as origens do pensamento curricular no brasil

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AS ORIGENS DO PENSAMENTO
CURRICULAR NO BRASIL
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AS ORIGENS DO PENSAMENTO
CURRICULAR NO BRASIL
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As origens do pensamento
curricular no Brasil
• Pesquisa de Antonio Flavio Moreira (1990):
O termo Currículo ( concepção e
princípios)
aparece
nas
reformas
educacionais d3 década de 1930.
• É
sistematizado
na
obra
“Pequena
Introdução à filosofia da educação – a
escola progressiva ou a transformação da
escola”, publicada em 1934.
• Primeiros estudos baseados nas idéias
escolanovistas,
derivadas
de
Dewey,
Kilpatrick e Montessori.
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• INEP
(Instituto
Nacional
de
Estudos
Pedagógicos)- Programa Mínimo (1944): ênfase
em
currículos e programas, necessidades
sociais e capacidades individuais.
• Primeiro livro-texto sobre currículo (1955):
Introdução ao Estudo da Escola Primária, de
João Roberto Moreira.
• PABAEE (Programa de Assistência BrasileiroAmericana ao Ensino Elementar)- Acordo
bilateral firmado em 1956.
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A produção brasileira no campo do
currículo nos anos de 1990
• Grupos
Estrangeiros
(Nova
Sociologia da Educação – Michael
Apple e Henry Giroux): subsidiam
os trabalhos dos pesquisadores
brasileiros.
• Grupos
Nacionais
(Pedagogia
Histórico- Crítica e Pedagogia do
Oprimido):
disputam hegemonia
nos discursos educacionais e na
capacidade de intervenção política.
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Campo do Currículo
• No final de década de 1990, a
teorização curricular (hibridismo)
incorpora o pensamento de
Foucault, Derrida, Deleuze e
Morin.
• O currículo constitui-se em
campo intelectual, no interior do
qual diferentes atores sociais
possuem
determinado capital
cultural e social.
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•
No Brasil três grupos lideram os estudos sobre
currículo:
•
Grupo de Tomaz Tadeu da Silva/UFRGS:
•
centra-se na análise das conexões entre os processos
de seleção, organização e distribuição dos currículos
escolares e na dinâmica de produção e reprodução da
sociedade capitalista.
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Grupo coordenado por Nilda Alves da UERJ
e Regina Leite Garcia da UFF
• Currículo a partir da discussão sobre
conhecimento em rede (Certeau,
Morin e Boaventura Santos).
• Quatro esferas são estudadas e
articuladas
à
formação
de
professores: formação acadêmica,
ação
governamental,
prática
pedagógica e prática política.
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Grupo coordenado por Antonio Flavio
Moreira
• Analisa o multiculturalismo através dos
conceitos de hibridismo e de identidade,
políticas curriculares e seu foco na tensão
entre flexibilidade e controle.
• Concebe a história das disciplinas escolares
e
seu
alargamento
conceitual
e
metodológico.
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A pesquisa sobre história do currículo
Constituição do conhecimento
escolar (M.Apple, H. Giroux, M. Young).
História do currículo (Goodson, Ball,
Popkewitz, Gimeno Sacristán).
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Bernstein (1988) e os saberes escolares
O autor desenvolve uma
reflexão original sobre as
condições e as implicações
de descompartimentação
dos saberes escolares.
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As contribuições teórico-metodológicas de
Chervel(1990) e Goodson (2001) para o
desenvolvimento da História das Disciplinas
Escolares
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• André Chervel (1990) : Contempla o estudo dos
conteúdos explícitos no ensino disciplinar e suas várias
partes constituintes: ensino de exposição, exercícios,
práticas de incitação, de motivação, de aparelho
docimológico e aculturação escolar.
• Ivor Goodson (2001): Conceitua currículo como
construção social e compreende o processo de
emergência e evolução das matérias escolares.
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O que é currículo?
• Termo polissêmico.
• Currículo é um projeto em formação
(envolvendo conteúdos, valores/atitudes e
experiências), cuja construção se faz a partir
de uma multiplicidade de práticas interrelacionadas através de deliberações
tomadas nos contextos social, cultural,
político, ideológico e econômico.
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O que é currículo?
• Processo seletivo de cultura, social,
política e administrativamente
condicionado, que preenche a atividade
escolar e que se torna realidade dentro
das configurações tal como se acha
configurada.
