir para a definição da área. A orientação é fazer essas atividades entre duas e três vezes na semana. Costas As gordurinhas nas costas te incomodam? A solução são atividades para estimular a musculatura dessa região. "Neste caso o pulley frente e a remada sentada ajudam no fortalecimento da região", conta Matias. A remada sentada é a atividade mais eficaz, ambas as atividades trabalham as costas com um todo. A orientação é fazer essas atividades duas vezes por semana. Dor muscular após os treinos pode ser grave *Fernanda Andrade Educação Física A dor muscular após os treinos de musculação ocorrem devido ao micro rompimento de fibras musculares. Quando você treina, você literalmente rompe (micro rompimentos) o tecido muscular. O resultado disso é a ocorrência de microlesões musculares nos primeiros dias dos treinos musculares, pequenas rupturas do músculo causadas pelo excesso de esforço. Com alguns dias, o músculo começa a se reconstruir, por isso o repouso após os treinos é muito importante. Ocorre uma cicatrização das fibras musculares. Este processo de reconstrução torna os tecidos musculares mais fortes e maiores do que antes. Esse é o processo de hipertrofia muscular. A hipertrofia muscular é o desenvolvimento de mais fibras musculares, o que deixa os músculos maiores e mais fortes para suportarem levantar mais peso. A dor que você nota nos dias posteriores ao treino é diferente da dor (queimação e ardor) que você sente durante o treino e também é diferente de uma dor de lesão muscular. É essencial a conscientização das diferenças dessas dores, como a dor dos treinos, dor boa, que ocorre um dia ou dois depois do treino, e a dor de lesões, dores ruins, de lesões nas articulações e músculos. A dor boa, por mais forte que ela seja, ela não impede você de fazer outras atividades físicas, apesar da dor você consegue executar qualquer movimento com perfeição, diferente das dores de lesões, que causam muita dor ao movimentar as áreas afetadas e aparecem algumas horas depois do treino. A dor do dia seguinte geralmente é mais forte em pessoas que nunca treinaram antes. E só lembrar da época que você começou a treinar pela primeira vez e como ficou dolorido na primeira semana. Quanto mais o seu corpo se adapta ao treino, menos dor você sentirá. Se você insistir por muito tempo em apenas um tipo de treinamento, você para de ver resultados e a dor boa desaparece. Treinamento diferenciado e aumento progressivo de carga é a chave para gerar fissuras musculares, o que consequentemente aumenta a massa muscular. Porém, a dor boa em um alto grau não ocorre apenas em pessoas que nunca treinaram na vida. Você também sentirá dores maiores quando começar uma rotina nova. Toda vez que você der um choque em seus músculos, com um novo programa de treino, novos exercícios, quantidade de séries e repetições que o seu corpo não está mais acostumado, pode esperar grandes quantidades de dores. Vale lembrar que a hipertrofia ocorre não apenas quando há dor. Mesmo sem termos dores após os treinos, ou quando ela diminui, a hipertrofia continua acontecendo. A dor desaparece porque o músculo já está mais preparado para as atividades que serão desenvolvidas, e só volta a aparecer se uma carga ou treinos diferentes, exercícios novos e aumento da intensidade dos treinos. É importante darmos atenção a fase excêntrica (parte negativa do exercício), pois nessa fase recrutamos mais fibras musculares e lesionamos mais a mesma. Quando damos mais ênfase a parte negativa do exercício, obtemos mais fissuras nos tecidos musculares, consequentemente mais dores no dia seguinte e mais resultados a longo prazo. As dores devem ser controladas, a partir do momento em que impedem movimentos cotidianos é sinal que houve exagero. Um bom exemplo é o aluno não conseguir descer uma escada direito ou mesmo escovar os cabelos com facilidade. *Fernanda Andrade é profissional de Educação Física especializada em qualidade de vida, Life Coaching e emagrecimento, personal trainer a 16 anos, com Especialização em Personal Training e em Treinamento Desportivo pela Unifesp. Minha Vida ESSaúde Ciência e saúde é aqui! Dra Eliana Avelãs Odontologia A retração gengival é uma alteração muito comum na população, principalmente em idosos. Esse problema pode afetar um ou mais dentes e causa sensibilidade, dificuldade de higienização, comprometimento estético e maior suscetibilidade a cáries. Chamamos de retração gengival a situação em que a gengiva não está "colada" na região da coroa do dente, mas numa posição abaixo dessa linha, deixando assim uma área de raiz exposta. A retração pode acontecer por vários motivos. Em todos os casos a inflamação gengival estará presente no processo. O biofilme (placa bacteriana) também participa de maneira importante. O acúmulo de biofilme provoca a inflamação da gengiva, que evolui para gengivite, que pode evoluir para periodontite, com consequências sérias como perda óssea, além da retração. Existem outros motivos que podem levar a gengiva a ficar retraída. Vejamos alguns exemplos: Trauma oclusal A relação entre trauma oclusal e retração gengival é um assunto polêmico em periodontia. Os trabalhos científicos são controversos, mas as observações clínicas mostram que, Odontologia Junho 2014 05 quando a força oclusal (o modo como o dente faz contato com outro dente) é excessiva, a retração gengival ocorre na mesma região. Quando observamos a retração localizada em apenas um dente, é comum encontrarmos a causa do trauma no dente oposto. Piercing Temos vistos alguns casos de retração pelo trauma do piercing sobre a gengiva. O atrito do metal na gengiva provoca uma inflamação que pode causar a retração. Tratamento ortodôntico Durante o tratamento ortodôntico, a dificuldade de higiene é maior e facilita o acumulo de biofilme. É necessário seguir o controle e orientação do profissional responsável pelo tratamento. Trauma mecânico pela higienização bucal A técnica errada e a força exagerada na escovação podem resultar em um trauma repetitivo. Este trauma leva à inflamação crônica que desencadeia o processo da retração. Verifique com seu dentista se a sua técnica de escovação está correta. Mas e depois que a gengiva está retraída, o que fazer? Em primeiro lugar, buscar ajuda de um profissional para encontrar as causas . Depois, seguir suas orientações para que a retração não progrida, uma vez que a gengiva não retornará a posição inicial. Evitar a progressão do problema só será possível por meio de uma cirurgia plástica gengival. É um trabalho feito por especialistas e com resultados muito bons. O sucesso desse tratamento depende da correta indicação e execução das técnicas cirúrgicas e do cuidado do paciente O atrito do piercing na gengiva provoca uma inflamação que pode causar a retração. para a manutenção da saúde gengival. Melhor mesmo é prevenir antes que o problema aconteça ou prossiga. Como? Observe que em todos os casos a doença começa com uma pequena inflamação, um pequeno sangramento. Esse é o momento de agir. Esse é momento de procurar um dentista para resolver isso rapidamente para evitar que