Claudia Laselva III Simpósio de Farmácia e Bioquímica do HEB out_2012 ACONTECE NOS HOSPITAIS? ACONTECE NOS HOSPITAIS? ERRO DE MEDICAÇÃO 4 “When extrapolated to the over 33.6 million admissions to U.S. hospitals in 1997, the results of the study in Colorado and Utah imply that at least 44,000 Americans die each year as a result of medical errors.3 The results of the New York Study suggest the number may be as high as 98,000.4” “Total national costs (lost income, lost household production, disability and health care costs) of preventable adverse events (medical errors resulting in injury) are estimated to be between $17 billion and $29 billion, of which health care costs represent over one-half.7” Medication errors alone, occurring either in or out of the hospital, are estimated to account for over 7,000 deaths annually.9 “Errors are signs of sick systems, not bad people. It makes no sense to punish individuals for errors.” Kohn KT, Corrigan JM, Donaldson MS. To Err Is Human: Building a Safer Health System. Washington, DC: National Academies Press; 1999. Campanhas – 5 Milhões de Vidas (2006): • Prevenção de Úlcera por Pressão • Redução de resistência a Metacilin em infecções por Staphylococcus aureus • Prevenir dano decorrente de uso de HighAlert • Reduzir complicações cirúrgicas • Cuidados na Insuficência Cardíaca Congestiva • Prevenção de Eventos Adversos relacionados a reconciliação medicamentosa • Melhorar o atendimento ao paciente com Infarto Agudo do Miocárdio • Prevenção de Infecção do sítio cirúrgico • Prevenção de Infecção relacionada ao catéter central • Prevenção de Pneumonia associada a ventilação Erros de medicação • • • • 39% no ato da prescrição; 12% na transcrição do pedido médico; 11% na dispensação; 38% na administração dos medicamentos. 10 QUAL O LIMITE PARA O ERRO? • 70% • 75% • 80% • 85% • 90% • 95% 11 • QUAL O LIMITE PARA O ERRO? »99% 12 Vocês Comeriam? Atende mais de 5.000 clientes por mês. Apenas 1% de nossos clientes tem problemas com intoxicação alimentar 13 QUAL O LIMITE PARA O ERRO? • Assertividade de 99,9% • Vocês concordam? • É um bom número? 14 Assertividade de 99,9% • 84 pousos forçados por dia nos EUA 15 Assertividade de 99,9% • 1.622 cartas entregues em endereços errados por dia no Brasil 16 Assertividade de 99,9% • 32.000 movimentações bancárias erradas por dia 17 Decálogo da Segurança 1. Decisão e interesse do nível mais estratégico 2. Responsabilidade da supervisão 3. Refletida como prioridade a. no cotidiano, nas reuniões e discussões b. nas políticas e procedimentos, que refletem padrões de qualidade e excelência 4. Metas e resultados mensurados 5. Eventos adversos notificados, analisados e recomendações retro - alimentadas 6. Comunicação aberta e frequente 7. Auditoria para verificar a adesão 8. Bons resultados comemorados, incentivados e premiados 9. Suporte qualificado 10. Treinamento permanente O que buscamos? Riscos mais comuns inerentes ao processo assistencial Falta de visibilidade (Exemplos: nomes de pacientes semelhantes, drogas semelhantes.) Responsabilidades não claras Várias equipes cuidando de um mesmo paciente. Falha na comunicação entre as equipes e profissionais Pacientes internados em qualquer unidade, independente da patologia Falta constante de vagas Familiares e acompanhantes sem informação Processos não integrados – Alta não organizada por todos os envolvidos; resultado de exames em andamento na hora de visita médica Desperdício, entre outros Fatalidades Doença incapacitante permanente Lesões com perda de tempo Doença incapacitante temporária Primeiros socorros Aconteceu, mas ninguém foi atingido A diferença é o fator “sorte” Atos + condições inseguros Exposição a agentes agressivos IDENTIFICAÇÃO: Entradas das Notificações O que fazemos 1. Contratação de metas corporativas + metas por unidade operacional 2. Método de monitoramento dos processos: Auditorias Vigilâncias 3. Sistema de notificação de eventos adversos 4. Sistema para identificação, análise, minimização e eliminação de risco e acompanhamento de tendências – Da Operação ao Board (relatórios indicadores, reuniões, comitês) 5. Incentivo, reconhecimento, recompensa Remuneração variável - bônus e mérito 6. Comunicação sistemática com a Corporação Requisitos que definem as demandas de treinamento Visão e Missão Diretriz Institucional: Qualidade, Segurança do Paciente e do Colaborador Políticas e práticas – geral ou específico Implantação de Protocolos Assistenciais Necessidade específica do setor/área, validada pela liderança Resultados dos Indicadores de Qualidade Assistenciais Notificação de evento adverso Prova Técnica (Médicos contratados e Equipe Multiprofissional) Levantamento da área de RH Resultado da Avaliação de Desempenho e Plano de Desenvolvimento Individual (PDI) Programa de Desenvolvimento Organizacional (PDO) Pesquisa de clima organizacional Competências técnicas Competências comportamentais Diretrizes Estratégicas 2010-2014 Comunicação com Corpo Clínico Projeto “Feedback” • Características: análise de dados de custos e prática médica → identificação de pontos críticos → fornecimento de informações aos médicos sobre sua prática no HIAE → mudança cultural → promoção da busca pela melhoria contínua na qualidade e segurança bem como na utilização de recursos (custos médicos) Gerenciamento dos Eventos Adversos Graves Classificação por tipo de evento Para EAG UHC, Chicago, Illinois, formed in 1984, is an alliance of 115 academic medical centers and 257 of their affiliated hospitals representing approximately 90% of the nation's nonprofit academic medical centers. Para outros eventos utilizamos referências internacionais, segundo o processo envolvido, a exemplo do erro de medicação. Classificação Severidade EAG: Veterans Affairs Catastrófico Alta/Grande Pacientes com evento Real ou Potencial: Morte ou perda permanente de função (sensorial, motora, psicológica, ou intelectual), não relacionada com o curso natural da doença do paciente ou condição subjacente (por ex., atos de ação ou omissão). Isto inclui resultados considerados danos diretos de uma queda; ou associado com qualquer tratamento não autorizado ou resultado de um assalto ou outro crime. Pacientes com evento Real ou Potencial: Diminuição permanente da função corporal (sensorial, motora, psicológica, ou intelectual) não relacionado com o curso natural da doença do paciente ou condição subjacente (por ex. atos de ação ou omissão) ou qualquer dos eventos a seguir: Ou, ainda, qualquer dos eventos a seguir: Suicídio (paciente interno ou externo) Estupro Reação hemolítica de transfusão Cirurgia ou procedimento em paciente errado ou parte errada do corpo Desfiguração. Intervenção cirúrgica requerida. Aumento do tempo de permanência de 3 ou mais pacientes. Aumento do nível de cuidado de 3 ou mais pacientes. Visitantes: Hospitalização de 1 ou 2 visitantes. Equipe: Hospitalização de 1 ou 2 membros ou 3 ou mais membros com afastamento do trabalho ou restrição da obrigação por danos ou doenças. Equipamento ou facilidade: Dano maior ou igual que U$100.000. Subtração de menores ou desvio de menores para a família errada Visitantes: Morte ou hospitalização de 3 ou mais visitantes. Equipe: Morte ou hospitalização de 3 ou mais membros da equipe. Incêndio: Qualquer incêndio maior que o estágio incipiente*. Moderado Baixa /Minor Pacientes com evento Real ou Potencial: Aumento do tempo de permanência ou aumento do nível de cuidado para 1 ou 2 pacientes. Visitantes: Avaliação e tratamento de 1 ou 2 visitantes (exceto hospitalização). Equipe: Despesas médicas, afastamento do trabalho ou restrição da obrigação por danos ou doenças de 1 ou 2 membros da equipe. Equipamento ou facilidade: Danos maiores que U$10.000 e menores que U$100.000. Incêndio: Estágio incipiente ou menor. Pacientes com evento Real ou Potencial: Sem danos, nem aumento de extensão e permanência nem aumento do nível de cuidado. Visitantes: Avaliação sem tratamento requerido ou recusa de tratamento. Equipe: Primeiros cuidados sem afastamento do trabalho, nem restrição da obrigação por danos ou doenças. Equipamento ou facilidade: Dano menor que $10.000 ou perda de qualquer utilidade sem resultados adversos ao paciente (por ex., força, gás natural, eletricidade, água, comunicações, transporte, calor e/ou ar condicionado). Análise de Causa Raiz (JCI e VA) Causa Raiz Código A B C D E F G H I J L M Definição Comunicação (Communication): A falha foi ocasionada por falha ou distorção na comunicação entre as equipes, tanto horizontal quanto vertical, ou com o paciente. Orientação/Treinamento (Orientation/training): Houve falha de orientação e treinamento. Mesmo tendo ocorrido um treinamento