RevInter Ensaio ISBN 1984-3577 Toxicologia in silico: Categorização e predição da toxicidade do 1,3-Dioxolano-4-Metanol,2,2Dimetil-, (4 -R)- com ferramentas computacionais Carlos E. M. dos Santos Farmacêutico e Toxicólogo. Analista de Risco Toxicológico da Intertox. E-mail: [email protected] Resumo A metodologia in silico é um novo avanço da Toxicologia no contexto da avaliação e predição da toxicidade. Este novo conjunto de abordagens metodológicas, baseado em modelos computacionais que incorporam o conhecimento sobre REA (Relação Estrutura-atividade), QSAR(Quantitative Structure-activity Relationship), estatística, e todo conhecimento sobre toxicidade adquirido em estudos de avaliação da toxicidade, visa uma maior custo-efetividade e racionalização em experimentação animal nos testes toxicológicos. Tal avanço traz aos países, especialmente aqueles em desenvolvimento, maiores possibilidades de instituição de políticas de segurança toxicológica, como o estabelecimento de ações regulatórias, preenchimento de fichas de segurança, gerenciamento de riscos, e priorização de testes com grupos de substâncias e inventários locais; além da atualização frente às novas tendências e regulamentações internacionais estabelecidas no âmbito da produção, desenvolvimento e comercialização de produtos químicos. Neste trabalho, com o uso de ferramentas computacionais, realizou-se a predição da (eco)toxicidade do composto 1,3-Dioxolano-4-Metanol,2,2-Dimetil-, (4 –R),número CAS 14347-78-5, considerando-se endpoints qualitativos (carcinogenicidade, genotoxicidade, toxicidade para reprodução, potencial de irritação, e outros) e quantitativos (estimativa de toxicidade aguda, com predições de Dose/Concentração Letal média SANTOS, Carlos Eduardo Matos dos. Toxicologia in silico: categorização e predição da toxicidade do 1,3-Dioxolano-4-Metanol,2-2Dimetil, (4-R). RevInter Revista Intertox de Toxicologia, Risco Ambiental e Sociedade, v. 4, n. 2, p. 92-109, jun. 2011. 92 RevInter Ensaio ISBN 1984-3577 – DL50 e CL50). Foram obtidas estimativas da CL50 para Daphnia magna (48 hs e 24 hs) e Fathead minnow (ou Pimephales promelas)- 96 hs, e da DL50 (oral, para ratos). Foram identificados resultados obtidos experimentalmente de um análogo estrutural em bases de dados. Quanto ao potencial de toxicidade para a pele, a substância foi categorizada como irritante para a pele, não sendo identificados alertas para sensibilização dérmica. Identificou-se uma subestrutura com potencial de ligação não covalente ao DNA, sendo que por outro lado, foram apresentados também resultados negativos quanto à carcinogenicidade e reatividade com biomoléculas por outros módulos do sistema. A substância apresentou resultado negativo para toxicidade para a reprodução e potencial de ligação a receptores estrogênicos. Os resultados foram discutidos com base em informações da literatura. Palavras-chave: Avaliação da Toxicidade. 1,3-Dioxolano-4-Metanol,2,2-Dimetil-(4 –R). In silico. QSAR. Abstract The in silico methodology is a new advance of Toxicology in the context the assessment and prediction of toxicity. This new set of methodological approaches, based in computational SAR(Structure-Activity models that Relationship), incorporate the QSAR(Quantitative knowledge about Structure-activity Relationship), statistic, and of all acquired knowledge about toxicity in studies of Toxicity Assessment, aims a better cust-effectiveness and animal experimentation rationalization in the toxicological tests. This advance bring to the countries, especially those in development, greatest possibilities of insertion of chemical safety policy, such the establishment of regulatory, filling of chemical safety data sheets, risk managements, and test prioritization with substance set or local inventories; beside of actualization relative the new trends e international regulatory actions established in the ambit of production, development, and commercialization of chemicals. In the study, using computational tools, was conducted the (eco)toxicity prediction of 2,2-Dimethyl-1,3-dioxolane-4-methanol(4-R-), CAS number 14347-78-5, SANTOS, Carlos Eduardo Matos dos. Toxicologia in silico: categorização e predição da toxicidade do 1,3-Dioxolano-4-Metanol,2-2Dimetil, (4-R). RevInter Revista Intertox de Toxicologia, Risco Ambiental e Sociedade, v. 4, n. 2, p. 92-109, jun. 2011. 