a retração aconteça. Prevenir pode ser simples assim... Fonte: Minha Vida Saúde bucal exige responsabilidade e compromisso *Dr. Claudio Yukio Miyake Cirurgião-Dentista A saúde bucal está diretamente relacionada ao bem-estar do indivíduo, pois exerce grande influência na autoestima e mantém o organismo funcionando corretamente. No campo das políticas públicas, requer responsabilidade e compromisso. O acesso à assistência de qualidade, prestada por profissional formado para tanto o cirurgião-dentista - é direito do cidadão e dever do Estado. Nos últimos anos, o Programa Brasil Sorridente, direcionador da política nacional de saúde bucal, impulsionou o crescimento das equipes de odontologia na atenção básica, a criação dos centros de especialidades odontológicas e a habilitação de laboratórios de próteses dentárias, entre outras ações importantes para o Sistema Único de Saúde (SUS). No entanto, ainda assim, estamos distantes do atendimento ideal, que só será alcançado por meio de um esforço conjunto de todas as instâncias governamentais, lembrando que as prefeituras são as financiadoras da maior parte do custo do programa. Para ter um quadro geral da saúde bucal no País, citarei alguns dados. Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde Bucal 2010 (Projeto SBBrasil 2010), que teve como base uma amostra de 37.519 indivíduos residentes em 177 municípios, os índices de cárie no Brasil permanecem altos. A parcela da população livre do problema é menor que a metade em todas as faixas etárias: são 46,63%, aos cinco anos; 43,5% aos 12 anos; 23,09%, na faixa entre 15 e 19 anos; 0,9% de 35 a 44 anos; e 0,2% de 65 a 74 anos. Vale ressaltar que, infelizmente, a redução das cáries no Brasil tem encontrado um obstáculo: a falta de fiscalização na fluoretação das águas. De acordo com a pesquisa realizada pelo Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (Crosp) e o laboratório da Universidade de Campinas (Unicamp), em 2013, em que foram coletadas amostras de 105 municípios paulistas, mais da metade das cidades analisadas estava com teor de flúor inadequado, colocando em risco a saúde da população e não atendendo ao propósito de contribuir para a erradicação da cárie. Também há outras questões que merecem atenção, conforme dados do Projeto SBBrasil 2010, no que se refere às condições periodontais, que comprometem as gengivas, o percentual de indivíduos sem nenhum problema é de 63% para a idade de 12 anos, 50,9% para a faixa de 15 a 19 anos, 17,8% para os adultos de 35 a 44 anos e somente 1,8% nos idosos de 65 a 74 anos. Entre os adolescentes brasileiros, 13,7% necessitam pró- ALLFORT teses parciais em um maxilar (10,3%) ou nos dois maxilares (3,4%). Para os adultos, a necessidade de algum tipo de prótese ocorre em 68,8% dos casos, sendo que a maioria (41,3%) é relativa à prótese parcial em um maxilar. Em 1,3% dos casos, há necessidade de prótese total em pelo menos um maxilar. Além disso, estima-se que, no Brasil, 230 mil crianças de 12 anos e 1,7 milhões de adolescentes possuam algum problema de oclusão dentária, que deve ser tratado por meio do uso de aparelho ortodôntico. Sendo que, aos 12 anos, 38% das crianças brasileiras apresentam problemas de oclusão; destes, 11% têm comprometimento severo e 7% muito severo. Nos adolescentes, são 35% no total, destes, 10% possuem oclusopatias severas. Tendo em vista que a procura por tratamento odontológico é grande, devido às dificuldades de acesso e à falta de orientação adequada, a população tem buscado atendimentos informais oferecidos por charlatões, que se passam por cirurgiõesdentistas, ou até aqueles que nem se classificam como profissionais, mas oferecem o serviço mesmo assim. Para reverter esse quadro, é necessário compromisso dos gestores municipais, estaduais e federais para juntos fazermos a diferença. É de extrema importância investir mais na área, valorizar o profissional da odontologia e criar campanhas de conscientização, que podem ser os primeiros passos. * Dr. Cláudio Miyake é presidente do CROSP ® Polivitamínico e Polimineral ALLFORT® é um polivitamínico-mineral com as vitaminas do complexo B, C, E e o mineral Zinco, indicado em casos de dietas restri vas e inadequadas, como auxiliar do sistema imunológico; como an oxidante e em doenças crônicas e convalescença pós cirurgia. Referência: bula do produto. Não engorda. Apresentação: Frasco 30 comprimidos reves dos. Reg MS 1.0497.1371. ALLFORT ® É UM MEDICAMENTO. SEU USO PODE TRAZER RISCOS. PROCURE O MÉDICO E O FARMACÊUTICO. LEIA A BULA. SE PERSISTIREM OS SINTOMAS, O MÉDICO DEVERÁ SE CONSULTADO. SAC 0800 11 1559 - www.uniaoquimica.com.br. Jun/2014 VITAMINA B VITAMINA C VITAMINA E AÇÃO ANTIOXIDANTE 06 ESSaúde Junho 2014 Ciência e saúde é aqui! Urgência e Emergência do Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves completou um ano de funcionamento C om capacidade de mais de 8 mil atendimentos por mês, referência para traumas, atendimento clínico grave e porta aberta, o setor de Urgência e Emergência do Hospital Estadual Dr. Jayme Santos Neves completou neste mês de maio de 2014, um ano de funcionamento. Inaugurada no início de maio de 2013, já foram realizados mais de 128.211 atendimentos para a população capixaba neste um ano. Essa marca foi possível de ser alcançada pela equipe da Urgência e Emergência. Médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e funcionários administrativos aliados a infraestrutura física e tecnológica e norteados pelo Acolhimento com Classificação de Risco por cores, segundo o Protocolo de Manchester. Nesse contexto, também são utilizados protocolos clínicos como politrauma, abdome agudo, queimados, sepse, úlcera neuropática, infecção intra-abdominal, dentro outros, para garantir ainda mais qualidade, agilidade e segurança para o paciente. Isso gera uma taxa de letalidade com média de 0,3 que obedece ao preconizado pela Organização Mundial de Saúde que é de no máximo 1,0. Bem como um volume de 15% de internações e um tempo médio de atendimento de 30 minutos exceto para pacientes classificados em Vermelho que são atendidos de forma imediata ao chegarem no setor. As classificações de acordo com o Protocolo de Manchester resultam em taxas de classificação em 2,4% de pacientes em Vermelho, 13,2% em Laranja, 43,9% em Amarelo e cerca de 40% das demais cores (Verde, Azul e Branco) que representam casos de baixa gravidade e complexidade ou que não procedem. De acordo com Katiana Erler, diretora-geral, um dos principais pontos a serem destacas é o nível de satisfação do paciente. “Há três meses oscilamos entre 96 e 97% de satisfação do nosso paciente na Urgência e Emergência. Nossa humanização no atendimento é de fato um diferencial muito grande quando se fala em qualidade e ética para os que aqui chegam em busca de tratamento”, destaca. Reconhecimento O setor foi avaliado positivamente, por instituições como o Ministério da Saúde que em visita no mês de outubro de 2013. De acordo com o relatório da visita técnica, elaborado por Diego dos Santos Araújo, técnico do ministério, pode ser comprovado que a Urgência e Emergência