ISSN 0103-0779 Revista Agropecuária Catarinense, vol. 27, no 2, Suplemento, jul. 2014 11º Seminário Nacional sobre Fruticultura de Clima Temperado São Joaquim, SC 3 a 5 de junho de 2014 Anais (Resumos de palestras e de pôsteres) Governo do Estado de Santa Catarina Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) 1 Exemplares desta publicação poderão ser solicitados à: Epagri/Estação Experimental de São Joaquim Rua João Araújo Lima, 102, C.P, 81, Jardim Caiçara 88600-000 São Joaquim, SC Fone: (49) 3233-0324 E-mail: [email protected] Editado pela Epagri/Gerência de Marketing e Comunicação (GMC). Revisão, padronização e diagramação: João Batista Leonel Ghizoni Tiragem: 800 exemplares Impressão: Editograf A responsabilidade do editor limita-se à adequação dos trabalhos às normas editoriais estabelecidas. O conteúdo das palestras e dos resumos aqui publicado é de responsabilidade exclusiva dos autores. É autorizada a reprodução de partes deste trabalho desde que citada a fonte. Ficha catalográfica Agropecuária Catarinense - v. 1 (1988) Florianópolis: Empresa Catarinense de Pesquisa Agropecuária (1988-1991) Editada pela Epagri (1991- ) Trimestral. A partir de março/2000 a periodicidade é quadrimestral. Suplemento especial do 11º Seminário Nacional sobre Fruticultura de Clima Temperado, São Joaquim, SC, 2014. 1. Agropecuária – Brasil – SC – Periódicos. I. Empresa Catarinense de Pesquisa Agropecuária, Florianópolis, SC. II. Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina, Florianópolis, SC. 2 REALIZAÇÃO Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) Estação Experimental de São Joaquim PROMOÇÃO Epagri Associação dos Engenheiros-Agrônomos da Serra Catarinense (Assea) Prefeitura Municipal de São Joaquim Associação dos Produtores de Maçã e Pera de Santa Catarina (Amap) Governo do Estado de Santa Catarina Associação Brasileira de Produtores de Maçã (ABPM) APOIO Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) Basf Bayer Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Santa Catarina (Crea-SC) Cooperativa Agrícola de São Joaquim (Sanjo) Embrapa Clima Temperado Embrapa Uva e Vinho Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) Fischer S/A Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc) Schio Agropecuária Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Estado de Santa Catarina (Senar) Sindicato dos Engenheiros-Agrônomos de Santa Catarina (Seagro-SC) Sindicato Rural de São Joaquim 3 4 Programação 3 de junho – terça-feira 8h30 – Inscrições 10h00 – Solenidade de abertura Coordenadores de mesa: Salvio Rodrigues Proença e João Felippeto 11h00 – Perspectiva da cadeia produtiva da macieira no Brasil e no mundo Pierre Nicolas Pérès – Associação Brasileira dos Produtores de Maçã (ABPM), Fraiburgo, SC 12h00 – Almoço 12h45 às 14h00 – Apresentação de pôsteres BLOCO I – Adubação e nutrição de plantas Coordenadores de mesa: Gilberto Nava e Marcelo Cruz de Liz 14h00 – Viabilidade da fertirrigação em pomares de macieira no Sul do Brasil Gilmar Ribeiro Nachtigall – Embrapa / CNPUV, Vacaria, RS 14h45 – Fertigation and nutrition of apple orchards Gerry H. Neilsen – PARC – Agri-Food, Canadá 16h00 – Intervalo BLOCO II – Mercado e custos de produção Coordenadores de mesa: Rosangela Costa Rodrigues Pazeto e Rafael Camargo 16h45 – Gestão econômica e financeira na produção de frutas de clima temperado Joelsio José Lazzarotto – Embrapa / CNPUV, Bento Gonçalves, RS 17h30 – O futuro do agronegócio no Brasil Marcos Fava Neves – FEA / USP, Ribeirão Preto, SP 4 de junho – quarta-feira BLOCO III – Fitossanidade Coordenadores de mesa: Luiz Gonzaga Ribeiro e Silvio André Meirelles Alves 8h30 – The augmentative biological control and the sterile insect technique as alternatives to suppress fruit fly populations Pablo Montoya – Programa Moscafrut SAGARPA-IICA, México 9h30 h – Situação atual e perspectivas no controle da sarna da macieira no Brasil José Itamar Boneti – Fito Desenvolvimento e Produção Ltda., São Joaquim, SC 9h45 – Intervalo 10h45 – Activities and resistance management of temperate fruit fungicides Wayne Wilcox – Universidade de Cornel, Geneva, EUA 5 12h00 – Almoço 12h45 às 14h00 – Apresentação de pôsteres 14h00 – Agroalertas-Maçã: sistema de monitoramento e difusão de avisos e alertas agrometeorológicos para a cultura da macieira Yoshinori Katsurayama – Fito Desenvolvimento e Produção Ltda., São Joaquim, SC 14h45 – Management of grape diseases in the United States Wayne Wilcox – Universidade de Cornel, Geneva, EUA 15h45 – Intervalo BLOCO IV – Pós-colheita e polinização Coordenadores de mesa: Luiz Carlos Argenta e Cristiano João Arioli 16h45 – Tecnologías de postcosecha y su efecto sobre la expresión de desordenes fisiológicos en manzanas chilenas Carolina Torres Delcampo – Universidad de Talca, Chile 17h45 – Parâmetros técnicos para uma eficiente polinização dirigida em frutíferas de clima temperado Afonso Inácio Orth – UFSC, Florianópolis, SC 18h30 – Polinização em pomares de macieiras: nova metodologia para o aumento da frutificação com o manejo correto de colmeias James Arruda Salomé – UFSC, Florianópolis, SC 20h30 – Coquetel 5 de junho – quinta-feira BLOCO V – Manejo de plantas e mecanização Coordenadores de mesa: Adilson José Pereira e Marcelo Couto 8h30 – Manejo da macieira em sistemas de alta densidade de plantio com porta-enxertos vigorosos José Masanori Katsurayama – Epagri / Estação Experimental de São Joaquim 9h15 – An overview of the apple-tree cultivation in South Tyrol, Northern Italy: actual and future technical solutions Marco Bietresato – Universidade de Bolzano, Itália 10h15 – Intervalo 11h15 – Adaptação do sistema produtivo: o pomar do futuro José Luis Petri – Epagri / Estação Experimental de Caçador 12h00 – Encerramento 14h00 às 18h00 – Minicurso: Elaboração de vinhos de qualidade na pequena propriedade João Felippeto – Epagri / Estação Experimental de São Joaquim Vagas: 30 Carga horária: 4 horas 6 APRESENTAÇÃO É com grande satisfação que a Comissão Organizadora do décimo primeiro Seminário Nacional sobre Fruticultura de Clima Temperado – 11º Senafrut, através da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), em parceria com Associação dos Engenheiros-Agrônomos da Serra Catarinense (Assea), Prefeitura Municipal de São Joaquim, Associação dos Produtores de Maçã e Pera de Santa Catarina (Amap), Secretaria de Estado do Desenvolvimento Regional de São Joaquim (SDR-SJ) e a Associação Brasileira de Produtores de Maçã (ABPM), promove a edição desta publicação, na forma de Suplemento Especial da Revista Agropecuária Catarinense, convicta da importância dos trabalhos abordados e da contribuição que eles trazem para a fruticultura de clima temperado do estado de Santa Catarina e do Brasil. Hoje podemos identificar como novos desafios a ser encarados na fruticultura de clima temperado: adaptação de cultivares, redução no uso de agrotóxicos, controle de doenças e pragas, melhoramento de plantas, manejo de plantas, alterações climáticas, entre outros. Motivados por esses desafios, fomos encorajados a fazer mais uma edição do Senafrut, objetivando contribuir com alternativas para a solução dos problemas levantados. Considerando a importância que a fruticultura de clima temperado tem, principalmente para o estado de Santa Catarina e para o Sul do Brasil, com a realização deste evento esperamos contribuir com relevantes informações que serão apresentadas por renomados técnicos locais, nacionais e internacionais ligados a esse importante setor de nossa economia. Levando em consideração que a informação é elemento fundamental para a tomada de decisões em qualquer atividade econômica no concorrido mercado atual, esperamos estar contribuindo com informação, integração e atualização técnica para produtores, profissionais, empresas, instituições e demais atores ligados ao agronegócio de frutas de clima temperado. Gilberto Nava Presidente da Comissão Organizadora 7 8 SUMÁRIO Resumos das palestras . . . . . . . . . . . 11 . . . . . 13 Viabilidade da fertirrigação em pomares de macieira no Sul do Brasil . Gilmar Ribeiro Nachtigall . . . . 25 Fertigation and nutrition of apple orchards Gerry H. Neilsen . . . . 34 Gestão econômica e financeira na produção de frutas de clima temperado Joelsio José Lazzarotto . . . . 44 O futuro do agronegócio no Brasil Marcos Fava Neves . . . . 51 Perspectiva da cadeia produtiva da macieira no Brasil e no mundo Pierre Nicolas Pérès . . . . . . . . . The augmentative biological control and the sterile insect technique as alternatives to suppress fruit fly populations . . . . . . . . . . Pablo Montoya . 56 Situação atual e perspectivas no controle da sarna da macieira no Brasil José Itamar Boneti . . . . 60 Activities and resistance management of temperate fruit fungicides Wayne Wilcox . . . . 70 . Agroalertas-Maçã: sistema de monitoramento e difusão de avisos e alertas agrometeorológicos para a cultura da macieira . . . . . . . . . Yoshinori Katsurayama Management of grape diseases in the United States Wayne Wilcox . . . . . . 77 . . 83 . . 89 Parâmetros técnicos para uma eficiente polinização dirigida em frutíferas de clima temperado Afonso Inácio Orth . 95 Tecnologías de postcosecha y su efecto sobre la expresión de desordenes fisiológicos en manzanas chilenas . . . . . . . . . Carolina Torres Delcampo Polinização em pomares de macieiras: nova metodologia para o aumento da frutificação com o manejo correto de colmeias . . . . . . . . . James Arruda Salomé Manejo da macieira em sistemas de alta densidade de plantio com porta-enxertos vigorosos . José Masanori Katsurayama An overview of the apple-tree cultivation in South Tyrol, Northern Italy: actual and future technical solutions . . . . . . . Marco Bietresato 101 111 . . 117 Adaptação do sistema produtivo: o pomar do futuro . José Luis Petri . . . . . 120 Resumos dos pôsteres . . . . . . 127 . . . . 9 10 Resumos das palestras 11 12 Perspectiva da cadeia produtiva da macieira no Brasil e no mundo Pierre Nicolas Pérès1 "A cultura da maçã no Brasil surpreendeu e surpreende ainda hoje o mundo e todos aqueles que não acreditavam que isso seria possível. A coragem, a garra e o trabalho incansável dos produtores e, a organização do Setor, o qual é exemplo para muitas outras culturas, é literalmente o resultado de tantas conquistas apesar das dificuldades e das adversidades. O produtor da maçã brasileira merece ser referenciado como um lutador incansável e como vencedor nas batalhas que enfrenta a cada dia!”2 PRODUÇÃO DE MAÇÃ Área plantada Entre os anos 1900 e 1995 as áreas plantadas aumentaram muito rapidamente no mundo devido a um aumento drástico dos plantios na China. Em 1996, quando a China chegou a sua maior área plantada, 2.986.930 hectares, e em resposta a baixos preços de venda, começou a erradicar pomares principalmente em regiões periféricas. No restante do mundo as áreas diminuíram gradativamente, e os replantios foram feitos com pomares adensados e mais produtivos. Em 2009 a área plantada, sem considerarmos a China, aumentou levemente. Continuar aumentando ou não dependerá do retorno aos produtores. O que se verifica são a participação de produtores maiores, o uso intensivo de tecnologia e mecanização e a concentração das áreas plantadas em distritos rurais. A tabela abaixo3 ilustra esses fatos. Entre 1995 e 2012, um decréscimo mundial da área plantada de 23,15%, China 30,24%, União Europeia 20,01% e uma leve recuperação nesses últimos anos. Cinco países tiveram aumento da área plantada durante esse período: Índia, Polônia, Turquia, Brasil e Chile. País Hectares 1990 1995 2000 2005 2010 2011 2012 1.633.100 2.953.100 2.254.010 1.890.300 2.056.000 2.052.000 2.060.000 EUA 191.600 187.200 173.900 153.602 138.383 133.789 132.656 Índia 187.198 210.000 230.000 230.700 282.900 289.100 321.900 Turquia 105.000 108.433 107.700 121.000 165.078 142.408 150.847 China (Continua) 1 Associação Brasileira dos Produtores de Maçã (ABPM), Fraiburgo, SC. Publicado no jornal e blog da ABPM em abril de 2014. 3 Fonte: <http://faostat3.fao.org/faostat-gateway/go/to/download/Q/QC/E>. 2 13 (Continuação) Hectares País 1990 1995 2000 2005 2010 Polônia 91.500 145.000 165.098 169.650 Itália 78.012 67.115 52.527 57.136 França Irã 2011 2012 170.443 183.526 194.680 57.907 56.860 54.684 82.000 75.500 69.700 57.741 41.693 41.867 41.051 140.579 145.503 147.337 201.350 130.291 150.810 134.000 22.337 26.704 30.043 35.493 38.723 38.077 38.457 420.000 445.000 401.000 192.300 188.000 183.300 Brasil Rússia - Chile 23.260 32.440 35.790 34.800 35.029 35.682 36.500 Argentina 50.097 48.000 46.000 41.251 43.500 42.394 43.000 358.200 227.600 137.900 105.200 105.200 105.500 36.100 125.000 32.339 31.819 31.608 31.640 Ucrânia - Alemanha 84.400 África do Sul Mundo União Europeia 20.500 21.000 25.073 21.326 21.100 22.500 22.900 5.146.862 6.301. 830 5 417.899 4.802.697 4.751.202 4.782.074 4.842.822 648.942 697.138 752.610 623.039 540.814 547.725 557.665 Aumento da produção A procura por mais rentabilidade e a erradicação de áreas menos produtivas com variedades antigas substituídas por área de alta densidade e clones novos fizeram a produção disparar apesar da redução da área. Olhando com cuidado a tabela a seguir (Fonte: nota de rodapé 3, na p. 11), percebe-se que os ganhos de produção vêm essencialmente da China, que poderá ultrapassar a marca de 40 milhões de toneladas em 2014. A produção do restante do mundo continua estabilizada a uma média de 38 milhões de toneladas. A China está a um passo de produzir mais de 50% da produção mundial, o que é um fato notável quando comparado a 1990, quando a produção dela representava 10,5%. O aumento da produção se justificou pelo aumento do poder aquisitivo da população. Hoje o crescimento da produção acompanha a migração dos trabalhadores para a cidade e o consequente aumento do poder aquisitivo. Qualquer situação econômica que perturbe esse equilíbrio poderia resultar na invasão da maçã chinesa no mundo. Produção de maçã (1.000t) Classe País Ano 1990 1995 2000 2005 2010 2011 2012 China 4.319 14.008 20.431 24.011 33.263 35.985 37.000 2 USA 4.380 4.798 4.682 4.409 4.215 4.275 4.110 3 Turquia 1.900 2.100 2.400 2.570 2.600 2.680 2.889 4 Polônia 812 1.288 1.450 2.075 1.878 2.493 2.877 5 Índia 1.094 1.200 1.050 1.739 1.777 2.891 2.203 6 Itália 2.050 1.940 2.232 2.192 2.205 2.411 1.991 7 Iran 1.524 1.990 2.142 2.662 1.662 1.843 1.700 8 Chile 700 850 805 1.300 1.624 1.588 1.625 1 (Continua) 14 (Continuação) Classe País Ano 1990 1995 2000 2005 2010 2011 2012 9 Rússia - 1.200 1.832 1.786 992 1.200 1.403 10 França 2.326 2.516 2.157 2.241 1.788 1.857 1.383 11 Brasil 544 686 1.153 851 1.339 1.339 1.335 12 Argentina 976 1.146 833 1.206 1.050 1.116 1.250 13 Ucrânia 14 Alemanha - 1.046 648 720 897 954 1.127 2.222 573 3.137 891 835 898 972 15 África do Sul 430 518 574 680 724 781 796 Mundo 41.047 49.309 59.052 62.391 70.581 76.130 76.379 União Europeia 12.297 11.030 14.183 11.820 10.807 11.711 10.982 A China aumentou sua produção ao longo do período, assim como: Turquia, Polônia, Índia, Chile, Brasil, Ucrânia e África do Sul. Todos os países tradicionais produtores de maçã tiveram redução de produção ou estabilização. A redução maior foi nos países mais desenvolvidos. Dificuldades comuns a todos os produtores agravaram mais a situação, ficando complicado para os produtores se adaptarem em alguns países: falta e aumento do custo da mão de obra, aumento da energia, aumento dos adubos e defensivos. O aumento generalizado de produção de frutas no mundo +114,7% no período colocou mais pressão sobre o mercado de frutas no mundo. 