Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná Campus de Curitiba Departamento de Química e Biologia Preparação do Cloreto de t-butila (Reação de Substituição) Materiais e Reagentes Mesa Professor - 30 g de Sulfato de Sódio anidro (MP). - Ácido Clorídrico Concentrado (Capela) - Óleo de Silicone (MP) - Álcool terc-butílico (MP) - Fenolftaleína (MP) - 1 Balão de Fundo Redondo de 125 mL (MP) - 1 Condensador Liso (MP) - 2 Mangueiras de circulação de água (MP) 1 Balança Semi-Analítica (MP) - 1 Chapa de Aquecimento (MP) - 3 Suportes Universais (MP) - 1 Proveta de 100 mL (MP) - 2 Espátulas (MP) - 1 Erlenmeyer de 100 mL (MP) - Fósforo (MP) - 1 Pipeta volumétrica de 15 mL (MP) - 1 Termômetro com rolha (MP) 3 Garras (MP) - 3 Mufas (MP) - 1 Béquer de 250 mL (MP) - Papéis Filtros (MP) - 1 Termômetro com barbante (MP) Mesa Aluno 100 mL de uma Solução de HNO3 5% - 100 mL de uma Solução de AgNO3 5% - 10 mL de uma Solução de NaOH 5% - 100 mL de Bicarbonato de Sódio 5% - 1 Argola para funil de separação - 1 Pêra - 1 Pipeta Pasteur com borracha - 2 Pipetas graduadas de 5 mL - 1 Proveta de 100 mL - 1 Suporte Universal - 1 Funil de Separação de 125mL - 1 Garra de Madeira - 2 Erlenmeyer de 100 mL - Bolinhas de vidro - 1 Béquer de 250 mL - 2 Tubos de ensaio de 25 mL - Gelo - 2 Béquer de 100 mL - 1 Funil Simples - Luvas e óculos de proteção 1 – OBJETIVO Sintetizar o cloreto de t-butila através de uma reação de substituição nucleofílica unimolecular (SN1). Introduzir alguns procedimentos de síntese e purificação de compostos. 2 – INTRODUÇÃO A reação de substituição nucleofílica (SN) é uma das mais importantes e mais estudadas em química. A compreensão dos mecanismos envolvidos nas reações SN permitiu grandes avanços para o estabelecimento da química orgânica moderna. R1 R1 G R2 Nu + + G R2 Nu R3 R3 Basicamente, dois mecanismos descrevem as reações SN: a) REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO NUCLEOFÍLICA DE SEGUNDA ORDEM (SN2): Ocorre através de um mecanismo direto, onde o ataque do nucleófilo (Nu) acontece simultaneamente à saída do grupo abandonador (G), ou seja, a ligação Nu-carbono vai se formando, enquanto a ligação carbono-G vai se rompendo. É o mecanismo mais operante para substratos primários, como na preparação do brometo de n-butila (1) a partir do 1-butanol (2). OH HBr 2 Br 1 b) REAÇÕES DE SUBSTITUIÇÃO NUCLEOFÍLICA DE PRIMEIRA ORDEM (SN1): Este mecanismo se desenvolve em duas etapas e envolve a participação de um carbocátion como intermediário reativo (3). Na primeira etapa (lenta), ocorre a ruptura da ligação carbono-G, gerando o carbocátion 3; na segunda etapa (rápida), a ligação Nu-carbono é formada, fornecendo o produto de substituição. Este é o mecanismo mais adequado para substratos que formam carbocátions estáveis, como na preparação do cloreto de t-butila (4) a partir do t-butanol (5). OH H3C C CH3 HCI CH3 5 CH3 CH3 + CH3 3 CI H3C C CH3 CH3 4 O método mais geral de preparação de haletos de alquila é a partir de álcoois. Devido à importância da reação, vários reagentes diferentes têm sido usados para transformar álcoois em haletos de alquila. A reação funciona melhor com álcoois terciários. Os álcoois primários e secundários também reagem, mas com velocidades menores e a temperaturas mais elevadas. A velocidade da reação de álcoois terciários com haletos de hidrogênio depende somente da concentração do álcool e não da concentração do haleto de hidrogênio. Em outras palavras, a reação é um processo de primeira ordem. 3 - METODOLOGIA Neste experimento será realizada a preparação do cloreto de t-butila, através do tratamento do t-butanol com ácido clorídrico concentrado. A reação é rápida e simples, e pode ser efetuada diretamente em um funil de separação. A reação se processa segundo o mecanismo SN1, conforme apresentado anteriormente. Pequenas quantidades de isobutileno podem ser formadas durante a reação, devido a reações de eliminação competitivas. A presença de ácido sulfúrico provoca a formação de quantidades consideráveis deste alqueno, portando, metodologias de preparação de haletos a partir da reação entre álcoois, H2SO4 e um sal de bromo (NaBr, KBr) devem ser evitadas. 4 - PARTE EXPERIMENTAL 4.1 4.2 4.3 4.4 Adicione 15 mL (pipeta volumétrica) de álcool t-butílico em um funil de separação. Sem tampar o funil adicione 35 mL de ácido clorídrico concentrado. Com o funil de separação destampado, agite cuidadosamente a mistura durante um minuto. Tampe o funil e inverta-o cuidadosamente. Logo em seguida abra a torneira para reduzir a pressão. 