e seus serviços são bem estruturados, informatizados e com bons indicadores de qualidade na assistência. Ainda no início deste ano uma nova visita do Ministério da Saúde foi realizada. Desta vez conduzida pelo secretário de Atenção à Saúde (SAS), Helvécio Magalhães Júnior, que ficou impressionado com as instalações e o funcionamento do setor. “Nesta visita que realizei, constatei uma unidade que possui tudo para ser ainda melhor e ser referência em forma- ção profissional”. Porém, não são apenas técnicos e autoridades que reconhecem a importância. Os pacientes, a principal razão de existência do setor, já realizaram homenagens ao hospital. Um destes casos foi do Júlio Antônio de Almeida, do 38º Batalhão de Infantaria, que se acidentou de moto e entregou uma placa em homenagem aos profissionais que o atenderam no momento do resgate e ao hospital, para onde foi socorrido e ficou internado. “Sou muito agradecido por essas equipes que cuidaram de mim. Hoje, estou vivo graças a eles e por isso os homenageio, pois é o mínimo que eu posso fazer, tamanho o agradecimento que lhes devo”, declara. Trabalho em equipe Os resultados alcançados com a qualidade e segurança conquistados pelo setor, são fruto do modelo de gestão adota- do. Este modelo preza pelo trabalho em equipe dos funcionários do hospital e do trabalho conjunto com os profissionais do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência 192 (SAMU), Corpo de Bombeiros e do Núcleo de Operações Táticas Aéreas, da Secretaria da Casa Militar (NOTAer), que colaboram para realizar o melhor e mais rápido atendimento dentro da Urgência e Emergência, colaborando para salvar a vida de milhares de pessoas. Mas, o trabalho em equipe não é realizado só por médicos, técnicos e enfermeiros. Ouvidoria, funcionários administrativos, Serviço Social e de Psicologia atuam para orientar, amenizar e amparar nos momentos de dor e angústia. Um dos trabalhos realizados, teve início em dezembro de 2013 e consiste em reuniões com familiares e demais acompanhantes dos pacientes. O objetivo é prestar orientações sobre a rotina do setor, solucionando dúvidas e estreitando o relacionamento com este público, que também é fundamental para a recuperação dos pacientes. Yolete de Oliveira, 74 anos, que acompanhou a irmã Elam de Oliveira, 79 anos, vítima de queda, destaca a importância dessas informações serem repassadas. “Eu e várias outras pessoas precisamos ouvir e conhecer as regras, pois o cumprimento destas ajuda na recuperação dos nossos próprios parentes e também de outros, evitando, por exemplo, trazer algo que ofereça risco de contaminação. Já passei e acompanhei pessoas em outros hospitais e este é o primeiro que recebo o convite para uma reunião como esta. Acho ótimo e reforça o bom atendimento que temos tido, especialmente dos enfermeiros que são muito atenciosos”. Desenvolvimento A Urgência e Emergência continuará a atender com qualidade, segurança e agilidade, fazendo sempre o melhor para atender aos seus pacientes. Os números e o reconhecimento conquistado fazem parte de um trabalho contínuo, que visa sempre melhorar. Alexandre Bittencourt e Márcio Lameri, coordenadores médicos do setor, falam sobre a importância deste processo. “Após este um ano de funcionamento da Urgência e Emergência, aprendemos muito e implantamos um modelo de atendimento que dá resultado para ambas as partes, paciente e hospital. Porém, resultados ainda melhores podem ser alcançados e vamos trabalhar focados na qualificação dos nossos profissionais para continuar a ofertar os serviços prestados com qualidade”. Fonte: Assessoria de Imprensa –HEJSN Thiago Alves Geral ESSaúde Ciência e saúde é aqui! Junho 2014 Cuba espera ter remédio natural contra o câncer antes de dois anos C uba espera desenvolver, antes de dois anos, um novo remédio natural contra o câncer, que reduziria os tumores e ajudaria a evitálos em pessoas com pré-disposição para a doença, anunciou nesta quinta-feira o laboratório estatal Labiofam. "Trata-se de uma solução de oito "peptídeos" (tipos de moléculas), extraídos de uma espécie de escorpião que, clonados mediante técnicas de engenharia genética, demonstraram uma eficácia "impressionante" em testes de laboratório", disse o presidente do Labiofam, José Fraga Castro. Em testes pré-clínicos com ratos, a resposta "realmente impressionou, ou seja, houve reduções de 90% em questão de nove dias do tamanho do tumor", declarou Fraga à AFP. "Se nós conseguirmos desenvolver os testes clínicos entre o final e o começo do ano, poderíamos estar falando (...) de um ano e tanto, a possibilidade de dar este passo" e ter o medicamento aprovado para uso em massa, explicou. "Fizemos esta avaliação pré-clínica repetidamente e os resultados se mantiveram, o que demonstra que o produto já é estável, que é um Doutor José Fraga Castro antitumoral altamente eficaz. Estamos na fase de escalada, para ir a um teste clínico posterior, com todos os testes que o processo tem", acrescentou. O Labiofam desenvolve outros medicamentos 07 com veneno de escorpião, que melhoram a qualidade de vida do paciente com câncer, mas não revertem a doença. O peptídeo natural já foi testado com bons resultados em humanos em casos de pacientes desenganados pelos médicos e com autorização pessoal e familiar, disse Fraga. "Do ponto de vista de produção, não há nenhum tipo de dificuldade, o tema está em que seja aprovado para uso pelos organismos de controle e regulação dos medicamentos humanos", acrescentou. Colaboram no desenvolvimento do novo medicamento, que ainda não tem nome comercial, empresas da China e da Rússia, menos propensas a receber "pressões" de transnacionais farmacêuticas, uma vez que um medicamento contra o câncer seria concorrente da quimio e da radioterapia, tratamentos que geram ganhos "milionários", disse o funcionário. Fraga falou com a AFP pouco antes de dar uma coletiva de imprensa para convocar o Congresso Labiofam-2014 de biotecnologia, que será realizado em setembro e que terá como tema central as pesquisas contra o câncer, assim como outros assuntos de saúde animal e vegetal. Cuba exporta várias vacinas e remédios desenvolvidos com biotecnologia, que rendem ao país 600 milhões de dólares anuais. Fonte: Uol Saúde Diretor Responsável: Luiz Sérgio de Freitas Castro Jornalista Resp.: Danilo Salvadeo - FENAJ-ES 0535-JP Assessoria Jurídica: Edson Neves Said - OAB-ES 5120 Redação: Rua Castorina Garcia Durão, 453 - 3 Barras - Linhares-ES CEP.: 29.907-170 Tel.: (27) 3371-6244 - Cel. 999385641 - e-mail: [email protected] O conteúdo desta publicação tem caráter informativo e não substitui consultas médicas. Publicação da Editora Castro - Circulação em todo o Brasil As matérias assinadas são de responsabilidade de seus autores, não refletindo, necessariamente, a opinião de ES Saúde 08 Geral Junho 2014 ESSaúde Ciência e saúde é aqui! Fontes de vitamina D Tomé Castro Consultor Comercial e Palestrante U ltimamente a vitamina D vem sendo alvo de várias publicações mostrando a sua importância para o organismo. De acordo com as estatísticas, cerca de um bilhão de pessoas