15 Os supermercados disponibilizam o ano todo frutas do mundo inteiro, e a participação das frutas tropicais tem aumentado significativamente. Os supermercados querem manter o abastecimento por 12 meses das frutas ofertadas. Isso estimula a demanda por frutas em outros países produtores em hemisfério oposto. O competidor dos produtores da maçã brasileira não é só o produtor vizinho, nem só o produtor do país vizinho; é também o produtor de todas as frutas do mundo todo. Outros grandes concorrentes da maçã são os snacks e as bebidas industrializadas, produtos que têm grandes orçamentos de marketing e distribuídos por multinacionais. Nas mensagens de marketing endereçadas aos consumidores, essas empresas usam os atributos ligados à saúde das frutas por existir parte mínima delas na composição do produto final. -1 Produtividade (t.ha ) País Chile Itália África do Sul Brasil França EUA Alemanha Argentina Turquia China Polônia Iran Ucrânia Rússia Índia Mundo União Europeia 1990 1995 2000 2005 2010 2011 2012 30,09 26,28 20,98 24,35 28,37 22,86 26,33 19,48 18,10 2,64 8,87 10,84 5,84 7,98 18,95 26,20 28,91 24,67 25,69 33,32 25,63 15,87 23,88 19,37 4,74 8,88 13,68 2,92 2,86 5,71 7,82 15,82 22,49 42,49 22,89 38,38 30,95 26,92 25,10 18,11 22,28 9,06 8,78 14,54 2,85 4,12 4,57 10,90 18,85 37,36 38,36 31,89 23,98 38,81 28,70 27,55 29,24 21,24 12,70 12,23 13,22 5,22 4,45 7,54 12,99 18,97 46,36 38,08 34,31 34,58 42,88 30,46 26,24 24,14 15,75 16,18 11,02 12,76 8,53 5,16 6,28 14,86 19,98 44,50 42,40 34,71 35,17 44,35 31,95 28,41 26,32 18,82 17,54 13,58 12,22 9,07 6,38 10,00 15,92 21,38 44,52 36,41 34,76 34,71 33,69 30,98 30,72 29,07 19,15 17,96 14,78 12,69 10,68 7,65 6,84 15,77 19,69 Quando se analisa a produtividade, percebe-se que o Brasil está numa boa posição (quarta). Isso é devido, basicamente, a dois fatores: as pesquisas constantes da Epagri e da Embrapa, que permitiram aos produtores incorporar rapidamente as melhores práticas de manejo e de nutrição; e a qualidade do corpo técnico dessas empresas. Apesar das dificuldades climáticas e das condições subtropicais, os produtores conseguiram adaptar-se e criar uma indústria que produz maçã de alta qualidade gustativa. O consumidor escolheu a maçã brasileira por seu gosto, doçura e “crocância”, permitindo a nossa indústria estabelecer-se e crescer com o mercado. Produção de maçã no Hemisfério Sul A área plantada de maçãs no Brasil é muito estável. Nos últimos anos a produção flutuou em função do clima, que retirou parte da produção. Um esforço grande foi feito para renovar os 16 pomares mais velhos por pomares de novos clones de Gala e Fuji, mais produtivos. A produção é mais orientada ao mercado interno; a exportação é uma porta que permite aliviar a pressão nos meses de colheita. Produção de maçã (1.000t) País África do Sul Argentina Austrália Brasil Chile Nova Zelândia Total 4 2006 637 1.051 276 759 1.644 392 4.759 2007 689 1.047 271 993 1.732 427 5.159 2008 749 980 265 983 1.770 434 5.181 2009 747 933 267 1.053 1.811 466 5.276 2010 775 800 259 1.226 1.755 448 5.264 Ano 2011 765 1.048 264 1.250 1.784 513 5.624 2012 813 853 298 1.184 1.766 476 5.389 2013 900 930 289 1.051 1.627 550 5.347 2014 842 890 292 1.180 1.871 495 5.570 (1) (2) -6 -4 1 12 15 -10 4 2 -6 3 2 8 -4 2 (1) Diferença entre 2013 e 2014. (2) Diferença média de 2011, 2012, 2013 e 2014. As diferenças nos números de produção entre FAO e WAPA vêm da metodologia de levantamento. A FAO privilegia as estatísticas oficiais: no Brasil, por exemplo, o IBGE; a WAPA dá mais atenção às estatísticas das associações de produção em cada país. Fora a Argentina, que tem diminuído sua produção, todos os outros países aumentaram, com destaque para o Brasil, com +55%, e a África do Sul, com +32%. A Argentina sofre uma política econômica restritiva aos empresários, com falta de câmbio adequado, greves permanentes, redução das áreas plantadas, os produtores se voltaram para o mercado interno, que pagou bons preços nesses últimos anos. No Chile o fator câmbio é também uma dificuldade para os produtores, que são obrigados a exportar por falta de mercado interno, e existe uma nova tendência de consolidação dos produtores de maçã. A África do Sul se encontra numa boa posição, com mercado interno forte, boa tradição em exportar, é bem posicionada para fornecer as maçãs nos países vizinhos, mas uma ameaça apareceu em 2013 com movimentos sociais violentos na área de mineração, que resultou em aumento significativo do custo da mão de obra, inclusive para a indústria da fruta. Produção do Hemisfério Sul por variedade A variedade Braeburn, que cresceu muito rapidamente quando introduzida, tem diminuído a produção nesses últimos anos. A Red Delicious também perdeu terreno ano a ano. A Pink Lady teve o maior crescimento nesse período, +94%; foi a maçã-clube que soube organizar os produtores e colocar à venda a produção com sucesso, elaborando um marketing original e consistente. O retorno ao produtor dessa variedade é acima da média das outras variedades. Fuji, Gala e Golden cresceram 36% nesse período. Mais detalhes podem ser vistos na tabela abaixo. 4 Fonte: Relatório da assembleia geral da WAPA em 7 de fevereiro de 2014 em Berlin, Alemanha. 17 Produção conforme a variedade (1.000t) Variedade Braeburn Cripps Pink Fuji Gala G. Delicious Granny Smith Red Delicious Outras Total 2006 248 153 535 1.260 155 807 1.177 424 4.759 2007 272 164 636 1.496 181 843 1.152 415 5.159 5 2008 220 206 629 1.574 172 856 1.078 446 5.181 2009 239 215 643 1.654 169 837 1.025 494 5.276 2010 212 229 729 1.768 169 786 843 528 5.264 2011 214 262 707 1.893 197 849 1.123 379 5.624 2012 203 313 759 1.741 210 825 935 403 5.389 2013 218 340 647 1.755 230 732 948 477 5.347 2014 210 298 730 1.715 214 891 1.056 457 5.570 (1) (2) -4 -12 13 -2 -7 22 11 -4 4 -1 -2 4 -5 1 11 5 9 2 A dificuldade de introduzir outras variedades é mundial; não existe, por parte dos supermercados, o desejo de abrir espaço. Isso se faria em detrimento de uma variedade já posicionada. O produtor com essa nova variedade teria que oferecer alguns atributos muito interessantes ou novos para poder convencê-los a abrir um espaço na banca. 5 Produção dos Estados Unidos da América por variedade (1.000t) Variedade Braeburn Cameo Cortland Cripps Pink Empire Fuji Gala Golden Delicious Granny Smith Honeycrisp Idared Jonagold Jonathan McIntosh Newtown Northern Spy Red Delicious RI Greening Rome Stayman York Outras Total 5 2004 88 32 53 45 95 401 470 598 427 0 95 39 87 229 21 33 1.418 43 202 27 78 104 4.583 2005 82 29 44 42 82 373 437 564 401 0 89 36 85 189 20 33 1.288 36 189 27 84 272 4.402 2006 90 34 52 50 95 362 485 471 435 0 104 31 89 218 19 30 1.244 43 202 26 78 290 4.456 2007 81 31 53 64 94 331 528 423 378 42 97 24 69 224 34 1.074 172 22 76 306 4.123 2008 79 35 51 60 110 395 569 498 420 52 85 26 73 197 30 1.086 185 26 76 318 4.371 2009 72 32 52 54 127 360 531 499 373 56 125 24 97 218 51 1.056 213 22 84 355 4.402 2010 77 22 45 73 116 389 616 453 361 85 78 25 59 181 19 1.032 150 21 76 333 4.210 2011 55 18 46 68 124 357 647 441 367 109 98 21 76 186 26 1.013 152 20 74 376 4.273 Fonte: Relatório da assembleia geral da WAPA em 7 de fevereiro de 2014 em Berlin, Alemanha. 18 2012 51 23 24 88 62 463 691 440 441 133 33 28 29 109 7 1.011 105 20 87 265 4.110 2013 79 30 54 69 124 397 627 502 412 74 105 26 81 218 35 1.141 189 24 84 366 4.635 Os EUA são um dos poucos países líderes na produção de maçã que viram sua produção diminuir. As mudanças se caracterizaram por forte redução dos pequenos produtores e o domínio por grandes produtores, embaladores e comerciantes. A consolidação foi uma resposta à concentração do varejo; embaladores independentes preferiram unir-se às grandes organizações comerciais para ser mais eficientes comercialmente. As grandes organizações integradas conseguiram atender à demanda por padrões melhores de qualidade a custo competitivo. Algumas organizações menores conseguiram atender à demanda por produtos de nicho, como: socialmente mais justos, orgânico, proteção da fauna, fair trade, redução de emissão de carbono, novas variedades ou compra de produtos locais. Produção europeia por país (1.000t.) País Alemanha Áustria Bélgica Croácia Dinamarca Eslováquia Eslovênia Espanha França Grécia Holanda Hungria Itália Letônia Lituânia Polônia Portugal Reino Unido República Checa Romênia Suécia Total 2004 946 164 356 38 26 31 62 553 1.709 282 435 679 2.032 7 34 2.522 277 164 164 1.098 20 11.598 6 2005 925 177 317 41 26 36 58 701 1.770 265 380 467 2.085 38 130 2.200 252 193 138 439 21 10.658 2006 948 163 358 48 27 31 71 547 1.585 267 348 480 1.991 32 100 2.250 257 174 160 417 20 10.274 2007 1.070 193 358 40 32 10 80 599 1.676 236 396 203 2.196 31 40 1.100 258 196 113 287 16 9.131 Ano 2008 2009 1.047 1.071 159 185 336 344 49 60 26 24 42 48 68 64 528 470 1.528 1.651 231 224 376 402 583 514 2.164 2.237 34 13 74 74 3.200 2.600 245 274 201 212 157 145 459 379 18 18 11.525 11.008 2010 835 169 288 89 21 32 66 486 1.579 254 334 488 2.179 12 46 1.850 251 214 103 423 20 9.740 2011 953 199 305 83 20 33 73 507 1.701 395 418 301 2.293 8 49 2.500 265 226 79 412 17 10.746 2012 972 157 220 59 18 36 45 386 1.169 242 281 747 1.939 9 39 2.900 221 162 118 351 14 10.087 2013 802 155 229 96 23 42 56 400 1.528 217 291 588 1.848 9 40 3.170 284 218 111 375 17 10.497 A União Europeia é um mercado comum sem impostos entre as fronteiras com uma política agrícola comum, facilitando o comércio entre os membros. A Polônia, primeiro produtor de maçã da Europa, tem sofrido as consequências de fatores climáticos extremos em vários anos, fazendo a produção oscilar muito e trazendo incerteza econômica ao mercado europeu. A Itália desbancou a França das posições de primeiro produtor e primeiro exportador – esse país é um 6 Fonte: Relatório da assembleia geral da WAPA em 7 de fevereiro de 2014 em Berlin, Alemanha. 19 modelo da pequena propriedade organizada em cooperativas e cooperativas de segundo grau. Os produtores italianos se adaptaram muito rapidamente às mudanças do mercado. No entanto, a produção de Golden Delicious é muito importante e pode penalizar o produtor no futuro. Na França as áreas plantadas estão se estabilizando após anos de reduções. A produção é organizada em cooperativas fortes, continua uma das mais organizadas do mundo, e existe uma promoção dinâmica de maçãs com AOP. Perspectivas (1.000t.) 7 País ou região 2012 - FAO 2015 prev. 2020 prev. França 1.383,00 1.800,00 1.850,00 Itália 1.991,00 2.380,00 2.400,00 Polônia 2.877,00 3.160,00 3.270,00 Outros 4.017,00 5.485,00 5.948,00 10.268,00 12.825,00 13.468,00 4.110,00 4.572,00 4.763,00 934,00 1.037,00 1.097,00 5.044,00 5.609,00 5.860,00 37.000,00 43.637,00 46.104,00 Turquia 2.889,00 2.950,00 3.200,00 Rússia 1.403,00 1.350,00 1.400,00 Outros 8.318,00 10.715,00 11.349,00 48.207,00 57.302,00 60.653,00 3.661,00 4.177,00 4.409,00 África do Sul 796,00 875,00 930,00 Oceania 651,00 805,00 840,00 5.108,00 5.857,00 6.179,00 70.030,00 82.943,00 87.560,00 Outros países 5.011,00 5.307,00 5.362,00 Total mundial 76.379,00 88.250,00 92.922,00 Europa Total América do Norte Estados Unidos Outros Total Ásia China Total Hemisfério Sul América do Sul Total Total dos principais países No caso da China, mesmo que a área plantada não aumente, um simples aumento de produtividade pode fazer explodir a produção. O aumento de produção previsto por Desmond O’Rourke é devido, principalmente, ao uso de material vegetal de última geração, novos porta-enxertos, plantio de alta densidade, visando à produção precoce e usando as últimas tecnologias, por grupos de grandes produtores com capacidade financeira adequada. O’Rourke acredita que, em termos de novas variedades, será difícil repetir o sucesso da Gala e da Fuji dos anos 1980 devido à competição entre supermercados e produtores. É provável que uma nova variedade surja 7 Fonte: World Apple Review (2013). 20 entre estas: Cripps Pink, Pinova, Ariane, Cameo, Honeycrisp, Jazz, Junami, Kanzi, Belchard-Chantecler e Rubens. No Brasil temos a Monalisa, que é uma variedade com bom potencial para agradar aos consumidores, variedade desenvolvida pela Epagri com resistência à sarna e ao ácaro. Segundo relatório da World Apple Review, poucas mudanças são previstas até 2020: a Red Delicious continuará no primeiro lugar seguida da Golden Delicious e da Gala. Essas três variedades representarão 48% da produção das 15 primeiras variedades; em quarto lugar a Fuji (excluída a China), Granny, Jonagold, que perde um lugar, Idared, que ganha um, Braeburn, que perde um lugar, Cripps Pink, que ganha um lugar, e Elstar. O controle sobre o plantio de Honeycrisp foi eliminado; foi a variedade que mais rendeu aos produtores. Estima-se que se deverá plantar bastante nos dois hemisférios, o que certamente eliminará o preço premium que era pago. Estão sendo lançadas maçãs muito diferentes pela Ifored, de polpa vermelha. Isso poderá ser um novo sucesso? 8 Consumo de maçã no mundo (fruta in natura) Países produtores País Países não produtores Média 2010-2012 (kg) União Europeia País 2010 (kg) 15,13 Indonésia 0,82 9,40 Hong Kong 9,96 14,12 Malásia 3,35 7,53 Filipinas 0,75 Brasil 5,21 Singapura 8,02 Chile 11,14 Taiwan 6,42 Reino Unido Outros países europeus Argentina África do Sul 4,37 Tailândia 1,85 Hemisfério sul 6,20 Bahrain 5,79 China 21,64 Egito 1,32 Japão 5,43 Kuwait 7,69 Taiwan 5,79 Líbia 8,02 Turquia 30,15 Omã 4,42 Canadá 10,66 Arábia Saudita México 5,83 Emirados Árabes Estados Unidos 6,83 Panamá 2,10 Venezuela 0,52 Rússia 10,60 6,19 12,21 Mercado de exportação Desde a crise financeira de 2007, os principais mercados Europeus, destino de nossas exportações, mudaram os volumes de importação do Hemisfério Sul, que baixaram 40%. Os exportadores do Hemisfério Sul estão trabalhando diferentes estratégias para minimizar a perda de volume nesse mercado. Todos os países produtores e exportadores de maçã devem produzir mais frutas na próxima década, e o desafio será encontrar os mercados lucrativos para essa fruta 8 Fonte: World Apple Review (2013). 21 adicional. Esse assunto está intimamente ligado à relação do aumento da renda dos trabalhadores num determinado mercado, de preferência não produtor de maçã. A análise dos dados de consumo de maçã é ligada à situação econômica do momento e à renda per capita. Verificou-se na Europa um aumento de consumo até 2002 e um retrocesso nesses últimos anos. Essa análise vale para os outros países. Os países não produtores de maçã são as melhores apostas em tornarem-se mercados atraentes para exportadores de maçã. Sustentabilidade econômica em São Joaquim O custo operacional efetivo de produção da maçã apurado em junho de 2013 pelo estudo da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) e o Centro de Inteligência em Mercados (CIM) da Universidade Federal de Lavras, numa propriedade típica da Região Serrana, tendo 40% Gala e 60% Fuji, para uma propriedade de 5 hectares produzindo 45 toneladas por hectare, distribuído na média em 50% cat. 1, 25% cat. 2, 15% cat. 3 e 10% indústria, era de R$553,95 por tonelada. O custo operacional total, incluindo as depreciações, é de R$691,45.t-1, e o custo total é de R$864,96.t-1, incluindo o custo de oportunidade do capital calculado a 6% ao ano sobre os bens de capital e a renumeração da terra corresponde ao valor do arrendamento. O preço de venda médio apontado em junho de 2013 era de R$680,00/t, na média dos produtores, e a margem bruta (PV-COE) é positiva em R$126,05.t-1. A margem liquida (PV-COT) é negativa em R$11,45.t-1 e o resultado do exercício aponta um prejuízo de R$184,95.t-1. Caso se considerem os mesmos dados da época, mas pegando como exemplo o perfil da produção de um produtor com características similares oriundas de clones das variedades Gala e Fuji, que adotou boas práticas produtivas, esse produtor alcançou a qualidade seguinte: 79% cat. 1, 1% cat. 2, 12% cat. 3 e 8% indústria. A margem bruta considerando a mesma produção de 45t.h-1 poderia chegar a R$121,50.t-1. e o resultado do exercício ficaria em R$52,16.t-1. negativo. Mas, este produtor teve uma melhor eficiência produtiva e chegou a produzir 57 toneladas por hectare. Neste caso a margem bruta por hectare ficou em R$266,92.t-1. e o resultado do exercício em R$129,93.t-1. Pudemos perceber quão importante é produzir frutas de qualidade com boa produtividade por hectare a fim de melhorar as margens de lucro. Outro fator importante não analisado é o tamanho da fruta: é importante para o produtor fazer um raleamento eficiente para poder colher frutos maiores, que serão vendidos por valores mais altos, melhorando assim o preço médio. Krueger9, num estudo de dezembro 2013, aponta o custo médio em São Joaquim de R$15.080,82 por hectare para uma produtividade média de 41,69t.ha-1. O preço médio é de R$630,00.t-1, originando uma margem bruta de R$268,26. 9 Krueger, R. Engenheiro-agrônomo, M.Sc., Cidasc, Sustentabilidade econômica com a cultura da maçã em São Joaquim, publicado no jornal da Agapomi n.235, de dezembro de 2013. 