93 Ensaio considered qualitative RevInter ISBN 1984-3577 (carcinogenicity, genotoxicity, reproduction toxicity, irritating potential, and others) and quantitative (acute toxicity estimative, with median Lethal Dose and Concentration – LD50 and LC50) endpoints. Were obtained LC50 estimates for Daphnia magna (48 and 24 hours) and Fathead minnow (Pimephales promelas) - 96 hours, and the LD50 (oral, for rats) estimates. Were identified experimental results for a structural analogue in the databases. Regarding the potential for skin irritation, the substance was categorized as irritant for skin, not being identified alerts for skin sensitization. Was identified a substructure with potential of no covalent bond to the DNA, being the however, were also presented negative results for genotoxic carcinogenicity and reactivity for biomolecules by other modules systems. The substance presented negative results for reproduction toxicity and for potential of estrogenic receptors bond. The results were discussed based in literature information. Keywords: Toxicity Assessment. 1,3-Dioxolane-4-methanol ,2,2-Dimethyl-(4-R). In silico. QSAR. INTRODUÇÃO Com a chegada dos métodos in silico para a identificação e previsão da toxicidade de substâncias, o preenchimento de lacunas em informações toxicológicas se tornou uma nova possibilidade. A avaliação da toxicidade, como base para a identificação do perigo de compostos químicos, é um passo primordial no desenvolvimento de novas entidades químicas, sejam elas planejadas para uso terapêutico; cosmético; como conservantes alimentares; como defensivos agrícolas; adubos e fertilizantes; domissanitários; tintas; entre outros diversos produtos. Toda substância química apresenta potencial toxicidade, em menor ou maior grau, e tal conhecimento torna-se essencial para uma utilização considerada segura. No amplo contexto dos produtos químicos, a avaliação da toxicidade auxilia na seleção de candidatos segundo menor potencial de toxicidade, e sobretudo, fornece as bases para (i) o estabelecimento de critérios e formas de uso ou manejo; (ii) para o SANTOS, Carlos Eduardo Matos dos. Toxicologia in silico: categorização e predição da toxicidade do 1,3-Dioxolano-4-Metanol,2-2Dimetil, (4-R). RevInter Revista Intertox de Toxicologia, Risco Ambiental e Sociedade, v. 4, n. 2, p. 92-109, jun. 2011. 94 RevInter Ensaio ISBN 1984-3577 estabelecimento de ações regulatórias efetivas (ex: regulamentações sobre transporte, importação ou exportação, etc.); (iii) para o atendimento a regulações já previamente estabelecidas; e (iv) para o processo de avaliação de risco toxicológico e ecotoxicológico. Devido ao ritmo do desenvolvimento da produção química mundial, e, o alto custo das avaliações tradicionais de toxicidade, a quantidade de animais sacrificados, e maior tempo demandado para realização dos testes; foi proposto um novo modelo de abordagem em testes de toxicidade. A Toxicologia in silico, uma das fronteiras da Toxicologia, traz um novo paradigma de avaliação da toxicidade de substâncias, no qual são feitas predições da toxicidade através ferramentas computacionais, baseadas em modelos QSAR (Quantitative Structure-activity Relationship), modelos REA (Relação Estrutura-atividade), modelos estatísticos, entre outros (HELMA et al., 2004). Estes novos métodos de previsão de toxicidade objetivam a racionalização de testes com animais e maior custo-efetividade, o que traz aos países, especialmente aqueles em desenvolvimento, maiores possibilidades de instituição de políticas