kennyara henriqueta de carvalho consumo alimentar

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KENNYARA HENRIQUETA DE CARVALHO
CONSUMO ALIMENTAR HABITUAL E DE GULOSEIMAS EM GESTANTES DO
MUNICÍPIO DE GUARAPUAVA-PR
GUARAPUAVA
2011
KENNYARA HENRIQUETA DE CARVALHO
CONSUMO ALIMENTAR HABITUAL E DE GULOSEIMAS EM GESTANTES DO
MUNICÍPIO DE GUARAPUAVA-PR
Trabalho de Conclusão de Curso a ser
apresentado ao Departamento de Nutrição, da
Universidade
Estadual
do
Centro-Oeste
(UNICENTRO) como requisito parcial para
obtenção do título de Bacharel em Nutrição.
Orientadora: Professora Ms. Marcela Komechen
Brecailo
GUARAPUAVA
2011
CONSUMO ALIMENTAR HABITUAL E DE GULOSEIMAS EM GESTANTES DO
MUNICÍPIO DE GUARAPUAVA-PR
Food consumption and of sweets in pregnant women and the city of
GUARAPUAVA-PR
CARVALHO, Kennyara Henriqueta de1
BRECAILO, Marcela Komechen2
RESUMO
As gestantes necessitam de maior cuidado com a alimentação, devendo ingerir
todos os alimentos dos grupos alimentares da pirâmide, em quantidades
recomendadas, para garantir sua saúde e de seu filho. Com isso, o objetivo desse
estudo foi avaliar o consumo alimentar habitual das gestantes, verificando o
consumo de doces e guloseimas e troca de refeições principais por lanches.
Realizou-se avaliação antropométrica para o diagnóstico nutricional pré-gestacional
e atual. Para avaliação do consumo foi aplicado um Questionário de Frequência
Alimentar (QFA), e analisado qualitativa e quantitativamente o hábito alimentar das
gestantes, focando na ingestão de doces e guloseimas e troca de refeição por
lanches, tanto em adolescentes como em adultas. Os grupos do leite e derivados,
verduras e legumes, frutas e pães, cereais e tubérculos foram consumidos em
menor quantidade que o recomendado e os grupos dos óleos e gorduras e dos
doces e guloseimas foram consumidas em maior quantidade que o recomendado
pelas gestantes entrevistadas. Verificou-se que as gestantes adolescentes
consomem mais de duas porções de doces e guloseimas por dia em uma escala
maior do que as gestantes adultas (p=0,05). Uma pequena parcela das
entrevistadas trocava a refeição por lanche. Portanto, os hábitos alimentares das
gestantes tanto adultas quanto adolescentes não estavam satisfatórios. Considerase que as gestantes não recebem a devida orientação nutricional durante a
gestação, ocasionando a necessidade de maior atenção a este grupo por parte de
Políticas Públicas.
Palavras-chave: hábitos alimentares, consumo de alimentos, ingestão diária
recomendada, doces, gestantes.
ABSTRACT
Pregnant women need more attention on their diet; they should eat all food groups, in
recommended amounts, to ensure themselves and their baby’s health. Therefore, the
objective of this study was to assess habitual food intake of pregnant women, check
sweets and candy consumption and the occurrence of exchange main meals for
1
Acadêmica do curso de Nutrição da Universidade Estadual do Centro-Oeste – UNICENTRO
2
Docente Mestre do curso de Nutrição da Universidade Estadual do Centro-Oeste – UNICENTRO
snacks. Anthropometric assessment was performed to diagnose pre-pregnancy
nutritional status and current one. In order to access habitual food intake it was
applied a Food Frequency Questionnaire (FFQ), which was qualitatively and
quantitatively analyzed, focusing on the sweets and candy intake and the exchange
meal for snacks, in adolescent and in adult pregnant women. Vegetables, fruits and
breads, cereals and tubers food groups were consumed in smaller quantities than the
recommendation and oils and fats and sweet groups were consumed in greater
quantities than the recommendation. It was observed that pregnant adolescents
consume more than two servings of sweets per day on a larger scale than adult
pregnant women (p = 0.05). A small portion of the respondents exchanged meals for
snacks. Therefore, the dietary habits of pregnant women both adults and teenagers
were not satisfactory. It is considered that pregnant women do not receive adequate
nutritional advice during pregnancy, resulting in the need for greater attention to this
group by Public Health.
Key-words: food habits, food consumption, nutrition policy, candy, pregnant women.
INTRODUÇÃO
A gestação é um período marcado por alterações fisiológicas e químicas, em
que as necessidades nutricionais e a ingestão alimentar estão modificadas. Essa
fase é muito importante na vida da mulher e requer alguns cuidados especiais¹.
Estes cuidados especiais relacionam-se diretamente com a nutrição, pois é por meio
da alimentação que predominam forças metabólicas que favorecem o crescimento
fetal. Alguns nutrientes são recomendados de forma elevada, com o objetivo de
atender as necessidades requeridas para um bom desenvolvimento do feto, a
formação adequada de estruturas maternas durante a gravidez, como a placenta, e
o próprio consumo da gestante. O cuidado nutricional durante a gestação é de
fundamental
importância
para
que
não
haja
complicações
obstétricas
e
morbimortalidades materna e fetal2,3.
Alterações no perfil alimentar, especialmente entre os adolescentes, podem
contribuir para a ocorrência de transtornos na saúde dos indivíduos, pois esta fase
caracteriza-se por intensas mudanças somáticas, psicológicas e sociais. Atualmente,
o padrão alimentar característico dos adolescentes inclui o consumo excessivo de
refrigerantes, açúcares e a reduzida ingestão de frutas e hortaliças, bem como a não
realização de uma das refeições, mais comumente, o café da manhã. Desta forma,
este desequilíbrio alimentar pode favorecer a ocorrência de desvios nutricionais,
além de uma ingestão insuficiente de micronutrientes4. Quando se trata de gestantes
adolescentes os problemas no comportamento alimentar são ainda maiores, pelo
fato de omitirem ou substituírem refeições principais por lanches ou por consumirem
maior quantidade de guloseimas e alimentos com alta densidade calórica, por
apresentarem baixa ingestão de frutas e hortaliças e por estarem mais pré-dispostas
à compulsão alimentar5.
