CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA FACULDADE DE TECNOLOGIA DE LINS PROF. ANTONIO SEABRA CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM LOGÍSTICA JOSIANE SANTOS DE OLIVEIRA NATÁLIA PIMENTEL RIBEIRO COSTA CLASSIFICAÇÃO ABC NA GESTÃO DE ESTOQUE LINS/SP 2º SEMESTRE/2014 CENTRO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA PAULA SOUZA FACULDADE DE TECNOLOGIA DE LINS PROF. ANTONIO SEABRA CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM LOGÍSTICA JOSIANE SANTOS DE OLIVEIRA NATALIA PIMENTEL RIBEIRO COSTA CLASSIFICAÇÃO ABC NA GESTÃO DE ESTOQUE Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Tecnologia de Lins Prof. Antonio Seabra, para obtenção do Título de Tecnólogo(a) em Logística. Orientador: Prof. Me. Luiz Antonio Cabañas LINS/SP 2º SEMESTRE/2014 JOSIANE SANTOS DE OLIVEIRA NATALIA PIMENTEL RIBEIRO COSTA CLASSIFICAÇÃO ABC NA GESTÃO DE ESTOQUE Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Tecnologia de Lins Prof. Antonio Seabra, como parte dos requisitos necessários para a obtenção do título de Tecnólogo(a) em Logística sob orientação do Prof. Me. Luiz Antonio Cabañas. Data de aprovação: ___/___/___ ______________________________ Profº Me. Luiz Antonio Cabañas ______________________________ Profº Me. Sandro da Silva Pinto ______________________________ Profº Me. Silvio Ribeiro 3 CLASSIFICAÇÃO ABC NA GESTÃO DE ESTOQUE Josiane Santos de Oliveira1, Natalia Pimentel Ribeiro Costa2 Profº Me. Luiz Antonio Cabañas3 1,2 Acadêmicos do Curso de Tecnologia em Logística da Faculdade de Tecnologia de Lins Prof. Antônio Seabra - Fatec, Lins-SP, Brasil 3 Docente do Curso de Tecnologia em Logística da Faculdade de Tecnologia de Lins Prof. Antônio Seabra - Fatec, Lins-SP, Brasil. RESUMO O segmento de autopeças encontra-se em ampla expansão devido ao grande número de modelos em circulação, às empresas necessitam ter uma enorme variedade de peças para suprir essa demanda, surgindo, assim a necessidade de se fazer um controle desse estoque. Este estudo de caso foi realizado com objetivo de fazer a análise dos itens do estoque e o controle através da classificação ABC da empresa Prove Auto-Center, que atua no setor de autopeças na cidade de Promissão. O método do trabalho foi realizado com o levantamento de dados da empresa através de uma pesquisa qualitativa e uma rotina de entrevista com o gestor da empresa. A maioria das empresas trabalha com uma grande diversidade de produtos. Por isso, torna-se difícil para a administração manter um padrão único de planejamento e controle dos estoques. Este estudo de caso justifica-se devido a necessidade da empresa em identificar os produtos que tenham maior lucratividade e também aqueles produtos que não tenham o retorno esperado, pois afetam o seu desempenho. Sendo assim, este artigo poderá contribui para que o gestor de estoque identifique os itens de maior relevância e que são fundamentais para rentabilidade da empresa. PALAVRAS-CHAVE: Controle. Estoque. Logística. Planejamento. Classificação ABC. ABSTRACT The automotive segment is in broad expansion due to the large number of models on the market, companies need to have a huge variety of parts to meet this demand, emerging, so the need to make a control of this stock. This case study was conducted to make the analysis of the items in stock and have it checked by classifying Company ABC Prove Auto-Center, which operates in the auto parts industry in the city of Promissão. The work method was performed with the data collection of the company through a qualitative research and an interview routine with the company manager. Most companies work with a wide range of products. Therefore, it becomes difficult for the administration to maintain a single standard planning and inventory control. This case study is justified by the company's need to identify products that have higher profitability and also those products which do not have the expected return, since they affect their performance. Therefore, this article may contribute to the inventory manager to identify the most relevant items and that are critical to profitability. KEYWORDS: Control. Inventory. Logistics. Planning. ABC classification. INTRODUÇÃO Nos dias atuais, com a implantação das novas tecnologias e dos processos 4 organizacionais, uma das áreas que mais requerem atenção é a gestão de estoque. O estoque é usualmente gerenciado por meio de sistemas de informações computadorizados sofisticados, que possuem funções que atualizam os registros de estoques, a geração de pedidos, de relatórios de status do estoque e a previsão de demanda. Esses sistemas dependem da manutenção constante dos seus registros. Os gestores de estoque vivem em constante dilema, pois manter o estoque requer uma grande quantidade de capital. Por outro lado, proporciona certo nível de segurança, pois, se bem administrado é possível atender o cliente de forma rápida e hábil, gerando vantagem competitiva no mercado em que atua. Em qualquer estoque que contenha mais de um item armazenado, alguns deles serão mais importantes do que o outros. Sendo assim, a classificação ABC de estoque faz-se necessária em toda e qualquer organização, pois ela passa a fornecer dados precisos sobre a disponibilidade de estoque, pode-se, com isso, dizer que ela se torna vital para a eficácia da organização. O método da análise de classificação ABC é uma ferramenta que auxilia no gerenciamento de estoques, proporcionando informações relevantes sobre aqueles produtos que tem maior ou menor giro relacionado com o custo de obtenção. É utilizada, também, para definição de política de vendas, planejamento da distribuição, programação da produção e resolução de uma