INTRODUÇÃO Primeiramente é necessário sabermos que marcadores hepáticos servem para descobrir a etiologia de uma doença hepática além de definir se o fígado está funcionando normalmente. O processo de teste hepático confirma a agressão ao fígado, avalia funcionalmente hepatócitos, a drenagem biliar e o sistema reticuloendotelial, e é muito importante para o seu tratamento, visto que doenças hepáticas crônicas são frequentemente assintomáticas. As enzimas seroalbumina e protombina são, entre outras, enzimas hepáticas, indicadores de doenças no fígado e no sistema biliar, assim como certos compostos químicos como o ferro e o cobre. 1 Enzimas Hepáticas: Por que são tão importantes para o estudo de doenças do fígado? A confirmação de agressão hepática é baseada em testes bioquímicos (testes hepáticos e não de função hepática). Como exemplo, a elevação sérica de aminotransferases, que informam sobre a agressão ao órgão, mas não avaliam a sua função. As enzimas podem ser encontradas em vários tecidos do organismo, podendo estar elevadas em diversas doenças. Verifica-se, na prática diária, que não é incomum pacientes, mesmo sem sintomas, apresentarem elevação sérica das enzimas aminotransferases (transaminases), fosfatase alcalina (FA) e gamoglutamiltransferase (GGT). Embora essas enzimas não sejam organoespecíficas (estão presentes em vários tecidos do organismo), elas elevam-se mais frequentemente em pacientes com doença hepática, podendo refletir dano ao fígado, razão pela qual vários autores as denominam enzimas hepáticas. 2 Exames sorológicos: Os exames específicos para o tipo de infecção são os sorológicos. Hepatite A Anti-HAV Total Anti-HAV lgM Interpretação (+) (+) Infecção recente pelo vírus da hepatite A (+) (-) Infecção passada pelo vírus da hepatite A (-) (-) Ausência de contacto com o vírus da hepatite A, não imune Hepatite B aguda Marcador Significado HbsAg É o primeiro marcador que aparece no curso da infecção pela HBV. Na hepatite aguda, ele declina a níveis indetectáveis em até 24 semanas Anti-HBc lgM É marcador de infecção recente, encontrado no soro até 32 semanas após a infecção. Anti-HBc Total É marcador presente nas infecções agudas pela presença de lgM e crônicas pela presença de lgG. Representa contato prévia com o vírus. HbeAg É marcador de replicação viral. Sua positividade indica o fim da fase replicativa. Anti-Hbe Surge após o desaparecimento do HBeAg, indica o fim da fase replicativa. Anti-HBs É o único anticorpo que confere imunidade ao HBV. Está presente no soro após o desaparecimento do HBsAg, sendo indicador de cura e imunidade. Está presente isoladamente em pessoas vacinadas. Observações: O ministério da saúde utiliza marcador anti-HBc total como teste de triagem. Com o passar do tempo, o anti-HBs pode estar em níveis indetectáveis pelos exames sorológicos. o conceito de janela imunológica, que é o período compreendido entre a exposição a uma fonte de infecção e o aparecimento de um marcador sorológico, a rigor, não é a denominação correta quando o exame é de biologia molecular. Entretanto, pela falta de uma nova nominação, e como é um período que corresponde à não detecção do vírus ou antígeno ou anticorpo através dos métodos diagnósticos sanguíneos hoje disponíveis, optou-se por manter esta nomenclatura. 3 TESTE DE FUNÇÃO HEPÁTICA Sao tantas as funções exercidas pelo fígado que nem mesmo o conjunto de testes fornece uma estimativa da sua função em cada situação clínica. Existem várias provas para avaliar pacientes com deficiência hepática, estabelecida ou suspeitada, denominados, em seu conjunto, de testes de função hepática (TFHs). Contudo, tal rótulo é inadequado, uma vez que vários testes, como as aminotransferases ou a fosfatase alcalina são marcadores de lesão ou disfunção hepática, e não avaliam qualquer função. Os TFHs são utilizados para identificar a presença de doenças hepáticas, sugerir a categoria da enfermidade, estimar sua gravidade e acompanhar a eficácia do tratamento. OUTROS MARCADORES HEPÁTICOS Estão disponíveis outros testes para avaliar a presença de necrose hepatocelular. Contudo, nenhum é mais útil que as aminotransferases, e não são usados habitualmente na prática clínica AMINOTRANSFERASE As Transferases (aminotransferases) são marcadores de necrose hepática e incluem o aspartato aminotransferase –AST e - transaminasas alaninoaminotransferase-ALT catalisam o ácido aspártico, alanina e cetoglutarato, transformando as duas primeiras em ácido oxalacético e a última em ácido pirúvico. Participam também da gliconeogênese, facilitando a síntese de glicose, a