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DOSSIER
Instalação de consultórios
A importância do espaço
Há cada vez mais médicos dentistas que decidem renovar o seu consultório,
ainda assim «são poucos», queixam-se algumas empresas do sector.
Remodelar um determinado espaço pode ser a resposta certa à concorrência
e aos nichos de mercado que vão surgindo. Ter o melhor equipamento,
dentro de um espaço moderno e confortável, deixou de significar
um luxo para ser uma necessidade.
imagem não é tudo», diz
Jacqueline Mantinhas. Radicada em Lisboa, mas
com origens brasileiras, a
médica dentista garante que,
«surgem cada vez mais consultórios que, por preços inferiores,
garantem o mesmo serviço, em
«
A
unidades, o paciente sente-se em
segurança e bem recebido. Não
será a imagem importante? «É
fundamental que um consultório
preencha os melhores requisitos,
tenha bom equipamento, um
espaço acolhedor e seja esteticamente agradável. Já lá vai o
menos tempo. São locais modernos, muito bem apetrechados e
confortáveis, mas que carecem
de um serviço de qualidade. A
factura final é menor do que na
porta ao lado, porém o resultado
pode não ser o melhor», assegura. O que é certo é que nestas
tempo das salas frias e insensíveis, com cheiro a desinfectante
e sem personalidade. É necessário dar um toque de elegância,
até para desfazer a imagem negativa que estava associada a esta
prática», defende Mário Souto,
médico dentista no Porto.
«Não chega a Medicina Dentária ser menos invasiva e dolorosa. A imagem de um consultório também conta», defendem médicos dentistas e empresas de instalação, remodelação e
mobiliário de clínicas dentárias
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Há cerca de três anos, Mário
Souto quis aperfeiçoar o serviço
que prestava, transmitindo uma
nova impressão àqueles que o
visitavam. «Não tinha falta de
pacientes, nem era isso que me
preocupava», garante. «Sempre
me dei bem com toda a gente,
mas a verdade é que não bastam
os nossos sorrisos e o bom serviço que prestamos, é necessário
que todos percebam que ir ao
médico dentista não é uma solução de último recurso,em caso de
dor e de problemas graves de saúde oral: é possível, simplesmente,
fazer um check up, branquear
um dente ou esclarecer uma dúvida quanto a um tratamento. Ora,
nesses casos, quando mais agradável for o espaço, maior desejo
terá o paciente de regressar»,
sintetiza.
A lei
que não existe
Além da simples mudança visual, há mais motivos que
Através de técnicas de
desenho a três dimensões
é possível elaborar
um projecto antes
de o pôr em prática.
Algumas empresas
fornecem este tipo
de serviço que permite
articular regras básicas
de ergonomia
e segurança, bem como
seleccionar melhor
os materiais, cores
e objectos necessários
e de decoração
levam os médicos dentistas a
colocarem a hipótese de recuperarem um espaço, como a
renovação do equipamento.
«Quando adquiri o consultório, constatei que os anteriores
donos não usavam algumas
tecnologias mais evoluídas e
não cumpriam algumas regras,
como ter uma salinha de esterilização separada. Antes, funcionava tudo no mesmo sítio,
agora o trabalho está mais organizado», relata Flora Almeida, médica dentista de Coimbra. Teve a sorte de poder adquirir, pouco tempo depois de
terminar o curso, há quatro
anos, duas clínicas próprias, em
Soure e outra em Ancião, no
concelho de Coimbra. Em ambos os locais acabaram por fazer obras, apesar de algum equipamento ter sido reaproveitado. «É uma questão de gestão
financeira. Tinha necessidade de fazer uma série de obras
importantes, mas também não
tive um orçamento milionário para criar tudo de raiz. Isso seria óptimo», reconhece.