série de problemas usuais de empresas industriais, comerciais ou de prestação de serviços. A curva ABC é uma ferramenta gerencial que permite identificar quais itens requerem atenção e tratamento adequados quanto à sua importância. O presente artigo tem como objetivo fazer a análise dos itens do estoque e o controle através da classificação ABC da empresa Prove Auto-Center, que atua no setor de autopeças na cidade de Promissão. A classificação ABC norteia o gestor de que nem todo o item mantido em estoque exige a mesma importância, e que as estratégias logísticas, referentes ao estoque devem ser diferentes de acordo com sua classificação. Neste artigo, as metodologias utilizadas foram a revisão bibliográfica e estudo de caso. Para contextualização do artigo, foi realizada uma pesquisa qualitativa, uma rotina de entrevista com o gestor da empresa, que forneceu dados sobre o estoque que serviram para montar o estudo de caso. Esse estudo de caso justifica-se devido a necessidade da empresa em identificar os produtos que tenham maior lucratividade e também aqueles produtos que não tenham o retorno esperado, pois afetam o seu desempenho. Diante disso, este trabalho poderá contribuir para que o gestor de estoque classifique os produtos de acordo com a sua importância aumentando rentabilidade da empresa. 1 LOGÍSTICA A logística é um dos conceitos gerenciais mais modernos mesmo sendo uma das atividades econômicas mais antigas, recentemente, há uns vinte anos, as organizações empresariais reconheceram as suas vantagens competitivas no gerenciamento. A logística empresarial estuda como a Administração pode prover melhor nível de rentabilidade nos serviços de distribuição aos clientes e consumidores através de planejamento, organização, e controles efetivos para as atividades de movimentação e armazenagem que visam facilitar o fluxo de produtos (BALLOU, 2011, p.17). 1.1 FUNDAMENTOS DA LOGÍSTICA 5 A logística, desde a antiguidade foi muito utilizada e seu conceito vem evoluindo, desde a logística propriamente dita, passando pela integrada e chegando ao conceito mais recente de Supply Chain ou gestão da cadeia de suprimentos. As empresas que produzem e distribuem serviços, beneficiaram-se dos atuais conceitos e princípios logísticos e procuram adaptá-los às suas necessidades. Integrando e sincronizando as informações e o físico das empresas planejando, organizando e executando as tarefas logísticas, com eficiência e eficaz, tendo o propósito de atender aos clientes de acordo com suas exigências. De acordo com Faria e Costa (2009, p.16), seja na vida pessoal, em operações de guerra ou nas organizações, necessita-se de um gerenciamento voltado aos objetivos, executando atividades de maneira coordenada e integrada, para alcançar a eficiência. Uma empresa eficiente é aquela que consegue maximizar seus níveis de produção por meio da otimização de seus processos, sem elevar seus níveis de custos. O objetivo da logística é prover ao cliente os níveis de serviços por ele requeridos, com a entrega do produto certo, no lugar certo, no momento certo, nas condições certas e pelo preço justo, entende-se que o processo é efetivado, quando este objetivo é alcançado. Faria e Costa (2009, p.17). A logística necessita buscar e desenvolver estratégias, coordenações e sustentações para redução de custos e melhoria de serviços das empresas. 1.2 CADEIA DE SUPRIMENTOS Uma cadeia de suprimento conforme Chopra e Meindl (2011, p.3), consiste em todas as partes envolvidas, direta ou indiretamente, na realização do pedido de um cliente, é dinâmica e envolve o fluxo constante de informações, produtos e fundos entre diferentes estágios. Envolvem nos estágios: clientes, varejistas, atacadista, distribuidores, fabricantes, fornecedores de componente e matéria-prima. Cada estágio em uma cadeia de suprimentos esta conectado pelo fluxo de produtos, informação e fundos (CHOPRA; MEINDL, 2011, p.4). Quando se fala na cadeia de suprimentos, imediatamente pensa-se no fluxo de materiais. Não existe modelo único para a elaboração do projeto de uma cadeia de suprimento. Depende das necessidades dos clientes e dos estágios envolvidos e suas funções. Segundo Taylor (2005, p.89) os modelos auxiliam os três processos principais de negócios: compreensão, previsão e controle. A gestão da cadeia de suprimentos baseia-se na estrutura da logística de acordo com Christopher (2012, p.3), que busca conquistar articulação e coordenação entre os processos de outras entidades em consideração, ou seja, fornecedores, clientes e a organização em si, a fim de alcançar um resultado mais lucrativo para todas as partes. As empresas que instalaram o gerenciamento da cadeia de suprimentos conseguiram significativas reduções de estoques, otimização de transportes e eliminação de perdas e avarias, conseguindo maior confiabilidade e flexibilidade. 1.3 INTEGRAÇÃO LOGISTICA A integração logística ou logística integrada é a integração de todas as áreas da empresa. O conceito de logística, segundo Wood (2000, p.187) ganha nova dimensão, evolvendo a integração de todas as atividades ao longo da cadeia de valores, deixa de ter um enfoque operacional para adquirir um caráter estratégico.A logística tem sido aplicada pelas empresas para obtenção de vantagem competitiva, através da disponibilização do produto certo, na quantidade certa, no local certo, no momento certo, nas condições adequadas para o cliente certo ao preço justo, atingindo a eficiência, eficácia do processo e maximizando os lucros. 