no mundo apresentam deficiência de Vitamina D. Um levantamento feito no Brasil mostrou que 99,3% da população brasileira ingere a Vitamina D em níveis abaixo do mínimo recomendável. A Vitamina D é uma vitamina lipossolúvel (solúvel em gorduras) e essencial para manter o equilíbrio mineral no organismo. É também conhecida com o nome genérico de “Colecalciferol”. A Vitamina D é sintetizada na pele, além de outras fontes como peixes, leite integral, etc., porém, é na pele onde se encontra a maior concentração. Quando ingerida é absorvida no intestino e ativada na pele em resposta à exposição ao sol. Os saudáveis raios da luz solar natural ativam a vitamina D na pele, não atravessando o vidro e, por isso, ela não se torna ativa quando a pessoa está no carro, escritório ou em casa. É fundamental a exposição ao sol sem protetor solar por pelo menos 15 a 20 minutos. Com base nas informações copiladas por Mike Adams, com base em uma entrevista com o Dr. Michael Holick, autor do livro “The UV advantage”, a vitamina D é talvez o nutriente mais subestimado no campo da nutrição. De acordo com ele, é quase impossível conseguir quantidades adequadas de vitamina D a partir da dieta e, a exposição à luz solar é a única maneira confiável para que o organismo disponha da mesma. Para termos uma ideia, seria necessária a ingestão diária de 10 copos grandes de leite enriquecidos com vitamina D para obter-se os níveis mínimos necessários para suprir o organismo das suas necessidades. Quanto maior a distância do local onde você vive para a linha do equador, maior será a necessidade de exposição ao sol, pois quanto maior for a distância, maior será a dependência da incidência dos raios solares. Um exemplo disso é que o Canadá, Reino Unido e a maior parte dos Estados Unidos estão longe do equador, enquanto que a maior parte do Brasil está próximo do equador. Outro ponto a observar é que pessoas com pigmentação escura da pele podem precisar de 20 a 30 vezes mais tempo de exposição à luz solar do que pessoas de pele clara para gerar a mesma quantidade de vitamina D. É por esta razão que o câncer de próstata é muito mais frequente entre homens negros. Quando a pessoa recebe uma suplementação de vitamina D e fica exposto aos raios solares por pelo menos 15 a 20 minutos, o cálcio que é absorvido no intestino é totalmente aproveitado e não fica presente na circulação sanguínea, porque altas concentrações de cálcio podem provocar doenças sérias. A deficiência crônica de vitamina D pode ser revertida rapidamente. São necessários meses de suplementação desta vitamina e da exposição à luz solar para que os ossos se tornem forte e se previna outras doenças consequentes à sua deficiência. É important4e que se entenda que mesmo os filtros solares fracos (FPS=8) bloqueiam cerca 95% da capacidade do corpo em gerar vitamina D. É por esta razão que o uso constante de protetores solares provocam deficiências críticas de vitamina D. Outro ponto importante a se ressaltar é que a exposição à luz solar não gera a produção excessiva de vitamina D, porque ele se autorregula e produz apenas a quantidade necessária. Se a pressão firme do osso esterno dói, pode de caracteriza um quadro de deficiência crônica de vitamina D. A vitamina D quando ativada passa pelo fígado e rins antes de ser utilizada pelo organismo e é por esta razão, que pessoas com doenças renais ou hepáticas podem prejudicar muito a ação da vitamina D. Algumas doenças e condições causadas pela deficiência de vitamina D: - Osteoporose: A falta de vitamina D acelera o Font D em Cápsula Gelatinosa Font D, a vitamina D3 (colecalciferol) da União Química, acaba de lançar nova apresentação com 60 mini cápsulas. A novidade está sendo comercializada em mini cápsulas gela nosas de fácil deglu ção. A marca Font D ganha espaço neste mercado, e agrega valor às apresentações já existentes no por olio (gotas frasco com 10mL e 20 mL). Além do diferencial das mini cápsulas, Font D ainda possui como veículo o óleo de amendoim, semente que possui nutrientes importantes para o equilíbrio do organismo, atuando como auxiliar no tratamento de algumas doenças. A vitamina D auxilia na prevenção da perda óssea (osteosporose), protege o corpo contra a fraqueza muscular e promove maior absorção de cálcio no sangue. Cada cápsula contém 200UI de vitamina D3 (colecalciferol). Não contém glúten. Referência: Holick, Michael F – Vitamina D – como um tratamento tão simples pode reverter doenças tão importantes, ed. 1, pág. 38, 2012. Reg MS.: Produto isento da obrigatoriedade de registro no MS, de acordo com a RDC 27/2010. SAC 0800 11 15 59 – www.uniaoquimica.com.br . Jun/2014 processo dada a deficiência na assimilação do cálcio pela célula óssea; - Raquitismo: A deficiência de vitamina D na infância é uma das principais causas do raquitismo que se caracteriza pela falta de calcificação nos ossos; - A deficiência de vitamina1 D pode agravar o diabetes tipo 2 por comprometer a produção e secreção de insulina pelo pâncreas; - Bebês que recebem a suplementação de vitamina D (2000 UI/dia) têm um risco 80% menor de desenvolver o diabetes tipo 1; - Pessoas obesas tem mais dificuldade para assimilar a vitamina D e precisam pelo menos duas vezes mais dosagens em relação a uma pessoa com peso normal; - A depressão, esquizofrenia, câncer de próstata, câncer de mama, câncer de ovário e de cólon são frequentes em pessoas com deficiência de vitamina D. Portanto, uma suplementação adequada e mantendo os níveis normais de vitamina D no organismo, podem prevenir estas doenças; - O risco de desenvolver doenças graves como diabetes e câncer pode ser reduzido de 50 a 80% com a suplementação de vitamina D e exposição à luz solar por pelo menos 2 a 3 vezes por semana; - A depressão sazonal de inverno, muito comum nos países de clima temperado, tem como uma das principais causas de desequilíbrio nas concentrações de melatonina (hormônio secretado pela glândula pineal), devido à menor exposição ao sol; - A vitamina D pode também ser útil no tratamento da psoríase, doença inflamatória crônica da pele; - Deficiência crônica de vitamina D é muita das vezes diagnosticada como fibromialgia, porque seus sintomas são muito semelhantes, como: fraqueza muscular e dores. Geral ESSaúde Ciência e saúde é aqui! *Dra Cibele Ferrarini Hepatologia S ofosbuvir é medicamento que reduz efeitos colaterais da terapia e traz esperança para pacientes. A hepatite C é uma doença infectocontagiosa que acomete o fígado, causada pelo vírus C. A transmissão ocorre por contato direto com sangue ou seus derivados contaminados, por isso é comum entre usuários de drogas que compartilham seringas e até o início dos anos 90 a transfusão de sangue também era um fator de risco, porém com o desenvolvimento de testes para detecção do vírus C e sua realização em bancos de sangue essa forma de transmissão foi controlada. O vírus da hepatite C (HCV) é hoje a maior causa de hepatite crônica no mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde, cerca de 170 milhões de pessoas estão croni- camente infectadas pelo HCV e mais de 350.000 