22 Tabela de Custos 10 Conta -1 Subconta Participação -1 R$.ha R$.t Salários 2 539,17 56,43 Encargos 2 127,57 2 515,99 Corretivos Fertilizantes COE (%) COT (%) 10,2 8,2 6,5 47,28 8,5 6,8 5,5 55,91 10,1 8,1 6,5 104,00 2,31 0,4 0,3 0,3 978,55 21,75 3,9 3,1 2,5 5.077,24 112,83 20,4 16,3 13,0 Salários 2.028,70 45,08 8,1 6,5 5,2 Encargos 1.306,80 29,04 5,2 4,2 3,4 Mecanização 838,66 18,64 3,4 2,7 2,2 Outros 952,29 21,16 3,8 3,1 2,4 3.426,06 76,13 13,7 11,0 8,8 Juros de Custeio Custo operacional efetivo (COE) (A) Depreciações (B) Pró-Labore (C) Custo operacional total (COT) (D) = (A+B+C) Remuneração capital circulante próprio (E) Renumeração terra (F) Renumeração bens de capital 6% (G) 1.327,96 1.704,80 24.927,79 6.187,58 31.115,37 4.590,00 3.217,96 29,51 37,88 553,95 137,50 691,45 102,00 71,51 5,3 6,8 100,0 - 4,3 5,5 80,1 19,9 0,0 100,0 - 3,4 4,4 64,0 15,9 0,0 79,9 0,0 11,8 8,3 Custo Total (CT) 38.923,33 864,96 - - 100,0 Condução de Pomares Mecanização Insumos Defensivos Pessoas Colheita e Pós Colheita Gastos Gerais Administrativos Materiais (H) = (D+E+F+G) CT (%) Nota: COE = custo operacional efetivo; COT =- custo operacional total; CT = custo total. Recomendações finais A capacitação técnica dos produtores, o acompanhamento dos pomares por engenheiro-agrônomo, a incorporação de boas práticas agrícolas, a escolha de clones de coloração melhor e mais produtivos, os cuidados no manejo e na colheita para produzir o máximo de qualidade, o cuidado para produzir frutos de tamanho adequado ao mercado, a inserção do manejo integrado de pragas e doenças, a capacitação da mão de obra, a proteção dos pomares dos granizos 11, , o uso de novos porta-enxertos adequados as características de São Joaquim permitindo uma colheita mais rápida mais precoce e facilitando o manejo. Estes pontos contribuirão para a melhoria da situação econômica dos produtores, tendo como corolário uma melhor situação econômica e social da pomicultura. 10 Dados levantados em 25 de junho em São Joaquim, no estudo do CIM da Universidade Federal de Lavras. Já existe uma linha de financiamento de tela antigranizo acessível no programa de incentivo à inovação tecnológica na produção agropecuária (Inovagro). Mais informações podem ser obtidas no site do BNDES http://www. bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/Institucional/Apoio_Financeiro/Programas_e_Fundos/inovagro.html. Para os produtores enquadrados no Pronaf há outra linha, que é o programa Mais Alimentos, com taxa de juros de 2% ao ano. 11 23 Para fortalecer e organizar melhor os produtores, o associativismo é o melhor caminho. Juntos seremos mais fortes na produção e na comercialização. Para o pequeno produtor, o cooperativismo é a saída, com as ajudas que os governos federal e estadual disponibilizam. Nas associações e nas cooperativas deve-se trabalhar o marketing da venda, a comunicação com o consumidor final. O financiamento das campanhas de marketing deve ser global por todos os produtores. Não existe hoje um produtor que o consumidor final possa identificar com certeza. A comunicação de massa é cara, mas a demanda aumenta proporcionalmente à exposição dos consumidores às mensagens, e a resposta do consumidor é sempre positiva. Isto é a resposta dos produtores: a grande concentração dos compradores, essencialmente supermercados com técnicas de compra infalíveis e sempre procurando a melhor oferta do dia. Para enfrentar com armas iguais os compradores, a concentração do produtor de maçã do lado da venda poderá passar pela criação de consórcios comerciais, reunindo os produtores com packing houses altamente profissionalizados e treinados, encarregados de comercializar da melhor maneira a produção. Outro ponto importante para o produtor é a valorização da fruta industrial. Pode caber à pesquisa destacar alguns caminhos, como sucos naturais, pasta de frutas, etc. Para o produtor há a possibilidade de desenvolver o caminho na propriedade ou nas cooperativas. Das novas variedades que eventualmente podem ser cultivadas no Brasil, é importante escolher uma que seja colhida entre a Gala e a Fuji para poder utilizar a mão de obra de colheita nesse período, assim como o material de colheita. Com a chegada provável de equipamentos de colheitas, será importante torná-los rentáveis da melhor maneira. Enfim, a adaptação do produtor às mudanças climáticas e à chegada eventual de novas pragas é essencial para perenizar sua atividade, de preferência com a ajuda dos órgãos de pesquisa. 24 Viabilidade da fertirrigação em pomares de macieira no Sul do Brasil Gilmar Ribeiro Nachtigall12, Gilberto Nava13, Maêve Silveira Castelo Branco14 e Christiano Mignoni de Lima15 Introdução A macieira, por ser uma planta de grande porte, com abundante vegetação, apresenta elevada evapotranspiração da cultura (ETc) em comparação com culturas anuais, o que exige elevadas quantidades de água disponível no solo para a obtenção de alta produtividade (Hoffmann & Bernardi, 2004; Nachtigall et al., 2009). O consumo de água pela macieira é influenciado principalmente pela temperatura, pela radiação solar global, pelo deficit de pressão de vapor e pela umidade relativa do ar (Pereira et al., 2009). Além disso, diferenças no tamanho e na forma das copas causam diferenças significativas na transpiração e na eficiência do uso de água (Li et al., 2002). O cultivo de maçãs nos principais países produtores, principalmente em sistemas de produção em alta densidade e de elevado uso tecnológico, utiliza a irrigação ou a fertirrigação para manter alta produtividade e qualidade dos frutos comercializáveis. A eficiência da irrigação e da fertirrigação em macieiras nesses países é comprovadas por diversos resultados de pesquisa, como os de Fallahi et al. (2008) nos EUA, Neilsen et al. (2010) no Canadá, Wan Zaliha e Singh (2010) na Austrália, Mpelasoka et al. (2001) na Nova Zelândia, Rufat et al. (2001) na Espanha, Wojcik e Treder (2006) na Polônia. No Brasil, em função das características climáticas predominantes até a última década, a irrigação ou a fertirrigação não eram técnicas incorporadas aos sistemas de produção de maçãs. Entretanto, as variações climáticas verificadas nos últimos anos têm-se constituído em motivo de preocupações para os produtores de maçã no Sul do Brasil, principalmente pelo fato de que a irregularidade e a má distribuição das chuvas podem causar problemas no que se refere tanto à qualidade quanto à produtividade das macieiras. Esses períodos de deficit hídrico ocorrem principalmente nas etapas do ciclo produtivo da maçã (final do crescimento dos ramos até a colheita), em que a demanda hídrica é maior (Beukes & Weber, 1982), fato que tem aumentado o interesse dos produtores pela instalação de sistemas de irrigação em suas áreas. Os primeiros trabalhos com irrigação e fertirrigação em macieira no Brasil foram realizados por Nachtigall et al. (2012) e Branco et al. (2013). 12 Engenheiro-agrônomo, Dr, Pesquisador da Embrapa Uva e Vinho, Estação Experimental de Fruticultura de Clima Temperado, C.P. 1513, 95200-000 Vacaria, RS, e-mail: [email protected]. 13 Engenheiro-agrônomo, Dr, Pesquisador da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), C.P. 81, 88600-000 São Joaquim, SC, e-mail: [email protected]. 14 Engenheira-agrônoma, Mestranda do curso de Ciência do Solo na Universidade do Estado de Santa Catarina, Av. Luís de Camões, 2090, Conta Dinheiro, 88520-000 Lages, SC, bolsista CNPq. e-mail: [email protected]. 15 Graduando em Agronomia UCS-CAMVA, Av. Dom Frei Cândido Maria Bamp, 2800, 95200-000 Vacaria, RS, bolsista CNPq, e-mail: [email protected]. 25 Os solos da região Sul do Brasil, nas áreas onde se cultiva macieira, são predominantemente Latossolos, com textura argilosa, de ocorrência nas regiões de Vacaria, RS, e Fraiburgo, SC. Esses solos, em função de suas características, apresentam alta capacidade de retração com a perda de umidade, evidenciada pelo fendilhamento, verificado facilmente em condições em que o solo está exposto. Já na região de São Joaquim, SC, predominam os Neossolos e Cambissolos, de textura franca e pouca profundidade, que apresentam baixa capacidade de armazenamento de água. Diante da importância que os elementos relacionados com a disponibilidade de água do solo e o fornecimento adequado de nutrientes têm sobre o crescimento e o desenvolvimento da macieira nas condições do Sul do Brasil, foram realizadas pesquisas para avaliar a disponibilidade de água do solo e os efeitos da irrigação e da fertirrigação na produtividade e qualidade de frutos de macieira em Vacaria e São Joaquim. Material e métodos Os trabalhos foram desenvolvidos no município de Vacaria (safras 2011/12 a 2013/14), na Estação Experimental de Clima Temperado da Embrapa Uva e Vinho (28o30’49” S; 50o52’58” W), 981m de altitude), cujo solo predominante é o Latossolo Bruno alumínico câmbico, e no município de São Joaquim (safra 2013/14), na Estação Experimental da Epagri (28°17’25’’ S, 49°56’56’’ W, 1.350m de altitude), cujo solo predominante é o Neossolo Litólico. Para a avaliação do efeito da irrigação e da fertirrigação na cultura da macieira foram instalados nas duas regiões pomares com sistema de irrigação localizada, por gotejamento, e foram utilizadas duas mangueiras para o experimento: uma para a aplicação da água de irrigação e uma para a aplicação da solução de solo via fertirrigação. Em Vacaria, utilizaram-se os cultivares Maxigala e Fuji Suprema sobre o porta-enxerto M9, plantados em 2009 no espaçamento de 1,2 e 1m entre as plantas respectivamente, e de 4m entre as filas, conduzidas no sistema de líder central. Em São Joaquim, utilizou-se o cultivar de macieira Kinkas sobre o porta-enxerto Maruba/M9 (filtro), plantado em 2012 no espaçamento de 1,2m x 4m, conduzidos no sistema de líder central. Os tratamentos utilizados foram: a) adubação convencional; b) adubação convencional + irrigação; c) fertirrigação + irrigação; e d) fertirrigação. As quantidades de nutrientes aplicadas foram de 60kg.ha-1 de K2O, 20kg.ha-1 de P2O5 e 20kg.ha-1 de N. Nos tratamentos com adubação convencional, a aplicação dos fertilizantes na forma sólida ocorreu de uma só vez, no período pós-floração, enquanto nos tratamentos com fertirrigação a adubação líquida foi realizada via fertirrigação, parceladas semanalmente durante o período de crescimento vegetativo das plantas, utilizando as mesmas quantidades de nutrientes dos demais tratamentos. Para o monitoramento hídrico do solo, foram empregados tensiômetros de punção instalados na linha de plantas e em duas profundidades, de 10 e 30cm, correspondendo às camadas de 0 a 20cm e de 20 a 40cm respectivamente. A partir dos valores do potencial matricial da água no solo, obtidos com a leitura dos tensiômetros, determinou-se a umidade volumétrica, 26 empregando-se a equação de van Genuchten (1980). A definição de necessidade de irrigação nas áreas de pomar irrigado foi estabelecida quando os níveis médios da tensão da água no solo, na camada 20 a 30cm, atingiram valores inferiores a -10kPa, valor referente à capacidade de campo do solo. Foram avaliados o rendimento de frutos por área (t.ha-1), as características pós-colheita de frutos (teor de sólidos solúveis totais em °Brix (SST) e a cor da epiderme da maçã – coordenadas cromáticas de croma “a”). Resultados e discussão 1 Monitoramento hídrico do solo Na Figura 1 são apresentados os resultados do monitoramento da tensão da água no solo em pomar de macieira, em função da irrigação, comparados aos do cultivo convencional, para a camada de 20 a 40cm de profundidade. Essa é a camada mais representativa dos efeitos de tratamentos por apresentar menor variabilidade de valores de tensão de água no solo, bem como por representar a região de maior acúmulo do sistema radicular. Nestes mesmos gráficos são representadas as ocorrências de precipitação pluviométrica nas safras 2011/12, 2012/13 e 2013/14 para a região de Vacaria. O comportamento da tensão de água no solo foi bem distinto entre as safras avaliadas. Na safra 2011/12 houve deficit hídrico na fase vegetativa da macieira, demonstrado pela avaliação dos tensiômetros localizados no sistema convencional (sem aplicação de água de irrigação), caracterizado por longo período de baixa disponibilidade de água do solo, o qual iniciou no início de novembro e prolongou-se até o fim de dezembro. As leituras mostraram tensões que ultrapassaram -50kPa. Outros períodos de deficit hídrico ocorreram a partir de março de 2012. Nos tratamentos de irrigação, as tensões médias avaliadas se mantiveram nos índices preestabelecidos como adequados para a cultura, uma vez que os tensiômetros a 30cm de profundidade apresentaram valores superiores ou próximos a -10kPa através da aplicação de água pelo sistema de irrigação. Isso mostrou a eficácia e a aplicabilidade do controle hídrico na cultura da macieira. Na safra 2012/13 houve apenas três períodos curtos de deficit hídrico durante a fase vegetativa da macieira: dois no mês de dezembro de 2012 e um no mês de janeiro de 2013. Sua leitura dos tensiômetros mostrou tensões inferiores a -10kPa, indicando necessidade da aplicação de água. Nos tratamentos de irrigação, as tensões médias avaliadas se mantiveram nos índices preestabelecidos como adequados para a cultura. Na safra 2013/14 houve períodos de deficit hídrico significativo em três momentos da fase vegetativa da macieira, verificado pela avaliação dos tensiômetros localizados no sistema convencional (sem aplicação de água de irrigação), o primeiro no início do mês de dezembro de 2013, o segundo, mais prolongado, de meados de dezembro de 2013 até meados de janeiro de 2014, e o terceiro em meados de fevereiro de 2014, cuja leitura dos tensiômetros mostrou tensões que ultrapassaram -50 kPa, indicando a necessidade da aplicação de água. 27 Figura 1. Distribuição sazonal da tensão de água no solo, na profundidade de 20 a 40cm, em cultivo de macieira irrigada e convencional, e da precipitação pluviométrica nas safras 2011/12, 2012/13 e 2013/14, em Vacaria, RS 28 Na Figura 2 são apresentados os resultados do monitoramento da tensão de água no solo em pomar de macieira para a região de São Joaquim em função da irrigação, comparados aos do cultivo convencional, para a camada de 20 a 40cm de profundidade, na safra 2013/14. Houve períodos de deficit hídrico significativo em três momentos da fase vegetativa da macieira: o primeiro no início do mês de dezembro de 2013, o segundo em meados de dezembro de 2013 e o terceiro no fim de janeiro de 2014. A leitura dos tensiômetros mostrou tensões que ultrapassaram -30kPa, indicando a necessidade da aplicação de água. Figura 2. Distribuição sazonal da tensão de água no solo, na profundidade de 20 a 40 cm, em cultivo de macieira irrigada e convencional e da precipitação pluviométrica na safra 2013/14. São Joaquim/SC. 2 Efeito da irrigação e fertirrigação na produtividade e qualidade Para a região de Vacaria, os efeitos da irrigação e fertirrigação na produtividade acumulada de frutos (três safras: 2011/12, 2012/13 e 2013/14) e na qualidade de frutos de macieira foram distintos entre os cultivares Maxigala e Fuji Suprema (Tabelas 1 e 2). Quanto ao rendimento de frutos, no cv. Maxigala somente na produção da classe 65 a 70mm houve efeito de tratamentos, em que o tratamento adubação convencional + irrigação apresentou produtividade superior aos demais tratamentos, com aumento de produtividade de aproximadamente 8 toneladas em três safras. Para a produção total, o tratamento adubação convencional + irrigação apresentou produtividade superior ao tratamento adubação convencional, com aumento de produtividade de aproximadamente 14 toneladas em três safras. Para o cv. Fuji Suprema houve efeito de tratamentos para as classes de maior calibre de frutos. Na classe >70mm os tratamentos adubação convencional + irrigação e fertirrigação + irrigação apresentaram produtividade superior ao tratamento adubação convencional, com aumentos de produtividade de aproximadamente 10 toneladas no período avaliado. Na classe 65 a 70mm, o tratamento adubação convencional + irrigação apresentou produtividade superior ao tratamento adubação convencional, com aumento de produtividade de aproximadamente 6 toneladas em três 29 safras. Para a produção total, os tratamentos adubação convencional + irrigação e fertirrigação + irrigação apresentaram produtividade superior ao tratamento adubação convencional, com aumento de produtividade de aproximadamente 9 toneladas no período avaliado. Tabela 1. Produção acumulada de frutos (safras 2011/12, 2012/13 e 2013/14), por classe de tamanho, para os cultivares de macieira Maxigala e Fuji Suprema em função dos tratamentos de irrigação e fertirrigação. Vacaria, RS -1 Tratamento Classe de produção acumulada (kg.ha ) 65 a 70mm 55 a 65mm < 55mm Maxigala ns ns 29.904 b 14.005 1.379 37.809 a 16.819 1.795 32.587 b 15.081 1.455 30.505 b 17.217 1.861 9,7 23,8 36,6 Fuji Suprema ns ns 27.265 b 15.635 1.918 33.299 a 16.431 2.047 