6 Para que se obtenha uma integração interna, devem ser coordenados os fluxos de estoques e informação entre as áreas. Há muitas barreiras à verdadeira integração, a qual não é, na maioria das vezes, obtida tão fácil e rapidamente Hara (2009, p.45). A logística tem um papel importante nas tomadas de decisões, reduzindo os custos, agilizando processos e buscando ganhos globais. As atividades da função da logística integrada podem ser dividida em três grupos conforme, Wood (2000, p.198) sendo assim denominadas: Atividades estratégicas: Essas atividades relacionam-se às decisões e à gestão estratégica da própria empresa. A função da logística deve participar de decisões sobre serviços, produtos, mercados, alianças, investimentos, alocações de recursos etc. Atividades táticas: Essas atividades relacionam-se ao desdobramento das metas estratégicas e ao planejamento do sistema logístico. Envolvem decisões sobre fornecedores, sistemas de controle de produção, rede de distribuição, subcontratação de serviços etc. Atividades Operacionais: Essas atividades relacionam-se à gestão do dia-a-dia da rede logística. Envolvem a manutenção e melhoria do sistema, solução de problemas etc. 1.4 ATIVIDADES PRIMÁRIAS As atividades primárias são fundamentais para se alcançarem os objetivos logísticos de custos e nível de serviço. Segundo Ballou (2012, p.24): “Essas atividades são consideradas primárias porque elas contribuem com a maior parcela do custo total da logística, ou são essenciais para coordenação e o cumprimento da tarefa logística”. Essas atividades são: transportes, manutenção de estoque e processamentos de pedidos. • Transportes: “é considerada a atividade mais importante, pois está relacionada aos diversos métodos de movimentar produtos e insumos, sendo responsável por uma grande parte dos custos logístico” (BALLOU, 2012, p.24). A escolha é fundamental para o transporte se da entre o custo e a velocidade dele. • Manutenção de estoques: “O uso extensivo de estoques resulta no fato de que, em média, eles são responsáveis por aproximadamente um a dois terços dos custos logísticos” (BALLOU, 2012, p.24). • Processamento de pedidos: É a atividade que inicia a movimentação de produtos, em razão dos pedidos do cliente. “Sua importância deriva do fato de ser um elemento crítico em termos de tempo necessário para levar bens e serviços aos clientes” (BALLOU, 2012, p.25). 1.5 ATIVIDADE DE APOIO Há uma série de atividades adicionais que apóia atividades primárias. Elas são: armazenagem, manuseio de matérias, embalagem de proteção, obtenção, programação do produto, manutenção de informação. • Armazenagem: É a atividade envolve o acondicionamento e movimentação de bens e a administração do espaço necessário para manter estoques. Isto envolve dimensionamento de área, arranjo físico, recuperação do estoque, projeto de docas ou baias de atracação e configuração do armazém. Segundo Moura (2008, p.3), armazenagem é a atividade que diz respeito à estocagem ordenada e à distribuição de produtos acabados dentro da própria fábrica ou em locais • • • • • 7 destinados a este fim, pelos fabricantes, ou através de um processo de distribuição. Manuseio de materiais: Segundo Ballou (2012, p.27), “Está associada com armazenagem e também apóia a manutenção de estoques. É uma atividade que diz respeito à movimentação do produto no local de estocagem”. Embalagem de proteção: tem como objetivo movimentar o bem sem danificá-lo, em dimensões adequadas de empacotamento que possibilitem o manuseio ergonômico, além de otimizar o espaço na armazenagem e no transporte. Obtenção: É atividade que deixa o produto disponível para o sistema logístico. “Trata da seleção das fontes de suprimento, das quantidades a serem adquiridas, da programação das compras e da forma pela qual o produto é comprado” (BALLOU, 2012, p.27). Programação de produtos: É a atividade que lida com a distribuição (fluxo de saída) e trata das quantidades agregadas que devem ser produzidas, onde e quando devem ser fabricadas, ou seja, em que sequência e tempo de produção. Manutenção de informação: De acordo com Ballou (2012, p.27), nenhuma função logística, dentro de uma firma, poderia operar eficientemente sem as necessárias informações de custo e desempenho. É ter uma base de dados que possibilite a geração de informações importantes, esses dados devem ser mantidos na empresa e envolve os seguintes segmentos: informação sobre clientes, volume de vendas, níveis de estoques, etc. Segundo Ballou (2012, p.27), “Nenhuma função logística dentro de uma firma poderia operar eficientemente sem as necessárias informações de custo e desempenho”. Figura 1.5.1- Relações entre as atividades logísticas primárias e de apoio e o nível de serviço almejado. FONTE: Ballou, 2012, p.26 2 GESTÃO DE ESTOQUE Gestão de estoque é, basicamente, o ato de gerir recursos ociosos possuidores de valor econômico e destinado ao suprimento das necessidades futuras de material, numa organização. Para iniciar uma gestão de estoque de acordo com Dias (2008, p.294), é necessário avaliar as fases que precisam ser controladas, deixando de lado as que não 8 contribuem para o resultado final. Efetivamente, a principal importância está em concentrar-se no que tiver maior efeito sobre o que se está tentando executar ou planejar. Sem estoque é impossível uma empresa trabalhar, pois ele funciona como amortecedor entre os vários estágios da produção até a venda final do produto. Quanto maior o investimento nos vários tipos de estoque (supondo que ele seja o estritamente necessário), tanto maiores são a capacidade e a responsabilidade de cada departamento. Para a gerência financeira, a minimização dos estoques é uma das metas proprietárias. O objetivo, portanto, é otimizar o investimento, aumentando o uso eficiente dos meios financeiros, minimizando as necessidades de capital investindo em estoques (DIAS, 2009, p.7). 