Sem cheques em branco, Flora Almeida deu prioridade aos
objectos mais importantes,
como a cadeira do paciente, o
RVG e os raios X. «Em termos
estéticos fiz alguns melhoramentos, mas não foram obras
Alguns conselhos
De acordo com os dados da Direcção-Geral da Saúde, «o ratio população/médico dentista, em Portugal, situar-se-á em cerca de um clínico por cada 1.350 habitantes. «Um dos mais elevados da Europa e mais do que suficiente
para as necessidades do país», reconhece a Ordem dos Médicos Dentistas. A Associação Nacional de Jovens
Empresários (ANJE) lembra, ainda, que se se considerar que «Portugal tem um dos menores poderes de compra
da União Europeia (calcula-se que 40% da população não tem capacidade económica para aceder ao dentista no
sector privado), o mercado terá que se readaptar», escreve um relatório da ANJE.
A maioria das empresas que fornece serviços nestas áreas considera a parte financeira como o principal factor de
decisão quando um médico dentista pensa em edificar ou remodelar o seu consultório. Por isso, muitas apresentam nos seus catálogos soluções económicas e menos dispendiosas. Elaborar um projecto num curto espaço de
tempo é uma forma de reduzir custos, como os chamados “projectos chave na mão”, onde todo o serviço é assegurado por uma única entidade que, perante os pedidos do clínico, elabora um projecto, um orçamento, executa-o
e, muitas vezes, faz a manutenção. Um processo que se desenrola por meio de parcerias com empresas construtoras, de materiais e consumíveis.
Outra das soluções também muito utilizada é a prestação de serviços numa clínica de saúde. Uma determinada
empresa fornece o espaço, a recepção, assistência técnica, esterilização, enfermagem, em troca de uma mensalidade, por exemplo, o que pode ser uma alternativa para início de carreira. A variedade é muita e o melhor conselho é informar-se antes de avançar com o quer que seja. “Quem não arrisca não petisca”, diz o ditado, mas “quem
vai ao mar avia-se em terra”.
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profundas, porque o gabinete
já estava bem adaptado».
Mas nem sempre é assim
e erguer tudo de novo pode
ser a única solução. «O primeiro passo deverá ser escolha
do local, no caso de uma instalação. Deve ser uma clínica visível
ao nível do solo, devido a aspectos legislativos e de comodidade dos clientes. Por causa do
aumento do número de profissionais no mercado, a localização é extremamente importante», refere uma das empresas
do sector, contactadas pela revista SAÚDE ORAL. «No caso de um
meio interior, deve-se ter em
atenção o número de clínicas existentes, pois tudo vai depender dos primeiros tempos:
caso a fase inicial não seja promissora, vai ser muito difícil
no futuro recuperar, visto nesses meios a população não
aumentar muito».
Em meios populacionais
maiores, a mesma fonte lembra
que «o público-alvo poderá servir para escolher o rumo a dar
à clínica. Mesmo que o início
não seja auspicioso, as perspectivas futuras melhoram com
estratégias bem definidas. Tudo depende do projecto, empenho e trabalho do director clínico». Existem, ainda, alguns requisitos legais, embora em Portugal se viva uma situação caricata: «não há, no país, qualquer unidade licenciada devido à impossibilidade de constituição
de comissões e, consequentemente, da elaboração do manual
de boas práticas, em resultado das discordâncias entre os
vários intervenientes no processo, como a Ordem dos Médicos,
Ordem dos Médicos Dentistas e associações de odontologistas», afirma um estudo
da Entidade Reguladora da
Ao nível da remodelação dos móveis, podem-se obter grandes melhorias em ergonomia
e design, dada a constante inovação dos materiais usados, e das novas técnicas
industriais que são utilizadas no fabrico
Saúde (ERS) (ver caixa Os Aspectos Legais).
Um responsável empresarial aconselha: «os profissionais
que querem instalar ou remodelar as suas clínicas devem procurar ajuda e aconselhamento
para os aspectos legais. A actividade diária na clínica não permite disponibilizar muito tempo
para esses assuntos e, por isso,
deve-se delegar essa responsabilidade a uma empresa ou
responsável especializado na
matéria», sugere. «Com essas
garantias, pode-se arrancar com o
projecto, privilegiando o aspecto
visual, a organização e a prontidão de serviços», explica uma
outra empresa especializada
na instalação de clínicas dentárias que, não obstante, avisa que o orçamento disponível
é preponderante. «Tanto na instalação como na remodelação
deve-se realizar uma análise de
custos bastante precisa».
