DE A A Z: GUIA DE VITAMINAS PARA A ALIMENTAÇÃO INFANTIL Introdução 3 Por que a alimentação é tão importante no desenvolvimento infantil 5 A alimentação na infância 8 O papel das vitaminas e minerais no desenvolvimento infantil 15 Conclusão 21 Sobre o ABC na Cozinha 23 INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO Uma alimentação equilibrada e rica em nutrientes é a chave para que as crianças cresçam saudáveis e se desenvolvam integralmente. Nesse e-book, abordaremos as principais razões pelas quais uma alimentação mais saudável durante a infância é fundamental para o desenvolvimento de qualquer criança. Você descobrirá quais são as possíveis consequências de uma dieta pobre em nutrientes, como a dificuldade de aprendizagem ou o surgimento de vários tipos de doenças. Apontaremos, ainda, quais são os alimentos indicados para cada faixa etária, desde o nascimento até a adolescência, e quais tipos de comida devem ser evitados. Assim, você vai ver como é possível levar, sem maiores problemas, uma alimentação mais saudável para dentro da sua casa e da vida dos seus filhos. Então, confira o guia de vitaminas e minerais para a alimentação infantil que preparamos para você. Boa leitura! 4 POR QUE A ALIMENTAÇÃO É TÃO IMPORTANTE NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL POR QUE A ALIMENTAÇÃO É TÃO IMPORTANTE NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL Em um período tão marcado por importantes mudanças físicas e intelectuais, uma alimentação saudável é de suma importância para que a criança tenha condições de crescer, evoluir e manter-se com saúde ao longo do seu desenvolvimento. Essa época é também o período decisivo para a formação de hábitos alimentares saudáveis, onde, espelhando-se na família, a criança tem maiores chances de desenvolver corretamente a sua educação alimentar, passando a consumir naturalmente alimentos ricos em nutrientes e vitaminas que proporcionarão mais saúde para o seu organismo. Com isso, é possível evitar o surgimento de diversos tipos de doenças ainda na infância, como hipertensão, obesidade, diabetes e anemia. É importante evitar que alimentos industrializados, ricos em gordura trans e açúcar, por exemplo, sejam consumidos em grande quantidade. Eles, além das doenças mencionadas acima, podem ser responsáveis por distúrbios de aprendizagem, podendo comprometer o correto desenvolvimento das funções cognitivas nessa idade. 6 POR QUE A ALIMENTAÇÃO É TÃO IMPORTANTE NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL Dessa forma, uma alimentação correta também garantirá, em longo prazo, que a criança tenha em sua fase adulta maiores chances de ter uma vida mais plena e saudável. Por isso, além de alimentar corretamente o seu filho, busque formas de despertar em seu dia a dia o interesse necessário para que ele possa perceber a importância que a alimentação representa, e passe a incluir bons alimentos em sua dieta por livre e espontânea vontade. 7 A ALIMENTAÇÃO NA INFÂNCIA A ALIMENTAÇÃO NA INFÂNCIA Os dois primeiros anos de vida são marcados por um desenvolvimento físico e social acelerado, sendo visível o efeito que a falta de nutrientes causa na relação da criança com o ambiente. Crianças bem nutridas têm mais energia para aprender por meio dos estímulos e facilidade para se relacionar com seus pais e cuidadores. Conheça um pouco mais sobre a alimentação e sua influência nas diferentes fases da vida da criança. 0 A 2 ANOS Até os 6 meses Segundo dados do Ministério da Saúde, até os 6 meses de vida é muito importante que a criança receba exclusivamente o leite materno. Além de mais nutritivo do qualquer outro tipo de alimento para o recém-nascido, o leite materno já contém a quantidade de água necessária para o organismo do bebê. Sua capacidade gástrica é 20 ml ao nascer e de 200 ml aos 12 meses de idade e, por este motivo, outros líquidos, como chás, por exemplo, podem diminuir o volume de leite ingerido e aumentar o risco de doenças. 9 A ALIMENTAÇÃO NA INFÂNCIA Dos 6 meses até os 2 anos A partir dos seis meses até os dois anos de vida, é importante que a criança comece a ingerir, gradualmente, outros tipos de alimentos, como frutas, legumes, carnes, leguminosas e cereais — mas mantendo o aleitamento materno na dieta e integrando os demais alimentos de forma gradual, respeitando o tempo de desenvolvimento do organismo de cada criança. Nessa fase,em que são tão curiosos e propensos a colocar tudo na boca, aproveite para preparar frutas e vegetais em diferentes formatos e deixe na frente deles para que possam começar a se familiarizar com as diferentes cores, texturas, aromas e sabores. 