2.1 FUNÇÃO E IMPORTÂNCIA DO ESTOQUE Segundo Coelho (2010), o estoque compreende desde a matéria-prima, produtos e peças em processo, embalagem, produto acabado, de materiais auxiliares, de manutenção e de escritório, até os suprimentos. Com uma gestão de estoque bem adequada, feita com eficiência, poder-se- à criar o diferencial com os concorrentes. Os estoques não agregam valor econômico aos produtos, entretanto, sem os mesmos, seria impossível manter um bom nível de serviço de atendimento aos clientes internos e externos, e nas empresas, muitas vezes, existem alguns materiais em excessos, aumentando o custo e outros em falta, comprometendo o nível de serviço. O estoque tem uma serie de finalidades. Ou seja, eles: melhoram o nível de serviço; incentivam economias na produção; permitem economias de escala nas compras e no transporte; agem como proteção contra aumentos de preços; protegem a empresa de incertezas na demanda e no tempo de ressuprimento; e servem como segurança contra contingências (BALLOU, 2012, p.204). • Melhorar o nível de serviço oferecido: Os estoques auxiliam o marketing nas vendas da empresa. A importância de ter o produto disponível é a chave para uma boa venda. Os clientes, em todos os mercados querem lead time cada vez mais curtos; a disponibilidade do produto vai superar a fidelidade à marca ou ao fornecedor, o que significa: se a marca preferida do cliente não esta disponível, então a probabilidade é de venda perdida (CHISTOPHER, 2012, p.35). • Incentivar economias na produção: Com grandes lotes de fabricação, o custo é mínimo com produtos do mesmo tamanho. Ballou (2012, p.204) diz que estoques agem como amortecedores entre oferta e demanda, possibilitando uma produção mais constante, que não oscila com as flutuações de vendas. • Permitir economias de escalas nas compras e no transporte: O estoque auxilia nas economias, conforme (BALLOU, 2012, p.204): Compras de lotes pequenos muitas vezes são necessidade dos clientes, implicando em custos de fretes mais caros, por ser um volume pequeno. Entretanto, uma das finalidades do estoque é possibilitar descontos no transporte pelo emprego de grandes lotes equivalentes à capacidade dos veículos e gerar, portanto, fretes unitários menores. De modo similar, menores preços podem ser obtidos na compra de mercadorias com o uso de lotes maiores que as demandas imediatas. • Proteção contra alterações nos preços: As mercadorias negociadas em mercado aberto têm o seu preço ditado pela curva de oferta e da demanda. Em 9 função de previsão de aumentos nos preços dos produtos, as empresas podem antecipar compras. Assim, obtêm um estoque disponível para suprir o mercado. • Proteção contra oscilações na demanda ou no tempo de ressuprimento: Conforme Ballou (2012, p.204), na maioria das ocasiões, não é possível conhecer com certeza as demandas de produtos ou os tempos de ressuprimento no sistema logístico. Para garantir disponibilidade de produto, deve-se manter um estoque adicional. • Proteção contra contingências: Manter estoque é uma maneira de proteger contra contingências são inúmeras aquelas que podem atingir as empresas inesperadamente, por exemplo, podem-se citar incêndios, greves, inundações entre, outras. • É muito importante atingir um bom nível de estoque, por representar de 25% a 40% dos custos totais das atividades logísticas, assim evitando desperdício, mantendo a organização financeiramente saudável. 2.2 TIPOS DE ESTOQUE O controle de estoque compreende, em todas as atividades, procedimentos e técnicas que permitem garantir a qualidade correta, no tempo correto, de cada item do estoque ao longo da cadeia produtiva (DIAS, 2009, p.21). A armazenagem de mercadorias prevendo seu uso futuro exige investimento por parte da organização. O ideal seria a perfeita sincronização entre oferta e demanda, de maneira a tornar a manutenção de estoque necessária. Entretanto, como é impossível conhecer exatamente a demanda futura e como nem sempre os suprimentos estão disponíveis a qualquer momento, deve-se acumular estoque para assegurar a disponibilidade de mercadorias e minimizar os custos totais de produção e distribuição (BALLOU, 2012, p.204). Hoje, todas as empresas procuram de uma forma ou de outra, a obtenção de uma vantagem competitiva em relação a seus concorrentes, e a oportunidade de atendê-los prontamente, no momento e na quantidade desejada, é grandemente facilitada com a administração eficaz dos estoques. Os principais estoques são: • estoque consignado: estoques em posse de clientes, distribuidores, agentes, etc, cuja propriedade continua sendo do fabricante por acordo entre eles; • estoque de antecipação: estoque formado para nivelar as flutuações previsíveis na demanda, entrega ou produção de um item específico; • estoque de contingência: estoque mantido para cobrir potenciais situações de falha extraordinária no sistema; • estoque de proteção: é feito quando excepcionalmente está previsto um acontecimento que pode colocar em risco o abastecimento normal de estoque e gerar uma quebra na produção e/ou vendas. Normalmente são greves, problemas de novas legislações, período de negociação de nova tabela de preços, etc; • estoque de segurança: quantidade mantida em estoque para suprir nas ocasiões em que a demanda é maior do que a esperada, e/ou quando a oferta para repor estoque ou de matéria-prima para fabricá-la é menor do que a esperada, e/ou quando o tempo de ressuprimento é maior que o esperado, e/ou quando houver erros de controle de estoque que levam o sistema de controle a indicar mais material do que a existência efetiva. “O Estoque de segurança pode não ser usado por um longo tempo, mas a locação do estoque depende da vida de prateleira, isto é, do tempo no qual o material pode ser estocado sem deterioração” (MOURA, 2008, p.66). 