As preocupações
estéticas
De acordo com a opinião da
maioria dos médicos dentistas e
empresas de instalação de clínicas, Portugal tem um potencial
de crescimento neste sector de
cerca de 50%. «Os consultórios
podiam ou deviam sofrer remodelações para se adaptarem ao
nossos tempos. O problema é a
falta de dinheiro», esclarece o
porta-voz de uma empresa de
equipamentos médico-dentários.
«Era bom que o mercado estivesse em mutação, pois existem
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Os aspectos legais
muitos consultórios com móveis
remediados para determinadas situações, ou construídos
em materiais que não garantem a higiene nem o bom funcionamento que devem ter,
que rapidamente se estragam
e não transmitem a arrumação, limpeza e funcionalidade que deveriam», refere uma
especialista em design de equipamentos.
Ao contrário do que acontece em Espanha, onde o mercado «é muito mais interessante», o nosso país é pequeno
e isso reflecte-se na capacidade
económica. Para um dos empresários auscultados, «de facto não
faz sentido, em alguns locais,
investir em grandes projectos
As clínicas ou consultórios dentários são, segundo a legislação em vigor, «unidades ou estabelecimentos de saúde
privados que prosseguem actividades de prevenção, diagnóstico e tratamento das anomalias e doenças dos dentes, boca, maxilares e estruturas anexas». Curiosamente, há falta de consenso entre a Ordem dos Médicos, Ordem
dos Médicos Dentistas (OMD) e associações de odontologistas, o que provoca a situação insólita de inexistência
de licenciamento nestes espaços. Neste quadro, aplicam-se as regras do decreto-lei 13/93 de 5 de Janeiro de
1993, que regula a criação e fiscalização das unidades privadas de saúde. O decreto-lei 233/2001 de 25 de
Agosto de 2001, estabelece o regime de licenciamento e de fiscalização das clínicas e dos consultórios dentários.
No caso de ser um consultório, necessita de apenas uma assistente. Caso se opte por uma clínica dentária, deverão ser incluídos dois ou mais gabinetes dentários com dois ou mais médicos dentistas de várias especialidades, e
que necessitarão de mais assistentes. Normalmente, deve existir um assistente por cada clínico.
A Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE) elaborou um guia prático intitulado “Como Criar uma Clínica
Dentária” e que pode ser útil para quem está a iniciar a sua carreira como médico dentista independente. Como
recorda o documento, antes de mais, o profissional «deve estar inscrito na OMD e dispor de pessoal de atendimento e de assistência dentária». Mas não basta. Aqui ficam alguns conselhos.
- As instalações devem situar-se em meios físicos salubres, de fácil acessibilidade e que disponha de infra-estruturas viárias, de abastecimento de água, de sistema de recolha de águas residuais e de resíduos,
de energia eléctrica e de telecomunicações de acordo com a legislação em vigor.
- É importante que haja, no mínimo, uma área clínica composta por gabinete clínico e sala de esterilização,
e uma área não clínica que compreenda um sector de recepção e atendimento de utentes e sala de espera
com instalações sanitárias.
- Deve existir um director clínico, que deve ser ou formado em Estomatologia ou em Medicina Dentária.
- É o director-técnico que terá que elaborar um regulamento interno.
- Do lado exterior, a clínica tem que estar identificada com o nome e habilitação profissional do director clínico.
- A existência de livro de reclamações de modelo normalizado é obrigatória.
Fonte: ANJE
arquitectónicos ou de equipamento topo de gama, visto a
amortização desses projectos
nunca vir a realizar-se. Penso
que cada caso deve ser adaptado à realidade financeira do
meio onde estão inseridos. Hoje em dia existem, também,
créditos bancários, mais ou menos flexíveis, para cada obra.
Penso que se deve, primeiro,
analisar qual é objectivo final
do projecto e do serviço que se
pretende prestar», acrescenta o
mesmo responsável.
