Quando o alimento vicia: nutrição e neurociência Para perder peso basta comer menos e gastar mais energia. Simples assim? Se assim fosse, a obesidade não seria um problema de saúde. No entanto, ela vem crescendo rapidamente e atingindo não só os adultos mas também crianças e adolescentes que desde cedo experimentam problemas que até poucas décadas atrás eram exclusividade de adultos como a hipertensão, a dislipidemia e a diabetes. Quantas pessoas conhecemos e que já fizeram inúmeras tentativas de perder peso? Por que muitas vezes observamos que aqueles que mais precisam perder peso estão sempre ingerindo alimentos ricos em calorias como gorduras, cremes, frituras? Se já sabem que é muito mais saudável aumentar o consumo de frutas e saladas, por que continuam a escolher os alimentos mais calóricos? Como é possível entender este fenômeno? A neurociência tenta explicar. O comportamento humano é dirigido por inúmeras substâncias que exercem influência sobre o seu cérebro e que podem provocar dependência. Se perguntarem a alguém que tipo de vício conhece, a resposta será, provavelmente, o vício por álcool, fumo e outras drogas. E os alimentos? Os alimentos também podem exercem influência sobre o comportamento humano. Quando estamos com fome, podemos ficar irritados. Depois de uma refeição rica em proteínas, podemos ficar sonolentos, entre outras sensações. O que muitos não sabem é que alguns alimentos podem viciar por trazerem sensações de prazer por meio do mesmo mecanismo neurológico que ocorre em resposta a drogas como a cocaína. Daí a dificuldade em diminuir o seu consumo. Racionalmente o indivíduo sabe que não é saudável mas está viciado pelo alimento. Que alimentos são estes e como isto ocorre? É possível a mudança de comportamento com resultante desintoxicação? Estas e outras questões serão abordadas em nossa palestra na próxima semana. Todos estão convidados. Regina Vilela - Nuricionista