10 A ALIMENTAÇÃO NA INFÂNCIA Essa variedade nos alimentos deverá proporcionar a ingestão de vitaminas e minerais essenciais para o desenvolvimento saudável e adequado e, por isso, alguns cuidados devem ser observados no preparo destes alimentos: • Selecione alimentos frescos e nutritivos; • Certifique-se de que os utensílios e as mãos estejam devidamente higienizados antes de começar o preparo; • Os alimentos devem ser cozidos com o mínimo de água possível e apenas até ficarem macios, evitando que se percam nutrientes sensíveis ao calor; 11 • NUNCA adicione sal ou açúcar. Utilize temperos frescos para dar cor e sabor; • Para garantir o aporte de nutrientes, selecione ingredientes de diferentes grupos e cores a cada dia e sirva-os separadamente; • Não encha o prato: uma colher de sopa (rasa) de cada grupo de alimento para cada ano de idade é uma boa referência. A ALIMENTAÇÃO NA INFÂNCIA 2 A 6 ANOS De acordo com informações do Departamento de Nutrologia da Sociedade Brasileira de Pediatria, nessa fase a criança tem uma diminuição natural no ganho de peso e no seu crescimento. Por isso, é comum que pais, e até alguns médicos, interpretem de forma errada alguns casos de perda do apetite de crianças durante a faixa etária. Associado ao maior interesse da criança pelo meio que a cerca, as distrações e a falta de interesse no alimento causam diversas tensões na família. Para reverter este quadro, trabalhe com a curiosidade da criança: permita que ela manipule, cheire e experimente os diferentes ingredientes. É comum que ela queira algo em um dia e rejeite no outro, o que não significa que ela “deixou de gostar”, e tudo bem! Em outra ocasião, pode-se tentar novamente, sem brigas ou chantagens. Para garantir uma alimentação saudável e balanceada, deve-se restringir o acesso aos alimentos pobres em nutrientes e ricos em açúcar, que são de fácil aceitação, evitando o aparecimento de doenças relacionadas à falta de nutrientes no organismo da criança. 12 A ALIMENTAÇÃO NA INFÂNCIA 7 A 11 ANOS Entre os 7 e 11 anos de idade, as crianças passam a seguir uma rotina escolar. O convívio com outras pessoas e as primeiras experiências sociais individuais contribuem no processo de amadurecimento de sua educação alimentar. É papel dos pais servir de exemplo durante as refeições em família e limitar o acesso de alimentos pouco nutritivos dentro de casa. Esta fase é ideal para começar a conversar sobre as propriedades e benefícios de uma alimentação adequada, fazendo com que ela seja consciente das suas escolhas. ADOLESCÊNCIA A adolescência é marcada por intensas transformações físicas, psicológicas e de ordem comportamental do individuo. Com isso, o meio ambiente e o tipo de cultura em que o adolescente está inserido podem determinar sua forma de alimentar-se. 13 A ALIMENTAÇÃO NA INFÂNCIA Aqui, a necessidade de energia que o organismo precisará é proporcional à velocidade com que o corpo cresce e se desenvolve, o que acontece de forma muito acelerada. As alterações hormonais também demandam um consumo adequado de vitaminas e minerais. Deve-se atentar à sua suscetibilidade à influência da mídia e das pessoas que admiram que, associada com a busca independente por informações, podem levar o adolescente a fazer dietas ou começar com modismos alimentares. A busca por padrões de beleza física e algumas carências emocionais nesta fase de extrema insegurança, favorecem o desenvolvimento de transtornos, como anorexia, bulimia ou compulsão alimentar. Por este motivo, a alimentação do adolescente deve ser acompanhada de perto para garantir que ele esteja ingerindo os nutrientes necessários para superar essa turbulenta fase de sua vida. 14 O PAPEL DAS VITAMINAS E MINERAIS NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL O PAPEL DAS VITAMINAS E MINERAIS NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL VITAMINA A A vitamina A e seus precursores (carotenoides), presente em laticínios, ovos, vísceras e vegetais de cores fortes, como a cenoura, é muito importante para a formação da pele e das células do sistema imunológico, atuando na prevenção de infecções, doenças respiratórias e diarreia. O sintoma mais conhecido de sua falta é a chamada “cegueira noturna”. 16 O PAPEL DAS VITAMINAS E MINERAIS NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL VITAMINA C A vitamina C, facilmente encontrada em frutas de sabor ácido e hortaliças, é essencial para a formação de tecidos conjuntivos. Portanto, sua falta nos primeiros anos de vida pode acarretar em prejuízos na formação de ossos, cartilagens, dentes e outros tecidos aumentando, também, o risco de contrair infecções. VITAMINA D Formada na pele quando exposta ao sol, age na absorção e fixação do cálcio e, de acordo com pesquisas mais recentes, influencia no crescimento dos cabelos, na regulação do sistema imunológico e, ainda, na resposta ao stress. Nos alimentos, é encontrado em grande quantidade em peixes de água salgada e, em menor quantidade, em outros alimentos de origem animal. Alguns cereais e laticínios são enriquecidos com este nutriente. 