de segurança toxicológica e de atualização frente às novas regulamentações internacionais estabelecidas no âmbito da produção e comercialização de produtos químicos. Tal aprofundamento científico, ainda pouco explorado no Brasil, é sem dúvidas de grande valor no contexto regulatório, avaliação de risco, e da gestão ambiental (SANTOS, 2011). A expansão da Toxicologia, partindo de uma ciência antes apenas observacional, para uma ciência extremamente preditiva, partiu de uma série de fragilidades observadas. Nesse caso, a extensa quantidade de produtos químicos não-testados (novos e existentes) a serem avaliados; os altos custos dos testes de toxicidade tradicionais; o tempo demandado, e o grande número de animais sacrificados em testes (Collins, 2008). Com os avanços em Toxicologia Molecular e Bioquímica, Ciências Computacionais (inclusive da Biologia e Química Computacional), entre outras, tornou-se possível estabelecer um novo paradigma para avaliação de substâncias, através da Toxicologia Computacional (USEPA, 2010a). SANTOS, Carlos Eduardo Matos dos. Toxicologia in silico: categorização e predição da toxicidade do 1,3-Dioxolano-4-Metanol,2-2Dimetil, (4-R). RevInter Revista Intertox de Toxicologia, Risco Ambiental e Sociedade, v. 4, n. 2, p. 92-109, jun. 2011. 95 Ensaio RevInter ISBN 1984-3577 A Toxicologia Computacional pode ser definida como a área da Toxicologia, na qual são aplicados modelos computacionais e matemáticos para a predição de efeitos adversos, e, para o melhor entendimento do(s) mecanismo(s) através do(s) qual(is) uma determinada substância provoca o dano (IUPAC, 2007 apud Santos, 2011; Hubal, 2008). Segundo Helma e colaboradores (2004) as técnicas in silico ou baseadas em modelos computacionais podem ser categorizadas em três classes: (i) Modelagem molecular – análise computacional da relação entre um agente tóxico,e um ou mais alvos moleculares, geralmente armazenados em base de dados de proteínas; (ii) Expert systems – técnicas que simulam o raciocínio humano à cerca do fenômeno toxicológico ou toxicidade; e (iii) Data Driven Systems – incluem métodos que derivam previsões a partir de uma série de dados obtidos experimentalmente. A Modelagem molecular é uma abordagem muito usada em pesquisa farmacêutica, podendo ser aplicada à Toxicologia. É necessário dispor da estrutura do alvo molecular, geralmente obtida por cristalografia de raio X, e que posteriormente, é construída computacionalmente e armazenada em bases de dados como PDB (Protein Data Base). A partir disso, podem ser feitos testes computacionais medindo a energia de ligação entre potenciais ligantes e os alvos moleculares, sendo que atualmente existem elucidadas muitas famílias de alvos de importância toxicológica, como receptores estrogênicos e outros receptores nucleares, quinases, hidrolases, entre outros. (Rabinowitz, 2009). Nos “Expert Systems”, são inseridas informações com base no conhecimento humano sobre propriedades moleculares, de metabolismo e toxicidade, baseadas em diferentes modelos, tais quais: modelos QSAR, REA, modelos matemáticos e estatísticos, entre outros modelos obtidos de trabalhos científicos considerados adequados. Por exemplo, pode ser inserido no software a informação de que determinada (sub)estrutura é responsável por determinada atividade, nesse caso, chamada de bióforo (ou toxicóforo, em se tratando de atividade tóxica), fazendo-se predições de toxicidade a partir de alertas estruturais. Em outros casos, podem ser inclusos modelos QSAR, considerando por exemplo descritores moleculares como o Log de Kow ou quantidade de doadores de ligação de hidrogênio, amplamente SANTOS, Carlos Eduardo Matos dos. Toxicologia in silico: categorização e predição da toxicidade do 1,3-Dioxolano-4-Metanol,2-2Dimetil, (4-R). RevInter Revista Intertox de Toxicologia, Risco Ambiental e Sociedade, v. 4, n. 2, p. 92-109, jun. 2011. 