No geral, o período da gestação revela que os alimentos funcionam como um
presente, uma compensação por estar grávida. Trazem poder e liberdade de se
permitir comer alimentos nunca experimentados, exóticos, gordurosos, doces, entre
outros. Para isso, as gestantes se utilizam de “argumentos” culturais, como o de que
quem está com vontade é o bebê, que se não comer determinado alimento ele vai
nascer com feições ou marcas deste alimento, entre outras tantas crenças6.
Para fornecer todos os nutrientes necessários para o organismo durante a
gestação é importante ingerir alimentos de todos os grupos alimentares (pães,
cereais e tubérculos; frutas; verduras e legumes; carnes e ovos; leites e derivados;
leguminosas; óleos e gorduras; e doces e guloseimas), manter proporção adequada
de alimentos ao longo do dia, e variar os alimentos consumidos, devido aos
nutrientes compostos em cada um deles, visando a obtenção de nutrientes
diferenciados durante as refeições7.
O grupo dos pães, cereais e tubérculos tem como função gerar energia para o
metabolismo celular, sendo indispensável para hemácias e tecido nervoso,
poupando a utilização da proteína como fonte de energia e permitem a manutenção
do glicogênio. Devem ser a fonte mais importante de energia e o principal
componente da maioria das refeições. O consumo dos alimentos ricos em
carboidratos deve garantir 55% a 75% da energia total diária, sendo no máximo 10%
em carboidratos simples2,8.
Já o grupo das verduras, legumes e hortaliças é composto por plantas ou
partes de plantas que servem para o consumo humano. São alimentos fonte de
vitaminas, minerais e fibras e devem estar presentes no almoço e jantar, pois
contribuem para diminuir o risco de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT).
O grupo das frutas é um grupo que contém alimentos importantes para a promoção
da saúde e fazem parte das recomendações diárias para uma dieta saudável,
possuindo também ricas fontes de vitaminas e minerais como cálcio, ferro, ácido
fólico, vitamina A, C e D, complexo B, magnésio, fósforo, e fibras, além da água.
Estes dois grupos podem ser considerados alimentos de baixa densidade
energética, fornecendo pequena quantidade de proteínas e lipídios, e quantidade
variável de carboidratos. São recomendadas de 3 a 5 porções diárias8,9.
O grupo de carnes e ovos é composto por alimentos fonte de proteína de alto
valor biológico, que são chamados também de “proteínas completas”, podendo
oferecer quantidades importantes de nutrientes essenciais, como vitaminas (vitamina
B6, vitamina B12, niacina e biotina), minerais (ferro, cobre, cromo e zinco) e ácidos
graxos. O ideal recomendado é o consumo de até duas porções de alimentos deste
grupo, dando sempre preferência às carnes frescas e descartando as gorduras
presentes8,9.
Os alimentos do grupo dos leites e derivados são fontes primárias de cálcio,
tendo também, como nutrientes, as proteínas e vitaminas (A, B, D e E), que são
essenciais tanto para a formação óssea do bebê, quanto na prevenção de doenças
caudas pelas desmineralização óssea, como a osteoporose7.
O grupo das leguminosas, como os feijões e ervilhas, e as oleaginosas, como
as castanhas e sementes, são alimentos fundamentais para a saúde. O feijão é uma
alimento típico na alimentação brasileira juntamente com o arroz, sendo uma
combinação alimentar saudável e completa de proteínas. Seu consumo diário é de 1
porção, de modo que esses alimentos garantam, no mínimo, 5% do total da energia
diário. São também ricos em fibra alimentar, vitaminas do complexo B, ferro, cálcio e
outros8.
O grupo dos óleos e gorduras é formado predominantemente por lipídios, por
isso, é recomendado o consumo moderando, sendo indispensável em toda cadeia
alimentar e imprescindível para a boa saúde. Este grupo pode ser proveniente tanto
de origem animal quanto vegetal, uma vez que fornecem energia, ácidos graxos
essenciais e são veículos de vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K) e antioxidantes. O
consumo diário recomendado não deve ultrapassar mais que uma porção por dia,
pois em porções elevadas pode ocasionar DCNTs8,9.
O grupo dos açúcares e doces é formado por alimentos compostos
predominantemente por açúcares. O açúcar mais empregado na alimentação é a
sacarose, dissacarídeo formado por glicose e frutose, obtido principalmente da canade-açúcar e da beterraba. Os alimentos considerados fontes de açúcares e doces,
são aqueles cujo açúcar (sacarose), em termos quantitativos, é um dos principais
ingredientes. Os açúcares e doces devem ser compostos na alimentação em
quantidades controladas porque o seu consumo em excesso está relacionado com o
aumento do risco de obesidade e outras DCNTs, além das cáries dentárias,
contribuindo para a deficiência de nutrientes ao fornecer energia. Recomenda-se o
consumo de não mais que uma porção diária8,9,10.
A alimentação é estabelecida de acordo com fatores variados e complexos,
demonstrados em hábitos alimentares individuais, que são influenciados por fatores
culturais, sociais, familiares, religiosos e econômicos. Tornar as refeições em
conjunto e o cardápio de agrado de todos os participantes é uma tarefa difícil, pois
deve refletir o gosto de cada indivíduo11.
