1 Aula 24 – 24/05/2010 – Bibliografia: Capítulo 31 MANKIW (2007

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Aula 24 – 24/05/2010 – Bibliografia: Capítulo 31 MANKIW (2007)
Ao comprar um carro você pode optar por comprar um nacional ou um importado.
Hoje iremos tentar verificar o que ocorre em uma economia que participa do comércio
internacional. Em resumo até agora estudamos o comportamento de uma economia
semelhante a Ilha do Náufrago, onde o Robinson Crusoé, Sexta-feira e demais habitantes
não conseguem efetuar transações com o mundo exterior.
Para verificar o comércio exterior verificaremos variáveis como importação,
exportações, balança comercial e taxas de câmbio.
OS FLUXOS INTERNACIONAIS DE BENS DE CAPITAL
Uma economia interage de duas maneiras: Comprando e vendendo bens e serviços
nos mercados mundiais e comprando e vendendo ativos de capital, como títulos e ações nos
mercados financeiros mundiais.
Exportações – São bens produzidos internamente e vendidos no exterior. Ex: O
Brasil vender um carro para outro país.
Importações – São bens produzidos no exterior e vendidos internamente. O Brasil
trazer um carro importado.
Exportações – Importações= exportações líquidas.
Valor das exportações – Valor das importações = Balança Comercial.
Valor das exportações > Valor das Importações = Superávit Comercial
Valor das exportações < Valor das Importações = Déficit Comercial
Valor das exportações = Valor das Importações = Equilíbrio Comercial
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Fatores que influenciam o comércio internacional:
- Preferências dos consumidores por bens produzidos interna e externamente;
- Os preços dos bens internamente e no exterior;
- A taxa de câmbio à qual as pessoas podem usar moeda interna para comprar
moedas estrangeiras;
- As rendas dos consumidores internamente e no exterior;
- O custo do transporte dos bens de país para país;
- As políticas do governo em relação ao comércio internacional.
Quando essas variáveis mudam, o volume de comércio também muda.
O FLUXO DE RECURSOS FINANCEIROS: FLUXO LÍQUIDO DE CAPITAIS
EXTERNOS (INVESTIMENTO EXTERNO LÍQUIDO)
Os residentes em um país podem comprar ativos do exterior também. Como por
exemplo ações de uma determinada empresa.
Exemplo: Quando um americano compra ações da Petrobrás, aumenta o
investimento externo líquido dos EUA. Quando um brasileiro compra um título do governo
norte-americano, reduz o investimento externo líquido dos EUA.
O investimento externo pode ser:
- Investimento externo direto: McDonald’s abre uma lanchonete na Eslovênia. O
próprio americano administra.
- Investimento externo em carteira: Americano compra ações de uma determinada
empresa russa. O capital continua administrado pelos russos.
Determinantes dos investimentos:
- Taxas de juros reais pagas sobre ativos estrangeiros
- Taxas de juros reais pagas sobre ativos nacionais
- Riscos econômicos e políticos de manter os ativos no exterior
- As políticas governamentais do país no qual está se investindo
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A decisão de comprar títulos ou ativos de outro país é baseada na taxa de juros e
também nos demais riscos.
IGUALDADE DAS EXPORTAÇÕES LÍQUIDAS E DO INVESTIMENTO
EXTERNO LIQUIDO.
2 maneiras:
-bens e serviços – Exportações Líquidas – (des)equilíbrio entre exportações e
importações de um país
- mercado financeiro – Investimento Externo liquido (des)equilíbrio entre o total de
ativos estrangeiros comprados pelos residentes internos e o total de ativos internos
comprados por estrangeiros.
Estes dois devem se compensar para a economia como um todo.
IEL=EL
Esta equação é uma identidade. Cada transação de um lado afeta o outro lado.
Exemplo: Compra de aviões. Uma empresa americana vende um avião para uma
empresa japonesa e esta paga em ienes (moeda nacional do Japão). Os EUA aumentaram a
exportação e aumentaram também o investimento externo liquido, pois conseguiram ativos
estrangeiros. Se paga com dólares, também aumenta, pois diminui o tamanho do
investimento americano detido por estrangeiros.
POUPANÇA,
INVESTIMENTO
E
SUA
RELAÇÃO
COM
OS
FLUXOS
INTERNACIONAIS
Conforme visto anteriormente:
Y=C+I+G+EL
Y=PIB
C=Consumo
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I=Investimento
G=Compras do Governo
EL=Exportações líquidas
Poupança Nacional é o que resta após terem sido pagos o consumo e as compras do
governo:
Y-C-G =I+EL
S=I+EL
Como EL=IEL,
S
=
Poupança
I
+
Investimento Interno
IEL
Investimento Externo Liquido
Em resumo, quando algum cidadão poupa, esse dinheiro pode ser usado para
investir no país ou fora do país. Para uma economia fechada, S=I.