96 Ensaio RevInter ISBN 1984-3577 utilizados para estimar toxicidade para organismos aquáticos (Beningi et al., 2009; Netzeva, 2007; Helma et al., 2004). Os “Data Driven Systems” são baseados em métodos de previsão derivados de dados experimentais, baseados em QSAR, REA e outras metodologias. A partir de modelos QSAR são derivadas equações, considerando os valores de dados experimentais, como no caso de resultados de testes com espécies aquáticas. Tais equações podem ser utilizadas para fazer as predições para novas substâncias que compartilham similaridade estrutural ou mecanística (OECD, 2010; Helma, 2004). A qualidade e confiança dos modelos, apesar de processos próprios de validação dos sistemas, dependem do endpoint em questão. Por exemplo, os modelos para toxicidade aguda e carcinogenicidade genotóxica são mais confiáveis, devido a relativa maior abundância de dados experimentais e ao maior conhecimento mecanístico (ex. reatividade química e ligação eletrofílica ao DNA), respectivamente (Gatnik, 2010). A abordagem de validação estatística externa é utilizada pela USEPA, na qual são utilizados dados experimentais que não fazem parte do grupo de teste (dados experimentais externos), avaliando-se a correlação de resultados, baseandose na premissa de que as CL50 de algumas espécies possuem alta correlação de dose. Assim, por exemplo, sabendo que para um dado agente químico, existe uma correlação entre CL50 para espécie A e CL50 para espécie B (maior ou menor sensibilidade), compara-se o valor de determinada predição com o valor estimado/conhecido (USEPA, 2010b). Neste trabalho, objetivou-se apresentar os métodos e ferramentas da Toxicologia in silico, e, aplicar tais conhecimentos experimentalmente, ou seja, realizar através destas ferramentas a avaliação preditiva da toxicidade e do comportamento ambiental de uma substância, nesse caso, o 1,3-dioxolano-4metanol, 2,2-dimetil-, (4r)-, um derivado dioxolano, número CAS 14347-78-5, de uso conhecido na indústria, cujos dados de toxicidade são relativamente reduzidos. Apresenta-se também, a discussão dos resultados da avaliação em relação a informações encontradas na literatura. SANTOS, Carlos Eduardo Matos dos. Toxicologia in silico: categorização e predição da toxicidade do 1,3-Dioxolano-4-Metanol,2-2Dimetil, (4-R). RevInter Revista Intertox de Toxicologia, Risco Ambiental e Sociedade, v. 4, n. 2, p. 92-109, jun. 2011. 97 RevInter Ensaio ISBN 1984-3577 RECURSOS METODOLÓGICOS As CLs50 para duas diferentes espécies aquáticas e a DL50 (oral, para ratos) foram estimadas através do método Consensus com o software T.E.S.T©, versão 3.3 de 2010 (USEPA, 2010b). Realizou-se também a predição da CL50 para Daphnia magna através da metodologia Análise de tendência com o software QSAR Toolbox©, tendo o Log de Kow como descritor, considerando no estudo análogos com similaridade acima de 50% e que compartilhassem a mesma mecanística (narcose) (OECD, 2010), sendo encontrados no sistema 39 análogos disponíveis para o endpoint considerando um tempo de exposição de 24 horas. As predições foram feitas com base no desenho da forma estrutural, considerando a forma enantiomérica do derivado dioxolano correspondente ao obtido pelo número CAS 14347-78-5 (ver fig. 1) no QSARToolbox, com configuração R, já que a substância possui centro estereogênico no carbono 4 e duas possíveis conformações (R e S). CH3 H3C O O H OH Figura 1. Estrutura do 1,3-Dioxolano-4-Metanol,2,2-Dimetil-, (4 -R)- considerada nas análises com os softwares T.E.S.T e QSAR Toolbox. O centro estereogênico é indicado pela seta. Foram utilizados os softwares Toxtree© e QSAR Toolbox para análise de subestruturas do derivado dioxolano ligadas à atividade tóxica, considerando-se a predição de múltiplos endpoints qualitativos (mutagenicidade, carcinogenicidade, potencial de ligação a receptores estrogênicos, toxicidade para a reprodução, entre outros). O potencial de toxicidade para o desenvolvimento foi avaliado pelo software T.E.S.T através da metodologia CAESAR Random Forest. Um resumo da abordagem metodológica é apresentado no quadro 1. SANTOS, Carlos Eduardo Matos dos. Toxicologia in silico: categorização e predição da toxicidade do 1,3-Dioxolano-4-Metanol,2-2Dimetil, (4-R). RevInter Revista Intertox de Toxicologia, Risco Ambiental e Sociedade, v. 4, n. 2, p. 92-109, jun. 2011. 