30.191 ab 16.819 2.123 29.620 ab 14.541 1.756 11,1 19,2 19,2 >70mm ns Adubação convencional Adubação convencional + irrigação Fertirrigação + irrigação Fertirrigação CV (%) 21.664 23.864 24.654 23.327 14,0 Adubação convencional Adubação convencional + irrigação Fertirrigação + irrigação Fertirrigação CV (%) 33.574 b 42.725 a 43.670 a 39.407 ab 12,0 Total 66.952 b 80.287 a 73.777 ab 72.910 ab 7,9 78.392 b 94.502 a 92.802 a 83.524 ab 7,0 Nota: Médias seguidas de mesma letra, na coluna e para cada cultivar, não diferem entre si pelo teste Tukey a 5% de probabilidade. ns = não significativo. Tabela 2. Cor vermelha da epiderme das maçãs (coordenadas cromáticas de croma “a”) e teores de sólidos solúveis totais (SST) nas safras 2011/12 e 2012/13 para os cultivares de macieira Maxigala e Fuji Suprema em função dos tratamentos de irrigação e fertirrigação. Vacaria, RS Tratamento Cor vermelha (“a”) 2011/12 Adubação convencional Adubação convencional + irrigação Fertirrigação + irrigação Fertirrigação CV (%) 25,6 b 32,5 a 30,5 a 32,4 a 8,2 Adubação convencional Adubação convencional + irrigação Fertirrigação + irrigação Fertirrigação CV (%) 22,7 b 27,6 a 28,9 a 26,2 a 8,2 2012/13 o SST ( Brix) 2011/12 Maxigala ns 31,5 c 12,9 34,8 a 11,8 32,0 bc 12,9 33,6 ab 12,2 4,0 6,7 Fuji Suprema ns ns 16,8 12,5 19,2 12,2 16,8 12,1 20,1 11,9 13,4 4,4 2012/13 14.5 a 13,8 b 14,3 ab 14,1 ab 2,6 ns 13,5 13,8 13,3 13,8 3,3 Nota: Médias seguidas de mesma letra, na coluna e para cada cultivar, não diferem entre si pelo teste Tukey a 5% de probabilidade. ns = não significativo. Quanto à qualidade da fruta, na safra 2011/12, tanto no cv. Maxigala quanto no cv. Fuji Suprema, a coloração vermelha da epiderme aumentou significativamente com a irrigação e fertirrigação, enquanto os teores de sólidos solúveis totais (SST) não foram afetados pelos 30 tratamentos aplicados. Já na safra 2012/13, somente houve efeito de tratamentos no cv. Maxigala, em que o tratamento adubação convencional + irrigação apresentou a coloração vermelha da epiderme superior aos demais tratamentos, e os teores de sólidos solúveis totais (SST) do tratamento adubação convencional + irrigação foram inferiores aos do tratamento adubação convencional. Para o cv. Fuji Suprema não houve efeito de tratamentos. Os períodos de deficit hídrico no solo na região de Vacaria, identificados durante a fase vegetativa da macieira nas safras 2011/12 e 2013/14, afetaram a produtividade e a qualidade dos frutos, de modo que o suprimento de água via irrigação aumentou o calibre da fruta e a produtividade nessas safras, bem como aumentou a coloração vermelha da epiderme da fruta, principalmente do cv. Maxigala. Efeitos da irrigação no aumento do tamanho dos frutos também foram verificados por Fallari et al. (2008) com o cv. Autumn Rose Fuji nos USA, por Neilsen et al. (2010) com o cv. Ambrosia no Canadá, e por Campi e García (2011) com o cv. Gala no sul do Uruguai. Wan Zaliha e Singh (2010), com o cv. Cripps Pink na Austrália e Iglesias et al. (2002) com o cv. Troped Delicious na Espanha, também verificaram que a irrigação aumentou a coloração vermelha da película dos frutos. Os resultados obtidos tornam evidentes os benefícios da irrigação no cultivo de macieiras na região de Vacaria. Entretanto, a fertirrigação, como técnica de manejo para fornecer os nutrientes via sistema de irrigação, ainda não está ajustada adequadamente para promover os mesmos resultados da adubação convencional (via solo) aliada à irrigação. Provavelmente, sejam necessários ajustes nas doses e épocas de aplicação dos fertilizantes via fertirrigação para obter a máxima eficiência desse sistema. Para a região de São Joaquim, os efeitos da irrigação e fertirrigação sobre a produção total de frutos e o peso médio de frutos na safra 2013/14 são apresentados na Tabela 3. Embora esses resultados representem apenas a primeira safra, já é possível verificar efeito dos tratamentos sobre a qualidade dos frutos. Verificou-se que o tratamento fertirrigação + irrigação apresentou maior peso médio de frutos que os tratamentos adubação convencional e adubação convencional + irrigação. Para a produção total de frutos não houve efeito significativo dos tratamentos. Para as condições dos solos da região de São Joaquim, a fertirrigação aliada à irrigação foi mais eficiente em disponibilizar os nutrientes para as plantas, principalmente nos momentos de maior déficit hídrico do solo. Tabela 3. Produção total e peso médio de frutos do cultivar de macieira Fuji Suprema na safra 2013/14 em função dos tratamentos de irrigação e fertirrigação. São Joaquim, SC Tratamento Rendimento -1 (kg.ha ) ns 9.840 9.054 11.813 10.986 32,24 Adubação convencional Adubação convencional + irrigação Fertirrigação + irrigação Fertirrigação CV (%) Peso médio do fruto (g) 163 c 169 bc 197 a 182 ab 8,65 Nota: Médias seguidas de mesma letra, na coluna e para cada cultivar, não diferem entre si pelo teste Tukey a 5% de probabilidade. ns = não significativo. 31 Conclusões O deficit hídrico no solo, na região de Vacaria, quando caracterizado, ocorre de forma concentrada nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro, e o monitoramento da tensão da água no solo, através da tensiometria, foi eficiente para manter os índices de umidade do solo adequados para a cultura via irrigação. A irrigação aumentou a produção de frutos de maior calibre, a produção total e a coloração vermelha da epiderme de frutos de macieiras cvs. Maxigala e Fuji Suprema quando houve deficit hídrico nos solos da região de Vacaria. Por outro lado, o uso da fertirrigação ainda não está ajustado adequadamente para promover os mesmos resultados da adubação convencional com irrigação, necessitando de ajuste para doses de nutrientes e épocas de aplicação. Referências BEUKES, D.J.; WEBER, H.W. The effects of irrigation at different soil water levels on the water use characteristics of apple trees. Journal of Horticultural Science, Ashford, v.57, n.4, p.383-391, 1982. BRANCO, M.S.C.; NAVA, G.; ERNANI, P.R.; NACHTIGALL, G.R. Efeito da irrigação e fertirrigação na composição mineral de folhas de macieira. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA DO SOLO, 34., 2013, Florianópolis, SC. Anais... Florianópolis: SBCS, 2013. CD-ROM. CAMPI, P.; GARCÍA, C. Effects of irrigation management and nitrogen fertilization on the yield and quality of ‘Gala’ apple. Acta Horticulturae, Viña del Mar, v.889, p.249-255, 2011. FALLAHI, E.; FALLAHI, B.; SHAFII, B. 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Nutrient mobility in the soil is a key factor in determining nutrient availability at the root surface, and good fertigation management of nutrients requires that supply be matched to demand in terms of the amount, timing and retention in the root zone and that those nutrients be placed where they can be accessed by roots. This presentation will summarize cumulative fertigation research undertaken primarily in high density apple orchards in British Columbia and Washington State, in a semi-arid fruit growing region, where irrigation is required to achieve production. Fertigation is of particular interest in this region for apple orchards which are located on coarse-textured sandy loams, loamy sands or sandy soils. Such soils are susceptible to several management problems including slow growth of newly-planted orchards, and the development of various nutrient imbalances attributed to low organic matter content and their generally poor nutrient and water retention capacities. This situation has stimulated interest in precision control of nutrients and water applications via fertigation, primarily through low pressure, irrigation systems combined with atmometerscheduled irrigation rather than by sprinkler irrigation. Methods Soluble fertilizers are required for fertigation. Caution is required to select compatible soluble fertilizers which will not precipitate within lines or with irrigation water which can have, for example, dissolved concentrations of calcium or magnesium which can precipitate with P fertilizers. A typical automated fertigation injection system, as indicated in Fig. 1, has been used in our research work. As part of this system, water applications have been scheduled to meet evaporative demand and have been utilized to apply water daily, based on the previous day’s irrigation as measured by an electronic atmometer (ET Gage Co. Loveland, Co.) and modified 16 Research Scientists, Ph.D., Agriculture and Agri-Food Canada, Pacific Agri-Food Research Centre, Summerland, British Columbia, Canada, V0H 1Z0 , phone number: 250-494-6377, e-mail: [email protected]. 34 according to a crop-coefficient curve based on canopy development (Parchomchuk et al., 1996). Periodic soil moisture by various methods, including Time Domain Reflectometry (TDR), can be used to verify water application rates. Figure 1. Components of an automated fertigation system Experience with fertigation to supply important plant nutrients for apple production will be discussed by examination of results generated from a series of case studies of fertigation trials established in the field over the past two decades. Nitrogen Monitoring of soil solution NO3–N concentrations from permanently installed suction lysimeters at 30cm depth directly beneath drip emitters within the root zone of high density apple was used to determine the effects of various fertilizer and water application strategies on root zone N availability (Neilsen et al., 1998; Fig.2). Nitrate-N concentration in the soil solution measured at 30 cm below drip emitters remained higher over more of the growing season, for weekly fertigation and daily drip irrigation compared to single broadcast fertilizer application & sprinkler irrigation. With daily calcium nitrate fertigation and daily drip irrigation, N concentrations increased and decreased rapidly both with the onset and end of fertigation, remained relatively constant during the intervening period and varied depending up on the time of N application (N1 compared to N3; Fig.2). Since quantities of water applied to the soil via irrigation or natural precipitation affect the concentration of NO3-N in the root zone, scheduled irrigation in response to evapotranspiration using an atmometer was used to insure that excess water is not applied to the soil 35 when the weather is cool and wet. A three-year study in a young high density apple orchard used passive capillary wick samplers to test the effects of scheduling irrigation to meet evaporative demand compared to irrigation applied at a fixed rate (unscheduled) (Neilsen and Neilsen, 2002). Water losses beneath the root zone were greater for fixed rate than scheduled irrigation during the coolest months (May, June, and September) of irrigation application. Also, greater N use efficiency was measured for trees when irrigation was scheduled to meet evaporation demands rather than applied at a fixed rate year round. Figure 2. Soil N concentration beneath the emitter as affected by different fertilizer application strategies Timing of N application is an important consideration when fertigating N. Annual apple tree growth is supported by N remobilized from storage in spring as well as that taken up by roots. Labeled N studies have indicated that root uptake of soil N is negligible during early spring prior to bloom (Neilsen et al., 2001). The commencement of rapid uptake of N from the soil is associated with the end of within tree remobilization which coincides with the start of annual shoot growth (Fig. 3). This means that pre-bloom N fertilizer applications have often proven ineffective and the preferred time of N-fertigation is in the 4-6-week period of rapid shoot growth following petal fall. It has proven difficult to distinguish consistent effects of altering the timing of N fertigation within the 0-12-week period following bloom although there is a tendency to improve yield and fruit size by early application of N within 4 weeks post-bloom while N applications near to harvest (8-12 weeks following bloom) tend to delay apple harvest. The effects of N-fertigation on high density apple is illustrated in a long term experiment maintained for the first six fruiting seasons in an orchard containing five different cultivars 36 (Ambrosia, Cameo, Fuji, Gala, and Silken) on M.9 rootstock (Neilsen et al., 2009). Fertigation treatments were a combination of two nitrogen (N) rates and three times of N application. N was applied at low (28mg N.L-1) or high (168mg N.L-1) concentrations daily at 0 to 4, 4 to 8 or 8 to 12 weeks after full bloom (of the Ambrosia cultivar). At high N, all cultivars had increased midsummer leaf and harvested fruit N concentrations, decreased fruit firmness, and in heavy crop years, decreased percent red color (Table 1). Annual yield of all cultivars was significantly increased by N in a single year, but their cumulative yields were not different among treatments as a result of rate or timing (Table 1). Figure 3. When N should be applied in the spring Altering the timing of N application within 12 weeks after bloom only affected leaf and fruit tissue N concentration in this particular study (data not shown). Yield, fruit firmness and color were unaffected by fertigation timing. It should be noted that the low N rate was equivalent to application of 25kg N.ha-1.yr-1 and the high N rate equivalent to 125kg N.ha-1.yr-1. The high N rate was associated with fruit quality decline, including decreases in fruit firmness and at high crop load, reductions in percent red color. Optimum fruit quality and adequate N availability would be achievable by maintaining fertigation concentrations at 42mg N.L-1,which would have applied 40kg N.ha-1 by daily applications over a minimum of a 4-week period during the main growing season. This illustrates the potential of achieving good apple production at relatively low rates of N application per unit area of land. Phosphorus Despite a lack of response of apple trees to P-fertigation in early research work (Boyton and Oberly, 1966), several soil conditions have been identified when apples responded to P 37 applications. These included times when apple root length is limited, as when trees are newly planted (Taylor and Goubran, 1975) and when replant disorders further inhibit growth (Neilsen and Yorston, 1991), or when low available P limits P availability to roots (Cripps, 1987). Fertigation increases P mobility in sandy soils. The improved mobility has been attributed to the movement of P by mass flow with irrigation waters after saturation of sorption sites near the point of application. One benefit of first year P-fertigation is increased flowering of apple trees in the second year and improved vigour of trees planted in old orchard soil (Neilsen et al, 1990). A single, annual application of 20g P per tree at bloom as ammonium polyphosphate dissolved in irrigation water was beneficial for the performance, over the first five fruiting seasons, of a range of apple cultivars, including ‘Fuji’, ‘Gala’, ‘Ambrosia’, ‘Silken’, and ‘Cameo’ planted at high density on the dwarfing rootstock M.9 (Neilsen et al, 2008). These trees were otherwise receiving optimum fertigation recommendations for sandy soils which included daily application of 168mg.L-1 N as calcium nitrate, maintenance B applications (0.17g B per tree as Solubor) both applied 0-4 weeks post bloom and daily applications of K applied 8-12 weeks post bloom as potassium chloride (approx. 