Déficit Comercial
Equilíbrio Comercial
Superávit Comercial
Exportações<Importações
Exportações=Importações
Exportações>Importações
Exportações liquidas <0
Exportações liquidas=0
Exportações liquidas>0
Y<C+I+G
Y=C+I+G
Y>C+I+G
Poupança<Investimento
Poupança=Investimento
Poupança>Investimento
Invest. Externo liquido<0
Invest. Externo liquido=0
Invest. Externo liquido>0
2 casos para déficit: A poupança (S=I+IEL) pode se reduzir.
1- Devido à falta de investimentos internos – A poupança é consumida.
2- Devido ao IEL se tornar negativo – Se o IEL ficar negativo, significa que os
estrangeiros estão comprando mais ativos do país do que o país comprando ativos do
exterior. Assim, esse caso é “menos pior” do que a redução da poupança, pois o fluxo de
investimento se eleva.
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Caso tenham dúvidas: AULA 21:
Com imposto: S=(Y-T-C)+(T-G) – Obs: são iguais pois os T´s se cancelam. Um é
positivo outro é negativo.
Y-T-C – Poupança privada – É a renda que fica com as famílias após o pagamento
de impostos e das despesas de consumo.
T-G – Poupança Pública – É a receita tributária que fica com o governo após o
pagamento de suas despesas.
Se T>G – Superávit orçamentário – Excesso de arrecadação
Se T<G – Déficit Orçamentário – Arrecadação menor do que a despesa do governo.
OS PREÇOS DAS TRANSAÇÕES INTERNACIONAIS: TAXAS DE CÂMBIO REAL E
NOMINAL
O preço coordena o mercado. Como vimos em microeconomia, é o mecanismo dos
preços que determina a quantidade ofertada e demandada. No comércio internacional é
parecido. Como posso saber se vale a pena comprar um freezer da China? Pelo preço do
produto.
Taxa de Câmbio Nominal
É a taxa de câmbio que você pode trocar a moeda de um país pela de outro. É a taxa
que aparece no jornal. Por exemplo, você pode comprar 2,50 reais com um dólar. A taxa de
câmbio pode ser expressa de duas maneiras:
Se a taxa de câmbio for de 2 reais por dólar, também é igual a ½ real por dólar.
Quando o dólar compra mais reais, ocorre uma apreciação do dólar. Do contrário
ocorre uma depreciação do dólar.
Dizem ainda que se uma moeda está apreciada, está fortalecida, ou o contrário,
enfraquecida.
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Taxa de Câmbio Real
É a taxa a qual uma pessoa pode negociar bens e serviços de um país pelos bens e
serviços de outro país. Por exemplo, imagine que você descubra que um quilo de queijo
suíço custe 2 vezes o preço de um bom queijo mineiro. Assim, podemos dizer que a taxa de
câmbio real é ½ quilo de queijo suíço por quilo de queijo mineiro.
Suponha que uma saca de arroz americano custe $100 nos EUA e que uma saca de
arroz japonês custe 16 mil ienes. Qual a taxa de Câmbio real entre o arroz americano e o
arroz japonês?
Se a taxa de câmbio nominal é 80 ienes por dólares, o preço do arroz americano é 8
mil ienes. Assim, o arroz americano custa a metade do arroz japonês. A taxa de câmbio real
é de ½ saca de arroz japonês por saca de arroz americano.
Taxa de câmbio real = (Taxa de câmbio nominal x preço interno)/preço externo
Usando os números anteriores, temos:
Taxa de câmbio real = ((80 ienes por dólar)x($100 por saca de arroz
americano))/16.000 ienes por saca de arroz japonês
= 8000 ienes por saca de arroz americano/16000 por saca de arroz japones
= ½ saca de arroz japones por saca de arroz americano
Assim, a taxa de câmbio real depende da taxa de câmbio nominal e dos preços dos
bens nos dois países medidos em moeda local. Por que é importante? Você pode verificar
em que país é mais barato, por exemplo um quarto de hotel. As decisões são pautadas na
taxa real, e não na nominal.
Entretanto, voltando ao exemplo do IPC, economistas usam uma cesta de bens em
um país para comparar com uma cesta de bens de outro.
e*= (e . P)/P*
e*= taxa de câmbio real
e = taxa de câmbio nominal
P* = preço estrangeiro
P = Preço Nacional
Utiliza-se o nível geral de preços, o preço médio dos bens de todas as economias, ou
ainda o deflator do PIB. P é o nível de preços de uma cesta de bens.