4.5 Feixe a torneira e inicie a agitação. 4.6 Durante a agitação do funil, abra a torneira, em intervalos curtos de tempo, para liberar a pressão. 4.7 Agite o funil durante 20 minutos, abrindo-a ocasionalmente a torneira para reduzir a pressão interna. 4.8 Deixe o funil em repouso até completa separação das fases. 4.9 Recolha a fase inferior em um béquer de 150 mL e descarte o líquido no frasco de resíduos que está na capela. 4.10 Adicione 25 mL de água no funil de separação contendo a fase orgânica, tampe, agite (abra a torneira de vez em quando) e descarte a fase aquosa. 4.11 Adicione mais 25 mL de água no funil de separação, tampe, agite (abra a torneira de vez em quando) e descarte a fase aquosa. 4.12 Em seguida, adicione 25 mL de bicarbonato de sódio a 5% no funil de separação contendo a fase orgânica. Agite o funil (sem tampar o funil) até completa mistura do conteúdo; tampe-o e inverta-o cuidadosamente. 4.13 Deixe escapar a pressão. Feche a torneira e agite, logo em seguida abra a torneira para reduzir a pressão interna. Repita este processo durante um minuto. 4.14 Deixe separar as fases e descarte a fase aquosa. 4.15 Lave a fase orgânica com 25 mL de água e novamente descarte a fase aquosa. 4.16 Transfira a fase orgânica para um erlenmeyer de 100 mL seco e adicione aproximadamente 3 g de sulfato de sódio anidro. Agite ocasionalmente o haleto de alquila com o agente secante por 15 minutos. 4.17 Filtre a fase orgânica através de um funil simples para um béquer de 100 mL previamente pesado. Calcule o rendimento bruto. 4.18 Adicione 5 a 6 gotas da fase orgânica em um tubo de ensaio de 25 mL e junte o restante da fase orgânica obtida por cada grupo em um mesmo balão de 125 mL. 4.19 Adicione pedras de ebulição e conecte-o a um único sistema de destilação simples. 4.20 Destile o cloreto de t-butila, usando aquecimento brando, para um erlenmeyer de 125 mL previamente pesado e resfriado em banho de gelo. 4.21 Anote o ponto de ebulição do composto, a temperatura do banho, pese o destilado e calcule o rendimento baseado na soma das quantidades inicial de cada equipe. OBS: A lavagem da fase orgânica com água e com bicarbonato de sódio deve ser realizada o mais rápido possível, pois o cloreto de t-butila é instável nestas soluções. 5 – REAÇÃO DE CONFIRMAÇÃO 5.1 Em um tudo contendo 5 gotas do cloreto de t-butila (fase orgânica) adicione 5 mL de uma solução de hidróxido de Potássio 5%. 5.2 Com cuidado, aqueça o tubo de ensaio no bico de bunsen por 2 minutos. Intercale momentos com e sem chama. Existe a possibilidade de o líquido espirrar se o tubo ficar o tempo todo sob a chama. 5.3 Espere o tubo esfriar e transfira o conteúdo para um erlenmeyer de 100 mL. 5.4 Lave o tubo de ensaio com 10 mL de água destilada e transfira para o mesmo erlenmeyer de 100mL. 5.5 Adicione 2 gotas de fenolftaleína (a solução deverá ficar avermelhada). 5.6 Adicione, gota a gota, uma solução de HNO3 5% até que a solução fique incolor (meio ácido). 5.7 Transfira 1 mL da solução levemente ácida para outro tubo de ensaio. Caso seja necessário, filtre a solução. 5.8 Adicione 3 gotas de uma solução aquosa de AgNO3 5%. 5.9 O surgimento de um precipitado branco indicará a presença de íons cloretos. 6 - QUESTIONÁRIO 1- Por que a solução de bicarbonato de sódio deve ser empregada na purificação do cloreto de tbutila? Por que não utilizar uma solução de NaOH? 2- Apresente o mecanismo de reação para a formação do cloreto de t-butila e de um provável subproduto, o isobutileno (2-metil-1-propeno). 3- Mostre as reações de confirmação. No caso da reação com NaOH mostre o mecanismo. 4- Quais os cuidados que um laboratorista deve ter ao utilizar ácidos e bases fortes, durante um procedimento experimental qualquer? E com relação aos primeiros socorros? Quais os procedimentos a serem tomados se por acaso ocorrer um acidente? 7 – BIBLIOGRAFIA. ⇒ VOGEL, A., “Vogel’s Textbook of Practical Organic Chemistry”, 4a Ed., Editora Longman Scientific & Technical, New York, 1987. ⇒ PAVIA, D.L., LAMPMAN, G.M., KRIZ, G.S. ENGEL, R.G., “Introduction to Organic Laboratory Techniques: A Microscale Approach”, 4th Edition, Thomson Brooks/Cole, 2007. ⇒ VOLLHARDT, K. P. C., SCHORE E. N., “Química Orgânica: Estrutura e Função”. Bookman Companhia Editora. 4a ed. Porto Alegre-RS. 2004. ⇒ Síntese do Cloreto de t-butila. Disponível em: http://www.qmc.ufsc.br/organica/. Acesso em 05 de junho de 2009.