20g K per tree). Cumulative yield of these trees was increased by about 20% over all tested apple cultivars during the first five growing seasons. These yield increases were associated with maintenance of standard fruit quality parameters, including fruit size, SSC, TA and proportion of coloration (for red skinned cultivars) at harvest. Reduction in incidence of water core at harvest, resistance to browning of cut slices, reduced membrane leakage and elevated antioxidant content of fruit after cold air storage indicated a role for P in maintenance of apple fruit membrane stability. Cumulative results from this research also suggested optimum mid-summer leaf P concentrations should exceed 2.2mg.g-1 dw for fruiting, fertigated high density apple orchards, much in excess of current recommendations of 1.5mg.g-1 dw. Associated recommended harvest fruit P concentrations would then be 100-120mg.kg-1 fw. Potassium Potassium can be effectively applied as potassium chloride via fertigation, as indicated by increases in soil solution concentrations at 30cm depth directly below drip emitters over a 4-year period when fertigated from mid-June to mid-August relative to soil not fertigated with K (Neilsen et al., 2004; Fig. 4). Potassium fertigation was able to maintain leaf K concentrations above deficiency levels and increase fruit K concentrations. Furthermore, fruit yield, size, titratable acidity and red color at harvest all increased in the apple cultivars ‘Gala’, ‘Fuji, ‘Fiesta’ and ‘Spartan’ which were grown at this site. Subsequent research involving ‘Jonagold’ on M.9 indicated there were few differences among K-fertilizers including KMg, sulphate, chloride, thiosulphate forms indicating a range of soluble materials would be suitable fertigants for improving inadequate K-nutrition (Neilsen and Neilsen, 2006). Use of KMg was effective at increasing extractable soil Mg content but relative effects on leaf and Mg concentrations were slight, indicating the difficulties of ameliorating inadequate Mg via fertigation when co-applying K. Short term differential effects of treatments on 38 leaf and fruit Ca concentrations were minimal and there was no increase in bitter pit disorders (Table 2). The sensitivity of the orchard production system to long-term disruption in Ca nutrition was indicated by a general decrease in soil Ca availability after fertigation of K, especially in association with Mg additions and low pH (Table 3), and by increased whole fruit Ca/K ratios at harvest. Thus, application of significant amounts of K to coarse-textured soils, via irrigation water, when the K nutritional status of apple trees is unknown, should be accompanied by vigilance to ensure Ca concentration of harvested fruit is optimum. Figure 4. Soil solution K concentration at 30cm depth beneath drip emitters in response to K fertigation Other nutrients Several important nutrients are traditionally more effectively applied via foliar sprays rather than by applications to the soil. These include Ca, which is critical for ensuring optimum apple fruit harvest and storage quality (Vang-Peterson, 1980). British Columbia production recommendations for orchard Ca management are similar to may fruit growing regions of the world and usually involve, for blocks susceptible to Ca disorders, three to six sprays of soluble Ca salts (food grade calcium chloride preferred) applied during mid- to late-growing season when the fruit is large. Cultivars such as ‘Braeburn’ and ‘Honeycrisp’ have been found to respond to foliar applied Ca earlier in the growing season prior to the cessation of shoot growth (Peryea et al., 2007). There has been a limited response of apple trees to Ca application via fertigation. One exception is a comparative study in a low pH (high leaf Mn) orchard where fruit Ca in ‘Jonagold’ 39 apple was higher when fertigated with calcium nitrate rather than urea or ammonium nitrate (Table 4; Neilsen et al., 1993). Also, many micronutrients are preferentially applied by foliar sprays. For example, leaf concentrations of micronutrients Zn and B were effectively increased via foliar application in a long term trial on apple. Foliar B applications ameliorated deficiency symptoms associated with ‘blossom blast’ in the spring, and fruit corking and cracking at harvest. Fertigation of Zn as soluble zinc sulphate was ineffective at increasing leaf Zn concentration (Fig. 5). In contrast, fertigated B was mobile within the soil and it was relatively easy to increase leaf and fruit B concentrations via fertigation of modest rates of 0.34g B per tree. The ready response of tissue B concentrations to fertigated B suggest caution is required to select moderate B application rates in order to avoid toxicity when fertigating B (Fig. 6; Neilsen et al., 2004). Other issues Crop load A multi-year fertigation trial involving low, standard and high crop loads (2.5, 5 and 10 fruits per cm2 trunk cross-sectional area (TCSA) respectively was maintained on Ambrosia apple M.9 rootstock over a range of irrigation treatments (Neilsen et al., 2010). To ensure that trees were not nutrient limited, N was fertigated daily as Ca (NO3)2 for six weeks after bloom to provide 75g N.tree-1, P was fertigated one day after full bloom before the start of N applications as NH4- polyphosphate at 20g P.tree-1, and K was fertigated daily three to six weeks after full bloom as KCl at 20g K.tree-1. Nevertheless, as crop load increased, fruit concentration and total tree partitioning to fruit of N, P, K, Mg, B, and leaf concentrations of K and P decreased, suggesting some limitations in availability to the fruit when demand was high from a large crop (Table 5). High crop load did not result in negative consequences to fruit Ca concentration, possibly due to smaller apples occurring when crop load is high. The results suggest that crop load should be taken in to account when fertigating with the possibility, after examination of leaf concentrations, of increasing P and K fertigation rates when a large crop is anticipated. Soil pH A problem which has arisen from continued fertigation of ammonium-containing N fertilizers into restricted soil volumes is soil acidification resulting from nitrification of the applied NH4-N. Declines of 2 pH units have been measured in fertigated orchards within a single year. The result may be reduced tree growth from Mn and Al toxicity and induced nutrient deficiencies, such as for K (Neilsen et al., 1994). The sensitivity of orchard soils to fertigation-induced acidification varies with the buffer capacity of the soil and can be estimated by an acidification resistance index to assess soil susceptibility to acidification (Neilsen et al., 1995). Soils with little resistance to 40 acidification should receive N fertigated in NO3 rather than NH4 forms. The problem can be particularly serious in regions, such as Brazil, where soil pH is already low. Literature cited BAR-YOSEF, B. 1999. Advances in fertigation: Advances in agronomy 65:1-76. BOYTON, D.; OBERLY, G.H. 1966. 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Source: Neilsen et al. (2009). Adapted. Table 2. Leaf and fruit Ca concentrations and incidence of bitter pit as affected by K-fertigation treatment for ‘Jonagold’ on M.9 rootstock, 2000-2002 Fertigation treatment Control (no K) KCl (15 g K/tree) KCl (30 g K/tree) KMag (18 g K/tree) KMag (30 g K/tree) K2SO4 (30 g K/tree) KTS (30 g K/tree) Contrasts Control vrs all K-form K-rate -1 Leaf Ca (% dw) 2000 2001 2002 1.23 1.35 1.15 1.21 1.29 1.25 1.18 1.18 1.19 1.21 1.22 1.15 1.24 1.18 1.10 1.24 1.22 1.15 1.24 1.20 1.18 NS NS NS ** NS NS Fruit Ca (g.kg FW) 2000 2001 2002 32.6 24.7 26.0 34.8 23.8 26.3 36.3 23.7 24.2 35.6 23.2 26.2 34.8 22.0 22.5 32.8 23.5 24.6 33.2 23.6 24.6 NS * NS NS NS NS Data adapted from Neilsen and Neilsen (2006). 42 NS NS NS NS NS ** 2000 8 2 5 8 7 2 8 NS NS NS Bitter pit (%) 2001 2002 15 17 13 18 5 18 10 27 8 20 5 10 4 13 NS NS NS NS NS NS Table 3. Effect of K-fertigation treatment on exchangeable Ca concentration at 0-10, 10-20, and 20-30cm directly beneath the drip emitters after three growing seasons of treatment -1 Aspect Depth (cm) (1) Treatment Control (no K) KCl (2) KMag K2SO4 (3) KTS (4) Significance (1) 0-10 Exchangeable Ca (cmol (+).kg 10-20 20-30 3.44a 2.90b 2.91b 3.20ab 2.85b * 2.64 a 2.46 ab 2.10 bc 2.57 a 1.43 c ** 2.16 a 1.92 b 1.28 c 2.07 ab 1.38 c **** -1 All K treatments applied at 30g K.tree annually for three years. Potassium, magnesium sulphate. (3) Potassium thiosulphate. (4) Values within column followed by different letters significantly different at indicated probability. Data adapted from Neilsen and Neilsen (2006). (2) Table 4. Effect of form of N on ‘Jonagold’ fruit Ca concentration during the second and third growing seasons -1 Fruit Ca (mg.kg ) fw Fertilizer treatment (1) Form of N Urea (46-0-0) Ammonium nitrate (34-0-0) Calcium nitrate (15.5-0-0) Significance Year 2 (2) 62b 53b 75a Year 3 42 41 44 ** NS (1) All fertigated at rage of 57 g N/tree in eight weekly applications during May and June each year. Means within columns followed by different letters significantly different at p=0.01 (**). Data adapted from Neilsen et al. (1993). (2) Table 5. Effects of crop load on leaf and fruit nutrition of fruiting ‘Ambrosia’ apple on M.9 rootstock Crop load (1) Low Standard High Significance Leaf (% dw) K P 1.67a 0.20a 1.59b 0.20a 1.42c 0.19b **** ** -1 N 635a 570b 518c **** (1) P 132a 109b 89c **** Fruit (mg.kg FW) K Ca 1426a 32c 1252b 37b 1060c 47a **** **** Mg 62a 58b 54c **** B 3.3a 3.1ab 2.7b * 2 Crop load adjusted six weeks after full bloom to low, standard and high crop loads (2.5, 5 and 10 fruit per cm trunk crosssectional area). Note: Means within columns followed by different letters significantly different at indicated probability. Data adapted from Neilsen et al. (2010). 43 Gestão econômica e financeira na produção de frutas de clima temperado Joelsio José Lazzarotto17 Introdução A eficiência gerencial constitui fator-chave para que qualquer empreendimento agropecuário possa garantir sua inserção no mercado e, por consequência, sua competitividade ao longo do tempo. Isso porque existe uma série de fatores que podem afetar significativamente o desempenho desses empreendimentos, entre os quais podemos citar: o clima, a perecibilidade de diversos produtos agropecuários e os altos custos de saída ou entrada em um empreendimento dessa natureza. Apesar de muitos desses fatores fugirem ao controle da unidade de produção, outros podem ser, de certa forma, controlados mediante a utilização de adequadas tecnologias de gestão, que incluem compreensão do funcionamento dos mercados e adoção de novas formas de negociação e práticas de gestão do processo produtivo. A implantação de uma mentalidade administrativa é, portanto, necessária para que o produtor melhore o processo de tomada de decisão, que deve avaliar a alocação de recursos escassos em diversas possibilidades produtivas, dentro de um ambiente de riscos e incertezas característicos do setor agropecuário (Lourenzani, 2006). Partindo desses pressupostos, busca-se contribuir com discussões relativas à importância e aos procedimentos para efetuar uma adequada gestão econômico-financeira em sistemas de produção de frutas de clima temperado. 1 Fundamentos teóricos da gestão econômico-financeira A gestão econômica trata, basicamente, de questões de curto prazo. Nesse sentido, envolve avaliações de recursos produtivos, tecnologia empregada, aspectos de comercialização, receitas e custos de produção. Por outro lado, a gestão financeira envolve, sobretudo, questões de longo prazo, que estão associadas com investimentos, fontes e imobilização de capital, financiamentos e amortizações. Pelo fato de tratar de relevantes questões de curto e de longo prazos, a realização de análises econômico-financeiras é essencial para subsidiar a tomada de diversas decisões organizacionais, acompanhar se os resultados planejados estão sendo atingidos e auxiliar, quando necessário, na definição e implementação de medidas corretivas relacionadas com os rumos da organização. Operacionalmente, as avaliações econômicas podem ser feitas a partir do cálculo das receitas e dos custos de produção. Enquanto a receita total (RT) representa o resultado da 17 Doutor em Economia Aplicada. Pesquisador da Embrapa Uva e Vinho. Caixa Postal 130, 95.700-000 Bento Gonçalves, RS, fone: (54) 3455-8031, e-mail: [email protected]. 44 multiplicação do preço unitário pela quantidade vendida, em certo período de tempo, os custos correspondem à soma dos valores de todos os recursos utilizados no processo produtivo (Reis, 2007). Segundo Debertin (1986), no curto prazo, existem importantes agrupamentos de custos, entre os quais se destacam três: variáveis, fixos e totais. No primeiro, estão os custos que variam em função do nível de produção. Considerando-se uma propriedade rural como exemplo, gastos com mudas, fertilizantes e defensivos fazem parte desses custos. Nos custos fixos, que independem do nível de produção, entre outras, estão as despesas com manutenção, seguro e depreciação. Por fim, a soma dos custos fixos e variáveis resulta nos custos totais (CTs). Com os valores de receitas e custos, pode-se obter o lucro total (LT), dado pela diferença entre a RT e o CT, e gerar e analisar alguns indicadores, como a lucratividade (LV) e o ponto de equilíbrio (PE). A LV, que representa a razão entre o LT e a RT, possibilita avaliar, para o curto prazo, o nível de retorno que pode ser obtido ao efetuar investimentos em determinado empreendimento (Lazzarotto & Hirakuri, 2009). O PE permite medir o nível de produção que a empresa compromete para cobrir todos os custos de produção (Gitman, 2004). Em termos de gestão financeira, partindo-se de fluxos físicos (insumos e produtos) e preços de mercado, podem ser calculadas as entradas e saídas de caixa. As entradas correspondem às receitas, que se dividem em diretas (vendas de produtos) e indiretas (soma do valor residual dos bens de capital). As saídas são constituídas pelas despesas fixas e variáveis e pelos investimentos de capital de longo prazo. A partir dessas variáveis, obtêm-se os fluxos de caixa, que são a base para realizar as avaliações de viabilidade financeira (Lazzarotto et al., 2010). Com esses fluxos e a utilização de uma taxa mínima de atratividade, que representa o retorno mínimo que a empresa espera obter em determinado projeto (Gitman, 2004), podem ser gerados indicadores financeiros, como valor presente líquido (VPL), taxa interna de retorno (TIR), razão benefício/custo (B/C) e período de payback descontado (PPD). O VPL calcula o valor presente de uma série de pagamentos (ou recebimentos), iguais ou diferentes, a uma taxa conhecida. A TIR é a taxa de desconto que anula o VPL do investimento analisado (Gitman, 2004). Com a razão B/C, que representa uma relação entre entradas e saídas de caixa, também é possível identificar as alternativas com maiores retornos financeiros. O PPD indica o espaço de tempo compreendido entre o início do projeto e o momento em que o fluxo de caixa acumulado se torna positivo (Sanvicente, 1999). É importante salientar que, para grande parte dos empreendimentos, as avaliações econômico-financeiras devem considerar duas situações: determinísticas e de incertezas. Enquanto nas determinísticas se assume que os valores de certas variáveis (ex.: preços) são conhecidos, nas situações de riscos esses valores não são conhecidos, estando cercados por incertezas e probabilidades de ocorrência. Portanto, como a maioria das decisões deve ser tomada com considerável grau de incerteza, é fundamental o uso de abordagens que consideram os riscos nas avaliações econômico-financeiras. Entre essas abordagens estão a análise de sensibilidade e a simulação. Na primeira, usa-se um número de valores possíveis para uma dada variável visando avaliar seu impacto sobre os resultados da empresa. Nos métodos de simulação, as formas de investigação 45 estão baseadas na percepção do risco a partir do emprego de distribuições de probabilidades predeterminadas e números aleatórios, que possibilitam projetar, ao longo do tempo, o comportamento de certos indicadores (Gitman, 2004). 