(Gimeno-Sacristán, 1998,p.14)
• Currículo como Confluência de Práticas e Processo:
o currículo prescrito e regulamentado, o currículo
planejado, o currículo organizado, o currículo em
ação e o currículo avaliado.
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O que é currículo?Conceitos
• Currículo:caminho, direcção que orienta o
percurso para atingir certas finalidades.
• E.U.A. – conjunto de experiências que o aluno
adquire sob a responsabilidade da escola.
• EUROPA – programa, plano de estudos:
diferentes sentidos.
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O que é currículo?Conceitos
• o “currículo” é aquilo que se espera que os alunos
fiquem a saber e a ser capazes de fazer e agir,
depois de terem frequentado a escola (Roldão,
2002).
• A idéia de currículo confunde-se com a de
assuntos, conjuntos de lições ou programa de
estudos em vez de ser visto como o que é
importante na vida de crianças pequenas – o
desenvolvimento global através do jogo livre e
espontâneo.(David, 1990).
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O que é currículo?Conceitos
• Contudo, o currículo é também aquilo que dele se
faz uma vez que através da criatividade de cada
Escola é possível pensá-lo através de perspectivas
que não se restringem às que as teorias
tradicionais o confinaram. Currículo é projecto.
Currículo é um documento de identidade. (Silva,
2000).
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Elementos do currículo
•
•
•
•
•
•
Prática social complexa- praxis
Repertório da filosofia e ciência da educação
Políticas públicas
Características histórico-sociais da instituição
Ordenamento formal
Vivência subjetiva e social
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Princípios Norteadores do
Currículo
• Historicidade
• Compromisso com a educação crítica e
transformadora
• Reflexão crítica sobre a prática como categoria
fundante
• Rigor teórico e metodológico
• Construção coletiva do conhecimento
• Centralidade na aprendizagem e implicações com o
ensino
• Flexibilidade com critérios
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Teorias tradicionais
• Conceitos simplesmente pedagógicos de
ensino e aprendizagem.
• Teorias concentradas em questões técnicas
como ensino, aprendizagem, avaliação,
metodologia,
didática,
organização,
planejamento, eficiência, objetivos.
• Teorias neutras e científicas.
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Teorias críticas
• Conceitos de ideologia e poder (lutas de
classe – educação em uma nova
perspectiva).
• Ideologia, poder, classe social, capitalismo,
relações sociais de produção,
conscientização, contradição, emancipação e
libertação.
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Teorias pós-críticas
• Conexão entre saber, identidade e poder.
• Opostas a teoria tradicional, todas implicadas
em relações de poder.
• Identidade, diferença, subjetividade, saberpoder, gênero, raça, etnia, sexualidade,
multiculturalismo.
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Pressupostos Curriculares
• A política educativa corresponde ao conjunto de
decisões oriundas do sistema político, englobando
as intenções e estratégias definidas por critérios
ideológicos e por necessidades reconhecidas como
válidas socialmente.
• Explicitação das bases curriculares: O currículo
como uma construção social, cultural, individual e
ideológica a partir dos pressupostos sociedade,
cultura, aluno e ideologia/hegemonia.
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Sociedade
• A relação escola/sociedade pressupõe
um conjunto diverso e complexo de
interesses, tendo como base comum a
preparação social e material dos
sujeitos.
• O currículo abrange o conhecimento
escolar que é fruto do conflito
(violência simbólica) e hierarquização
de conhecimentos.
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Aluno
• O sujeito e seu processo de aprendizagem.
• Os sistemas simbólicos e de informação
(currículo explícito e real).
• A direção e a profissionalidade dos docentes.
• Participação dos pais e comunidade.
• Implicações:Políticas sociais, educativas e
curriculares.
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Ideologia/Hegemonia
• Escola como instrumento ideológico de
reprodução da vida social, política e
econômica.(Apple, Giroux e Althusser,1970).
• Conceito de hegemonia (Gramsci,1971): O
currículo é uma construção ideológica,
representando um dado projeto hegemônico.
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Currículo como construção
cultural
• Códigos curriculares (Lundgren, 1977):
denominações que se reportam a tradições
culturais.
• Tradições curriculares são modos particulares
de interpretar a realidade escolar (seleção,
organização e transmissão do conhecimento).