pessoas morrem todos os anos de complicações hepáticas relacionadas à doença. No Brasil, perto de três milhões de pessoas tem sorologia positiva para HCV. É uma doença silenciosa, raramente causa sintomas, por isso a maioria dos portadores do HCV não sabe que está contaminada, só descobre se fizer um teste específico. Cerca de 90% das pessoas infectadas não eliminam o vírus e se tornam cronicamente infectadas, sendo que aproximadamente 20% delas irão desenvolver cirrose, e destas, 25% podem progredir para câncer de fígado. O tratamento habitual da hepatite C é feito com uma combinação de interferon peguilado, usado por injeção subcutânea, e ribavirina, medicamento oral, por um período de 24 ou 48 semanas, dependendo do genótipo. Esse tratamento apresenta muitos efeitos colaterais, principalmente decorrentes do interferon, que incluem cefaleia, febre, dores musculares, cansaço, perda de apetite, perda de peso, prurido, depressão, além de queda de glóbulos brancos, plaquetas e anemia. Por isso muitos pacientes com HCV não podem ser submetidos à terapia, como os doentes com cirrose, com doenças psiquiátricas e autoimunes. Além disso, somente 40-50% dos pacientes tratados Junho 2014 09 atinge a cura, ou resposta virológica sustentada, que seria a não detecção do vírus 12 semanas após o término do tratamento. A partir de 2011, para os pacientes com genotipo 1 e com doença avançada, passou-se a associar um de dois medicamentos via oral de ação antiviral, inibidor de protease, boceprevir ou telaprevir. Com essa terapia tripla a chance de cura subiu para 70%. Porém se limita ao genotipo 1 e houve um acréscimo nos efeitos colaterais, com anemia mais grave e quadros dermatológiocos às vezes severos. Novos medicamentos vêm sendo estudados, com o objetivo de se obter um tratamento com menos efeitos colaterais e com maior chance de cura. O Sofosbuvir é o primeiro medicamento dessa nova geração, antiviral de ação direta, que atua como inibidor de uma enzima essencial para a replicação do vírus C, a polimerase NS5B de ácido ribonucleico. O Sofosbuvir é bem tolerado, com pouco ou nenhum efeito colateral. Estudos com sofosbuvir associado a peginterferon e ribavirina mostram taxas de cura entre 80 a 98%, além de reduzir o tempo do tratamento para 12 semanas. Pesquisas com sofosbuvir e ribavirina sem interferon tem mostrado resposta variando de 64 a 100%, e com boa segurança. Este medicamento fornece a primeira opção de tratamento para o HCV sem interferon. *Dra Cibele Ferrarini - hepatologia Minha Vida danificados, seja por diabetes tipo 1 ou 2. Dra Andressa Heimbecher Soares Endocrinologia Insulina oral, medicamentos para os rins e até vacinas são esperança para pacientes No mundo, pelos dados de 2013, o diabetes já afeta aproximadamente 371 milhões de pessoas. Aqui no Brasil, nós somos o quarto país do mundo em número de casos, quase 13,4 milhões de brasileiros, segundo dados no mesmo ano. Oferecer novas possibilidades de tratamentos, com maior comodidade, eficácia e controle dos níveis de açúcar no sangue: estes têm sido os focos de diversos estudos nas últimas décadas, com o objetivo de tornar a vida dos diabéticos mais simples e fácil. Neste artigo, vamos falar de algumas destas novidades. Prepare-se, pois é de fato um admirável mundo novo que se abre diante dos seus olhos: Insulinas orais Pergunte a qualquer diabético que usa insulina qual é seu maior desconforto. Pode ter certeza que na grande maioria dos casos a pessoa irá se queixar das picadas da agulha e das medidas do aparelho de glicemia. A ideia de se sintetizar em laboratório uma insulina que funcione e não seja injetável não é nova. Em 2006 chegou a ser comercializada no mundo uma insulina inalatória, porém foi retirada do mercado em 2007 por não ter sido amplamente aceita, uma vez que não abolia todas as injeções durante o dia. Nos anos seguintes, novos estudos se seguiram e atualmente as perspectivas do lançamento de uma insulina via oral estão bem mais próximas. Até então era sabido que quando se tentava sintetizar a insulina colocando-a em formato de comprimido, as enzimas digestivas do nosso estômago e intestino se encarregavam de destruí-la, o que tornava o tratamento ineficiente. Agora, foi desenvolvido um novo tipo de comprimido que, nos testes iniciais, tem demonstrado eficácia e perfil de segurança adequados. Esta insulina oral ainda está em fase de testes, mas surge como uma boa promessa para os próximos anos. Células-tronco Por apresentarem potencial de se diferenciar em qualquer outra célula do organismo, as células-tronco têm sido usadas no tratamento dos pacientes diabéticos, demostrando resultados promissores. Por décadas, os pesquisadores tentam transformar as células-tronco em células do pâncreas, para que elas possam produzir insulina e fornecer ao paciente o seu suprimento normal deste hormônio. A tentativa nas pesquisas é justamente injetar estas células-tronco que irão produzir insulina, sem o paciente apresentar rejeição. Uma linha de pesquisa é o uso de células-tronco do paciente para controlar o seu próprio sistema imunológico. Sabe-se que o diabetes tipo 1 ocorre quando o organismo do paciente passa a não reconhecer as células que produzem insulina (as células Beta pancreáticas) e as ataca, destruindo-as. No Brasil, a equipe de cientistas da Universidade de São Paulo, em Ribeirão Preto, tem realizado várias pesquisas nesse campo, com resultados animadores. Um dos líderes desta pesquisa, o Dr. Eduardo Couri, tem divulgado os resultados deste trabalho, dentre eles o "Transplante Autólogo de Células-Tronco Hematopoéticas em Pacientes diabéticos tipo 1 recém-diagnosticados". A ideia nesta técnica é a coleta de células-tronco da pessoa com diabetes, seguida pelo uso de medicamentos que forcem o sistema imunológico a se desligar - como se fosse uma quimioterapia - e na sequencia, injetar novamente as próprias células-tronco do paciente para que ocorra uma reorganização do sistema de defesa, que não mais atacará as células que produzem insulina, preservando, assim, o pâncreas. Outra linha de estudos que tem avançado muito nos últimos anos é a pesquisa com a transferência nuclear de células somáticas. Estes trabalhos, com publicações recentes da segunda quinzena de abril de 2013 pelo grupo do Dr Young Gie Chung, em colaboração com a Universidade de Seul e a Universidade de Los Angeles, tem obtido sucesso nesta técnica. A transferência nuclear consiste de uma célula-tronco receber o núcleo de uma célula madura e já diferenciada, e assim podem produzir células com diversos propósitos terapêuticos, semelhantes àquela que doou o núcleo. Com a evolução deste processo será possível produzir de forma segura em laboratórios células Beta pancreáticas, as células que produzem insulina, e assim regenerar os pâncreas Remédios com atuação nos rins Recentemente foi lançada no mercado uma nova classe de medicamentos, os inibidores do SLGT2. Em algumas situações, o nosso rim reabsorve a glicose que foi filtrada e que iria para a urina por meio de um canal cotransportador, que é chamado de SGLT2, da sigla em inglês