inicial, o mesmo não foi efetivo. Avaliação do Paciente (Patient assessment): a falha ocorreu porque a Avaliação do Paciente não contemplou a informação (ões) necessária da sua condição, possibilitando o evento. Contingente (Staffing): a falha ocorreu por deficiência de número de profissional especializado naquele momento. Disponibilidade de informações (Availability of Info)*: a falha ocorreu por falta de informação adequada sobre o procedimento no momento do evento. Competências/qualificações (Competency/credentialing): o profissional que efetuou o procedimento não estava adequadamente credenciado ou qualificado. Conformidade com o Procedimento (Procedural compliance): o procedimento não foi cumprido (respeitado) adequadamente. Segurança do ambiente (environ.safety/security): o evento ocorreu por falha que envolve ambientes interno, externo ou fornecedor Liderança (Leadership): o evento ocorreu por falha na conduta do líder Continuidade do Cuidado (Continuum of care)*: a falha ocorreu por clara ruptura na continuidade do cuidado Planejamento do cuidado (care planning): a falha ocorreu por falha no plano do cuidado ou escolha do tratamento Cultura Organizacional (Organizational culture): a organização tem restrições culturais (religiosas) que possibilitaram a falha. *Atenção: estes itens podem corresponder à falha de comunicação VA: Normas, Políticas e Procedimentos Barreiras Medicamentos de Alta Vigilância são medicamentos que possuem um risco maior de causar dano significante ao paciente, quando utilizados erroneamente. Não significa que existe maior ou menor probabilidade do erro acontecer, mas se este acontecer a conseqüência ao paciente é claramente mais grave. DISPENSAÇÃO DE MEDICAMENTOS DE ALTA VIGILÂNCIA Os eletrólitos de alta concentração são identificados com a etiqueta: Soluções com Eletrólitos de Alta Concentração Padronizadas (19 soluções) ADULTO SG5 % + NaCL 2 0 % + KCL 1 9 ,1 % SG5 % + NaCL 2 0 % SG5%................ 500mL NaCl 20%.......... 5mL KCl 19,1%........... 5mL SG5%................ 1000mL NaCl 20%.......... 10mL KCl 19,1%......... 10mL SG5%............... 1000mL NaCl 20%......... 20mL KCl 19,1%........ 10mL SG5%.............. 1000mL SG5%............ 1000mL NaCl 20%...... 10mL SG5%............ 1000mL NaCl 20%...... 20mL SG5%............ 1000mL NaCl 20% 30mL SG5%............ 1000mL NaCl 20%...... 40mL NaCl 20%........ 30mL KCl 19,1%....... 10mL SG5%............. 1000mL NaCl 20%....... 40mL KCl 19,1%...... 10mL SF.................. 250mL KCl 19,1%...... 10mL SF.................. 250mL KCl 19,1%...... 20mL SF................. 100mL KCl 19,1%..... 10mL SF................. 100mL KCl 19,1%..... 20mL SF + KCL 19,1% SG1 0 % + NaCL 2 0 % + KCL 1 9 ,1 % SG 10%......... 1000mL SG 5%+ KCL 19,1% NaCl 20%...... 40mL KCl 19,1%..... 10mL SG5%.............250mL KCl 19,1%...... 20mL 43 MEDICAMENTOS DE ALTA VIGILÂNCIA ANTICOAGULANTES Heparina não fracionada: Heptar® 5000UI/mL (frasco ampola 5 mL) Hemofol® / Liquemine® 5000UI injetável (ampola 0,25mL) Heparina de Baixo Peso Molecular: Clexane® Clexane® Clexane® Clexane® 20mg 40mg 60mg 80mg injetável injetável injetável injetável (seringa (seringa (seringa (seringa Anticoagulantes Orais: Marevan® 5mg comprimido Marevan® 2,5mg comprimido Coumadin® 1mg comprimido Coumadin® 2,5mg comprimido Coumadin® 5mg comprimido 0,2 0,4 0,6 0,8 mL) mL) mL) mL) SEGURANÇA NA PRESCRIÇÃO, DISPENSAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO DE ANTICOAGULANTES As primeiras doses deverão ser manipuladas na unidade, caso não possa esperar a manipulação pela Dose Unitária. A heparina endovenosa só poderá ser dispensada nas Farmácias Satélites, mediante prescrição médica. Somente o enfermeiro terá autorização/acesso para obtenção da heparina nas Farmácias Satélites/ Pyxis. Os anticoagulantes injetáveis padronizados serão identificados com uma etiqueta de alerta: Os anticoagulantes orais padronizados serão identificados com papel celofane de cor vermelha. Para o Centro de Diálise a a heparina é dispensada em seringas com concentração de 500 UI/mL nas apresentações de seringas de 10ml ou 20ml. São identificadas com a seguinte etiqueta: DISPENSAÇÃO DE INSULINA MULTIDOSE A insulina é um medicamento considerado "de alta vigilância" pelo hospital e os frascos/embalagens são rotulados de maneira diferenciada, sendo