É de suma importância verificar hábitos alimentares e investir no controle dos
fatores de risco para doenças, uma vez que uma alimentação nutricionalmente
adequada pode atuar tanto na prevenção como no tratamento de doenças, e a partir
disso possibilitar que sejam identificadas as necessidades nutricionais para que
programas de educação nutricional possam ser implementados, proporcionando
melhores condições de saúde5,12. Neste sentido, a presente pesquisa objetivou
avaliar o consumo alimentar habitual de gestantes, verificando o consumo de doces
e guloseimas e identificando possíveis inadequações nestes hábitos.
MATERIAIS E MÉTODOS
O estudo foi realizado no Bairro Xarquinho, nas dependências da Unidade de
Saúde local, do município de Guarapuava – Paraná, tendo como grupo de estudo
gestantes atendidas pelo PSF Dourados (Programa Saúde da Família), atuante no
bairro, que concordaram voluntariamente em participar do estudo. Foram incluídas
gestantes adultas e adolescentes.
Foi aplicado um questionário individual, em horários de reuniões para
gestantes, proporcionadas pelo PSF Dourados, e em visitas domiciliares, juntamente
com
Agentes
de
Saúde.
As
gestantes
que
concordaram
em
participar
voluntariamente do estudo assinaram um Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE) (Apêndice I), autorizando a obtenção dos dados para a
pesquisa, segundo aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da UNICENTRO
(Anexo I). As participantes menores de 18 anos obtiveram autorização de
responsáveis, os quais assinaram tal Termo. Foram excluídas as gestantes que não
assinaram o TCLE ou não concordaram em participar da pesquisa.
Como avaliação antropométrica, foram aferidos peso e estatura conforme
preconizado pelo SISVAN13. O Peso pré-gestacional foi referido pelas gestantes. O
Índice de Massa Corporal (IMC) pré-gestacional e atual foram calculados
considerando a razão entre peso (Kg) e o quadrado da estatura (m²). Para
classificação do diagnóstico nutricional pré-gestacional calculou-se o IMC prégestacional e do estado nutricional atual foi calculado segundo o IMC para a idade
gestacional. Foram utilizados os pontos de corte propostos pelo SISVAN13.
A avaliação dos hábitos alimentares foi realizada por meio da utilização de um
Questionário de Frequência de Consumo Alimentar (QFA) (Apêndice II), no qual
foram obtidas informações quantitativas e qualitativas sobre os padrões alimentares
atuais, com dados sobre alimentos e quantidades que as gestantes consomem
diariamente, semanalmente, mensalmente ou nunca consomem, enfatizando a
ingestão habitual de guloseimas e ainda a avaliação de possível troca de refeições
por lanches ao longo do dia.
Foram coletados dados socioeconômicos, bem como de ordem obstétrica e
história familiar, que auxiliaram a elucidar condições determinantes ao estado
nutricional das gestantes (Apêndice III).
Os dados foram tabulados e analisados por meio de freqüências, médias e
desvio-padrão, teste t de Student e regressão logística simples, com o auxílio do
programa Stata® 9.1.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Segundo dados das Agentes Comunitárias de Saúde, haviam 21 gestantes
cadastradas no PSF Xarquinho. Destas, 76,19% (n=16) foram incluídas na pesquisa;
23,8% (n=5) não foram incluídas por não participarem das reuniões para gestantes
no PSF, e não terem sido encontradas em suas residências nas visitas domiciliares.
A população entrevistada total foi de 16 gestantes, sendo 62,5% (n=10) adultas
e 37,5% (n=6) adolescentes (menores de 19 anos). Segundo o estado civil dessa
população, 50% (n=8) estavam em união estável, 25% (n=4) eram casadas, 25%
(n=4) solteiras e nenhuma (n=0) era divorciada, separada ou viúva.
Com relação aos dados socioeconômicos das gestantes, foi referida a renda
per capta média de R$251,037 (±143,078); o tipo de moradia relatado foi de 37,25%
(n=6) em casa de madeira, 31,25% (n=5) de alvenaria, 25% (n=4) em casa mista e
6,25% (n=1) em casa pré-moldada.
Em relação ao estado nutricional pré-gestacional, o IMC pré-gestacional obteve
uma média de 20,812Kg/m2 (±1,970), com 87,5% (n=14) apresentando o estado
nutricional de eutrofia e 12,5% (n=2) apresentando magreza grau I. Com relação ao
IMC gestacional, obteve-se uma média de 24,093Kg/m2 (±2,040), com resultados de
75% (n=12) apresentando IMC gestacional adequado e 25% (n=4) apresentando
baixo peso. Verifica-se que algumas gestantes, mesmo estando eutróficas ao
entrarem na gestação, não obtêm ganho de peso suficiente para manter o estado
nutricional adequado durante o período.
Segundo a idade gestacional, 12,5% (n=2) das mulheres estavam no primeiro
trimestre de gestação, 43,75% (n=7) no segundo trimestre e 43,75% (n=7) no
terceiro trimestre de gestação. As gestantes tiveram em média a menarca com 12,25
anos (±0,9309). As entrevistadas relataram em média 1,5 (± 1,032) gestações, e
com média de 0,875 (± 1,024) partos. Nenhum aborto foi relatado pelas
entrevistadas. Com relação ao número de filhos vivos, 62,5% (n=10) ainda não
possuíam filhos, 31,25% (n=5) possuíam 1 filho e 6,25% (n=1), 3 filhos. De acordo
com as intercorrências gestacionais, 81,25% (n=13) não tiveram intercorrências e
18,75% (n=3) referiram intercorrências gestacionais, sendo, 33,33% (n=1) natimorto,
e 66,67 (n=2) não referiram o tipo de intercorrência.