O médico dentista é, invariavelmente, um empresário com
um negócio para gerir, mas é,
igualmente, um prestador de cuidados de saúde. O objectivo é
Raios X, cadeira, lâmpada de
branqueamento, sistema de aspiração,
compressor, máquina de vácuo…
a lista de aparelhos é infindável.
Antes de os comprar, faça uma
lista e compare preços
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servir melhor o paciente e para
isso basta investir no bem-estar
tanto do indivíduo, como do
profissional. «Eliminando equipamento obsoleto, por exemplo, ganha-se uma maior eficácia no tratamento do paciente
e conforto de trabalho. É um
ganho para ambos. Actualmente, não nos podemos dar ao luxo de dispensar pacientes só
porque um equipamento está avariado. No caso de instalações antigas, a remodelação
faz todo o sentido», alega Flora Almeida.
Opinião partilhada por Lopes Machado. Em exercício
há mais de 20 anos, o médico dentista do Porto passou
por vários processos de remodelações. Primeiro, instalando
o seu consultório, em 1986,
e, depois, efectuando obras regulares (as últimas há dois anos).
«Os olhos também comem e
o aspecto, a cor, a luz interior,
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são preocupações dos nossos
dias. Surgem, constantemente, conceitos novos, que inovam nos materiais e nas
formas de apresentação. O
meu consultório, por exemplo,
tem o chão cor de laranja e
um dos aparelhos é amarelo.
Mais colorido seria impossível», brinca.
Uma realidade bem diferente de há algumas décadas,
quando a funcionalidade era,
praticamente, o único requisito
exclusivo de funcionamento das
clínicas dentárias. «Quando criei
o consultório, a minha preocupação máxima era pôr a maquinaria a funcionar. O chão era em
cortiça, as paredes laváveis, algo
que condizia com a época», lembra. Em Vizela, o médico dentista abriu, este ano, mais um consultório onde «o chão é cor-de-rosa e os equipamentos mais
claros. Tudo depende do gosto
da pessoa e do ambiente em
que se está inserido e do sinal
dos tempos».
Outros pormenores podem
contactados pela SAÚDE ORAL.
Até porque, como defende Lopes Machado, «as preocupações pelo aspecto evoluíram
muito, mais até que os próprios equipamentos. Para mim,
os aparelhos que uso hoje
são, na generalidade, idênticos
aos do passado. A mecânica
é semelhante, apenas foram introduzidas alterações à medida que a legislação impôs novos requisitos. Isso aconteceu com os separadores de
amálgama, que não existiam
e agora fazem parte de todos
os aparelhos», exemplifica.
De resto, as aplicações informáticas e as novidades digitais são as grandes promessas para o futuro desta e de
quase todas as áreas profissionais.
Para um porta-voz da Associação Nacional de Jovens
Empresários, «apostar nos nichos de mercado tem sido uma
das formas utilizadas para vencer no meio. Recentemente, surgiram as clínicas de luxo, que
fazer a diferença, como a música, a existência de televisão, livros, quadros, «objectos que desviem a atenção do
paciente, para que, por momentos, deixe de pensar no problema que ali o traz», sugere um porta-voz de uma das
empresas que fornece serviços
nesta área. Lopes Machado recorda: «tive pacientes que quando entravam no meu consultório pediam sempre músicas dos Pink Floyd. Eu nunca
me importo, até porque durante as cirurgias tenho sempre
música de fundo. Uma prática cada vez mais comum»,
frisa.
A evolução
dos tempos
A adaptação tecnológica e
estética é uma consequência
obrigatória, «à qual os médicos
dentistas não podem passar indiferentes», como assumem, unanimemente, os médicos dentistas
O médico dentista é, invariavelmente, um empresário com um negócio para gerir, mas é, igualmente, um prestador de cuidados
de saúde
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tratam os pacientes com requinte e massagens shiatzu antes
de uma cirurgia, e há já clínicas
de serviços rápidos, que branqueiam os dentes, fazem uma
destartarização, ou colocam um
piercing, numa questão de minutos, a preços mais acessíveis».
Neste tipo de consultórios, exclusivamente estéticos, a escassez de aparelhos é a imagem
de marca. Em comum com os
consultórios dentários tradicionais, apenas têm a cadeira articulada. Falta o cheiro característico dos produtos de desvitalização e as batas brancas.