10 • estoque em trânsito: tempo no qual as mercadorias permanecem nos veículos de transporte durante sua entrega; “É um tipo especial de armazenagem que requer coordenação precisa com a escolha do modal de transporte” (BALLOU, 2012, p.167). • estoque inativo: itens que estão obsoletos ou que não tiveram saída nos últimos tempos. Este tempo pode variar, conforme determinação do próprio administrador do estoque; • estoque máximo: refere-se à quantidade determinada previamente para que ocorra o acionamento da parada de novos pedidos, por motivos de espaço ou financeiro; • estoque médio: metade do lote médio de compra ou fabricação, adicionado ao estoque de segurança; • estoque mínimo: quantidade determinada previamente para que ocorra o acionamento da solicitação do pedido de compra. Às vezes é confundido com estoque de segurança. Também denominado ponto de ressuprimento; • estoque pulmão: quantidade determinada previamente e de forma estratégica, que ainda não foi processada. Pode ser de matéria-prima ou de produtos semiacabados; • estoque regulador: é normalmente utilizado em empresas com várias unidades/filiais, onde uma das unidades tem um estoque maior para suprir possíveis faltas em outras unidades; e • estoque sazonal: quantidade determinada previamente, para se antecipar a uma demanda maior que é prevista de ocorrer no futuro, fazendo com que a produção ou consumo não sejam prejudicados e tenham uma regularidade. “Justifica-se pela dependência em que se encontram certos produtores entre as fases de aquisição, produção e distribuição” (MOURA, 2008, p.66). 2.3 SISTEMAS DE CONTROLE E AVALIAÇÃO DE ESTOQUE O controle de estoque evita desperdícios, desvios, apuram-se valores para fins de análise, bem como apura o demasiado o investimento, o qual prejudica o capital de giro. Para ter planejamento no estoque, é preciso seguir alguns procedimentos como: quanto pedir, quando pedir, como controlar o sistema, decisões de ressuprimento, medindo o estoque, sistema de informação de estoque. Conforme Bertaglia (2009, p.331), O gerenciamento de estoque é um ramo da administração de empresas que está relacionado com o planejamento e o controle de estoques de materiais ou produtos que serão utilizados na produção ou na comercialização de bens ou serviços. O gerenciamento de estoques abrange inúmeros tipos de problemas. Como não há maneira de gerenciá-los fazendo o uso de um único método, é preciso categorizar os métodos em vários grupos principais. O gerenciamento pelos métodos just-in-time (satisfazer a demanda à medida que ocorre) e a de eliminar estoques pela redução da variabilidade na demanda e do tempo do ciclo de reposição, reduzindo os tamanhos dos lotes e estabelecendo sólidas relações com um número limitado de fornecedores, a fim de garantir produtos de qualidade e o devido atendimento dos pedidos (BALLOU, 2012, p.274). O controle de estoque pode ser realizado através dos itens de demanda independentes, são eles: • Sistema de Revisão Contínua (Sistema Q): “Sistema de quantidade de pedido fixa, rastreia o estoque restante de um produto a cada vez que ocorre uma retirada para determinar se é o momento de fazer um novo pedido” (KRAJEWSKI; RITZMAN; MALHOTRA, 2009, p.396). 11 • Sistema de Revisão Periódica (Sistema P): “A monitoração da quantidade remanescente em estoque é agora feita a intervalos regulares, exatamente antes de se emitir um pedido de compra” (MOREIRA, 2012, p.492). • Sistema para Encomenda Única adapta-se à seguinte situação: Deve-se encomendar uma dada mercadoria para atender a uma demanda a se verificar em um período próximo futuro. Se a demanda fosse determinística, ou seja, se soubéssemos exatamente a quantidade necessária, poderíamos encomendar exatamente essa quantidade. Obteríamos, assim, o máximo lucro possível com a venda da mercadoria (MOREIRA, 2012, p.497). • • • Algumas Ferramentas que podem ser utilizada para a análise de estoque: Medindo estoque: calcula a freqüência que o estoque é utilizado em um determinado período, é chamado de giro de estoque. Sistema de informação de estoque: presta-se a atualizar registros de estoque; Classificação ABC: as empresas possuem inúmeros itens no seu estoque, é impossível dar o mesmo grau de prioridade, sendo assim, usa-se o Principio de Pareto para classificar os diferentes valores ou importâncias relacionadas ao tipo de estoque. Segundo Slack, Chambers e Johnston (2009, p.379): “A questão central é como os gerentes devem discriminar entre diferentes níveis de controle que aplicam a diferentes itens em estoque. A maneira mais comum de fazer isso é conhecida como a classificação ABC de estoque. Ela usa o principio de Pareto para distinguir entre diferentes valores ou importâncias relacionadas ao tipo de estoque”. O principio ABC baseia-se na observação de que um pequeno número de itens frequentemente domina os resultados atingidos em qualquer situação. Essa observação foi feita pela primeira vez por um economista italiano, Vilfredo Pareto e se chama lei de Pareto (ARNOLD, 2009, p.266). Outra utilização bastante comum desta ferramenta é na procura de causas e efeitos dentro da gestão da qualidade, onde se busca encontrar as principais causas que geram o maior número de efeitos. A curva ABC pode ser usada em outras partes da empresa, como para identificar os melhores clientes, os fornecedores mais importantes, os problemas mais comuns à sua empresa, entre muitos outros. 