98 RevInter Ensaio ISBN 1984-3577 Quadro 1. Resumo da abordagem metodológica nas predições, considerando os efeitos considerados e os respectivos sistemas utilizados, segundo agência responsável Efeito Metodologia ou modelo de avaliação CL50 Daphnia magna Metodologia QSAR Consensus (48 hr) mg/L CL50 Fathead minnow Metodologia QSAR Consensus (96 hr) mg/L CL50 Daphnia magna Análise de Tendência (24 hr) mg/L Mutagenicidade, Carcinogenicidade Alertas estruturais/Modelos Potencial de irritação, e QSAR, e outros modelos outros endpoints Toxicidade para a Alertas estruturais, Modelos reprodução e para o QSAR e outras metodologias Desenvolvimento Software T.E.S.T T.E.S.T Agência USEPA (2010) USEPA (2010) QSAR Toolbox OECD (2010) Toxtree QSAR Toolbox CE(2010) OECD (2010) QSAR Toolbox T.E.S.T OECD (2010) USEPA(2010) Os resultados obtidos foram discutidos com base em informações encontradas na literatura. Realizou-se a busca de informação sobre toxicidade da substância do estudo, com base em identificadores comuns (nome químico e n° CAS), além da busca pela estrutura química, nas bases de dados Expub, TOXNET e ChemIDplus, considerando a hipótese de que haja ambigüidade no registro de substâncias. RESULTADOS E DISCUSSÃO Toxicidade aguda A avaliação in silico realizada com o software T.E.S.T (USEPA), através do método Consensus, analisando a toxicidade aguda do 1,3-Dioxolano-4-Metanol,2,2Dimetil-(4-R), resultou em um valor predito da CL50 para Daphnia magna (48 hs) de 886,23 mg/L, não sendo identificados para este endpoint resultados obtidos experimentalmente (com métodos tradicionais). A predição de CL50 para Fathead minnow (ou Pimephales promelas)- 96 hs resultou em um valor igual a 4823,92 mg/L, sendo que o sistema identificou, através da estrutura um valor obtido experimentalmente na base de dados ECOTOX (Quadro 2). SANTOS, Carlos Eduardo Matos dos. Toxicologia in silico: categorização e predição da toxicidade do 1,3-Dioxolano-4-Metanol,2-2Dimetil, (4-R). RevInter Revista Intertox de Toxicologia, Risco Ambiental e Sociedade, v. 4, n. 2, p. 92-109, jun. 2011. 99 Ensaio RevInter ISBN 1984-3577 Ressalta-se que substância correspondente ao resultado experimental identificado pelo T.E.ST, nesse caso, com o nome 2,2 Dimetil -1,3-dioxolano-4metanol, está registrada com outro número (CAS 100-79-8), sendo estruturalmente idêntica (coeficiente de similaridade igual a 1) ao derivado do presente estudo, no entanto, sem a descriminação de uma dentre as duas possíveis conformações estruturais (R ou S), já que o substituinte hidrogênio do carbono 4 foi omitido (fig. 1 e 2) (TOXNET, 2011). Quadro 2. Predições de CL50 (Daphnia magna, 48 hs; e Fathead minnow*, 96 hs) para a substância 1,3-Dioxolano-4-Metanol,2,2-Dimetil-(R) através do método Consensus com o software TEST. Na segunda coluna são apresentados valores de resultados experimentais obtidos em bases de dados (disponível apenas a CL 50 para Fathead minnow), e na terceira coluna, os valores preditos pelo sistema. Prediction results Endpoint Experimental value Predicted value Daphnia magna LC50 (48 hr) – N/A 2,17 Log(mol/L) Daphnia magna LC50 (48 hr) N/A 886,23 mg/L Fathead minnow LC50 (96 hr) 0,90 ** 1,44 Log(mol/L) Fathead minnow LC50 (96 hr) 16717,29 ** 4823,92 mg/L Fonte: Relatório obtido pelo software T.E.S.T *Pimephales promelas **Valores experimentais disponíveis na base ECOTOX correspondente à substância com CAS 100-79-8 Figura 2. 