Texto de apoio ao curso de Especialização Atividade física adaptada e saúde Prof. Dr. Luzimar Teixeira "A espinha bífida é um dos vários defeitos congênitos conhecido como “defeitos do tubo neural” (a estrutura embriogênica que formará o cérebro e a medula espinhal). Geralmente, afeta a coluna vertebral e, em alguns casos, a medula espinhal..." O embrião tem uma pequena tira de tecido que se enrola para dentro formando um tubo. Esta estrutura chamada “tubo neural”, se forma aproximadamente 28 dias após a concepção. Nos casos de espinha bífida, este processo falha e o tubo neural não se forma completamente, podendo desencadear defeitos na medula espinhal e nas vértebras. Como a espinha bífida afeta ao bebê? A espinha bífida é um dos vários defeitos congênitos conhecido como “defeitos do tubo neural” (a estrutura embriogênica que formará o cérebro e a medula espinhal). Geralmente, afeta a coluna vertebral e, em alguns casos, a medula espinhal. Este é uma das malformações mais comuns e afeta entre 1.500 e 2.000 bebês nascidos nos EUA por ano. Quais são os tipos de espinha bífida? Existem três tipos: Oculta - geralmente, este tipo é assintomático, existe um pequeno defeito em uma ou mais vértebras da coluna. A medula e os nervos são normais. A maioria das pessoas afetadas não tem nenhum tipo de problema. Meningocele - esta forma é menos comum. Caracteriza-se pela formação de um cisto formado por membranas que estão ao redor da medula espinhal e aparecem pela parte aberta da coluna vertebral. O cisto, que pode variar de tamanho, pode ser retirado mediante cirurgia para permitir o desenvolvimento normal do bebê. Mielomeningocele - esta é a forma mais grave. O cisto contém tanto as membranas que envolvem o canal espinhal como as raízes nervosas da medula espinhal e às vezes até a própria medula. Os bebês afetados têm um risco alto de contrair uma infecção até que a abertura seja fechada cirurgicamente, apesar de que alguns antibióticos podem oferecer proteção temporária. Algumas crianças podem evoluir assintomática, mas geralmente apresentam paralisia grave dos membros inferiores, mal posicionamento dos pés, comprometimento do esfíncter anal e do mecanismo de contenção da urina, além do retardo mental que ocorre em 30% dos casos com sobrevida prolongada. Quais são as causas da espinha bífida? Geralmente, é um defeito congênito isolado. Apesar de que os cientistas acreditam que alguns fatores ambientais e genéticos possam contribuir para este e outros defeitos do tubo neural. 95% dos bebês com espinha bífida e outros defeitos do tubo neural, nascem de pais sem antecedentes familiares. Se um bebê tem espinha bífida, o risco que isso volte a acontecer em uma próxima gravidez é de 1 em 40. Se isso acontece em duas gestações seguidas a terceira tem chances de 1 em 20 de que se repita a malformação. As mulheres com alguns problemas de saúde crônicos, como diabetes e convulsões (tratadas com medicamentos anti-convulsivos), têm um risco maior (aproximadamente 1 em 100) de ter um bebê com espinha bífida. Como se trata a espinha bífida? Geralmente, a espinha bífida oculta não requer nenhum tratamento. A meningocele, que não afeta a medula espinhal, pode ser reparada cirurgicamente, geralmente o paciente não sofre paralisia. A maioria dos bebês com meningocele se desenvolvem normalmente, mas devem ser examinados para detectar possíveis problemas de hidrocefalia e de bexiga, possibilitando que sejam tratados a tempo. Os bebês afetados com a forma mais grave, geralmente precisam de uma cirurgia dentro das 48 horas seguintes ao nascimento. A cirurgia consiste em colocar os nervos expostos e a medula no canal espinhal que serão cobertas por músculos e pele. Com os recentes avanços da medicina fetal, alguns países já possuem tecnologia para operar o bebê ainda no útero materno. Após a cirurgia o útero é fechado e a gravidez segue seu curso. É possível detectar a espinha bífida antes do nascimento? Sim, a melhor forma de diagnóstico é através da ultra-sonografia, que pode fazer a detecção logo no primeiro trimestre com muita facilidade entre 18 a 24 semanas e apresenta uma sensibilidade para detecção desse defeito de 100%. Outra possibilidade é o teste de alfafetoproteína sérica materna (exame que detecta um risco superior de ter alguns dos defeitos do tubo neural e outras anomalias como a Síndrome de Down), mas quase não é usada no Brasil, pois as curvas de normalidade não são nacionais, sendo que a melhor detecção é a de alfa-fetoproteína no liquido amniótico (97,6% de sensibilidade) quando possível. Existe prevenção para a espinha bífida? Estudos realizados nos EUA, demonstram que se todas as mulheres tomassem suficiente acido fólico e vitamina B todos os dias e durante o primeiro trimestre da gravidez, poderiam prevenir até 70% dos defeitos do tubo neural, incluindo a espinha bífida. É muito importante que a mulher tome comprimidos de ácido fólico pelo menos três meses antes de engravidar. A maneira correta de garantir esta quantidade é tomar diariamente 5mg de acido fólico e ter uma dieta saudável com alimentos ricos nesta vitamina. Curiosidade A espinha bífida faz parte dos defeitos abertos do tubo neural (DATN) sendo que a incidência mundial é de 1:1000 até 8:1000 nascidos vivos em regiões de alta prevalência. No Brasil, a incidência é de 1,6:1000 nascidos vivos