3 CLASSIFICAÇÃO ABC A gestão do estoque de materiais, em uma empresa onde existam milhares de itens em estoque, demandaria uma quantidade de pessoas e de tempo muito elevados, se fosse dada a mesma atenção de controle para todos os materiais, o que é inviável. Para se contornar esse problema, muitas empresas adotam a Classificação ABC.Esse sistema permite identificar aqueles itens que necessitam de atenção maior em razão da representatividade de cada um em relação aos investimentos feitos em estoque. Na Classificação ABC, os itens são divididos em três classes: • Classe A: pequeno número de itens responsáveis por alta participação no valor total dos estoques. Justificam procedimentos meticulosos no seu dimensionamento e controle. • Classe B: são itens intermediários entre as classes A e C. Os procedimentos de dimensionamento e controle não precisam ser tão meticulosos. 12 • Classe C: são itens de menor importância, que não justificam procedimentos. Aqui é importante ressaltar que os parâmetros descritos acima não podem ser encarados como uma regra matematicamente fixa e exata. Estes itens podem variar de organização para organização,. Por isso, é preciso muita atenção na hora de realizar a análise. Segundo Arnold (2009, p.296): “Manter um estoque extra de itens C acrescenta pouco ao valor total do estoque. Os itens C são importantes apenas se houver uma falta de um deles.” A classificação ABC aplicada à administração de estoques observa-se geralmente que a relação entre a porcentagem de itens e a porcentagem da utilização anual em valores monetários segue um padrão em que: A. Cerca de 20% dos itens correspondem a, aproximadamente, 80% da utilização em valores monetários; B. Cerca de 30% dos itens correspondem a, aproximadamente, 15% da utilização em valores monetários; C. cerca de 50% dos itens correspondem a, aproximadamente, 5% da utilização em valores monetários (ARNOLD, 2009, p.266). Segundo Davis, Aquilano e Chase (2008, p.489), “O esquema de classificação ABC divide os itens em três grupos: grande volume de dinheiro (A), volume moderado de dinheiro (B), e baixo volume de dinheiro (C)”. O volume de dinheiro é uma medida de importância; item de baixo custo, mas de alto volume pode ser mais importante que um item de alto custo e baixo volume. Quadro 3.1 - Percentuais da Classificação ABC mensal de Estoques GRAU CODPROD TOTAL DE VENDAS VALOR ACUMULADO % APROXIMADA CLASSE 1 9521 R$ 2.715,60 2.715,60 44 A 2 14055 R$ 1.166,22 3.881,82 63 A 3 19725 R$ 927,60 4.809,42 78 B R$ 384,54 5.193,96 85 B R$ 287,00 5.480,96 89 B R$ 215,33 5.696,29 93 C 4 5 6 7 19455 15469 11277 11668 R$ 206,00 5.902,29 96 C 8 20015 R$ 108,90 6.011,19 98 C 9 13064 R$ 50,24 6.061,43 99 C 10 R$ 35,04 FONTE: Elaboração das autoras. 6.096,47 100 C 15431 3.1 PASSOS DA ANALISE ABC “O fundamento desta é que, com seu auxílio, analisando uma porcentagem pequena de itens, estaremos abrangendo uma porcentagem grande da soma dos índices que escolhemos para representar o estudo em questão” (MOURA, 2008, p.71). Usando as muitas formas da analise ABC, varias considerações podem ser feitas. As mais comuns são: O volume de vendas de produtos está muito relacionado com a frequência da reposição da linha; A demanda de um produto é independente do numero de itens de um pedido; A característica da demanda varia em todas as linhas de produto num ano (BALLOU, 2012, p.115). 13 A análise da ferramenta Curva ABC é uma das formas mais usuais de examinar e controlar os estoques. Essa análise consiste na verificação, em certo espaço de tempo, podendo ser normalmente de seis meses ou um ano do consumo, em valor monetário ou quantidade, dos itens de estoque, para que eles possam ser classificados em ordem decrescente de sua importância. Aos itens mais importantes de todos dentro da organização, segundo a ótica do valor ou da quantidade, dá-se a denominação itens classe A, aos intermediários itens classe B, e aos menos importantes, itens classe C. Não existe uma forma totalmente cheia de dizer qual é o percentual do total dos itens que Abaixo são listados os passos para se realizar a analise ABC. Estabelecer características do item que influenciam os resultados da administração de estoques. Geralmente, toma-se a utilização em valores monetários, mas podem também ser adotados outros critérios, como a escassez de material.Classificar os itens em grupos com base nos critérios estabelecidos. Aplicar um grau de controle que seja proporcional à importância do grupo. (ARNOLD, 2009, p.266). O procedimento de classificação por utilização anual em valores monetários é o seguinte: • levantamento do consumo de cada item e preço, no período de 1 (um) ano, pelo menos; • elaboração de uma tabela com no mínimo 10 itens; • após a confecção da tabela, são ordenados os itens em escala decrescente de valor, ter-se-á uma tabela acrescentada das porcentagens absolutas e acumuladas. Determinar a utilização anual de cada item. Multiplicar a utilização anual para cada item pelo respectivo custo, para obter sua utilização total anual em valores monetários. Fazer uma lista dos itens de acordo com sua utilização anual em valores monetários. Calcular a utilização anual em valores monetários acumulados e a porcentagem acumulada dos itens. Examinar a distribuição da utilização anual e classificar os itens nos grupos A, B e C, com base na porcentagem de utilização anual (ARNOLD, 2009, p.267). 