identificado com etiqueta de cor vermelha (código de barra). Programa de Diabetes EVENTOS ADVERSOS Erros de medicação (insulina) – 2010/2011/2012 Gravidade do erro Local de ocorrência CMC 7/8 ANDAR UVM PA MI EXT UTI-A 100% 90% 80% 20 70% E 60% 15 D 50% C 40% 10 B 30% A 20% 5 10% 0% 0 2010 (n=27) 2011 (24) 2012 (n=17)* 2010 (n=27) 2011 (24) Tipos mais frequentes de erros de medicação Vencimento Medicamento Errado Atraso ou Omissão Técnica de Administração Errada Dose Errada Outros 2010 9 7 5 4 1 1 2011 1 4 5 4 6 2 2012 0 5 4 0 7 0 2012 (n=17)* - Definição: Total de glicemias <60 Total de glicemias - Importância - Mortalidade - Queda - Segurança - Causas: - Pouco aporte de CHO - Baixa aceitação alimentar - Interrupção de dieta enteral/parenteral - Jejum prescrito - Muita insulina - Adaptação de dose - Erro de medicação Algumas causas podem ser evitáveis - Investigação de todas as ocorrências. Discussão com a equipe assistencial Reuniões quinzenais do Comitê de DM*. Melhoria em processos assistenciais: - Avaliação da aceitação alimentar - Definição do aporte mínimo de carboidrato na nutrição VO/EV/enteral - Papel do Educador em Diabetes * Nutrição, CMC, Graves, SAME, TRSA, Centro Cirúrgico, Farmácia,DPAQSMA Houve redução dos episódios de hipoglicemia Avaliação da aceitação alimentar conteúdo mínimo de carboidrato Papel educador DM Fonte: Economia da S 1 voluntário 59 35T3 P3QU3N0 T3XTO 53RV3 4P3N45 P4R4 M05TR4R COMO NO554 C4B3Ç4 CONS3GU3 F4Z3R CO1545 1MPR3551ON4ANT35! R3P4R3 N155O! NO COM3ÇO 35T4V4 M310 COMPL1C4DO, M45 N3ST4 L1NH4 SU4 M3NT3 V41 D3C1FR4NDO O CÓD1GO QU453 4UTOM4T1C4M3NT3, S3M PR3C1S4R P3N54R MU1TO, C3RTO? POD3 F1C4R B3M ORGULHO5O D155O! SU4 C4P4C1D4D3 M3R3C3! P4R4BÉN5! 60 • Benadryl • Bricanyl • Retemic • Renitec • Advil • Adtil • Cefamox • Diamox • Claritin • Clavulin • Floratil • Foradil 61 Prescrição eletrônica 62 Prescrição eletrônica 63 Zoltec Solução fisiológica Glicose 5% Metroniflex reteMIC 5mg reniTEC 20mg reniTEC 10mg 67 15 • The patient as the source of control. • Shared knowledge and the free flow of information. O paciente também possui responsabilidade pelo resultado do seu tratamento Partin B, Prevention Medication error: A IOM Report. Nurse Practitioner. 2006. Dec; 31(12):8 Institute of Medicine. Crossing the quality chasm: a new health system for the 21st century. Comittee on Quality Health Care in America, Institute of Medicine, National Academy Press, 2001 O paciente é definido como sendo fonte de controle – o ponto de partida para melhorar a qualidade dos cuidados de saúde. Aos pacientes devem ser dadas as informações necessárias e a oportunidade para que possa tomar decisões relacionadas ao cuidado da sua saúde. A comunicação deve acontecer de forma que o paciente possa entender. As informações devem ser compartilhadas dos dois lados: pacientes x profissional da saúde. Permitir que a informação “flua”. Os pacientes devem ter acesso irrestrito às informações referentes ao seu tratamento. O sistema de saúde deve ser capaz de adaptar-se as diferentes preferências do paciente. Deve-se incentivar a tomada de decisão compartilhada. Partin B, Prevention Medication error: A IOM Report. Nurse Practitioner. 2006. Dec; 31(12):8 Institute of Medicine. Crossing the quality chasm: a new health system for the 21st century. Comittee on Quality Health Care in America, Institute of Medicine, National Academy Press, 2001 The National Patient Safety Partnership recomenda que o paciente faça algumas perguntas antes de receber uma medicação prescrita e que será administrada pela primeira vez: Este é o medicamento que o meu médico prescreveu? Qual é o nome deste medicamento? (comercial e genérico) Para que serve este medicamento? Qual o resultado esperado? Como e com qual freqüência eu irei receber este medicamento? Por quanto tempo eu irei receber este medicamento? Quais são os efeitos colaterais possíveis? O que deve fazer se sentir algum destes efeitos? Existe algum alimento que não posso comer junto com este medicamento? Há alguma interferência dos outros medicamentos que estou recebendo sobre este? Kohn KT, Corrigan JM, Donaldson MS. To Err Is Human: Building a Safer Health System. Washington, DC: National Academies Press; 1999. Obrigada! Claudia Regina Laselva Pacientes Internados e Serviços de Apoio Hospital Albert Einstein [email protected]