2,2 Dimetil -1,3-dioxolano-4-metanol, número CAS 100-79-8,reportada no ChemIDplus sem discriminação da conformação estrutural O valor predito de CL50 (D. magna, 24 hs) do derivado dioxolano, obtido através da Análise de tendência com o QSAR Toolbox©, foi igual a 2,07 log(1/mol/L) (equivalente a 1130 mg/L), com uma faixa de 1,89 a 2,24 log SANTOS, Carlos Eduardo Matos dos. Toxicologia in silico: categorização e predição da toxicidade do 1,3-Dioxolano-4-Metanol,2-2Dimetil, (4-R). RevInter Revista Intertox de Toxicologia, Risco Ambiental e Sociedade, v. 4, n. 2, p. 92-109, jun. 2011. 100 RevInter Ensaio ISBN 1984-3577 (1/mol/L) considerando um intervalo de confiança de 95% (Fig. 3). Comparando este resultado com a predição do software T.E.S.T para CL50 (D. magna, 48hs), observa-se que a predição feita pelo QSAR Toolbox foi 21,57% maior, o que seria aceitável, já o tempo de exposição considerado neste último (de 24hs) é inferior ao outro (de 48 horas). Figura 3. Resultado da predição de CL50 (D. magna, 24 hs) do derivado dioxolano feita através da Análise de tendência com o QSAR Toolbox, baseada em dados de 39 análogos com similaridade maior que 50%. A CL50(ordenada) é estimada segundo o descritor Log de Kow dos análogos(abscissa). O valor predito foi igual a 2,07 log(1/mol/L) ou 1130 mg/L; com uma faixa de 1,89-2,07 log(1/mol/L), considerando um limite de confiança de 95%. O resultado da predição de toxicidade oral aguda realizado com o software T.E.S.T, pelo mesmo método anteriormente utilizado, apresentou uma estimativa de DL50 (oral, para ratos) igual a 8398,98 mg/kg. O sistema encontrou um resultado experimental pela estrutura química, na base de dados ChemIDplus, com uma DL50 (oral, para ratos) igual a 7001,09 mg/kg (quadro 3). Assim como no caso anterior, o valor obtido experimentalmente é correspondente ao derivado dioxolano com CAS número 100-79-8, reportado na base ChemIDplus. Quadro 3. Predição de DL50 (oral, para ratos) para a substância 1,3-Dioxolano-4Metanol,2,2-Dimetil através do método Consensus com o software TEST(coluna 3). O sistema identificou um resultado experimental (segunda coluna) reportado no ChemIDplus Prediction results Endpoint Experimental value CAS: 100-79-8 Source: Predicted valuea SANTOS, Carlos Eduardo Matos dos. Toxicologia in silico: categorização e predição da toxicidade do 1,3-Dioxolano-4-Metanol,2-2Dimetil, (4-R). RevInter Revista Intertox de Toxicologia, Risco Ambiental e Sociedade, v. 4, n. 2, p. 92-109, jun. 2011. 101 Ensaio RevInter ISBN 1984-3577 ChemidPlus Oral rat LD50 -Log(mol/kg) Oral rat LD50 mg/kg 1,28 7001,09 1,20 8398,98 Fonte: Relatório obtido pelo T.E.S.T a Nota: A substância de teste foi incluída no grupo do teste externo Mutagenicidade e Carcinogenicidade Através do Toxtree e QSAR Toolbox, foi identificada uma subestrutura no derivado dioxolano com alerta estrutural positivo segundo as Regras de ensaio de micronúcleo em roedores (fig. 4). Esse alerta considera a possibilidade da substância interagir com o DNA através de ligações não covalentes . Tal informação pode ser útil e direcionar estudos e servir como filtro “coarse-grain” numa avaliação preeliminar (útil para a priorização), no entanto, o alerta estrutural isolado possui determinada limitação na definição dos agentes que são ou não tóxicos, já que o alerta estrutural não considera a modulação da toxicidade pelas demais subestruturas (Benigni et al., 2009, p.8 ). Figura. 4. Alerta estrutural positivo do derivado dioxolano para ensaio de micronúcleo em roedores. Uma fração da estrutura do derivado dioxolano foi identificada como similar ao alerta estrutural para substâncias positivas em ensaio de micronúcleo em roedores A= Algum átomo, exceto hidrogênio; H-bond-Acc= Algum átomo que é um potencial receptor de ligação de hidrogênio. Por outro lado, através da análise segundo as Regras Benigni/Bossa de Carcinogenicidade e Mutagenicidade, não foram identificados alertas estruturais para o derivado dioxolano, sendo que o sistema reportou o resultado como “negativo para carcinogenicidade genotóxica e não-genotóxica”. O QSAR Toolbox também não SANTOS, Carlos Eduardo Matos dos. Toxicologia in silico: categorização e predição da toxicidade do 1,3-Dioxolano-4-Metanol,2-2Dimetil, (4-R). RevInter Revista Intertox de Toxicologia, Risco Ambiental e Sociedade, v. 4, n. 2, p. 92-109, jun. 2011. 