Das entrevistadas, 25% (n=4) praticam atividade física, não relatando o tipo de
atividade, e 75% (n=12) não referem praticar. Foi referido também o uso de
suplementos e medicamentos, em que 37,5% (n=6) tomavam algum suplemento e
62,5% (n=10) não tomam nenhum tipo de suplemento. Daquelas, 50% (n=3) faziam
uso de ácido fólico, 33,3% (n=2) de sulfato ferroso, 16,6% (n=1) referiram tomar
vitamina, sem saber especificar qual. Em relação aos medicamentos, 62,5% (n=10)
tomavam algum medicamento com prescrição médica e 37,5% (n=6) não. Das que
utilizavam, nenhuma (100%; n=10) soube informar o tipo de medicamento.
Segundo enfermidades, 93,75% (n=15) referiram não possuir enfermidades e
6,25% (n=1) relataram enfermidade, sendo infecção vaginal. Em relação a
enfermidades na família, 43,75% (n=7) disseram não ter conhecimento, e 56,25%
(n=9) possuem alguma enfermidade na família, sendo 55,5% (n=5) diabetes mellitus,
11,1% (n=1) hipertensão arterial e 33,33% (n=3) possuem diabetes mellitus e
hipertensão arterial na família.
De acordo com a ingestão de bebidas alcoólicas, 100% (n=16) relataram não
ingeri-las. Porém, com relação ao tabagismo, 75% (n=12) não fazem o uso de
cigarros, mas 25% (n=4) são tabagistas. De acordo com o uso de substâncias
tóxicas, nenhuma gestante (100%; n=16) relatou utilizar tais substâncias.
Os grupos alimentares, suas porções ideais, as porções ingeridas pelas
entrevistadas e a comparação entre essas foram relacionados na Tabela 1.
Tabela 1 – Comparação entre o consumo de porções alimentares e sua
recomendação
N de porções
N de porções
Grupos
consumidas / dia
recomendadas /
p-valor
alimentares
Média (DP)
dia
Leite e derivados
1,13 (± 0,79)
3
p<0,001*
Carnes, ovos e
pescados,
Verduras e legumes
Frutas
Pães, cereais e
tubérculos
Leguminosas
Óleos e gorduras
1,74 (± 0,78)
2
p=0,198
1,19 (± 0,71)
4
p<0,001*
0,65 (± 0,38)
3
p<0,001*
3,73 (±1,16)
5
p<0,001*
1,27 (± 0,65)
1
p=0,11
3,71 (±1,78)
1
p<0,001*
1
p=0,003*
Doces
e
2,4 (±1,67)
guloseimas
* Diferença estatisticamente significativa.
Observa-se que os únicos alimentos consumidos de acordo com a
recomendação diária correspondem aos alimentos do grupo das leguminosas e das
carnes, ovos e pescados. Os demais grupos alimentares são consumidos em maior
ou menor quantidade do que a porção diária recomendada.
Os grupos alimentares que foram consumidos em quantidades abaixo do
recomendado foram os grupos do leite e derivados (p<0,001), verduras e legumes
(p<0,001), frutas (p<0,001) e pães, cereais e tubérculos (p<0,001).
Os grupos que foram consumidos acima das recomendações diárias foram o
grupo dos óleos e gorduras (p<0,001) e o grupo dos doces e guloseimas (p=0,003).
Segundo Philippi9, nem sempre o consumo dietético ocorre de uma maneira
homogênea, gerando uma série de conseqüências para o estado nutricional das
populações. A falta de conhecimento para o comportamento alimentar pode ser
utilizado como indicador preditivo do risco de doenças nutricionais específicas.
Então, o entendimento e conhecimento sobre hábitos alimentares interferem em
relação às doenças causadas pela falta ou pelo excesso de nutrientes. Assim, o
entendimento das gestantes sobre corretos hábitos alimentares pode gerar
modificações na prática alimentar, sendo portanto o primeiro passo para melhoria da
condição de saúde da própria gestante e de seu filho.
De acordo com o estudo de Sichieri et al.14, a alimentação saudável é
importante para a prevenção de DCNTs, tendo impacto sobre os mais importantes
fatores relacionado às várias doenças. Aumentar o consumo de frutas e verduras e
estimular o consumo de arroz e feijão são exemplos de proposições que preenchem
estes requisitos.
Durante a gestação, o enfoque sobre a alimentação é importante, pois a má
alimentação indicará um retardo no crescimento intrauterino, como também o ganho
de peso excessivo nos primeiros anos de vida da criança, associados à obesidade,
hipertensão, síndrome metabólica, resistência à insulina e morbimortalidade
cardiovascular, dentro outros desfechos desfavoráveis. Na gestante também pode
haver variações fisiológicas como a retenção de líquidos e a presença de patologias
como diabetes, hipertensão e outras14.
Segundo a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) de 2008-200915,
alimentos com adição de açúcares podem substituir e reduzir o consumo de
alimentos importantes para uma alimentação saudável. Os resultados apontaram
que a população brasileira consome alimentos com alto índice de gorduras e
açúcares como biscoito recheado, doces, pizza, salgadinhos industrializados, suco
artificial, bolo, refrigerante, biscoitos doces, enquanto o consumo de arroz integral,
feijão, carnes de aves e bovinas, legumes e verduras, foram alimentos cujo consumo
foi relacionado à menores médias, ou seja, é consumido em menor quantidade por
toda a população.
A população de gestantes entrevistadas apresentou semelhantes condições
em relação à alimentação da população brasileira, consumindo em maior quantidade
alimentos ricos em açúcares e gorduras e em menor quantidade alimentos do grupo
do leite e derivados, verduras e legumes, frutas e pães, cereais e tubérculos.
Portanto, nota-se que as gestantes têm hábitos alimentares semelhantes ao
encontrado atualmente na população brasileira, resultante da transição nutricional,
que traz consigo a alta prevalência de DCNTs15.