3.2 VANTAGENS E DESVANTAGENS DO ABC NA LOGISTICA A classificação ABC, como é entendida no âmbito da gestão de estoque, é um conceito universal que deve ser aplicado a qualquer sistema de controle. O administrador profissional, que entende dos conceitos ABC, os usará sempre em todas as áreas, enquanto o amador poderá citar dezenas razões pelas quais essa técnica não se aplica particularmente à sua empresa. Nenhuma empresa é obrigada a adotar a classificação ABC, mas é recomendável que todas façam com que ela conste no elemento básico da gestão de todo sistema que envolve o controle de grandezas diferentes (MOURA, 2008, p.76). As vantagens do uso desta ferramenta são inúmeras, ela possibilita a identificação dos produtos que são mais importantes no estoque e, com essa informação, o gestor pode obter uma melhor tomada de decisão, visando à redução de custo no estoque. “Portanto, através da curva ABC, é possível identificar qual tratamento deve ser dado a cada classe de itens” (SIMÕES, 2007, p.8). Uma desvantagem é ter a necessidade de ter profissionais que dominem a ferramenta para um uso correto e isso pode acarretar gastos na implementação com treinamentos e tecnologia. Importante ressaltar que sempre os dados do estoque devem 14 estar atualizados e deve-se analisar a curva depois de um certo período, porque a demanda dos produtos sofre variações com o tempo. Muitas vezes, empresas nem sempre têm o controle de todos os dados dos itens que estão no seu estoque. 4 METODOLOGIA A metodologia científica pode ser definida como a maneira ou o conjunto de regras básicas empregadas em uma investigação científica, com o intuito de, se obterem resultados, os mais confiáveis quanto for possível. “É a descrição, por extenso, do conjunto das atividades e instrumentos a serem desenvolvidos para a aquisição de dados com quais se desenvolverá a questão proposta pela pesquisa.“ (SILVA e SILVEIRA, 2009, p.183). O estudo de caso, por si só, caracteriza-se por ser um tipo de pesquisa que apresenta como objeto uma unidade que se possa analisar de forma mais aprofundada. Yin (2005, p.32) "define o estudo de caso como uma investigação empírica de um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto da vida real, especificamente quando os limites entre o fenômeno e o contexto não está claramente definidos". Neste artigo, foi realizada uma pesquisa qualitativa com uma única empresa, utilizando-se a Curva ABC ou 80-20, que de acordo com ARNOLD (2009, p.266) é baseada nas teorias econômicas do italiano Vilfredo Pareto, sendo um método de classificação de informações a fim de se separar os itens de maior importância ou impacto. Optou-se em realizar uma entrevista com o gestor da empresa, que apresentou a documentação do estoque e os dados do sistema que controla e informa a demanda de cada item. Tais informações estão inseridas num período anual. Durante o desenvolvimento desse artigo foi necessário compreender as ferramentas da administração de estoque, para fazer a análise e a construção da curva ABC. 5 ESTUDO DE CASO 5.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA A empresa Prove veículos está localizada no município de Promissão interior de São Paulo e conta com um quadro de 8 funcionários mais 3 sócios, que atuam nos setores de compras, financeiro, chefe de oficina, recepção e atendimento ao cliente, com aproximadamente 30 fornecedores. A empresa possui um veículo próprio, personalizado para melhor atendimento ao cliente. A empresa atua no ramo de serviços e venda de peças para manutenção de veículos de passeio e utilitário. Os serviços disponibilizados são: alinhamento e balanceamento computadorizado com laudo técnico, serviço de suspensão em geral, manutenção preventiva e corretiva, serviços de freios, funcionamento de motor e injeção eletrônica, funilaria e pintura, entre outros. Os produtos disponibilizados para a venda são: peças para todo o sistema mecânico, eletrônico, suspensão, freios, arrefecimento, pneus de todas as marcas e modelos, escapamentos.Seu diferencial competitivo é conseguir oferecer todos esses serviços ao cliente no mesmo local, com qualidade e bom atendimento. Possui um estoque de aproximadamente de mais de 13.003 itens separados e classificados por marcas. A empresa possui um sistema integrado o Programa Ace-Info (ACE INFORMATICA), um software que ajuda a fazer o controle do estoque, nesse programa existe o controle de estoque pela classificação ABC, mas a empresa não utilizam essa ferramenta, o controle é feito manualmente. 15 A empresa, durante um período, estava sobre uma administração que não organizava o estoque e nem atualizava as informações no programa. A nova administração está fazendo um inventário e balanço para organizar, classificar e alimentar o programa com as informações atualizadas da situação dos itens do estoque da empresa. 5.2 APRESENTAÇÃO DE DADOS A empresa analisada contém diversos produtos no estoque, para este estudo de caso, a empresa forneceu a tabela do ano de 2013 do estoque de peças de manutenção, contendo 13.003 itens diferentes. Sendo assim, foram criadas quatro curvas ABC de tabelas diferentes, uma por quantidade de itens vendidos (giro), total de vendas, margem de lucro e preço de custo. Na logística, a Curva ABC é muito usada para controlar o estoque. Alguns produtos são mais importantes que outros e precisam ser tratados como tal. A análise ABC deve obrigatoriamente refletir a dificuldade de controle de um item e o impacto deste item sobre os custos e a rentabilidade, o que de certa maneira pode variar de empresa para empresa. Para classificar os itens A, B e C, seguiu-se a seguinte distribuição: os itens A são os pertencentes ao grupo dos 20% superiores, os próximos 30% são os itens B e os 50% restantes compõem os itens da classe C. Na classificação ABC por giro, obtiveram-se os seguintes resultados dos 13.003 itens analisados: 701 itens que são classificados como A, representando 5%, 2226 itens que representam 17% do valor do estoque, que são classificados como B e 10.076 itens que representam 78% que foram classificados como C, conforme gráfico a seguir. Figura 5.2.1 Curva ABC por giro Elaboração das autoras No caso da Curva ABC, por lucro obtiveram-se os seguintes resultados: das peças analisadas, 9.800 produtos são classificados como A, representando 75% do valor do estoque, 2.067 produtos são classificados como B, que representam 16 % do valor do estoque e 1.136 produtos representam 9% do valor do estoque, sendo classificado como C, como demonstra o gráfico a seguir. 