CAPACIDADE DE EXERCÍCIO PELO 1 TESTE DE DISTÂNCIA PERCORRIDA EM SEIS MINUTOS (DP6MIN) DE PACIENTES RENAIS CRÔNICOS, 2010. Andressa Aline Sontag¹, Celeide Pinto Aguiar Peres², Sandy Nogueira Teixeira³. Introdução: Apesar dos avanços tecnológicos nas técnicas de diálise nos últimos anos, pacientes com doença renal crônica (DRC) em hemodiálise (HD) apresentam reduzida tolerância ao exercício quando comparados com indivíduos saudáveis. As razões desta redução não têm sido totalmente elucidadas. Não está evidente o que realmente declina a função muscular nos renais crônicos, resultando significantemente num decréscimo na tolerância ao exercício, influenciando negativamente nas atividades de vida diária destes pacientes. As características de capacidade física de pacientes com (DRC) ainda são pouco exploradas e não têm sido estabelecidas. Alguns dados demonstrados na literatura relatam que pacientes em (HD) apresentam sérios comprometimentos na musculatura esquelética. A baixa tolerância ao exercício e descondicionamento físico, apesar de não totalmente compreendidos nesta população, ocorrem por fatores de impacto negativo multifatoriais e complexos, resultantes das alterações na perfusão do músculo, transferência de substratos e estado mediado por acúmulo de catabólitos. Ocorre acidose metabólica, liberação de corticosteróides, citocinas proinflamatórias, dentre outras substâncias. Este quadro está relacionado à atrofia muscular, miopatia e má nutrição, semelhante ao que ocorre em pacientes com insuficiência cardíaca congestiva¹. Não está evidente o que realmente declina a função muscular nos renais crônicos, resultando significantemente num decréscimo na tolerância ao exercício, influenciando negativamente nas atividades de vida diária destes pacientes². Embora os benefícios da atividade física já estejam bem estabelecidos na população em geral, estudos nesta área, em pacientes com DRC ainda são insuficientes². Os dados serão colhidos antes do início do tratamento e a cada quatro semanas, perfazendo um total de um ano. O teste de capacidade de exercício será o teste de distância percorrida em seis minutos (DP6min), que é bastante utilizado para avaliar a aptidão física em indivíduos com pouco condicionamento físico. É um teste prático, de custo reduzido, e serve para verificar a capacidade física em indivíduos com limitação funcional. Objetivo: O objetivo desse trabalho foi verificar a capacidade de exercício em pacientes renais crônicos através do teste de distância percorrida em seis minutos de pacientes atendidos no Centro de Reabilitação Física da Universidade Estadual do Paraná. Materiais e métodos: Para a realização do teste foi necessário um espaço com trinta metros de comprimento de chão plano e não escorregadio, dois cones, uma faixa metricamente marcada até trinta metros, frequëncímetro de pulso, crônometro, estetoscópio, esfigmomanômetro e uma escala de borg. Foram selecionados 14 indivíduos com diagnóstico de doença renal crônica, do sexo masculino e idade entre 18 a 60 anos. Foram excluídos os indivíduos que depois que iniciaram o estudo, mudaram sua rotina em atividade física ou que iniciaram outro tipo de tratamento paralelo ao do estudo. Os voluntários foram esclarecidos quanto aos objetivos e procedimentos do estudo e assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido em duas vias. Ao término do projeto, o paciente poderá continuar o tratamento na clínica de Fisioterapia da Universidade Estadual do Oeste do Paraná UNIOESTE-Cascavel. Os indivíduos foram avaliados através do Teste de Distância Percorrida em Seis Minutos (DP6min). Antes do inicio do teste foi verificado os ¹Acadêmica do Curso de Fisioterapia da Universidade Estadual do Oeste do Paraná; ² Docente do Curso de