As novidades são muitas e
cada empresa faz a sua aposta.
Existem, por exemplo, máquinas que produzem aromas frescos, citronados, antipânico, happy mind, entre outros. Outros
adquirem os melhores aparelhos da Era digital, como os ortopantomógrafos, sistemas de
imagem a três dimensões, os
tomógrafos, e outras estruturas específicas para as áreas
dentária e maxilofacial. Os
mais higiénicos, «têm à sua
disposição uma linha de toalhetes húmidos, quentes e esterilizados, à base de ultravioleta para um maior cuidado na
desinfecção». Finalmente, no
mobiliário, há gavetas que abrem
e se fecham sozinhas, com amortecedores e corrediças automáticas que deslizam suavemente, elementos superiores
elevatórios possíveis de personalizar com imagens de pessoas, que humanizam e divertem o consultório, que arrumam e arrecadam todos os
consumíveis sem que estes
estejam à mostra; tampos e
bancadas sem juntas e poros, sendo possível a desinfecção e esterilização total, por
exemplo.
Portugal
e o estrangeiro
A Medicina Dentária em
Portugal sempre foi conhecida
por não andar a reboque dos países mais evoluídos. Contudo,
neste caso, algumas novidades
correm o risco de chegar tarde,
embora tudo dependa da apetência dos mercados. «Na montagem de clínicas, o médico
dentista português prefere o
chamado sistema de mangueiras em colibri, ao contrário
de alguns países da Europa, como a Alemanha, ou da Ásia e
dos Estados Unidos, que utilizam o sistema de mangueiras suspensas», esclarece um
especialista em equipamentos.
O que parece semelhante na
maioria dos países é a vontade de branquear os dentes,
«um sector que tem bastante procura», garante.
Outro responsável corrobora: «estamos a acompanhar a
Europa nesse sentido, mas, em
muito menos número, agora é
que se começa a notar a aposta na qualidade em busca da
diferenciação, que há uns anos
era completamente inexistente». Segundo esta empresária, «começa a haver cada vez
mais preocupações de ergonomia e design por parte dos
profissionais de saúde que
queiram montar ou remodelar
uma clínica privada. E os produtos tendem a acompanhar
o desenvolvimento existente
a nível dos materiais e conceitos modernos. Normalmente
o clínico que aposta num
atendimento personalizado,
distinto e num segmento mais
elevado, também se preocupa com a estética e o design
do seu consultório, porque hoje
não é só o acto médico que faz a
diferença, é todo o serviço e
a qualidade do ambiente criado no consultório que permitem
que os doentes e os profissionais que nele operam se sintam bem».
Já lá vai o tempo em que
equipar um consultório «custava 200 contos», como recorda Lopes Machado. Hoje, os
números podem ultrapassar
os milhares de euros, mas
também os limites e as exigências são diferentes. «Quando dei
aulas de Prótese Fixa, lembro
que os meus alunos já levavam consigo uma postura de
modernidade e olhavam o futuro de uma forma diferente,
mais aguerrida». Muitos, provavelmente, terão as condições
económicas que possibilitaram a Lopes Machado iniciar a
sua carreira nos anos 80. «Sempre tive um consultório de
elite. Adquiri exames de pantografias, consultórios independentes e os panorâmicos que
eram, praticamente, inexistentes em Portugal, e por aí fora. É uma aposta que se faz e
não estou nada arrependido no
investimento e nas decisões que
tomei».
No novo consultório que
montou, em Vizela, a 50 quilómetros do Porto, o médico dentista repetiu a receita: todos os
aparelhos são completamente digitalizados e possui toda
uma panóplia de instrumentos de diagnóstico e imagiologia topo de gama. «Não vale a
pena escondermo-nos no casulo
do tempo. Há que olhar a realidade de frente. É certo que a
concorrência é feroz e a procura
não está a acompanhar o crescimento da oferta. Reinventarmo-nos faz parte da vida e é
a chave do sucesso», concluiu
um dos empresários.
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