partir de outras fontes que não carboidratos. O exame consiste em medir a quantidade de AST e ALT.Ambas as aminotransferases estão presentes no soro, em baixas concentrações. Especula-se que a elevação dos valores dessas enzimas no soro seja relacionada à lesão ou destruição de tecidos ricos em ALT e AST, ou a alteração da permeabilidade celular. A ALT tem distribuição parecida com a AST, porém aquela apresenta-se mais concentrada no fígado. Por isso, o aumento das taxas de ALT no sangue é o principal sinal de necrose dos hepatócitos, enquanto a AST é mais sensível e específica na detecção da hepatopatia. As maiores elevações de aminotransferases são verificadas em doenças com marcada necrose celular, como hepatite aguda ou isquemia hepática. Este exame não mostra a gravidade da doença. Diagnosticada a necrose hepática, recomenda-se a execução do exame de níveis de bilirrubina, que nos dá a oportunidade de dar o diagnóstico diferencial . Fosfatase alcalina Fosfatase alcalina é o exame mais comumente solicitado para identificar a presença de colestase[isuficiência secretória de hepatócitos em paciente com 4 enfermidade hepatobiliar].Elas são isoenzimas verdadeiras, sendo codificadas por no minimo 3 gênes.Em humanos, identificou-se fosfatase alcalina no fígado,ossos,intestino,placenta,ríns e leucócitos sendo sua exata função ainda desconhecida.Em crianças e adolecentes predomínio na fosfatase de origem óssea. A contribuição intestinal é observada principalmente em pessoas do grupo sanguíneo do tipo O e B. Seu nível aumenta após a ingestão de alimentos gosdurosos (daí a necessidade de coletar sangue em jenjum). Pacientes com insuficiência renal crônica também pode apresentar a elevação da fosfatase alcalina. Em gestantes, o aumento é comum principalmente no 3º trimestre com predomínio da isoenzima de origem placentária. A elevação dos niveis da fosfatase alcalina se dá dois dias após a instalação do vírus, além de seus niveis variarem com idade e gênero, são mais altos em crianças, adolecentes e fumantes. γ-GLUTAMIL TRANSPEPTIDASE Esta enzima cataliza a transferencia de grupos Y glutamil entre pepitídeos ou paraminoácidos. Sua função ainda é bem desconhecida,mas parece estar relacionada à hidrólise do glutatião. A GGT está pesente em maior concentração nas frações microssomiais e na membrana celular do hepatócito e, também, em outros tecidos como vias biliares,pâncreas e até mesmo rím.Já nos ossos praticamente não existe GGT,no fígado ela se localiza em toda a árvore biliar.Seus valores no soro variam com o gênero(maiores nos homens que nas mulheres)e com a idade(neonatos podem apresentar valores até oito vezes maiores que os adultos,mas, a partir dos quatro anos os níveis são iguais ao dos adultos). Obs:não há modificação de níveis séricos durante a gestação. Aplicabilidade clínica: Na doença hepatobiliar,os níveis de GGT correlacionam –se com os da fosfatase alcalina,constituindo-se em um teste sensivel para indica doença da árvore biliar. A meia vida da GGT é de 3 a 4 dias, sendo de maior alcilio do que fosfatase alcalina para informar sobre a resolução de processo de obstrutivo. Uma das indacações mais comuns de solicitação de dosagem de GGT é para determinar, a origem de fosfatase alcalina elevada, pois o nível de GGT não se altera em pacientes com doenças ósseas e em gestantes. A GGT é uma enzima microssomal, e seu nivel aumenta em resposta a indução por medicamentos, como por exemplo, barbituricos ou alcool. De fato, é bastante defendido o seu uso para indentificar o uso de bebidas alcoolicas, uma vez que, 1/3 de consumidores habituais de alcool tem niveis séricos normal de GGT. . 5 CONCLUSÃO A partir destes estudos, sabemos que os marcadores hepáticos são cruciais para o diagnostico de doenças no fígado e no sistema biliar e também para saber se o funcionamento do fígado esta normal a partir de varias enzimas como transaminasas, gammaglutamiltranspeptidase, álcool desidrogenase, ALT, bilirrubina, ferritina, antitripsina, protrombina, fosfatase alcalina e as doenças virais como as hepatites A, B, C e D. Como as doenças hepáticas agudas são normalmente assintomáticas, os marcadores hepáticos são de fundamental importância. Isso porque ajudam a diagnosticar previamente uma patologia. 6 Bibliografia Condutas em gastroenterologia (Ajacio Bandeira de Melo Brandão/ Cláudio Augusto Marroni/ Carlos Thadeu Schidt Cerski) Gastroenterologia (Nestor Schor) Professor Dr. Moysés Minces/ Professor Dr. Ricardo Mincis Terapêutica em Gastroenterologia (J. Galvão Alves/ Renato Dani) www.portaldahepatite.com 7