O estudo de Baião e Deslandes16, com gestantes de renda baixa, revelou que
as entrevistadas preferiram o consumo de “besteiras”, pois incluíam alimentos e
preparações que caracterizavam mais pela praticidade e possibilidade de variar com
um custo pequeno. Explicavam que a comida feita em casa exigia o gás de botijão,
um preparo trabalhoso e consequentemente mais disponibilidade de tempo, e ainda
implicava um gasto maior para tornar as refeições variadas e atrativas. Baião e
Deslandes16, relata também que alimentos do grupo dos leites e derivados são
pouco consumidos devido a restrições econômicas; o feijão tem consumo diário e
regular, a carne mais consumida foi a de frango, que era substituída por hambúrguer
devido à carne bovina ter custo mais elevado. Verduras e legumes eram pouco
consumidos pelo fato de não gostarem, e as frutas eram mais consumidas do que
verduras e legumes, mas podiam faltar se a situação econômica agravasse.
Estes dados demonstram grande semelhança com os resultados encontrados
nesta pesquisa, talvez por se tratarem de populações com semelhante situação
financeira e carência de orientações nutricionais. Observa-se em ambos os estudos
o baixo consumo de leite e derivados, verduras e legumes e frutas, porém as últimas
foram menos consumidas do que verduras e legumes no presente estudo. Outra
semelhança é o consumo regular de feijão e carnes, mesmo com relatos de
dificuldade financeira.
O estudo de Barreto et al.17 mostra que a transição alimentar no Brasil tem
sido, de um modo geral, favorável ao ponto de vista dos problemas relacionados à
subnutrição, e desfavorável no que se refere à obesidade e às demais DCNTs, pois
há o aumento na ingestão de gorduras em geral, gorduras de origem animal e
açúcar, e uma diminuição no consumo de cereais, leguminosas, frutas, verduras e
legumes. Este dado se equipara com o hábito de alimentação das gestantes
entrevistadas, existindo semelhança na questão da ingestão destes grupos
alimentares. Tais atitudes, portanto, colocam as entrevistadas em risco de DCNTs.
Por outro lado, o baixo peso para idade gestacional também esteve presente em alta
prevalência, demonstrando que na população estudada as ações em saúde e
alimentação devem contemplar ambos os casos.
Em relação ao consumo de doces e guloseimas, a Tabela 2 demonstra a
diferença entre o consumo de gestantes adultas versus adolescentes, com o
consumo maior ou menor de duas porções de doces por dia.
Tabela 2 – Comparação entre gestantes adultas e adolescentes no consumo maior
ou menor de duas porções diárias de doces
Doces
Consumo<2
porções / dia
Consumo>2
porções / dia
OR (IC 95%)
Adultas
60,0% (n=6)
40,0% (n=4)
1
Adolescentes
16,67% (n=1)
83,33% (n=5)
12 (0,955-150,687)
p-valor
0,05*
* Diferença estatisticamente significativa. OR- Odds Ratio. IC= intervalo de confiança.
Observa-se que as gestantes adolescentes possuem doze vezes mais chances
de consumir mais de duas porções de doces diariamente do que gestantes adultas,
sendo um resultado estatisticamente significativo.
De acordo com o estudo de Lemos e Dallacosta18, os adolescentes têm
influências externas na alimentação, como família, mídia e amigos. Na família, a
influência está no sentido do consumo de alimentos saudáveis, porém, os grupos
sociais interferem nos hábitos alimentares de forma inversa à família, o mesmo
acontecendo com a mídia.
Caldeira19, relata que deve-se considerar os fatores econômicos, pois fazem
com que, em muitos casos, não se tenha opção de adquirir certos alimentos, como
os alimentos do grupo dos leites e derivados. Neste caso, nem sempre o alimento
escolhido em substituição é a melhor opção para uma alimentação saudável, sendo
principalmente constante em um grupo alimentar desfavorável, como óleos e
gorduras e doces.
Ribeiro et al.20 encontraram em seu estudo sobre consumo de doces e
guloseimas por adolescentes que 40% destes adolescentes consomem tais produtos
de 1 a 3 vezes por semana e 18% consomem biscoitos diariamente, tendo um baixo
consumo dos outros grupos alimentares diariamente. Este dado é diferente do
presente estudo, porque o consumo de doces e guloseimas deu-se em maior
quantidade, resultando em alta proporção de consumo de mais de duas porções
diárias, principalmente pelas gestantes adolescentes.
O estudo de Carvalho et al21., mostrou que adolescentes normalmente
consomem alimentos do grupo das leguminosas e das carnes, ocupando essas uma
posição de destaque. O grupo do leite e derivados foi mencionado quando se usa
algo adicional, como o achocolatado. Porém, os produtos desse grupo não eram
consumidos diariamente. Doces e guloseimas eram consumidos em maior
quantidade pelas meninas; e o consumo de frutas, verduras e legumes foi pequeno.
Comparando com o presente estudo, percebe-se uma grande semelhança em
relação aos resultados, devido a pequena ingestão do grupo do leite e derivados,
frutas, verduras e legumes e um consumo ideal do grupo das leguminosas e carnes.
Em relação ao consumo de doces e guloseimas, os resultados também obtiveram
grande semelhança, demonstrando que este grupo alimentar é uma das principais
barreiras para a alimentação saudável, principalmente de adolescentes.
Em relação à alimentação de gestantes adolescentes, Belarmino et al.22,
demonstram que o grupo do óleo e gorduras e o de doces teve um consumo
elevado, de um modo geral. O grupo das frutas e hortaliças apresentaram um baixo
consumo. Estes dados são semelhantes ao da presente pesquisa, não apenas para
as gestantes adolescentes, mas também para as adultas, sendo, entretanto,
alarmante para as primeiras.
O baixo consumo de frutas e hortaliças deixa de oferecer à alimentação
nutrientes como vitaminas, minerais e fibras, que ajudam na regulação do
organismo, e com alta ingestão de alimentos ricos em “calorias vazias” (sem
nutrientes benéficos), como do grupo dos doces e guloseimas e gorduras e óleos,
deixando assim, de oferecer ao bebê importantes nutrientes para o seu
desenvolvimento e à mãe uma gravidez com riscos de problemas relacionados à
nutrição.