para sodium-glucose cotransporters. O alvo destes medicamentos novos é justamente bloquear o funcionamento deste canal e aumentar a saída do excesso de glicose pela urina, fazendo com que a glicose no sangue caia e assim normalize. Vários medicamentos foram desenvolvidos nos últimos anos: dapagliflozina, canagliflozina e empagliflozina. No Brasil, a dapagliflozina já está disponível, e a canagliflozina tem previsão de chegada para os próximos meses. Infusão inteligente de insulina Já existentes no mercado há vários anos, as bombas de insulina tem apresentado a cada ano mais inovações, sejam de hardware, com dispositivos menores e mais leves, sejam de softwares mais potentes e capazes de gerenciar melhor a entrada da quantidade de insulina no sangue. O lançamento da bomba de insulina Medtronic MiniMed 530G, que está sendo chamada de ?o avanço na direção no pâncreas artificial?, é um exemplo do como as pesquisas tem evoluído neste sentido. Isto acontece porque o seu software calcula de forma mais precisa a quantidade de insulina que será injetada, além de receber informações sobre o comportamento da glicose sanguínea para fazer este cálculo. Além disso, ele pode receber dados de um sistema eletrônico chamado de CGMS, sigla em inglês para sistema de monitoramento contínuo de glicose. O CGMS é um sensor inserido no subcutâneo do paciente, que envia informações para a bomba de insulina em tempo quase real sobre o comportamento da glicemia. Vacinas É da Universidade de Stanford a notícia de testes de uma vacina com capacidade de frear o sistema imune, e assim evitar que ele ataque o pâncreas e destrua as células beta no diabetes tipo 1. Os dados publicados na revista Science Translational Medicine em junho de 2013 a partir de um estudo multicêntrico de 12 semanas demonstraram que aqueles que receberam a vacina apresentaram menor destruição das células beta do pâncreas, comparados com os que não haviam recebido. A ideia agora é aplicar esta pesquisa em grupos maiores de pessoas e verificar se os bons resultados se confirmam. 10 Junho 2014 Geral ESSaúde Ciência e saúde é aqui! Por Camila Maciel - Da Agência Brasil U ma condição crônica, irreversível, incurável. Era assim que o neurologista Acary Bulle, professor da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), explicava aos alunos do curso de medicina a situação dos pacientes com lesão na medula espinhal. Agora, a descrição da doença começa a mudar. Um novo método cirúrgico está ajudando pacientes com paraplegia ou tetraplegia a recuperar movimentos e funções perdidos pelo trauma medular. Feita por laparoscopia e implantação de neuroestimuladores, a técnica aplicada desde 2012 por uma equipe multidisciplinar do Hospital São Paulo, da Unifesp, beneficiou quatro pacientes no processo de reabilitação. A cirurgia consiste em implantar um neuroestimulador na região abdominal que vai se ligar, por meio de eletrodos, aos nervos femorais, que controlam o músculo quadríceps da coxa; aos nervos ciáticos, que controlam os pés e o quadril, e ao nervo pudendo, responsável pelo controle da urina e das fezes. O ginecologista Nucelio Lemos, que trouxe a técnica para o Brasil, explica que a neuroestimulação dos nervos existe desde a década de 1980. A novidade é o local de implante dos eletrodos. "Em vez de colocá-los na coluna, implantamos os eletrodos após a formação dos nervos, possibilitando respostas mais específicas aos estímulos elétricos". Apenas quatro países (Suíça, Áustria, Alemanha e França) têm profissionais habilitados a fazer o procedimento. De acordo com Lemos, pouco mais de 100 pessoas foram opera- das no mundo. Algumas delas, inclusive, voltaram a andar com a ajuda de muletas. "Um paciente da Suíça, hoje, anda 1,5 quilômetro e, quando ele desliga o neuroestimulador, caminha 30 metros, porque ele ganhou esse controle", relatou Lemos, que fez estágio no país. O método não está disponível pelo Sistema Único de Saúde. O custo das quatro operações, que fica em torno de R$ 300 mil cada, foi pago pelos planos de saúde dos pacientes. O estudante Francisco Moreira, 25 anos, foi operado em dezembro do ano passado. O jovem é o primeiro caso de tetraplegia que se beneficiou da técnica no país. Ele tem uma lesão medular grave causada por um acidente com esqui há cinco anos. Francisco apresentava dificuldades para elevar os cotovelos acima dos ombros, mãos em garra e incontinência urinária. "Mudou a minha sensibilidade, na sola do pé, sinto a descarga do peso. O toque, quando estou com a meia dobrada dentro do sapato, sinto", relatou. Agora, ele mantém a coluna ereta sem necessidade de apoio nas costas e consegue dormir a noite inteira sem precisar utilizar a sonda para retirar a urina. Francisco usa um aparelho externo, uma espécie de controle remoto, para ativar determinados eletrodos e estimular áreas de acordo com os movimentos que deseja. "O aparelho tem várias programações. Uma delas é a opção repouso, que é para quando não estou fazendo nenhuma atividade", disse. Ele explica que o aparelho fica ligado para evitar os espasmos e esfincteres contraídos (músculos que controlam fezes e urina). O tratamento envolve também um processo de reabilitação intensa com fisioterapia. São necessárias pelo menos dez horas semanais de exercícios intensos para ganho da massa muscular e coordenação. O sucesso da neuropelveologia, como a especialidade foi nomeada, depende da gravidade e do tempo da lesão. "Quanto mais precoce, maior o ganho. Apesar de não conseguimos achar os usos clínicos seguros para as células tronco, sabemos que elas existem no organismo. Logo após o trauma, elas estão mais presentes e é por isso que tem mais ganhos", explicou. O paciente com maior tempo de lesão, operado no Brasil, tinha 11 anos do acidente e também apresentou resultados. A especialidade foi desenvolvida a partir de 2003 pelo médico francês Marc Possover, radicada na Suíça. Fonte: BBC Brasil Resultados de testes internacionais de dois medicamentos contra o câncer de pele em estágio avançado foram considerados "animadores e impressionantes" por cientistas. Os dois tratamentos visam garantir que o sistema imunológico humano reconheça e ataque os tumores. Os remédios experimentais, chamados pembrolizumab e nivolumab, bloqueiam os caminhos biológicos que o câncer usa para "se disfarçar" e evitar ser percebido pelo sistema imunológico. As decobertas foram divulgadas na Conferência da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, em Chicago (EUA), que se encerra nesta terça-feira. Sobrevivência O melanoma em estágio avançado, um câncer de pele que se espalhou para outros órgãos, é uma doença de tratamento difícil. Até há poucos anos, a taxa de sobrevivência a esta doença era de cerca de seis meses. Em um teste realizado com 411 paciente avaliando o pembrolizumab, 69% dos pacientes sobreviveram por pelo menos um ano. O remédio, que costumava ser chamado de MK3475, também está sendo testado contra outros tipos de tumores que usam o mesmo mecanismo de bloqueio dos ataques do sistema imunológico. David Chao, oncologista consultor da fundação Royal