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Currículo como construção
social
Goodson (2001): o currículo escolar é um artefato
social, concebido para realizar determinados
objetivos específicos.
Young (1998): defende a idéia do currículo como
sendo o resultado de uma construção dinâmica,
que veicula um conhecimento socialmente
organizado, permeado de relações de poder.
Apple
e Beane (2000):
criticam o currículo
planificado, uniforme e oficial, supostamente
neutro e vinculado à avaliação estandardizada.
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Questões Essenciais do
Currículo
• É processo contínuo de tomada de decisões?
• É um dispositivo predeterminado de resultados?
• É um projeto elaborado pela comunidade
educativa?
• É um projeto marcado por interesses individuais
dos aprendentes?
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Currículo enquanto conhecimento
• Conceptualização do conhecimento:
tradições acadêmica e utilitária.
• Currículo
como
fato/currículo
planificado
ou
currículo
como
prática/currículo democrático.
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Currículo enquanto código
• O currículo não pode ser assumido como um
projeto intemporal, mas como uma realidade
em permanente construção.
Envolve:
• Códigos: seleção, organização e
transformação do conhecimento.
• Estruturas sociais e educativas.
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Algumas Considerações
• Currículo na perspectiva da Pedagogia
Histórico-Crítica (Saviani, 2006): valoriza e
ressignifica o papel da escola e do
conhecimento.
• Conteúdos curriculares são definidos a partir
das demandas da prática social.
• São instrumentos teóricos e práticos
necessários ao entendimento e às
intervenções da e na prática social.
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Algumas Considerações
Apple (1991): O currículo escolar ainda tem
predominantemente uma origem social (burguesa),
um gênero (masculino) e uma etnia (branca).
Desafios: confrontar as teorias produzidas sob esta
trilogia pressupõe revisão das posturas ideológicas,
teorização crítica, estudos de relações sociais e
históricas, enfrentamentos, novos enfoques na
profissionalidade docente e na gestão da escola
pública.
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A identidade do professor, o currículo e
a prática pedagógica
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35
Referências
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Brasiliense.
• Contreras. J.(2002). A autonomia de professores.São
Paulo: Cortez Editora, 2002.
• Bernstein,B.(1988).Clases,códigos y control.
Madrid:Akal.
• Chervel, A. (1990).História das disciplinas
escolares.Porto Alegra: Pannonica, Revista Teoria &
Educação, n.2.
• Dubar, C. (1995). La socialisation – construction des
identités sociales & professionnelles. Paris: Armand
Colin.
• Franco, M.A.S. (2003). Pedagogia como ciência da
educação. Campinas: Papirus.
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• Hargreaves, A .(2004). O ensino na sociedade do
conhecimento. Porto Alegre: Artmed.
• Kuenzer, A. Z, (2006). As Diretrizes Curriculares para o
Curso de Pedagogia: uma expressão da epistemologia
da prática, ENDIPE, Recife.
• García, C. M. (1999). Formação de Professores: para
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• Giroux, H. (1999).Os professores como intelectuais:
rumo a uma pedagogia critica da aprendizagem. Porto
Alegre: Artes Médicas.
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• LIBÂNEO, J.C. (2006). Diretrizes Curriculares da Pedagogia –
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• ______, (2004). Pedagogia e Pedagogos, para quê? 7ª Ed,
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• GIMENO SACRISTÁN, J. (1998). O currículo: uma reflexão sobre
a prática. 3a. ed. Porto Alegre: Artmed.
• GOODSON, I. F. (1995). Currículo: teoria e história. Petrópolis,
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• Nóvoa, A. (1992). Os professores e sua formação.
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• ______.( org).(2002).Pedagogia e Pedagogos:
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• Pimenta,S.G.& Anastasiou, L. (2002).Docência no Ensino
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sociológica. Porto Alegre: Artmed.
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• TARDIF, M; LESSARD, C. (2005). O trabalho docente.
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• Zabalza,M.(2004).O ensino universitário.Porto Alegre:
Artmed.
• Zeichner,K. (1998).Para além da divisão entre professorpesquisador e pesquisador –acadêmico. In: FIORENTINI et
al.(Orgs).(1998).Cartografias do trabalho docente.
Campinas: Mercado de Letras.
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