102 Ensaio RevInter ISBN 1984-3577 identificou alertas estruturais segundo as regras Benigni/Bossa, reportando o resultado “Não há alertas para a atividade carcinogênica”. Corrosão, irritação e sensibilização dérmica Em relação ao potencial de irritação/corrosão, o Toxtree incluiu o derivado dioxolano na categoria “irritante para a pele”, considerando suas características físico-químicas e sua estrutura. Não foram identificados alertas estruturais para a sensibilização dérmica. Quanto à irritação/corrosão, o QSAR Toolbox incluiu o composto na categoria “indefinido”, sendo as regras de inclusão/exclusão não aplicáveis. Quanto ao potencial de ligação à proteínas (via comum de sensibilização dérmica), o derivado dioxolano foi categorizado como “não-ligante”. Atribui-se a divergência de resultados nos diferentes sistemas ao fato de que os modelos utilizados para predição são baseados em diferentes metodologias. O Toxtree, por exemplo, faz a predição com base em informações de algumas propriedades físico-químicas, como o ponto de ebulição, ponto de fusão, solubilidade em água e em lipídios, considerando que algumas faixas de valores dessas características determinam o potencial de irritação. Toxicidade para a reprodução e para o desenvolvimento Não foram encontradas características estruturais que indicassem potencial de ligação a receptores estrogênicos (via comum de toxicidade para a reprodução e para o desenvolvimento), segundo o componente do QSAR Toolbox Estrogen Receptor Binding. Na análise feita com o T.E.S.T, o derivado dioxolano teve resultado negativo para toxicidade para o desenvolvimento. O método QSAR utilizado é baseado em 13 descritores moleculares, sendo um dos modelos que apresentou melhores resultados SANTOS, Carlos Eduardo Matos dos. Toxicologia in silico: categorização e predição da toxicidade do 1,3-Dioxolano-4-Metanol,2-2Dimetil, (4-R). RevInter Revista Intertox de Toxicologia, Risco Ambiental e Sociedade, v. 4, n. 2, p. 92-109, jun. 2011. 103 Ensaio RevInter ISBN 1984-3577 na avaliação da capacidade preditiva dentre modelos CAESAR de avaliação de toxicidade para o desenvolvimento (Cassano, 2010). Outras informações mecanísticas Não foram identificadas subestruturas na substância com potencial de ligação ao DNA, segundo os alertas estruturais da OECD e OASIS inclusos no QSAR Toolbox. Quanto à reatividade, o derivado dioxolano foi classificado pelo Toxtree como “não reativo via adição de Michael”. Sabe-se que agentes químicos que agem como aceitadores de Michael são capazes de formar ligações irreversíveis com biomoléculas nucleofílicas, como proteínas e o DNA, podendo resultar em diversos de efeitos tóxicos (Schwöbel, 2010, p. 3). Informação em bases de dados Na busca feita pelo Expub sobre o 1,3-Dioxolano-4-Metanol,2,2-Dimetil-, um resultado de ensaio de toxicidade aguda para Fathead minnow (CL50, 96 hs) foi obtido nas bases de dados ECOTOX e Fathead Minnow Database, com valor igual a 16700 mg/L, provavelmente o mesmo encontrado pelo software T.E.S.T©, apresentado anteriormente. Pela mesma busca foram encontrados resultados na base de dados RTECS - Registry of Toxic Effects of Chemicals Substances®, em que são apresentados resultados de testes de toxicidade aguda e de micronúcleo. O resultado de toxicidade aguda, teve como resultado uma DL50 (oral, para ratos) de 7 g/kg (7000 mg/kg), nesse caso, do mesmo estudo encontrado no ChemIDplus e software T.E.S.T©. No resultado encontrado de teste de micronúcleo com dioxolano, houve aumento significante da incidência de células sanguíneas micronucleadas de camundongos expostos a faixa de dose de 1500-6000 mg/kg (via intraperitoneal), o que concordaria com o alerta estrutural que encontramos de Regras de ensaio de micronúcleo em roedores, embora não haja detalhes de qual forma do dioxolano tenha sido utilizada no teste encontrado na base de dados RTECS. SANTOS, Carlos Eduardo Matos dos. Toxicologia in silico: categorização e predição da toxicidade do 1,3-Dioxolano-4-Metanol,2-2Dimetil, (4-R). RevInter Revista Intertox de Toxicologia, Risco Ambiental e Sociedade, v. 4, n. 2, p. 92-109, jun. 2011. 