Em relação à troca de refeição por lanche, 75% (n=12) das gestantes não
referiram trocar a refeição e 25% (n=4) fazem a troca da refeição por lanches.
Destas, 50% (n=2) trocam o almoço e 50% (n=2) trocam o jantar. Os lanches citados
pelas entrevistadas são compostos por alimentos como pães, biscoitos, café, leite,
margarina, geléia, lingüiça e mortadela. Substitui-se assim uma das maiores
refeições, a qual deveria oferecer quantidades ideais tanto de macro quanto de
micronutrientes.
Os lanches, principalmente fast foods, são alimentos que esvaziam
substancialmente os resultados associados à alimentação. Bastante simplificada
pela textura, tamanho e forma, as preparações mantêm a mesma concentração de
nutrientes e gasta-se menos tempo para a sua ingestão. Portanto, o hábito alimentar
pode ser modificado em função dessas facilidades22.
Garcia23 relata em seu estudo que o jantar é trocado na maioria das vezes por
lanches nos sábados, para um descanso, relatando também que possibilidades
financeiras limitam o ato de fazer as refeições corretamente, e assim trocando por
lanches, que é uma opção menos saudável.
Observa-se neste estudo que a população pesquisada encontra-se em grande
vulnerabilidade em relação à alimentação, pois verifica-se o alto consumo de grupos
alimentares que devem ser consumidos em menor quantidade, e o menor consumo
de grupos alimentares que devem ser consumidos em maiores quantidades. Tal fato
torna-se ainda mais preocupante quando se pensa na oferta de nutrientes
extremamente importantes para esta fase da vida, que é a gestação.
O consumo excessivo de doces e guloseimas e óleos e gorduras pode trazer
malefícios à saúde da mãe, tanto durante quanto após a gestação, podendo
eventualmente ocasionar DCNTs, como obesidade, hipertensão, diabetes mellitus,
dislipidemias e outras. Há conseqüências também para a saúde do bebê, pois não
há recebimento de nutrientes essenciais para o seu desenvolvimento, podendo gerar
complicações durante a gestação, parto ou após o nascimento.
O aconselhamento nutricional é de fundamental importância para esta
população, relacionando malefícios e conseqüências de uma alimentação irregular
na gestação. Deve-se considerar os princípios da alimentação saudável, mas
também adequada à realidade da população, demonstrando as compensações tanto
à saúde quanto à situação financeira.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A presente pesquisa demonstrou que as gestantes estudadas possuem
hábitos alimentares inadequados durante a gestação, consumindo em quantidades
menores do que as recomendadas dos grupos das verduras e legumes, frutas, leites
e derivados e pães, cereais e tubérculos; e consumindo em maior quantidade o
grupo dos doces e guloseimas e óleos e gorduras. As consequências são os riscos à
saúde do bebê, não oferecendo a quantidade necessária de nutrientes, e à mãe, em
relação a problemas no parto e às DCNT, tanto durante como após a gestação. A
educação alimentar nas reuniões para gestantes, nas Unidades Básicas de Saúde
da cidade, e o incentivo à alimentação saudável, são de suma importância para a
conscientização dos riscos de um errôneo hábito alimentar, visando a melhoria da
qualidade de vida da população materno-infantil.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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revisão. Rev. Bras. Saúde Matern. Infant., Recife, 6 (4): 383-390, 2006.
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recém-nascido.
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ricional%20no%20pe.pdf “. Acesso em: 24 jun. 2010.
6. Pena BS et al. O Que Devo Comer?Influência da Cultura no Comportamento
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Estudos do Consumo I Encontro Luso-Brasileiro de Estudos do Consumo
Tendências e ideologias do consumo no mundo contemporâneo. Rio de
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7. Afonso CV, Sonati, JG. Nutrição e o Cliclo de Vida: Gravizes, Amamentação e
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http://uepg.academia.edu/GuanisdeBarrosVilelaJunior/Papers/931157/inclusa
o_digitAl_e_educAcao_continuAdA_soBre_BoA_AlimentAcao_e_quAlidAde_d
e_VidA (ago. 2011)
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Barueri, São Paulo: Manole, 2008.
10. Whitney E, Rolfes, SR. Nutrição: entendendo nutrientes. Tradução: All Tasks.
São Paulo: Cengage Learning, 2008.
11. Linnea A et al. Nutrição. 17 ed. Rio de Janeiro: Ed. Guanabara Koogan, 1998.
12. Cançado I et al. Avaliação do conhecimento em nutrição de gestantes
atendidas pela estratégia de saúde da família (ESF) da cidade de Pará de
Minas – MG. SynThesis Revista Digital FAPAM, Pará de Minas, n.1, 2009.
13. SISVAN. Vigilância Alimentar e Nutricional. Brasília, Ministério da Saúde,
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14. Sichieri R et al. Recomendação de Alimentação e Nutrição Saudável para a
População Brasileira. Arq. Bras. Endocrinol. Metab. Rio de Janeiro, 44 (3),
2000.
15. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (BR). Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística – IBGE. Diretoria de Pesquisas. Coordenação de
Trabalho e Rendimento. Pesquisa de Orçamentos Familiares 2008-2009:
Despesas, Rendimentos e Condições de Vida. Rio de Janeiro, 2010.
16. Baião MR, Deslandes SF. Práticas Alimentares na Gravidez: um estudo com
gestantes e puérperas de um complexo de favelas do Rio de Janeiro (RJ,
Brasil). Ciências e Saúde Coletiva. Rio de Janeiro, 2010.
17. Barreto SM et al. Análise da estratégia global para alimentação, atividade
física e saúde, da Organização Mundial da Saúde. Epidemiol. Serv. Saúde
[online]. 14 (1): 41-68, 2005.