16 Figura 5.2.2 Curva ABC por Margem de Lucro Elaboração das autoras No critério para se construir a curva por preço de custo, classificaram-se os itens cujo valor monetário é maior de forma decrescente, sendo que 3.725 itens que representam 29% do valor do estoque são classificados como A, 3.911 itens que representam 30% do valor do estoque, classificados como B, 5.367 itens que representam 41% são classificados como C. Figura 5.2.3 Curva ABC por Preço de Custo Elaboração das autoras É importante para a empresa comprar bem e ter um estoque adequado para as vendas. Havendo um bom equilíbrio entre estoque e venda, os resultados das vendas vão melhorar significativamente. Portanto, antes de vender bem, é preciso comprar bem para atender a demanda e crescer. Na Classificação ABC, por total de vendas, obtiveram-se os seguintes resultados: 1.541 itens que são classificados como A, representando 12%, 1.338 itens que representam 10% do valor do estoque que são classificados como B e 10.124 itens que representam 78% que foram classificados como C, conforme gráfico a seguir. 17 Figura 5.2.4 Curva ABC por Total de Vendas Elaboração das autoras 5.3 ANÁLISE DOS RESULTADOS Diante dos dados coletado e tabulados, foi realizado o cruzamento da Classificação ABC com os seguintes critérios: • Itens que se repetem como A em giro, A em venda, A em lucro e C em custo; • Itens que se repetem como C em giro, C em venda, C em lucro e A em custo. A CURVA ABC, abaixo, mostra o resultado cruzamento dos itens do estoque. Figura 5.3.1 Curva ABC Cruzamento de dados Elaboração das autoras Através do cruzamento de informações foi possível analisar que, do total de 645 produtos estudados, 220 itens que representam 66% do valor monetário do estoque foram classificados como "Alto Giro" e são vitais para a empresa e nunca poderão faltar, sendo recomendado que a empresa mantenha esses itens sempre disponíveis no estoque aumentando o seu nível de serviço. 18 Os 425 itens classificados como "Baixo Giro", representam 34% valor do estoque. São produtos que afetam o desempenho da empresa, representando para organização produtos parados ou que não têm um retorno esperado. Geram perdas e, dependendo do volume de estoque, podem influenciar expressivamente na lucratividade da empresa. No entanto é necessário fazer uma análise mercadológica dos produtos, devendo-se considerar as variações de tempo de reposição, aspectos operacionais e a dinâmica do estoque. O estoque pode representar até 40% dos custos logísticos, por isso destaca-se a importância de um controle eficiente, pois produto parado representa recursos ociosos. A análise feita sobre o estoque da empresa demonstra que 12357 itens, considerado na classificação como B, não interferem diretamente na sobrevivência da empresa, mas são fundamentais, pois são interdependentes para o desenvolvimento dos serviços prestados e auxiliam na venda dos produtos A. É importante observar que a empresa analisada deve controlar o seu estoque de forma a classificá-lo, de acordo com o investimento e lucratividade que se dá para cada produto. Pelo que foi possível analisar, através do estudo de caso, o ponto chave para o sistema de classificação ABC é a obtenção de informações sobre consumo dos materiais e os investimentos neles empregados. A partir das informações, o sistema da Curva ABC poderá resultar em uma série de melhorias como: redução dos investimentos em estoques, melhoria do nível do serviço, redução do espaço para armazenamento. CONCLUSÃO O trabalho desenvolvido conseguiu alcançar seu objetivo de fazer a análise dos itens do estoque e fazer o controle através da classificação ABC da empresa Prove AutoCenter, através dessa ferramenta foi possível identificar a importância relativa de cada produto no estoque da empresa. Observou-se que, no ramo de autopeças, surgem muitas incertezas referentes ao nível de produtos no estoque, por haver uma grande quantidade de itens e por serem diversificados. Assim sendo foi realizado um cruzamento de dados, utilizando várias curvas e não somente uma analise isolada, para classificar os produtos em classe A, B e C do estoque total da empresa. Com o estudo, concluiu-se que a empresa tem disponível a ferramenta da curva ABC no sistema integrado, mas infelizmente não esta sendo utilizado e se adotar essa ferramenta o administrador poderá controlar melhor as suas atividades, reduzir o espaço para armazenamento, analisar com mais precisão a condição dos itens em estoque, desenvolver estratégias que promovem melhorias significativas na tomada de decisão e no processo da gestão de estoque. Para estudos futuros, recomenda-se analisar a viabilidade do estudo de combinação da Classificação ABC, que visa custo do produto em relação ao estoque, com o método just-in-time, para que seja satisfeita a demanda à medida que ocorre, eliminando um estoque ocioso. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARNOLD, J. R. T. Administração de materiais. São Paulo: Atlas, 2009. BALLOU, H. R. Logística empresarial: transportes, administração de materiais e distribuição física. São Paulo: Atlas, 2011. __________. __________. São Paulo: Atlas, 2012. 19 BERTAGLIA, P. 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