Free NHS de Londres, está realizando os testes em pacientes com o melanoma e com câncer de pulmão. "O pembrolizumab parece ter o potencial para ser uma mudança de paradigma na terapia contra o câncer", disse. Um dos pacientes de Chao, Warwick Steele, de 64 anos, recebeu infusões do pembrolizumab a cada três semanas desde outubro de 2013. Antes de o tratamento começar, ele mal conseguia andar, porque o melanoma havia se espalhado e atingido um dos seus pulmões. Steele começou a ter dificuldades para respirar. "Eu me cansava simplesmente por ficar em pé e, literalmente, estava exausto demais até para fazer a barba. Mas agora eu me sinto de volta ao normal e posso fazer jardinagem e compras", afirmou. Exames em seu pulmões (como mostram as imagens acima) revelam que, depois de apenas três doses, o remédio parece ter removido completamente o câncer do órgão. Terapia combinada O outro medicamento, o nivolumab, foi testado em combinação com um outro remédio já existente e licenciado, o ipilimumab. Em teste realizado com 53 pacientes, a taxa de sobrevivência foi de 85% depois de um ano e 79% depois de dois anos. John Wagstaff, professor de oncologia médica na Faculdade de Medicina de Swansea, na Grã-Bretanha, participa dos testes realizados com os dois medicamentos. "Estou convencido de que este é um avanço no tratamento do melanoma. O teste ainda está 'cego', então ainda não sabemos quais tratamentos os pacientes estão recebendo, mas observei algumas respostas espetacula- John Wagstaff, professor de oncologia médica na Faculdade de Medicina de Swansea,GB res", afirmou. Para Peter Johnson, chefe clínico da Cancer Research UK, ONG britânica especializada em pesquisa sobre o câncer, é "animador ver a variedade de novos tratamentos que estão surgindo para pessoas com melanoma em estágio avançado". Mas os médicos pedem cautela. Os resultados divulgados ainda estão na chamada Fase 1, o que significa que são testes em estágio inicial. Os testes mais abrangentes, da Fase 3, ainda estão sendo realizados e envolvem diversos hospitais britânicos. Apenas quando os resultados desses testes estiverem prontos, dentro de cerca de um ano, os médicos poderão ter certeza dos benefícios dos novos tratamentos. Como acontece com todos os medicamentos, os tratamentos experimentais têm efeitos colaterais. Warwick Steele, por exemplo, relatou que teve suores noturnos e até chegou a sentir uns "apagões" rápidos durante o tratamento. Mas, para Steele, valeu a pena e agora os médicos estão tratando apenas desses sintomas. ESSaúde Ciência e saúde é aqui! O divórcio dos pais pode estar associado ao sobrepeso dos filhos, aponta um novo estudo realizado na Noruega. Ainda segundo o trabalho, o risco é mais acentuado entre os meninos. Os pesquisadores chegaram à conclusão com base em uma amostra nacionalmente representativa de mais de 3 mil alunos que frequentam as 127 escolas do país. As enfermeiras escolares mediram a circunferência, a altura, o peso e a cintura das crianças - que tinha idade média de 8 anos - para avaliar o excesso de peso global, conforme os padrões definidos pela Força-Tarefa Internacional Obesidade (IOTF, na sigla em inglês). Os resultados foram estratificados por sexo e estado civil dos pais (casados, nunca se casaram, moram juntos, separados e divorciados) e também levaram em conta aspectos como nível educacional da mãe, origem étnica e local de residência. Geral Cerca de uma em cada cinco (19%) crianças estava com sobrepeso ou obesidade, de acordo com a definição IOTF, enquanto 8,9% tinham obesidade abdominal. As crianças com pais separados estavam mais propensas ao sobrepeso em comparação com os pequenos filhos de pais casados. Elas têm 54% mais chance de estar acima do peso e 89% com mais condições de apresentar obesidade abdominal. As crianças cujos pais nunca havia se casado tiveram uma prevalência semelhante de sobrepeso e obesidade em relação àquelas com os pais casados. Entre os meninos com pais divorciados, os índices de propensão à obesidade chegaram a 63% (104%, em relação à obesidade abdominal). Entre as meninas, a diferença não foi considerada estatisticamente significativas. Os autores advertem que o estudo não fornece uma base para o estabelecimento de causa e efeito em relação à Junho 2014 11 característica. Eles, no entanto, sugeriram que a separação pode representar menos tempo para tarefas domésticas, como cozinhar, o que fortalece o consumo de alimentos prontos. Fonte: O Globo Notícia, no entanto, não representa que o órgão hospeda micoorganismos nocivos INDIANA (EUA) - A ideia de corpos estranhos habitando o pênis é, para a maioria dos homens, um assunto desagradável. Um novo estudo realizado nos EUA chegou a resultados não muito animadores. Cientistas que investigavam a Chlamydia - bactéria que causa a clamídia - descobriram que, mesmo em homens saudáveis, estes minúsculos organismos estão sempre presentes no fundo do trato urogenital (termo coletivo para a uretra e ureter), aponta o jornal britânico The Independent. De acordo com um relatório publicado na revista The Scientist, a área já foi considerado por biólogos e médicos completamente estéril, com ausência de infecções. No entanto, os especialistas acreditam agora que há muito mais microorganismos no pênis - e ocupando muito mais partes dele - do que se achava antes. David Nelson, professor de microbiologia e imunologia, disse ao jornal que ele e seus colegas da Universidade de Indiana estavam estudando doenças sexualmente transmissíveis quando encontraram evidências de que os patógenos (agente infeccioso) estavam recebendo metabólitos - que promovem o crescimento - de outra fonte microscópica. - Houve uma assinatura no genoma das clamídias que sugeriu que este organismo poderia estar interagindo com outros microorganismos. Isso foi o que despertou o nosso interesse. Quando entramos e começamos a olhar, percebemos que havia muito mais do que pensávamos - disse ele. É um pouco prematuro, entretanto, acreditar que o pênis abriga bactérias nocivas. Nelson disse que pessoas diferentes participaram dos testes e receberam variadas misturas de micróbios. Não foi verificado que estas bactérias formam um grupo específico que cause mal ao trato urogenital. - Enquanto algumas bactérias podem tornar um homem mais suscetível à infecções, como a clamídia, outras podem realmente ajudar a preveni-las. Nós simplesmente não sabemos, neste momento - disse Nelson. Atualmente, existem apenas dois fatores responsáveis por Segundo a agência, registro do medicamento foi suspenso porque fabricante não apresentou estudo clínico que comprove eficácia do remédio A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspendeu nesta sexta-feira a distribuição e venda do medicamento Resfenol solução oral em gotas. De acordo com o órgão, o registro do produto foi cancelado porque a fabricante Kley Hertz não apresentou estudos clínicos que comprovem a eficácia do antigripal. A empresa fica responsável por retirar o medicamento do mercado. Em nota de esclarecimento a empresa declarou que, "por falta de interesse comercial, decidiu