18. Lemos MCM, Dallacosta MC. Hábitos alimentares de adolescentes: Conceitos
e práticas. Arq. Ciênc. Saúde Unipar, Umuarama, 9(1): 3-9, 2005.
19. Caldeira GV. Fatores que infl uenciam a formação dos hábitos alimentares de
crianças. In: Simpósio Sul- rasileiro de Alimentação e Nutrição: História,
Ciência e Arte. Florianópolis, 2000.
20. Ribeiro TC et al. Comportamento Alimentar de Adolescentes de uma Escola
Pública na Cidade do Recife – PE. Recife, 2008.
21. Carvalho CMRG. Consumo alimentar de adolescentes matriculadas em um
colégio particular de Teresina, Piauí, Brasil. Rev. Nutr. Campinas, 14(2): 8593, 2001.
22. Belarmino GO et al. Risco Nutricional entre Gestantes Adolescentes. Acta
Paul Enferm., Fortaleza, 2009;22(2):169-75, 2009.
23. Garcia RWB. Práticas e Comportamento alimentar no meio urbano: um
estudo no centro da cidade de São Paulo. Cad. Saúde Públ., Rio de Janeiro,
13(3):455-467, 1997.
ANEXO E APÊNDICES
ANEXO I
APÊNDICE I
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Você está sendo convidada a participar voluntariamente de um estudo sobre avaliação do hábito
alimentar e do estado nutricional de gestantes atendidas no PSF Dourados no município de
Guarapuava, Paraná O estudo tem como objetivo principal verificar o estado nutricional e a
alimentação das gestantes, e avaliar se estão adequados. Além disso, queremos verificar o consumo
de guloseimas. Caso concorde em participar da pesquisa, será necessário que se disponibilize para
que sejam aferidos peso e altura e você responderá a um questionário contendo informações sobre a
alimentação e dados socioeconômicos da sua família. Sua identidade será mantida em sigilo, ou seja,
seus dados não serão divulgados. Sua participação neste estudo é voluntária e caso decida participar,
terá total liberdade para desistir do estudo a qualquer momento. São pesquisas como esta que nos
ajudam a entender como está a sua saúde, e o que podemos fazer para ajudar outras pessoas como
você. Este estudo não oferece riscos à sua saúde, sendo apenas uma coleta de dados. Você poderá
obter todas as informações que quiser e poderá não participar do estudo. Pela sua participação no
estudo, você não receberá nenhum valor em dinheiro, mas terá a garantia de que todas as despesas
necessárias (balança, fita métrica, impressões e papéis, etc.) para a pesquisa serão de
responsabilidade das pesquisadoras. A garantia de seguir todas as exigências que constam na
resolução nº 196, de 10 de outubro de 1996, o Conselho Nacional de Saúde que regulamenta o
desenvolvimento de pesquisas envolvendo seres humanos.
Eu, ________________________________________________, RG n°_____________ li o
esclarecimento acima e compreendi a natureza e objetivo do estudo a qual fui convidado a
participar. A explicação que recebi esclarece que não haverá riscos para os participantes. Eu entendi
que sou livre para interromper minha participação a qualquer momento, sem justificar minha
decisão. Sei que meu nome não será divulgado, que não terei despesas e não receberei dinheiro por
participar do estudo. Eu concordo em participar do estudo.
Guarapuava, _____ de ________________, 2011.
______________________________________
Participante ou responsável
_____________________________
Aline Carla C. Amaral
Kennyara H. de Carvalho
Acadêmicas
______________________________
Marcela K. Brecailo
Pesquisador responsável
Responsáveis pela pesquisa
Prof ª Marcela K. Brecailo
Aline Carla Chagas do Amaral
Contato: (42)91059410 / [email protected]
Horários disponíveis: De segunda à sexta, das 14:00 às 18:00 horas.
Local: Ambulatório de Nutrição.
Kennyara H. de Carvalho
Contato: (43)99173471 / [email protected]
Horários disponíveis: De segunda à sexta, das 14:00 às 18:00 horas.
Local: Ambulatório de Nutrição
APÊNDICE II
Questionário de Frequência de Consumo Alimentar
NOME:___________________________________________________
DATA:___/___/___
IDADE:_______
IDADE GESTACIONAL:________
DUM:_______
PESO:_____
ALTURA:______
Leite e produtos Lácteos
Mais de
Todos
1 vez
os dias
por dia
4-6
vezes
por
semana
1-3
vezes
por
semana
1-3
vezes
por
mês
Nunca /
raramente
Observações
Mais de
Todos
1 vez
os dias
por dia
4-6
vezes
por
semana
1-3
vezes
por
semana
1-3
vezes
por
mês
Nunca /
raramente
Observações
Mais de
Todos
1 vez
os dias
por dia
4-6
vezes
por
semana
1-3
vezes
por
semana
1-3
vezes
por
mês
Nunca /
raramente
Observações
Iogurte natural/polpa (1 copo, 90g)
Leite integral (1copo, 250ml)
Queijo branco (2 fatias, 60g)
Queijos(prato, mussarela, provolone)
(2 fatias, 40g)
Carnes, ovos e pescados
Carne bovina (1 bife md, 100g)
Carne de frango (1 bife md, 100g)