2 Avaliações econômico-financeiras na fruticultura de clima temperado Para efetuar avaliações econômico-financeiras relacionadas com sistemas de produção de distintas frutas de clima temperado, é relevante destacar os principais passos e procedimentos que devem ser adotados. A partir da definição do sistema que se pretende analisar, inicialmente são levantadas informações e dados relacionados com estrutura, dinâmica de funcionamento e tecnologia de produção. Em termos específicos, cabe assinalar alguns tipos de informações e dados que devem ser coletados: tamanho do empreendimento; tipos de bens de capital necessários para implantar e conduzir a exploração; cultivar adotado; ciclo e produtividade da fruta; operações agrícolas (ex.: plantio); e coeficientes tecnológicos da produção (ex.: 300kg de adubo por hectare). Além das informações e dos dados referidos, devem ser obtidos os preços pagos na compra de recursos produtivos (bens de capital, insumos e mão de obra) e recebidos na venda da produção. Para isso, podem ser feitas consultas a empresas especializadas na venda desses recursos e na compra da fruta. Finalizados os levantamentos de campo, são iniciados os procedimentos para executar as avaliações supracitadas. Para analisar a gestão econômica, com base em dados de produtividade, componentes e coeficientes tecnológicos e preços pagos e recebidos, podem ser calculadas diversas variáveis de curto prazo, como: receita, custos de produção e lucro. A partir dessas variáveis, podem ser calculados os indicadores de lucratividade e de ponto de equilíbrio e, posteriormente, avaliados os níveis de eficiência e de vulnerabilidade econômica do sistema de produção. Com referência à análise de viabilidade financeira, baseando-se em dados de investimentos, componentes e coeficientes tecnológicos e preços pagos e recebidos, inicialmente são elaborados os fluxos de caixa anuais (entradas e saídas de caixa) para um determinado horizonte de planejamento (HP) (ex.: 10 anos, que constitui um período que vai do Ano 0 ao Ano 10). Como exemplo, assumindo um HP de 10 anos para um sistema de produção de maçã, o Ano 0 representaria o período inicial de implantação do empreendimento, em que são feitos os investimentos em ativos produtivos duráveis do sistema (ex.: trator). Os anos 1, 2, 3 e 4 constituiriam os anos de formação do pomar. Por sua vez, os anos 5 a 10 corresponderiam aos períodos de manutenção, em que as plantas já estariam plenamente formadas. Depois de elaborar os fluxos de caixa, utilizando uma taxa mínima de atratividade, podem ser avaliados os níveis de viabilidade e de vulnerabilidade financeira, por meio de diversos indicadores (ex.: período de payback descontado). É importante destacar que, para efetuar as avaliações de eficiência econômica e de viabilidade financeira em condições determinísticas, podem ser utilizados os valores efetivamente levantados para as produtividades e os preços pagos e recebidos. Por outro lado, para proceder às avaliações em condições de incertezas, primeiramente deve ser efetuada a análise de sensibilidade (AS) para identificar as variáveis-chave, ou seja, aquelas que, ante uma variação individual de, por exemplo, 10% no valor utilizado 46 para calcular o lucro total, causam maiores impactos sobre essa variável dependente. Salienta-se que as variações devem ser promovidas na direção em que causam impactos negativos na variável dependente. Finalmente, a partir dos resultados da AS, podem ser gerados, por meio de simulação iterativa, diversos valores para as variáveis econômicas e para os indicadores financeiros. Operacionalmente, levando em conta as variáveis-chave e a definição de possíveis variações nos valores utilizados para se obter os resultados determinísticos, pode-se adotar determinada distribuição de probabilidade (ex.: normal, triangular, etc.). Com os valores gerados de forma probabilística, podem ser obtidos e analisados diversos parâmetros estatísticos, como: valores esperado, mínimo e máximo e coeficiente de variação. 3 Resultados econômico-financeiros em um sistema de produção de pêssego Partindo-se das discussões realizadas nas seções anteriores, a seguir são apresentados, de maneira sintética, resultados de um estudo de caso envolvendo avaliações econômico-financeiras de um sistema de produção de pêssego no município de Farroupilha, RS. Salienta-se que, neste trabalho, os resultados em questão visam exemplificar e ilustrar a geração e a aplicabilidade de indicadores econômicos e financeiros no processo de tomada de decisão. Na Tabela 1, são apresentados resultados que permitem efetuar análises de eficiência econômica, em condições determinísticas, do sistema de produção citado. Com base nesses resultados, pode-se avaliar, por exemplo, o custo total por quilo da fruta, identificando, assim, o preço mínimo de comercialização que permite, ao menos, igualar a receita ao custo de produção. Tabela 1. Eficiência econômica de um sistema de produção de pêssego Informações gerais Município de implantação Safra Área de produção Cultivar plantado Tempo de vida útil do pomar Detalhes Farroupilha, RS 2011/12 1 hectare Chimarrita 13 anos Variáveis e indicadores Produção média estabilizada (kg) (P) Receita total (R$) (A) Custo fixo total (R$) (B) Custo variável total (R$) (C) Custo total (R$) (B + C = D) Lucro total (R$) (A - D = F) -1 Receita total média (R$.kg ) (A/P) -1 Custo fixo médio (R$.kg ) (B/P) -1 Custo variável médio (R$.kg ) (C/P) -1 Custo total médio (R$.kg ) (D/P) -1 Lucro total médio (R$kg ) (F/P) Lucratividade (F/A) Ponto de equilíbrio (kg de produção) Ponto de equilíbrio (% de produção) Participação do custo fixo no custo total Participação do custo variável no custo total Participação da mão de obra no custo total (%) Fonte: Pesquisa de campo realizada pelo autor. 47 Valor 25.000 25.000 4.937,22 15.496,33 20.433,55 4.566,45 1,00 0,20 0,62 0,82 0,18 18,27% 12.987,66 51,95% 24,16% 75,84% 44,48% Na Tabela 2, também desconsiderando a existência de incertezas, são expressos resultados associados a aspectos financeiros do sistema de produção. Mediante resultados dessa natureza, pode-se avaliar, por exemplo, o valor total de investimentos necessários para implantar um hectare de pêssego, bem como a taxa de retorno anual e o tempo para recuperar todo o capital investido. Tabela 2. Viabilidade financeira do sistema de produção de pêssego estudado Variáveis e indicadores Taxa mínima de atratividade (%) Horizonte de planejamento (anos) Investimento total (R$) (inclui máquinas, equipamentos e benfeitorias) Tempo de recuperação do capital (anos) (com o custo do capital no tempo) Valor presente líquido (R$) Taxa interna de retorno (%) Relação benefício/custo (un.) Valor 6,50 10,00 33.549,00 9,51 5.437,86 8,28 1,03 Fonte: Pesquisa de campo realizada pelo autor. Para efetuar as análises de risco, partindo-se dos resultados determinísticos (Tabelas 1 e 2), inicialmente foi realizada a análise de sensibilidade, identificando-se as 10 variáveis-chave mais impactantes nas variáveis lucro e valor presente líquido (VPL) do sistema de produção estudado (Tabela 3). A partir dessa identificação, para cada variável-chave foram definidos parâmetros de variação em relação ao valor mais provável, utilizado para obter os resultados determinísticos. Tabela 3. Análise de sensibilidade do sistema de produção de pêssego Variável-chave Preço médio de venda de pêssegos (R$/kg) Produtividade média estabilizada (kg/ha) Mao de obra (média em R$/diária) Adubos (média em R$/un.) Fungicidas (média em R$/un.) Trator (R$/un.) Taxa de juros de financ. para investimentos (%) Produtividade 3º ano de formação (kg/ha) Tributação incidente sobre o faturamento (%) Inseticidas (média em R$/un.) Valor mais provável 1,00 25.000,00 70,00 4,33 69,00 62.000,00 6,50 10.000,00 2,30 160,69 Variação (%) -100 -100 10 10 10 10 10 -10 10 10 Impacto (%) Lucro -52,84 -45,76 -19,95 -3,75 -3,70 -2,21 -1,74 -1,57 -1,34 -1,34 Parâmetro (%) (1) VPL Mínimo Máximo -247,25 -20 20 -231,25 -20 20 -94,26 0 20 -18,97 -20 20 -16,80 -20 20 -18,27 -20 20 -38,18 -20 20 -15,19 -20 20 -6,07 -20 20 -6,24 -20 20 (1) Variações mínima e máxima em relação ao valor mais provável. Fontes: Pesquisa de campo realizada pelo autor. Levando-se em conta os parâmetros estabelecidos na Tabela 3, e utilizando-se a distribuição de probabilidade triangular (Tabela 4), temos algumas estatísticas dos indicadores econômico-financeiros, em condições de incertezas, obtidas a partir da realização de simulação com mil iterações. Com essas estatísticas, pode-se verificar, por exemplo, a probabilidade de obtenção de lucro e de VPL maiores que zero. 48 Tabela 4. Indicadores econômico-financeiros, em condições de incertezas, para o sistema de produção de pêssego Indicador RTMe CTMe LTMe L VPL TIR B/C Média Mínimo Máximo 1,00 0,82 0,18 17,94% 6.485,15 8,27% 1,04 0,80 0,65 -0,12 -14,11% -34.882,22 -7,92% 0,78 1,20 1,09 0,44 37,55% 46.779,15 20,33% 1,30 Coeficiente de variação (%) 7,92 8,55 54,64 51,23 235,19 59,29 9,28 Chance de resultado positivo (%) --96,50 96,50 63,90 68,10 63,90 Chance de resultado negativo (%) --3,50 3,50 36,10 10,90 36,10 Nota: RTMe = receita total por kg; CTMe = custo total por kg; LTMe = lucro total por kg; L = lucratividade; VPL = valor presente líquido; TIR = taxa interna de retorno; B/C = razão benefício/custo. Fonte: Pesquisa de campo realizada pelo autor. 4 Considerações finais A realização de adequadas análises de eficiência econômica e de viabilidade financeira gera maiores condições para, nas propriedades rurais, responder a algumas perguntas essenciais, como: Dentro de perspectivas de curto e de longo prazos, quais níveis de desempenho econômico e financeiro são esperados para distintas alternativas de produção agropecuária? Quais são as variáveis técnicas e econômicas que podem causar maiores impactos nos referidos desempenhos? Quais os principais cuidados gerenciais que o produtor deve ter para assegurar a reprodução social e econômica da sua unidade de produção? Nessa perspectiva, para facilitar a realização de análises econômico-financeiras de distintas alternativas de sistemas de produção de frutas de clima temperado, a Embrapa Uva e Vinho está em fase final de desenvolvimento de onze aplicativos computacionais. Esses aplicativos, desenvolvidos com base em todos os fundamentos discutidos nas seções anteriores deste trabalho, poderão ser utilizados para efetuar análises econômico-financeiras de distintos sistemas de produção relacionados com as seguintes frutas: amora, ameixa, caqui, framboesa, kiwi, maçã, mirtilo, morango, pera, pêssego e uva. Salienta-se que, depois de finalizar o desenvolvimento e validar os aplicativos citados, eles deverão ser disponibilizados no site da Embrapa Uva e Vinho: http://www.cnpuv.embrapa.br. Referências DEBERTIN, D.L. Agricultural production economics. New York: MacMillan Publishing Company, 1986. 366p. GITMAN, L.J. Princípios de administração financeira. 10.ed. São Paulo: Pearson Addison Wesley, 2004. 745p. LAZZAROTTO, J.J.; HIRAKURI, M.H. Evolução e perspectivas de desempenho econômico associadas com a produção de soja nos contextos mundial e brasileiro. Londrina: Embrapa Soja, 2009. 57p. (Embrapa Soja. Documentos, 319). LAZZAROTTO, J.J.; SANTOS, M.L. DOS; LIMA, J.E. DE. Viabilidade financeira e riscos associados à integração lavoura-pecuária no Estado do Paraná. Organizações Rurais & Agroindustriais, Lavras, v.12, n.1, p.113130. Jan./Abr. 2010. 49 LOURENZANI, W.L. Capacitação gerencial de agricultores familiares: uma proposta metodológica de extensão rural. Organizações Rurais & Agroindustriais, Lavras, v.8, n.3, p.313-322. 2006. REIS, R.P. Fundamentos de economia aplicada. Lavras: UFLA/Faepe, 2007. 95p. SANVICENTE, A.Z. Administração financeira. São Paulo: Atlas, 1999. 288p. 50 O futuro do agronegócio no Brasil Marcos Fava Neves18 O Brasil é um país agrícola, possui em seu DNA o gene da agricultura, gene este que foi muito bem desenvolvido ao longo de sua história, tornando a agricultura um dos esteios da economia do país. Gerando milhares de empregos e desenvolvendo a economia local, o agronegócio não somente contribui para isso, mas também contribui para alimentar o mundo por meio da exportação de seus produtos. Os números da nossa economia mostram que, silenciosamente, as cadeias produtivas do agronegócio brasileiro estão no seu caminho de produzir e gerar renda, empregar para distribuir renda e contribuir com a economia brasileira. Em 2013 o valor bruto da produção do agronegócio brasileiro chegou a R$470 bilhões, 11,3% maior que em 2012. Desse total, 66,5% referem-se à agricultura e 33,5% à pecuária (Mapa, 2014). A renda gerada moveu inúmeros outros setores econômicos do que chamo de... Brasil-Chinês, o Brasil do agro. As exportações chegaram perto de US$100 bilhões, 4,3% acima do Valor de 2012. As importações também cresceram 4%, chegando a US$17 bilhões, o que proporciona um incrível saldo de US$83 bilhões em 2013. Só em soja foram US$31 bilhões, chegando a 31% do total brasileiro. Sojicultores tiveram a façanha de exportar 10 milhões de toneladas a mais em 2013 (Secex, 2014). Se olharmos o Brasil como uma grande empresa que compete no mundo, a sociedade não vai bem. O país está caindo diversas posições nos principais rankings mundiais de competitividade. O rombo das transações correntes (balança comercial, serviços e transferências) em 2013 atingiu US$81 bilhões, 50% a mais que em 2012, sendo o maior desde 2001. O investimento estrangeiro direto no Brasil caiu para 2,88% do PIB (Campos & Peres, 2014). É a primeira vez que esse percentual cai desde 2009. Nosso superavit primário foi o menor desde 2002 (1,9% do PIB). A deteriorada balança comercial fechou o ano com saldo de pouco mais de US$2,5 bilhões, o pior resultado desde 2000. O Governo só não jogou o país para deficit na balança devido à criativa operação de exportar as plataformas de petróleo que nunca deixaram o Brasil. Só isso gerou US$7,7 bilhões em “exportações”. Nos últimos 10 anos as exportações de nossa agricultura cresceram 205%, ou seja, um valor 3 vezes maior do que se exportou em 2003 (Figura 1). As importações desse segmento também triplicaram, mas permaneceram muito abaixo das exportações, na ordem de 15% do valor exportado. Assim, foi permitido ao agronegócio um saldo incrível em sua balança comercial. Esse saldo salvou a economia brasileira, pois, caso contrário, fecharíamos a balança comercial com deficit. Em 2003, se não fosse o agronegócio, fecharíamos negativo em R$1 bilhão. Já em 2013, se 18 Engenheiro-agrônomo, Dr., professor titular da FEA-RP/USP, Bloco C, sala 64, 14040-900, Ribeirão Preto, SP, fone: (16) 3456-5555, e-mail: [email protected]. 51 não fosse o agronegócio, esse saldo negativo seria de R$78 bilhões. Isso mostra a importância das exportações de produtos agrícolas brasileiros. (1) Janeiro a novembro. Figura 1. Evolução da balança comercial brasileira nos últimos 10 anos. Fonte: Elaborado pelo autor a partir de SECEX/MDIC. Em relação aos produtos exportados pelo agronegócio, também tivemos algumas mudanças. Produtos antes importantes e que estavam entre os 10 mais exportados, como calçados de couro, papel e suco de laranja, saíram dessa lista e foram substituídos por produtos como milho, fumo não manufaturado e açúcar refinado (Tabela 1). Porém, quando analisamos a concentração dos 10 principais produtos nas exportações totais do agronegócio, vemos que essa concentração aumentou, passando de 57,8%, em 2003, para 73,5%, em 2013. É imprescindível diversificar produtos, porém sem perder vendas. A grande diversificação das exportações brasileiras na última década está no seu destino. A China, de 3º maior importador do Brasil em 2003, despontou para o país mais importantes nas exportações do agronegócio brasileiro, sendo responsável por 42% de nossas exportações (Figura 2). Apesar de a participação dos 10 principais destinos terem diminuído cerca de 1%, ter um único país com tamanha expressão de importância pode ser algo arriscado. Todavia, na última década, o país também ganhou novos mercados, já que em 2003 exportava para cerca de 200 países e em 2013 o país exporta para 220 países. Além da concentração de alguns países, países importantes como Estados Unidos e Alemanha diminuíram suas importações, ao passo que países que antes nem apareciam entre os dez mais importante, como Coreia do Sul e Venezuela, se tornaram mercados importantes e estratégicos para o Brasil (Tabela 2). O país saiu de exportações pautadas no continente europeu e passou a atingir economias em desenvolvimento, como Ásia e Oriente Médio. É preciso continuar diversificando mercados. 52 Tabela 1. Os dez produtos mais exportados pelo agronegócio brasileiro Valor (milhão de dólares) Produto Quantidade (1.000t) Produto Valor (milhão de dólares) 2003 Soja em grãos Farelo de soja Celulose Carne de frango in natura Açúcar de cana (bruto) Café verde Calçados de couro Sucos de laranja Carne bovina in natura Papel Total (10 mais) (A) Total exportações agr. (B) Participação (A + B) (1) Janeiro a novembro. 4.287 2.603 1.744 1.710 1.350 1.303 1.287 1.193 1.155 1.088 17.718 30.653 57,8% 2013 19.881 13.603 4.566 1.922 8.354 1.369 79 1.590 620 1.782 53.766 77.453 69,4% Soja em grãos Açúcar de cana (bruto) Carne de frango in natura Farelo de soja Milho Carne bovina in natura Celulose Café verde Fumo não manufaturado Açúcar refinado Total (10 mais) Total exportações agr. Participação (A + B) 22.785 8.366 6.470 6.282 5.643 4.840 4.696 4.236 2.695 2.507 68.790 93.579 73,5% Quantidade (1.000t) (1) 42.751 19.542 3.528 12.422 23.525 1.073 8.913 1.548 428 5.269 118.729 137.379 86,4% Fonte: Elaborado pelo autor a partir de Secex/MDIC. Figura 2. Evolução dos destinos das exportações brasileiras do agronegócio Fonte: Elaborador pelo autor a partir de Secex/MDIC. Nota: Os dados de 2013 referem-se ao período de janeiro a novembro. A última década de exportações do agronegócio mostrou desempenho crescente. Nota-se uma diversificação nos mercados de destino das exportações: países antes importantes para as exportações do agronegócio estão saindo de cena e dando espaço para países antes menos importantes, que agora são os que mostram crescimento de valores importados do Brasil, principalmente países emergentes, do BRICs, países da Ásia e do Oriente Médio, da mesma forma que produtos antes pouco representativos começam a ganhar cada vez mais espaço. Enfim, o país está buscando e conseguindo uma pauta cada vez mais diversificada. 