VIII Congresso da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar

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VIII Congresso da Sociedade Brasileira de Psicologia Hospitalar
PO - 90
INDICADORES EM SAÚDE: AVALIAÇÃO DA ADESÃO AO TRATAMENTO
EM PROGRAMA DE GESTANTES DE ALTO RISCO
Andrea Hellena dos Santos, Fabíola Langaro
Joinville/ SC – Centro Hospitalar Unimed
Introdução: Segundo o Ministério da Saúde (2010), gestação de alto risco ocorre quando existe doença
materna ou condição sócio-biológica que pode prejudicar a evolução da gravidez, havendo portanto risco
maior para a saúde da mãe e/ou do bebê. Quando identificado alto risco na gestação, há necessidade de
tratamentos e acompanhamentos rigorosos para que se alcance uma gravidez e parto saudáveis. Nestes
casos, segundo Nemes et al (2009), para a efetividade do tratamento, é essencial a adesão da paciente,
ou seja, a correspondência entre seu comportamento e as recomendações fornecidas pela equipe de
saúde. Considerando que bons resultados dependem da alta adesão, a avaliação deste indicador tornase essencial para a qualidade dos serviços. Medir adesão por meio de desfechos clínicos, apesar de
comumente recomendado pela literatura, é limitado visto que a melhora clínica depende não apenas
do uso correto da medicação, mas também de fatores como resposta do organismo à mesma. Por este
motivo, a auto-avaliação por meio de questionários aumenta a sensibilidade da verificação dos índices de
adesão, ou seja, a detecção de verdadeiros não-adeptos ao tratamento, gerando indicadores úteis para a
gestão de programas em saúde. Material e métodos: Em março de 2011 iniciou-se rotina de avaliação da
adesão ao tratamento das gestantes do Programa de Alto Risco do Centro Hospitalar Unimed de Joinville
(SC), que consta da aplicação de dois instrumentos: Questionário de Morisky et al (1986), voltado para
avaliação da adesão à medicação, e Questionário para Avaliação do Tratamento, elaborado pelo Serviço
de Psicologia Hospitalar da referida instituição. A elaboração deste último instrumento seguiu a lógica
de Morisky et al, focando a avaliação da adesão dos seguintes aspectos do tratamento: orientações da
equipe, dificuldade de aceitação do diagnóstico, frequência ao programa e consultas, persistência no
tratamento, realização de exames e controles. A aplicação dos questionários acontece em três momentos:
no início (1 a 2 meses), no meio (3 a 5 meses) e no final (6 a 9 meses) da participação das gestantes no
programa. Resultados e discussão: Por meio da aplicação dos questionários, tem sido possível verificar
alterações no grau de adesão das participantes do programa ao longo do tempo, avaliando o impacto
das ações da equipe na adesão. Ainda, permite identificar os aspectos de maior incidência de nãoadesão, promovendo atuação direcionada às dificuldades específicas de cada participante. Por este
motivo, o uso destes instrumentos tem possibilitado superar as condutas voltadas para o perfil geral da
paciente da gestação de alto risco, o que frequentemente ocorre na realidade brasileira, passando a
considerar particularidades de cada mulher e ampliando a possibilidade de bons resultados. Conclusões:
Embora um dos questionários utilizados não seja validado, considera-se que ambos os instrumentos
cumprem o objetivo de verificar a correspondência entre o comportamento das gestantes de alto risco
e as recomendações fornecidas pela equipe do programa; norteiam o trabalho da equipe de saúde;
incorporam as especificidades das participantes nos serviços prestados; e geram dados que podem ser
utilizados como indicadores de gestão e qualidade.
Palavras-chave: Gestantes, alto risco, adesão, psicologia, gestão em saúde.
Email de contato: [email protected]
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