104 RevInter Ensaio ISBN 1984-3577 Fazendo a busca de informação sobre carcinogenicidade na base de dados TOXNET (Toxicology Data Network) não foram identificados testes de carcinogenicidade para o derivado dioxolano do estudo. Realizando a busca para uma subestrutura, nesse caso o anel dioxolano, verificamos resultados negativos em testes de Ames com diferentes cepas, com e sem ativação metabólica nos testes. Observamos que nos resultados obtidos nas bases de dados, não está sendo discriminada a conformação estrutural (se R ou S) do 1,3-Dioxolano-4-Metanol,2,2Dimetil-, sendo registrado com o n° CAS diferente (número 100-79-8) da substância de estudo (CAS 14347-78-5), embora a forma estrutural seja idêntica. Tal ambigüidade no CAS, traz a hipótese de que nos testes, a substância administrada possa ter sido a forma R (idêntica à do estudo), ou a S (um isômero enantiômero) ou uma mistura com ambas formas. Do ponto de vista toxicológico, apesar de ser um pequeno detalhe, a identificação da conformação estrutural é essencial. Na literatura temos exemplos de substâncias com estrutura idêntica e conformação diferente (enantiômeros), com comportamento biológico similar, e, também comportamento biológico diferente, como no exemplo clássico da Talidomida, cujo isômero S apresentou atividade teratogênica, e que após estudos, descobriu-se que a forma R pode sofrer epimerização in vivo do centro quiral, podendo apresentar também atividade teratogênica. Alguns fármacos são atualmente vendidos com pureza óptica como o caso do Propanolol (forma S), Captopril (S,S), Verapamil e Naproxeno (S) devido ao conhecimento de suas diferenças na atividade biológica (Barreiro et al., 1997). Considerações Finais O conhecimento de que métodos in silico podem preencher lacunas em informações sobre toxicidade pode contribuir muito para as políticas de segurança química no Brasil. Tal metodologia adequa-se ao atual padrão da produção e utilização química no mundo, sobretudo em países subdesenvolvidos, onde os recursos são ainda mais escassos. A abordagem in silico é custo-efetiva, SANTOS, Carlos Eduardo Matos dos. Toxicologia in silico: categorização e predição da toxicidade do 1,3-Dioxolano-4-Metanol,2-2Dimetil, (4-R). RevInter Revista Intertox de Toxicologia, Risco Ambiental e Sociedade, v. 4, n. 2, p. 92-109, jun. 2011. 105 Ensaio RevInter ISBN 1984-3577 relativamente rápida, e reduz o uso indiscriminado de animais em testes, podendo substituí-los em situações específicas, ou auxiliar na definição de prioridades em processos que incluem testes biológicos. A aplicação dessas ferramentas, ainda muito pouco exploradas no Brasil, pode ampliar o contexto da análise do risco químico à abordagens mais preditivas; melhorar as políticas de segurança e regulação de substâncias; preencher lacunas em fichas de informação sobre toxicidade; e auxiliar no desenvolvimento de novas entidades químicas para vários fins, considerando a escolha daquelas que ofereçam menor preocupação à saúde e ao meio ambiente. Agradecimentos À direção da Intertox pela bolsa de estágio e pesquisa. Ao grupo de Toxicologia Computacional da Comunidade Européia, à OECD, e à USEPA pela criação e disponibilização das ferramentas computacionais. Aos professores Fausto Azevedo, Eustáquio Borges, e Matheus Sá, pelas valiosas orientações, discussões e reflexões sobre a importância do tema." REFERÊNCIAS 1- BENIGNI, Romualdo et al. Development of structural alerts for the in vivo micronucleus assay in rodents. 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