Carne suína (1 bife md, 100g)
Mortadela, presunto (2 fatias, 40g)
Peixe (120g)
Verduras e legumes
Hortaliças: alface, acelga, repolho,
couve, agrião, escarola, etc. (1 prato
de sobremesa, 60g)
Tomate,brócolis, couve-flor,cenoura,
beterraba, berinjela, etc (1 unidade,
60g)
Frutas
Mais de
Todos
1 vez
os dias
por dia
4-6
vezes
por
semana
1-3
vezes
por
semana
1-3
vezes
por
mês
Nunca /
raramente
Observações
Mais de
Todos
1 vez
os dias
por dia
4-6
vezes
por
semana
1-3
vezes
por
semana
1-3
vezes
por
mês
Nunca /
raramente
Observações
Mais de
Todos
1 vez
os dias
por dia
4-6
vezes
por
semana
1-3
vezes
por
semana
1-3
vezes
por
mês
Nunca /
raramente
Observações
Mais de
Todos
1 vez
os dias
por dia
4-6
vezes
por
semana
1-3
vezes
por
semana
1-3
vezes
por
mês
Nunca /
raramente
Observações
Laranja, banana, maçã, melão,
mamão, pêssego, ameixa, morango,
goiaba, melancia, etc (1 porção)
Pão, cereais e tubérculos
Arroz (1 escumadeira, 100g)
Batata assada/purê/cozida (1 uni,
80g)
Cereais matinas (granola, sucrilhos,
etc (1 copo pq, 40g)
Macarrão (1 prato de sobremesa,
95g)
Pão caseiro (2 fatias, 80g)
Pão francês (1 uni, 50g)
Pão integral/diet (1 fatia, 25g)
Polenta, mandioca (2 col pq, 70g)
Leguminosas
Feijão, lentilha, soja,ervilha, grão de
bico, etc) (1 concha md, 100g)
Óleos e gorduras
Lingüiça, salsicha (1 gomo, 50g)
Cachorro quente (1 unidade)
Batata frita (1 col grd cheia, 50g)
Biscoito salgado água e sal/cream
cracker (5 unidades,40g )
hamburguer (frango, carne) (1 uni)
Lanches com hamburguer (frango,
carne) (1 unidade)
Manteiga (1 cl sopa-rasa, 14g)
Margarina (1 cl sopa-rasa, 14g)
Óleo (soja, milho, canola,etc) (1cl
sopa, 8ml)
Pizza (2 pedaços, 200g)
Salgadinhos de bar (esfiha, coxinha,
pastel) (1 unidade, 80g)
Salgadinhos de pacote ( 1 pacote,
66g)
Torta salgada (1 fatia grande, 100g)
Doces e guloseimas
Bala/ pirulito (5 uni)
Bolacha recheada (1/2 pct)
Bolacha simples (1/2 pct)
Bolo (1 pedaço médio, 40g)
Bolo/torta recheado/com frutas (1
fatia grande, 100g)
Chiclete (2 uni)
Chocolate (1 uni)
Chocolate em pó (2 cl sopa, 30g)
Doce de frutas (calda/barra) (2
unidades/1 colher grande, 90g)
Doce de leite ( 1 cl sopa 50g)
Doces de bar (amendoim, leite,
suspiro) (1 ½ unidade, 50g)
Mais de
Todos
1 vez
os dias
por dia
4-6
vezes
por
semana
1-3
vezes
por
semana
1-3
vezes
por
mês
Nunca /
raramente
Observações
Gelatina (2 cl sopa 60g)
Mel (1 cl sopa cheia 25g)
Sobremesas cremosas (pudim, majar,
arroz-doce, cremes) 1 fatia pq/1cl grd
(90g)
Sorvete picolé (1 uni 66g)
Sorvetes cremosos (1 bola grande/1
xícara de chá, 100g )
Bebidas
Mais de
Todos
1 vez
os dias
por dia
4-6
vezes
por
semana
Café com leite (1 xícara, 150ml)
Café preto ( 1 xícara, 150ml)
Chá mate/preto infusão (1 copo,
250ml)
Refrigerantes
(cola/limão/laranja/guaraná) (1 copo,
250ml)
Suco de pacotinho (1 copo, 250ml)
Suco néctar (tipo Del Valle) (1 copo,
250 ml)
Suco natural de frutas (1 copo, 250ml)
Costuma trocar refeição por lanches?
Qual refeição?
Qual tipo de lanche?
SIM
NÃO
1-3
vezes
por
semana
1-3
vezes
por
mês
Nunca /
raramente
açúcar
adoçante
sem
açúcar
APÊNDICE III
Anamnese
Data da consulta: __/__/___
Nome:_____________________________________________________________
Data de nascimento:__/__/___Idade:____
Estado civil: ( )casado ( )solteiro ( )separado ( )divorciado ( )viúva ( )amasiado
Peso atual:______Kg Peso antes da gestação:_____Kg Altura:____m.
IMC pré-gestacional:_____Kg/m²
Classificação:__________________
IMC atual:_____Kg/m²
Classificação:_________________
Menarca:______anos.
DUM:__/__/___
Idade gestacional:____semanas.
Número de gestações:_____ Número de partos:____ Número de abortos:____
Número de filhos vivos atualmente: ____
Intercorrências: ( ) SIM
( )NÃO
( )natimortos ( )óbitos ( )neonatais ( )má formação congênita ( )outras
Número de pessoas na casa:____
Renda Familiar:_____ (Em média quantos salários mínimos) Renda per capta:____
Tipo de moradia: ( ) Madeira ( ) Alvenaria ( ) Mista ( )Outra:_________________.
Realiza atividade física: ( )SIM
( )NÃO
Já fez ou faz uso de suplemento alimentar? ( ) SIM ()NÃO Qual?______________
Quantidade: ________ Frequencia: ___________ / ( ) dia ( ) semana ( ) mês
Faz uso de algum tipo de medicamento?
( ) SIM
()NÃO Qual?______________
Quantidade: ________ Frequencia: ___________ / ( ) dia ( ) semana ( ) mês
Possui alguma enfermidade?
Alguém da Família possui?
( ) SIM
( ) SIM
( )NÃO Qual?______________
( )NÃO Qual?______________
Costuma ingerir bebida alcoólica? ( )SIM ( )NÃO
Faz uso de cigarro? ( )SIM ( )NÃO
Outras substâncias tóxicas: ( ) SIM
( )NÃO Qual?______________.
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