17 O PAPEL DAS VITAMINAS E MINERAIS NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL CÁLCIO O cálcio é essencial durante a infância para a formação e crescimento adequado dos ossos, participando também na coagulação do sangue, contração dos músculos e funções do coração. O leite e seus derivados e peixes consumidos com a espinha (sardinha, por exemplo) são as melhores fontes de cálcio. Também está presente nos vegetais folhosos de cor verde, na castanha do pará, nas amêndoas e feijões, devendo a alimentação ser bastante variada e nutritiva para compensar eventual retirada de laticínios da dieta. FERRO Além de ser essencial para a produção de energia, este nutriente também atua na formação do colágeno, ossos e no funcionamento do sistema de defesa do organismo. Sua principal fonte é a carne vermelha, mas pode ser encontrada em frutas, vegetais, leguminosas e em cereais enriquecidos. Para melhor absorção do ferro destes alimentos, recomenda-se que sejam ingeridos juntamente com frutas cítricas. Sua carência na fase escolar pode causar, além dos clássicos sintomas de irritabilidade, apatia e fraqueza, dificuldades de concentração e prejuízos no desenvolvimento cognitivo. 18 O PAPEL DAS VITAMINAS E MINERAIS NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL MAGNÉSIO O magnésio atua no crescimento, regulação da temperatura e seu consumo adequado traz benefícios em diversas condições, como na hipertensão, no diabetes, nas infecções por bactérias e fungos e, também, nas crises asmáticas. Os alimentos de origem vegetal são fontes deste mineral, que pode ser encontrado, também, no leite, castanhas, carne e frutos do mar. SELÊNIO A redução do consumo de alimentos frescos nos países ocidentais tem causado uma preocupação cada vez maior com a falta de micronutrientes, principalmente do selênio. Sua deficiência acarreta em redução da capacidade de defesa contra infecções virais e, em casos mais graves, doenças cardíacas e da cartilagem óssea. Para garantir a ingestão adequada, feijões, cereais integrais, carnes e oleaginosas (castanhas) devem fazer parte da dieta. 19 O PAPEL DAS VITAMINAS E MINERAIS NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL ZINCO O zinco é indispensável para a saúde humana, atuando no crescimento, desenvolvimento, reprodução e regulação de diversas funções. A deficiência deste nutriente durante a infância e adolescência pode provocar um atraso no crescimento estatural, além de afetar a percepção dos sabores, a capacidade de cicatrização e, ainda, a defesa do organismo, favorecendo infecções. Suas principais fontes são as carnes vermelhas e os frutos do mar. Pode ser encontrado, também, nos cereais integrais, castanhas, legumes e tubérculos. Assim, uma alimentação bastante diversificada estará adequada em zinco. 20 CONCLUSÃO CONCLUSÃO A melhor forma de garantir que seu filho consumirá todos estes nutrientes é proporcionando uma dieta variada, incluindo alimentos de todos os grupos alimentares: cereais, verduras e legumes, frutas, leguminosas, carnes e ovos, leites e derivados. Com relação àqueles dos grupos dos doces e gorduras, cabe aos pais monitorar para que sejam consumidos com moderação, pois podem levar ao sobrepeso e à falsa sensação de que a criança está crescendo “forte e saudável”. Além da correta ingestão dos alimentos, é muito importante que ao longo do seu crescimento a criança aprenda sobre o papel de sua alimentação em sua vida. Proporcionar uma educação alimentar além de fornecer os alimentos em si, é também contribuir para que, no futuro, o seu filho saiba sozinho alimentar-se corretamente. Nesse contexto, convidá-lo para participar das tarefas na cozinha ou participar de um curso de culinária infantil podem mostrar à criança diferentes formas de encarar os alimentos, além de trabalhar outras habilidades inerentes ao seu desenvolvimento, como a convivência, socialização, tomada de decisões, coordenação motora e sensibilidade. 22 A ABC na Cozinha tem como objetivo desenvolver as habilidades socioemocionais das crianças por meio da gastronomia. Com o contato e o preparo do alimento, são exploradas competências, como autonomia, criatividade e compartilhamento, além de ser reforçada a importância de uma alimentação adequada para a nossa saúde. Levamos uma vida mais saudável para você e sua família! Palma, Domingos; Escrivão, Maria Arlete Meil Schimith; Oliveira, Fernanda Luisa Ceragioli. Guia de Nutrição Clinica na infância e adolescência. 1ª Edição. São Paulo. Manole, 2009. L. Kathleen Mahan, MS, RD, CDE and Janice L Raymond. Krause’s Food & the Nutrition Care Process. 14th Edition. Saunders, 2016. National Academy of Sciences, Dietary Reference Intake. Disponível em: <https://fnic.nal.usda.gov/ dietary-guidance/dietary-reference-intakes>. Acesso em 18 de maio de 2016 Zempleni, Janos ; Rucker, Robert B.; McCormick, Donald B.; Suttie, John W. Handbook of Vitamins, Fourth Edition (CLINICAL NUTRITION IN HEALTH AND DISEASE. 4th Edition. London: CRC Press, 2007. Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia. vol.32 supl.2 São Paulo June 2010 Epub May 28, 2010 Editora:Francielly Kirchner Caobianco: Formada em Nutrição pela Universidade Federal do Paraná. Possui experiência nas áreas hospitalar, neuropediatria e obesidade infantil.