53 Tabela 2: Os dez principais destinos das exportações do agronegócio Ordem País 2003 1º Estados Unidos 2º Países Baixos 3º China 4º Alemanha 5º Rússia 6º Itália 7º Reino Unido 8º França 9º Bélgica 10º Japão Total (10 mais) (A) Total de exportações agrícolas (B) Participação (A + B) Valor (em US$ milhões) Ordem Valor (em US$ milhões) País (1) 2013 4.804 3.166 2.562 1.665 1.427 1.240 1.141 1.097 1.096 1.061 17.718 30.653 57,8% 1º China 2º Países Baixos 3º Estados Unidos 4º Japão 5º Hong Kong 6º Coreia do Sul 7º Rússia 8º Alemanha 9º Arábia Saudita 10º Venezuela Total (10 mais) (A) Total de exportações agrícolas (B) Participação (A + B) 22.432 6.554 6.547 3.229 2.551 2.511 2.476 2.434 2.330 2.293 53.359 93.579 57,0% (1) Os dados referem-se ao período de janeiro a novembro. Fonte: Elaborador pelo autor a partir de Secex/MDIC. O Brasil também foi contemplado, nesses últimos anos, com três presentes muito indesejáveis e indigestos: o aumento na taxa de juros, a perda de valor da nossa moeda e, consequentemente, do patrimônio, e o mais terrível, a volta da inflação. Diferentemente de quem está no dia a dia brasileiro, quem morou um ano fora do Brasil pode perceber facilmente que a inflação voltou, e voltou forte. Nada disso seria necessário se o país tivesse um projeto de gestão e não de poder, e as consequentes reformas estruturantes tivessem sido parte da agenda. A sofrível gestão do pesado e complexo Estado e a decorrente explosão do gasto público deixou o Governo sem margem para reduzir sua fúria arrecadatória (impostos). Se isso impacta no competitivo agronegócio, imaginem em outros setores, como a indústria e o turismo. De que adiantou o agronegócio exportar US$100 bilhões se a indústria tomou um tombo de US$100 bilhões? Outro ponto importante que deve ser analisado é o trabalho. Se alguns anos atrás, nas viagens, os empresários reclamavam de protecionismo, de câmbio, de falta de crédito, hoje a questão do trabalho salta e toma boa parte do tempo de troca de ideias, pois estamos perdendo competitividade por problemas de quantidade (oferta) e qualidade (preparo e custo) das pessoas. O país está vibrando com a ideia do Brasil a pleno emprego, porém, um aspecto não muito comentado é que há na sociedade 61 milhões de pessoas em idade de trabalho e produção que não trabalham, não estudam, e não estão procurando trabalho, portanto não aparecem na taxa de desemprego. É certo que entre desses 61 milhões há muitas pessoas no trabalho do lar, no “trabalho de mãe” e em atividades informais, entre outras alocações de tempo. Mas há uma parte grande apta a trabalhar que não trabalha, não gerando produção nem impostos à sociedade. É preciso ampla investigação nas causas existentes nesses 61 milhões de pessoas, e são distintas, mas está claro que uma parte capaz não está procurando trabalho, pois está contemplada em programas assistencialistas, que cresceram muito nos últimos 20 anos. Se encontrar trabalho, perde algum tipo das inúmeras bolsas. Duplo prejuízo ao Brasil, pois perde-se um trabalhador e mantém-se o gasto com a bolsa. 54 Ao entrar no tema de custo e qualidade do trabalho, são diversos os estudos que mostram que o salário médio em dólar no Brasil mais do que dobrou em 10 anos. Isso é absolutamente louvável e um desejo de todos os brasileiros. O problema é que a produtividade do trabalho praticamente não cresceu no período. Então, empresas que são intensivas em mão de obra e que competem no mercado internacional praticamente tiveram seus custos de trabalho duplicados. Esse é um dos fatores pelos quais o Brasil está perdendo investimentos, empresas e, consequentemente, postos de trabalho. Precisa-se de ações; precisam-se adaptar iniciativas que fizeram a produtividade do trabalho crescer em muitas outras nações, pois ninguém quer a perda de renda do trabalhador, que seria a alternativa para baixar custos. Somado a isso, o país é prejudicado por uma legislação trabalhista antiga, não adaptada às demandas setoriais, e os direitos do trabalhador são elevados e caros para as empresas. É uma legislação que não se reforma. Nos últimos anos, o fator trabalho passou de ponto de vantagem competitiva do nosso país para desvantagem competitiva. O Brasil é um país onde produzir é caro e investir é difícil. Mão de obra (e educação) é nosso problema mais sério, e o de mais difícil solução. É preciso coragem para resolver isso, mas vejo poucas ações nesse sentido. Aliás, tenho visto grande retrocesso. Mesmo com todos esses problemas, o agronegócio desempenhou seu tão importante papel para a economia brasileira. Apesar de o Banco Mundial ter previsto ao Brasil uma das menores taxas de crescimento entre todos os países analisados, as cadeias produtivas do agronegócio brasileiro continuarão seu forte trabalho em 2014. A Conab diz que a safra brasileira de 2013/14 será de quase 197 milhões de toneladas. Será um crescimento de 5,2% em relação à safra que terminou (187 milhões de toneladas). Se produzirmos os quase 91 milhões de toneladas de soja esperadas, devemos passar os EUA e ser o maior produtor mundial. A área total deve chegar a quase 56 milhões de hectares, 4% maior. Na última década o Brasil continuou sustentando e reafirmando sua posição como grande vendedor mundial de alimentos e com saldo positivo para a balança comercial do agronegócio brasileiro, buscando garantir um saldo positivo para balança comercial do Brasil. Esperamos que nossas exportações continuem quentes e crescentes, assim como foi nessa última década. Com ações privadas e públicas adequadas, e com o crescimento econômico mundial, é possível chegarmos aos US$200 bilhões exportados pelo agronegócio em 2020, a milhares de empregos, à melhoria de nossa balança comercial e à de nossa economia. Referências CAMPOS, E.; PERES, L. Investimento estrangeiro direto em 2013 fica acima do previsto para o BC. Valor Econômico. Brasília, 24 jan. 2014. Disponível em: <http://www.valor.com.br/brasil/3406252/investimentoestrangeiro-direto-em-2013-fica-acima-do-previsto-pelo-bc>. Acesso em: 24 jan. 2014. CONAB. Companhia Nacional de Abastecimento. Levantamento de safra. Disponível em: <http://www.conab.gov.br/conteudos.php?a=1253&t=2>. Acesso em: 18 jan. 2014. MAPA. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Estatísticas. Disponível em: <http://www.agricultura.gov.br/vegetal/estatisticas>. Acesso em: 22 jan. 2014. SECEX. Secretaria de Comércio Exterior. Bases estatísticas. Disponível em: <http://sistemasweb.agricultura.gov.br/pages/AGROSTAT.html>. Acesso em: 18 jan. 2014. 55 The augmentative biological control and the sterile insect technique as alternatives to suppress fruit fly populations Pablo Jesús Montoya Gerardo19 Introduction Fruit flies (Diptera: Tephritidae) are a pest complex of great economic importance that adversely affect the marketing of fruits and vegetables and the development of the horticultural industry worldwide (Aluja 1993). Their control requires an area-wide approach that includes the use of environmentally-oriented strategies such as the application of selective toxic baits to suppress pest populations at specific sites, the augmentative releases of parasitoids in areas identified as reservoirs of fruit flies populations, and the application of the sterile insect technique (SIT) to reduce the population growth rate (Montoya et al., 2007). The use of this technological package has allowed the generation and maintenance of free and low prevalence areas of fruit flies in Mexico, which have significantly favored the international marketing of various fruit and vegetable products (Gutierrez 2010). Current integrated pest management (IPM) programs are focused on a more sustainable approach in order to mitigate the adverse effects commonly associated with the indiscriminate use of pesticides (Montoya 2007). This reinforces the incorporation of Augmentative Biological Control (ABC) as a viable strategy in the integrated management of fruit flies, using the mass releases of parasitoids in marginal areas that harbor high densities of alternate hosts and where the implementation of chemical control is not a socially, ecologically and economically appropriate alternative. The greatest strength of this approach lies in the integration of this type of biological control with the SIT, where synergistic results can be expected as two different biological states of the pest are attacked simultaneously (Knipling, 1992). Currently 18 million of Diachasmimorpha longicaudata (Ashmead) (Hymenoptera: Braconidae) parasitoids are released weekly in different parts of Mexico in support of this integrated approach, achieving 20 to 70% of parasitism depending mainly on the type and size of the host fruit involved. The final goal is to suppress sustainably the fruit fly populations in those areas identified as reservoirs and to facilitate the management of these pests into commercial orchards (Montoya et al., 2000; 2007), which provides the double benefit of efficient production of healthy fruits and also environmental protection. The ABC strategy also has been proved to control outbreaks of the Mediterranean fruit fly, Ceratitis capitata, in Mexico. This pest is considered as one of the most important quarantines species of fruits and vegetables around the world, since it has been reported attacking more than 200 different fruits hosts (Liquido et al., 1990). In 2001, in the state of Chiapas county of Santo Domingo, were detected 93 larvae of medfly in 2,853kg of sampled cherry coffee, from which the 19 Doctor in Biology, Programa Moscafrut Sagarpa-IICA, Camino a los Cacahotales S/N, C.P. 30680, Metapa de Domínguez, Chiapas, México, phone number: (52) 962-643-5059, e-mail: [email protected]. 56 42.7% of the larvae were parasitized by D. longicaudata. This parasitoid species had been released by air using a helicopter on a surface of 9,000ha of coffee growing zone at a density of ≈1,000 parasitoids ha-1 (Montoya et al., 2005). Mexican achievements using the IMP strategies In Mexico, the integration of above mentioned strategies (i.e., selective toxic baits, the releases of parasitoids on marginal areas, the use of SIT) together with the implementation of quarantines stations protecting the free pest zones have helped to acquire more than 50% of the national territory free of fruit flies genus Anastrepha of economic importance, such as Anastrepha ludens (the Mexican fruit fly), A. obliqua (the mango fruit fly), A. striata (the guava fruit fly) and A. serpentina, a major pest of Zapotaceae (Gutiérrez, 2010; Figure 1). This means that more than 85,000ha of fruit growing have been recognized by international agencies as fruit fly free zones, and 186,000ha of fruit growing as fruit fly low prevalence zones. Regarding this issue, it is convenient to mention that achieving a free pest zone is only the beginning; the hard part is protecting and maintaining it. Another important example of using the integration of the aforementioned strategies in Mexico is the execution of the Regional Medfly Program on the border with Guatemala, which also counts with the participation of the Guatemala and USA governments. The objective of this program is to avoid the dispersion C. capitata to the north of Mexico and the rest of the continent, maintaining the free zones of the three countries. This goal has been achieved mainly for the release of sterile Medfly along the 1,000km of the border with Guatemala, which is plenty of mountains, barracks and rivers making more complex the performance of the control actions. Currently, this species has been pushed almost 100km inside the southwest part of Guatemala’s territory (Labor memory, Medfly Program, 2013), and only sporadic outbreaks are detected in the Mexican territory each year. Figure 1. Fruit fly free areas in Mexico and location of the Packing and Release Centers of sterile adults and parasitoids in the low prevalence zone Source: Gutierrez (2010). 57 Developing new strategies In order to improve the available strategies to better control the fruit flies in the field, it is necessary to continue developing new ecologically-oriented technologies. In this sense, a novel tool, the use of sterile flies as vectors of fungus spores, has been recently proposed by different authors (Toledo et al.. 2007; Quezada et al., 2008; Dimbi et al., 2009). Tests at laboratory and field cage levels using Mexican fruit fly Anastrepha ludens (Loew) sterile males as vectors of Beauveria bassiana (Bálsamo) Vuillemin spores, showed that the mating success of inoculated males was not affected compared to the control group for three days post-inoculation. The horizontal transmission of the fungus spores to females during the first two days ranged between 80% and 84% through matings, and 15% to 22% through mating attempts and contact during courtship (Toledo et al., 2007; Novelo-Rincon et al., 2009). Recently, this approach was evaluated under open field conditions against wild Ceratitis capitata (Wied.) populations (Flores et al., 2013). The sterile inoculated males were released by air using the chilled adult technique over 7,000ha of coffee plantations in Guatemala at a rate of 3,000 males ha-1. The results revealed that inoculated sterile males were able to transmit fungal spores to 44% of the wild C. capitata captured in traps, and that there was no transmission of the fungal spores to non-target insect species such as the coffee berry borer, honey bees or their parasites, demonstrating that this strategy is highly specific. This strongly suggests that this tool could be used as an additional component of a SIT-based IPM to suppress fruit fly populations where more conventional control methods against these pests are restricted. Literature cited ALUJA, M. Manejo Integrado de Moscas de la Fruta. México D F: Trillas, 251p. 1993. DIMBI, S.; MANIANIA, N.K.; EKESI, S. Effect of Metarhizium anisopliae on the inoculation behavior of three species of African tephritid fruit flies, Ceratitis capitata, Ceratitis cosyra and Ceratitis fasciventris. Biological Control, v.50, p.111-116, 2009. KNIPLING, E.F. Principles of Insect Parasitism Analyzed from New Perspectives. Agriculture Handbook, n.693.Washington, DC: ARS-USDA, 1992. FLORES, S.; CAMPOS, S.; VILLASEÑOR, A.; ENKERLIN, W.; TOLEDO, J.; LIEDO, P.; MONTOYA, P. Sterile males of Ceratitis capitata (Dipt.: Tephritidae) as disseminators of Beauveria bassiana spores for IPM strategies. Biocontrol Science and Technology, v.23, n.10, p.1186-1198, 2013. GUTIÉRREZ, J.M. 