não renovar o registro da apresentação do medicamento Resfenol solução oral em gotas. Dessa forma decidiu por não realizar os estudos clínicos necessários para a renovação. Salientamos que essa apresentação está em comercialização há mais de 20 anos no mercado não havendo nenhum registro de problemas ou reclamações sobre sua eficácia ou segurança." Também nesta sexta-feira, a Anvisa suspendeu as ven- impactar o número de micróbios encontrados no pênis: a circuncisão e o sexo. De acordo com um estudo de 2010 publicado na revista PLoS One, os homens que são circuncidados apresentam significativamente mais bactérias em, e os tipos de bactérias também são muito diferentes. O mesmo estudo também descobriu semelhantes conjuntos de bactérias entre os parceiros sexuais, o que apoia a ideia de que os parceiros partilham micróbios genitais. Os especialistas, no entanto, dizem que muito mais pesquisas são necessárias antes que novos conselhos sobre o assunto sejam emitidos. Fonte: O Globo das do lote 09411231 do medicamento genérico e antibiótico Cefalexina 500mg comprimido, fabricado pelo Laboratório Teuto Brasileiro e com validade até janeiro de 2016. Segundo a agência, o lote apresenta apenas oito comprimidos na embalagem, que deveria conter dez. 12 Junho 2014 L idar com as exigências de uma sociedade contemporânea com o imperativo da pressa e das incertezas, sem falar na quase obrigação de estar sempre conectado, ligado e produtivo, não é fácil. Não raro, esse pacote provoca um desequilíbrio do ritmo biológico, levando ao desenvolvimento de uma série de distúrbios igualmente contemporâneos. Até a Justiça já começa a se preocupar com eles. Recentemente, uma decisão favoreceu uma jovem atendente de telemarketing que teve uma crise nervosa e xingou um cliente. Demitida por justa causa, teve o desligamento revertido ao ser constatado que sofria da síndrome de burnout. Acabou ganhando o direito a uma indenização da empresa. Profissionais que vivem sob pressão extrema até que se sintam exauridos e incapazes de lidar com a rotina, muitas vezes desenvolvendo comportamentos agressivos e crises de ansiedade são candidatos clássicos ao diagnóstico de burnout (algo como apagado, em tradução livre). Mas essa não é, nem de longe, o único problema do tipo. Por trás deles está, geralmente, uma condição conhecida da maioria: o estresse, que atinge, em diferentes níveis, 70% dos trabalhadores brasileiros, segundo estudo da ISMA-BR, uma organização para pesquisa e prevenção da estafa no Brasil. Só o burnout afetaria 30% da população economicamente ativa do país. — O estresse em si não é uma doença, mas pode ser o gatilho, e é preciso estar alerta — explicou a psicóloga Ana Maria Rossi, presidente da ISMA-BR. O truque, segundo Ana Maria, é manter o ritmo. Não aquele imposto pelos fatores externos, mas o do corpo. Enxergar a alimentação saudável, a atividade física, o lazer e o sono de qualidade como prioridades, e não meros coadjuvantes. Isso significa estabelecer objetivos e impor limites, mesmo que, para isso, às vezes seja necessário reduzir expectativas. Insônia e depressão Foi o que precisou aprender um profissional de 36 anos do ramo de seguros. Ele conta que adorava o cargo de coordenador, era produtivo, considerava-se um dos melhores do setor. Doava-se quase que integralmente, esquecia de almoçar e até de ir ao banheiro. Por mais de uma década, sua rotina era de dez a 18 horas de trabalho diárias. Geral — Não percebi que estava me deixando levar demais — lembra-se. — Há três anos, notei que algo estava estranho; num relatório que levava 30 minutos para fazer, comecei a gastar dois dias. Passei a ter dificuldade de me concentrar e comunicar, gaguejava, estava exausto e, ainda assim, passa- va noites inteiras sem dormir; tinha crises de choro sem motivo, dores de cabeça, gastrite... Cheguei a não conseguir nem tomar banho... Levado pela esposa, começou o tratamento psicológico e, logo, precisou se afastar do trabalho. Nesse período, chegou a pensar em suicídio. Voltou, depois de um tempo, para a mesma função. Porém, passado o ano seguinte no cargo — garantido pelo direito de estabilidade —, foi demitido. Ele alega que até conseguia realizar os projetos, mas não na velocidade ou da forma requeridas pela empresa. Autoconhecimento é um fator-chave nesse processo, defende a psiquiatra Deborah Duwe, especialista em tratamento de estresse: — É preciso se conhecer e ter a qualidade de vida como um valor. Essas pessoas, quando chegam a uma situação perigosa, param. É bom também ter alguém próximo que possa levantar o cartão amarelo. O chamado jetlag social, por exemplo, é uma sensação de cansaço permanente de quem tem muitos compromissos e não consegue acompanhá-los. A qualidade de sono é a primeira a ser afetada. Há um total descompasso entre rotina ESSaúde Ciência e saúde é aqui! e relógio biológico. A referência, não à toa, é à fadiga provocada por viagens a lugares com o fuso horário diferente. A doença da pressa é um sentimento ininterrupto de urgência, de fissura na contagem do tempo. — É a sensação de que não vai dar tempo para nada. Daí surge a hostilidade a qualquer coisa ou pessoa que retarde o desenvolvimento das tarefas. Por exemplo, alguém que venha querer conversar — explicou pesquisadora do Instituto de Psicologia e Controle do Estresse, Marilda Lipp, Dependência tecnológica Numa sociedade cada vez mais conectada, a dependência da tecnologia também virou síndrome. Atinge cerca de 10% dos brasileiros, segundo estudos. Viciadas em internet e redes sociais ou incapazes de desligar o celular, as vítimas têm até setor especializado para tratamento no Hospital das Clínicas de São Paulo. — Está explodindo o número de dependentes do Facebook, do WhatsApp... Há pessoas que simplesmente não conseguem se desligar hora nenhuma — comenta Deborah Duwe. Por isso algumas iniciativas tentam ir no sentido contrário. Movimento internacional chamado Slow (lento) prega uma desaceleração radical. Em alguns momentos, adeptos se encontram para não fazer absolutamente nada. E sem culpa. Desfecho contra empresa O processo iniciado em 2010 por uma operadora de telemarketing que alegou sofrer de burnout teve um desfecho surpreendente. Guaciara Cristóvão de Souza, de 23 anos, ganhou a causa contra a empresa da Atento Brasil S.A, que a demitiu por justa causa. — Eu ficava na Ouvidoria, uma área em que ouvia muitas críticas do serviço de celular, mas não podia resolver nada. Os clientes ficavam muito irritados. Depois de um tempo, comecei a chorar direto, tremer, tinha medo das pessoas até na rua — conta Guaciara, que começou tratamento psicológico e pediu licença após gritar com um dos clientes. O pedido não foi aceito, e ela foi dispensada. Mas o Tribunal Superior do Trabalho decidiu, em 30 de abril, pela indenização de R$ 5 mil à jovem. Para a advogada trabalhista Maria Fernanda Ximenes, isso mostra que a Justiça está atenta: — É um problema sério, que não pode ser encarado com leviandade. Se diagnosticado, é preciso levar em conta na hora de uma decisão que envolva questões trabalhistas. Fonte: O Globo