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O EURO
Por que adotaram o euro? Para facilitar o comércio. Imagine se existisse uma moeda
diferente em cada estado. Você não poderia comprar com “paranaenses” ou “gaúchos” em
Santa Catarina, pois lá a moeda se chama “catarina”. Imagine trocar “paulistas” por
“paraenses” ou “baianos”.
Desvantagem do euro: A região toda tem uma política monetária comum. A política
monetária de cada país individual era bastante diferenciada. Agora tem de manter a mesma
política, com a mesma emissão de moeda conjunta.
PARIDADE DO PODER DE COMPRA:
Em 1970, um dólar comprava 3,65 marco alemão ou 627 liras. Em 1998, comprava
1,76 marco alemão e 1737 liras. O que explica isso?
Economistas usam diversas teorias para explicar a questão do câmbio. A
PARIDADE DO PODER DE COMPRA é uma teoria bastante simples.
Segundo essa teoria, uma unidade de qualquer moeda deveria ser capaz de comprar
a mesma quantidade de bens em todos os países, ou seja, um bem deveria ser vendido a um
mesmo preço em todas as localidades (lei do preço único), do contrário, haveria
oportunidade para comprar o bem em um lugar e vender em outro.
Se o preço do café for mais barato no Rio grande do sul, alguém compra o café por
$4 e vai no Paraná e vende a 5$. Isso é chamado de arbitragem. Por fim, os preços
tenderiam ao equilíbrio, uma vez que a demanda se ajustaria a nova oferta.
Por fim, temos que um real deve comprar a mesma quantidade de café no mundo
todo. Assim, a paridade do poder de compra prega que uma mesma moeda compra as
mesmas mercadorias no mundo todo.
Paridade = Igualdade
Poder de compra = Valor da moeda
Implicações da paridade do poder de compra:
A taxa de câmbio nominal entre as moedas de dois países depende do nível de
preços nesses países. Por exemplo, se um quilo de café custa 500 ienes no Japão e 5$ nos
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EUA, a taxa de câmbio nominal será de 500/5=100 ienes por dólar. Do contrário o poder de
compra não será o mesmo nos dois países.
P= Preço de uma cesta nos EUA (em dólares)
P*= preço de uma cesta de bens no Japão (em ienes)
e=taxa de Câmbio Nominal (número de ienes que um dólar pode comprar).
O poder de compra de 1$ é 1/P. É o seu orçamento ($1), dividido pelo nível de
preços da economia.
No exterior, um dólar pode ser trocado por e unidades da moeda estrangeira, que
tem o poder de compra e/P*.
Para que o poder de compra seja o mesmo nos EUA e no Japão:
1/P=e/P*
Reorganizando:
1=e.P/P*
Resolvendo para a taxa de câmbio nominal:
e=P*/P
Em resumo, a taxa de câmbio é a relação entre os níveis de preços vigentes nos dois
países. A taxa real não pode variar de país para país.
O que acontece quando o banco central eleva a quantidade de moeda? Ele aumenta
os preços de um país e do outro país. Ou seja, a moeda agora pode comprar menos bens
internamente e também externamente.
LIMITAÇÕES DA PARIDADE DO PODER DE COMPRA
A teoria explica apenas tendências de longo prazo. No longo prazo, entretanto,
movimentos grandes e persistentes das taxas de câmbio nominais normalmente refletem
alterações nos níveis de preço. Não é totalmente precisa. Duas razões para que não ocorra
na prática:
- Bens não podem ser facilmente comercializados. Imagine que cortes de cabelo
sejam mais caros em Paris do que em Nova Iorque. Ninguém sairá de paris para cortar o
cabelo em NY.
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- Os mesmos bens comercializados nem sempre são substitutos perfeitos quando são
comercializados em países diferentes. Alguns consumidores preferem carros alemães e
carros americanos. Ou o alemão prefere embriagar-se de cerveja e o italiano de vinho.
Consoante com a teoria, a lógica é a seguinte: quanto maior a diferença dos preços,
maior a vontade das pessoas de transportarem mercadorias pelas fronteiras transnacionais, o
que equilibraria os preços.
O PADRÃO HAMBURGER
Pela paridade do padrão de compra, é necessário escolher uma cesta de bens em um
determinado país. Entretanto, é uma tarefa difícil, já que na Itália os cidadãos preferem
comer macarrão, na Alemanha repolho azedo, no Japão arroz, etc.
A revista The Economist achou uma cesta de bens que é consumida em quase doto o
mundo, e coletou dados sobre os seguintes produtos:
2 hamburgeres
Alface
Queijo
Molho especial
Cebola
Picles
Um pão com gergelim
O Big Mac é um bom indicador de paridade, e o que se observa e que os resultados
do câmbio previsto se situam muito próximos dos resultados dos câmbios reais vigentes nos
países.
Tabela pg 693
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