Fisioterapia da Universidade Estadual do Oeste do Paraná; ³ Acadêmica do Curso de Fisioterapia da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, [email protected] , (45) 9982-5202. sinais vitais como pressão arterial sistêmica, freqüência cardíaca, freqüência respiratória, nível de dispnéia (escala de Borg), nível de fraqueza em membros inferiores (escala de Borg). Os pacientes foram orientados a caminhar de um extremo ao outro numa distância de 30 metros, com maior velocidade possível, durante seis minutos. A cada trinta segundos era verificada a freqüência cardíaca através de um frequêncimetro e a cada um minuto é dado um estímulo verbal já preconizado pelo teste. O indivíduo foi orientado a interromper o teste caso sentisse sintomas como dores em membros inferiores, taquicardia ou qualquer outro sinal de desconforto. Para análise estatística das variáveis quantitativas, os resultados foram expressos em médias e desvio-padrão. A análise estatística foi feita pelo programa Graph Pad-Prism versão 3.0. Resultados e Discussão: A amostra foi composta por 14 pacientes do sexo masculino, com média de idade de 58,8 ± 14 anos, peso de 75 ± 24 kg e altura de 1,68 ± 9 metros. A distância média percorrida pelos pacientes foi 326,7 ± 37 metros na realização do DP6min. Nesse estudo, pode-se observar que os pacientes renais crônicos possuem baixa capacidade de realizar exercícios. O que condiz com um estudo realizado, que demonstra que esses indivíduos possuem alterações na capacidade funcional, sendo esta diminuída, porém o exercício físico é um importante fator na reversão desse problema³. O exercício pode melhorar a capacidade funcional desses pacientes, sendo que o autor encontrou melhoras em relação ao antes e ao depois do teste de distância percorrida em seis minutos (DP6min). Outros autores tiveram a média de distância percorrida de 516,0 ± 88,79m, variando de 385 a 724m, o que revela uma melhor distância daquela obtida em nosso trabalho. Entretanto, ainda não é o ideal, pois os valores normais para a população geral são iguais a 580m para homens4. Outros trabalhos, mostram a melhora no resultado do teste de distância percorrida em seis minutos, após a realização de exercícios, demonstrando que a capacidade desses indivíduos pode ser revertida após um treinamento adequado5. Conclusão: Este estudo demonstrou que a capacidade de exercício nesta amostra apresentou-se baixa, talvez pelas incapacidades físicas que o paciente portador da doença renal crônica adquire com o tempo. A atuação da fisioterapia na equipe de saúde é benéfica aos renais crônicos, contribuindo para evitar a progressão das lesões e promovendo a melhoria da sua qualidade de vida. Palavras-chave: Renal crônico, capacidade física, DP6min Referências 1. Storer TW, Casaburi R, Sawelson S, Kopple JD. Endurance exercise training during haemodialysis improves strength, power, fatigability and physical performance in maintenance haemodialysis patients. Nephrol Dial Transplant. 2005; 20:1429-37. 2. Stack AG, Molony DA, Rives T, Tyson J, Murthy BVR. Association of physical activity with mortality in the US dialysis population. Am J Kidney Dis. 2005;45:690-701 3. Coelho DM, Ribeiro JM, Soares DD. Exercícios Físicos Durante a Hemodiálise: Uma Revisão Sistemática. J Bras Nefrol 2008;30(2):88-98 4. Reboredo MM, Henrique DMN, Faria RS, Bergamini BC, Bastos MG, Paula RB. Correlação Entre a Distância Obtida no Teste de Caminhada de Seis Minutos e o Pico de Consumo de Oxigênio em Pacientes Portadores de Doença Renal Crônica em Hemodiálise. J Bras Nefrol . 2007;29( 2) 5. Moura RMF, Silva FCR, Ribeiro GM, Sousa LA. Efeitos do exercício físico durante a hemodiálise em indivíduos com insuficiência renal crônica: uma revisão. Fisioter Pesq. São Paulo, 200; 15(1)