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Trata-se de uma doença de clima ameno, ocorrendo mais intensamente na primavera, a partir da brotação, infectando folhas jovens, pecíolos, pedúnculos e frutos da macieira. Nessa fase, a infecção nas folhas pode manifestar-se após um período de apenas 9 horas de molhamento foliar à temperatura de 11 oC, conforme se observa na Tabela de Mills (Mills, 1944). Nesse caso, os sintomas aparecem aproximadamente 16 dias após o início do período de molhamento foliar (Stensvand et al., 1997). Os frutos podem ser infectados em qualquer estádio de desenvolvimento. São muito suscetíveis até a frutificação efetiva e vão tornando-se resistentes à medida que se desenvolvem e se aproximam do início da maturação (Schwabe e al., 1984). O controle da sarna, tendo em vista a alta suscetibilidade dos cultivares Gala, Fuji e de seus respectivos clones, predominantes no sul do Brasil, é realizado com medidas profiláticas praticadas durante o outono e inverno visando à redução de inóculo, e com uso de fungicidas na primavera e no verão. O uso racional dos fungicidas é de fundamental importância, haja vista a inexistência, até o presente momento, de plantios comerciais com cultivares resistentes à sarna. Durante os mais de 40 anos de cultivo comercial da macieira no Brasil, foram introduzidos vários fungicidas, de diferentes grupos químicos, para o controle da sarna e de outras doenças. Todos esses produtos são de ação protetora, curativa e erradicante e, com exceção de alguns que foram retirados por causar dano ao homem e ao meio ambiente, continuam sendo utilizados para o controle da sarna. No início da década de 1970, o controle era realizado apenas com fungicidas de contato. O número de tratamentos era relativamente alto e, mesmo assim, aconteciam grandes perdas na produção. Quando foram introduzidos os fungicidas do grupo dos benzimidazóis (benomyl e tiofanato metílico), de ação protetora, curativa e erradicante, observou-se aumento significativo nos níveis de controle da sarna. Entretanto, após três anos de uso foi observada perda total da eficiência devida à resistência de V. inaequalis a esses fungicidas (Akutsu & Tanaka, 1977). Fungicidas IBEs Na década de 1980, iniciou-se nova fase no controle da sarna com a adaptação da Tabela de Mills para as condições brasileiras (Berton & Melzer, 1984; Boneti & Katsurayama, 1988; Katsurayama et al., 1992). Para isso, contribuiu muito a introdução dos fungicidas Inibidores da 20 Engenheiros-agrônomos, M.Sc., Fito Desenvolvimento e Produção Ltda., Rodovia SC-438, Km 60, 88600-000 São Joaquim, SC, fone: (49) 9930-9393, email: [email protected]. 60 biossíntese de ergosterol (IBEs), com ação curativa sobre a sarna da macieira. O primeiro fungicida IBE comercializado para o controle da sarna foi o triforine e depois o bitertanol (Boneti & Katsurayama, 1988a). Logo em seguida, foram introduzidos os IBEs mais eficientes, tais como fenarimol e tebuconazole, e, mais tarde, miclobutanil, tetraconazole, triflumizole, ciproconazole e difenoconazole. Naquela época, os fungicidas IBEs apresentaram índices de controle próximo de 100%, mesmo quando eram aplicados 96 horas após o início de um período de infecção da sarna (PI), ou seja, após o início da chuva. Com a introdução dos fungicidas IBEs e a implantação das Estações de Avisos Fitossanitários em São Joaquim/SC e Fraiburgo/SC pelo Ministério da Agricultura (Katsurayama et al., 1992), iniciou-se nova fase no manejo da sarna. Os fungicidas IBEs eram recomendados até 96 horas após o início do PI (Boneti et al., 1989; 1992). Desse modo, o fruticultor podia esperar o final da chuva para realizar a pulverização, pois contava com a espetacular ação de penetração (retroativa) dos fungicidas nas folhas (e nos frutos) e de inibição do desenvolvimento do fungo. Além disso, em misturas com fungicidas protetores eram muito eficientes mesmo quando aplicadas em intervalos fixos de 10 ou mais dias (Boneti & Katsurayama, 1991), o que permitiu reduzir o número de aplicações na safra. Porém, após 10 anos de uso dos fungicidas desse grupo, começou-se a observar, principalmente nas aéreas experimentais, falha de controle da sarna. Nos anos de 1992 e 1993, foi realizado levantamento para avaliar a frequência de isolados de V. inaequalis resistentes aos IBEs e também ao dodine; constatou-se erosão da sensibilidade de isolados de V. inaequalis a ambos os grupos de fungicidas (Katsurayama & Boneti, 1996; 1997). Alguns ciclos mais tarde, resultados mais críticos foram observados, como o aumento do nível de resistência e da frequência de isolados resistentes aos IBEs (Katsurayama & Boneti, 2004; Wolf et al., 2007). Em ensaio recente, realizado no campo no ciclo 2012/13, comparando os atuais fungicidas curativos presentes no mercado, observou-se contínuo desgaste na eficiência desses produtos, principalmente no controle da sarna nos frutos (Tabelas 1 e 2), ou seja, o índice de controle foi muito baixo. Felizmente, o uso desses produtos em mistura com fungicidas protetores, aminoácidos e fosfitos ainda tem sido satisfatório. Tabela 1. Eficiência de fungicidas IBEs no controle da sarna da macieira em condições de campo, cv. Gala. São Joaquim, SC, 2012/13 Tratamento (1) Testemunha Score Trifmine Folicur 200 EC Domark 100 EC Mythos Stroby CV (%) Dose -1 (p.c. 100L ) 14ml 100g 50ml 50ml 100ml 30ml - (2) Sarna nas folhas Inc. (%) IC (%) (3) 94,2 a 0,0 35,7 b 60,8 35,7 b 60,8 33,7 b 63,0 45,6 b 50,0 3,0 c 96,7 48,5 b 46,8 17,1 - (1) Os fungicidas foram aplicados em: 16/9, 23/9, 27/9, 3/10, 11/10, 18/10, 25/10, 1/11 e 8/11/2013. Avaliação da sarna: 14/11/2013. Inc = incidência (%); IC= índice de controle (%). (3) Médias seguidas de pelo menos uma mesma letra nas colunas não diferem entre si (Duncan, 0,05). (2) 61 Sarna nos frutos Inc. (%) IC (%) 100,0 a 0,0 95,7 a 4,3 64,2 b 35,8 95,7 a 4,3 98,2 a 1,8 31,5 c 68,5 95,7 a 4,3 14,0 - Tabela 2. Eficiência da aplicação de fungicidas no controle da sarna da macieira, cv. Gala. São Joaquim, SC, ciclo 2012/13 (1) (2) Tratamento Dose Sarna nas folhas Sarna nos frutos Russeting -1 (p.c. 100L ) Inc. (%) IC (%) Inc. (%) IC (%) (%) (3) Testemunha 100,0 a 0,0 96,0 a 0,0 1,2 a Dodex 450 SC 100ml 5,2 e 94,8 16,0 d 83,3 0,8 a Dodex + Score 100ml + 14ml 3,0 e 97,0 18,2 cd 81,0 1,0 a Score 14ml 57,5 c 42,5 71,6 ab 25,4 1,2 a Domark 50ml 74,5 b 25,5 98,3 a 0,0 0,8 a Dodex + Dithane 100ml + 200g 3,7 e 96,3 13,3 d 86,1 1,4 a Dithane NT 200g 16,0 e 84,0 39,1 bc 59,2 0,2 a CV (%) 13,3 22,4 13,1 (1) Os fungicidas foram aplicados em: 15/9, 22/9, 29/9, 6/10, 12/10, 20/10, 27/10 e 2/11/2012. Inc. = incidência de sarna nas folhas e nos frutos; IC = índice de controle (%) de sarna nas folhas e nos frutos. Avaliação realizada no dia 24/11/12. (3) Médias seguidas de pelo menos uma mesma letra, nas colunas, não diferem entre si. Duncan (P=0,05). (2) Fungicidas QoIs Em 1995, começaram a ser testados os fungicidas QoIs e, em 1998, foi lançado o kresoxim-metílico, dando início ao uso dos fungicidas também chamados de estrobilurinas no Brasil (Boneti & Katsurayama, 1998). Posteriormente, foi introduzido o trifloxystrobina (Boneti & Katsurayama, 1999b) e, mais tarde, famoxadone e pyraclostrobina. Tais fungicidas eram muito importantes, haja vista que se tratava de um novo grupo químico com alta eficiência no controle da sarna. Além da ação protetora e alta afinidade com a camada cerosa das folhas da macieira, atuavam fortemente sobre a esporulação (ação erradicante) do fungo e também possuíam pequena ação curativa devido a sua ação de profundidade (Boneti & Katsurayama, 1998; 1999b; 2000; Katsurayama & Boneti, 2000). Com o passar do tempo, começou-se a observar, nos ensaios de campo, que a eficiência desses fungicidas já não era tão boa quanto se observara por ocasião de sua introdução. No ciclo 2010/11, observou-se que o kresoxim-metílico não mais controlava a sarna da macieira nos ensaios de campo. Foi realizado, então, um levantamento no qual se constatou que 73,8% das amostras de V. inaequalis eram resistentes, ou seja, germinavam em 20ppm de kresoxim-metílico adicionado ao meio de ágar a 2% (Boneti & Katsurayama, 2011). Para confirmar os resultados, foram realizados ensaios em casa de vegetação visando avaliar o efeito dos fungicidas QoIs, aplicados isoladamente ou em mistura com outros fungicidas. De acordo com esses resultados, todos os QoIs testados falharam no controle da sarna, evidenciando a resistência cruzada para todos os fungicidas desse grupo. Foram testados kresoxim-metílico (Stroby), trifloxystrobina (Flint), picoxystrobina (Aproach), pyraclostrobina (Comet) e famoxadone. Tal resultado se mantém, conforme ensaio de campo realizado com o fungicida kresoxim-metílico (Tabela 1). Fungicida dodine Em Santa Catarina, o fungicida dodine foi intensivamente utilizado na década de 1970 devido a sua ação protetora similar aos demais fungicidas convencionais, ao efeito curativo similar 62 ao dos benzimidazóis, e à ótima ação erradicante, com efeito supressor da produção de esporos. No entanto, nos anos de 1991 a 1994, quando predominou um longo período de influência do El Niño, vários produtores associaram a alta severidade da sarna ao desenvolvimento da resistência ao dodine. Resultados do levantamento realizado em Santa Catarina (Katsurayama & Boneti, 1993; 1996; 1997) indicaram que na maioria dos pomares a severidade da sarna estava relacionada ao manejo em si. Entretanto, em alguns pomares da região de São Joaquim, foram constatados isolados de V. inaequalis tolerantes ao dodine em proporções críticas. Visando conhecer um pouco mais a situação de eficiência do dodine, foram realizados alguns ensaios de campo e de casa de vegetação. De acordo com esses resultados, o nível de resistência parecia estar estabilizado e independe do histórico do pomar, ou seja, o dodine em dose mais alta do que se usava nos anos 1990 apresentou boa eficiência quando foi testado contra V. inaequalis com isolado oriundo de um pomar com 30 anos de idade e outro com 8 anos de idade. É provável que a população do fungo se tenha estabilizado e tornado abrangente em todas as regiões produtoras, além do possível efeito positivo com o aumento de dose. Em ensaio de campo, o Dodex (100ml.100L-1) apresentou potencial no controle da sarna nas folhas e nos frutos da macieira. Esse fungicida foi testado novamente no ciclo 2012/13 e confirmou sua eficiência, conforme resultado apresentado na Tabela 2. Além disso, observa-se que o dodine não aumentou a severidade de russeting. Fungicidas ANPs Os fungicidas do grupo das Anilinopyrimidinas (Mythos e Unix) foram testados desde 1994 e lançados juntamente com os fungicidas do grupo dos QoIs (Katsurayama & Boneti, 2005). São fungicidas que possuem ação protetora e curativa de até 72 h.a.i. Apesar do risco de ocorrência de surgimento de resistência, tais fungicidas continuam muito ativos no controle da sarna nas folhas conforme testes realizados recentemente no campo (Tabela 1). A eficiência de controle nos frutos pode ser incrementada com a mistura com Aliette, conforme se observa na Tabela 3. Tabela 3. Avaliação do efeito curativo de fungicidas no controle da sarna nos frutos da macieira, cv. Castel Gala. São Joaquim, SC, ciclo 2013/14 Tratamento (1) Sarna nos frutos (%) Dose 48 horas -1 Testemunha Aliette Mythos Aliette+Mythos CV (%) (p.c. 100L ) 150g 100ml 150g + 100ml - (2) Sev (%) (4) 68,1 a 50,7 ab 25,2 bc 10,0 c 27,0 (1) (3) IC (%) 0,0 25,5 62,9 85,3 - 72 horas Sev (%) 67,4 a 39,0 abc 27,4 bc 17,2 c 28,0 5 IC (%) 0,0 42,1 59,3 74,4 -1 Os fungicidas foram aplicados 48 e 72h após a inoculação com conídios de V. inaequalis na concentração de 3 x 10 conídios ml . Severidade de sarna nos frutos (%). (3) Índice e controle de sarna nos frutos (%). (4) Médias seguidas de uma mesma letra, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Duncan (p = 0,05). (2) 63 Fungicidas do grupo das carboxamidas (SDHIs) Atualmente, encontram-se em fase de registro novos fungicidas do grupo das carboxamidas. O produto que está mais desenvolvido para uso na cultura da macieira, porém ainda sem registro, é o fungicida Orkestra SC. Trata-se de um novo fungicida, composto por uma carboxamida (fluxapiroxade) e uma estrobilurina (piraclostrobina). Esses ingredientes ativos apresentam dois diferentes mecanismos de ação: o primeiro pertence ao grupo dos SDHI, e o segundo, ao dos Qol. Ambos atuam evitando a respiração do fungo na mitocôndria, porém em pontos diferentes. Portanto, não apresentam resistência cruzada entre si. Esse fungicida, aplicado isoladamente nas doses de 30 e 40ml.100L-1, ou em mistura com outros fungicidas, tem-se mostrado muito eficiente no controle da sarna nas folhas e nos frutos da macieira (Tabela 4). TABELA 4. Eficiência da aplicação de fungicidas no controle da sarna da macieira, cv. Gala. Campo Experimental de Santa Isabel, São Joaquim, SC, ciclo 2013/14 Tratamento (1) Testemunha Captan SC Mythos + Dithane NT Mythos + Frowncide Orkestra + Mythos Orkestra Mythos Orkestra + Score Orkestra + Delan Orkestra + Phytogard Orkestra Score Delan Delan Phytogard K CV (%) (1) (2) Dose -1 (p.c. 100L ) 250ml 100ml + 200g 100ml + 100ml 30ml + 100ml 30ml 100ml 30ml + 20ml 30ml + 50g 30ml + 200ml 40ml 20ml 50g 125g 200ml - Incidência de sarna (%) Folhas Frutos (2) 91,2 a 94,0 a 0,2 e 1,6 d 0,0 e 1,6 d 0,7 de 1,6 d 0,0 e 0,8 d 4,0 cd 0,8 d 1,0 de 20,0 c 5,7 c 4,9 d 0,0 e 0,0 d 0,2 e 2,5 d 3,2 cde 3,3 d 45,7 b 46,5 b 0,2 e 2,4 d 0,7 de 0,0 d 3,0 cde 34,1 d 31,0 30,5 Russeting (%) 0,8 b 3,3 a 0,2 b 0,6 b 0,2 b 0,0 b 0,4 b 0,6 b 0,4 b 0,2 b 0,2 b 0,2 b 0,8 b 4,3 a 0,6 b 36,3 Os fungicidas foram aplicados em: 13/9, 19/9, 27/9, 5/10, 10/10, 19/10, 25/10 e 1/11/2013. Médias seguidas de pelo menos uma mesma letra, nas colunas, não diferem entre si pelo teste de Duncan (p = 0,05). Produtos alternativos Mais recentemente, alguns compostos alternativos vêm sendo desenvolvidos para uso no controle da sarna da macieira (Boneti & Katsurayama, 2002; 2005; 2010): os fosfitos, notadamente o fosfito de potássio, compostos que possuem comprovada ação sobre a sarna e outras doenças da macieira. Em condições de alta pressão de doença, recomenda-se o uso em mistura com fungicidas protetores. Outros compostos, tais como aminoácidos, flavonoides, sais naturais, compostos oriundos de plantas, algas e microrganismos também apresentam potencial e vêm sendo desenvolvidos para uso no controle da sarna da macieira, conforme apresentados na Tabela 5. 64 Tabela 5. Eficiência da aplicação de fungicidas no controle da sarna nas folhas da macieira, cv. Gala. Campo Experimental de Santa Isabel, São Joaquim, SC, ciclo 2013/14 Tratamento (1) Dose Incidência de sarna (%) -1 (p.c. 100L ) Testemunha Gama “Super” K Plus Folhas - 69,2 a (2) Russeting Frutos (%) 98,3 a 0,8 a 300ml 24,2 b 66,6 ab 0,6 a Mythos+Fitofos K 100ml + 200ml 1,2 cd 5,8 d 0,6 a Mythos+Aliette 100ml + 150g 0,2 d 8,3 d 0,4 a Fitamin CAB+Score 100ml + 14ml 10,2 c 40,8 bc 0,6 a 14ml 37,5 b 64,1 ab 0,6 a 100ml + 14ml 8,0 c 27,5 c 0,6 a Fitofos K Plus 200ml 2,7 cd 29,1 c 0,6 a Aliette 150g 22,5 b 62,5 ab 0,8 a 33,1 24,8 58,0 Score Phyto-Sar+Score CV (%) (1) (2) - Os fungicidas foram aplicados em: 13/09, 19/09, 27/09, 5/10, 10/10, 19/10, 25/10 e 1/11/2013. Médias seguidas de pelo menos uma mesma letra, nas colunas, não diferem entre si. Duncan (P=0,05). Filocrono Os fungicidas de contato, ou protetores, são muito importantes, haja vista o não registro, até o presente momento, da ocorrência de resistência. No entanto, devido à característica de não penetrarem nos tecidos da planta, devem ser aplicados antes dos períodos chuvosos. Após a aplicação, forma-se um depósito nos órgãos vegetativos da planta. O fungicida fica aderido na superfície para, posteriormente, ser redistribuído pela chuva e pelo orvalho e, desse modo, o produto vai ficando inativo com o passar do tempo. Outros fatores que afetam os fungicidas são: 1- Ambiente: lavagem por água da chuva, orvalho, hidrólise e fotólise; 2- Ação da microflora presente na superfície das folhas e dos frutos que podem decompor o produto; 3- Características morfológicas da planta que interferem na aderência e efetividade (serosidade, pilosidade, etc.); 4Formulação do fungicida (PM, CE, SC, GDA, etc.); e 5- Fenologia (desenvolvimento das gemas, emissão de folhas e crescimento dos ramos terminais). O fator emissão de folhas é de suma importância no manejo das doenças foliares, haja vista que o fungicida não se transporta de uma folha para outra em quantidade suficiente para controlar a doença. Para que o controle seja eficiente, a reposição do fungicida de contato deve ser feita em determinados intervalos antes que ocorra novo período de infecção e o patógeno se estabeleça na macieira. Essa reposição depende da dose, da quantidade de chuva e, principalmente, da emissão de folhas novas. Ensaios realizados em São Joaquim (Katsurayama & Boneti, 2006) têm evidenciado que chuvas de 30 a 60mm não afetam a eficiência de fungicidas como Captan, Folpet e Dithianon. O efeito protetor do fungicida é, então, mais influenciado pela formação de novas folhas e pelo posterior crescimento dos ramos terminais. Num estudo realizado na Epagri/Estação Experimental de São Joaquim, em condições de temperatura constante, observou-se que são necessários 6,2, 2,6 e 1,8 dias para formar uma nova 65 folha em temperaturas de 10oC, 15oC e 20oC respectivamente, ou seja, numa temperatura média de 12,5oC são necessários 4,4 dias para formar uma nova folha. Já em avaliações realizadas no campo nas primaveras de 2008 a 2013, observou-se que, durante o ciclo primário da sarna, a temperatura media diária foi de 13,3oC e que, nessa condição, foram necessários em média 4,4 e 4,0 dias para abrir uma nova folha nos cvs. Gala e Fuji respectivamente (Tabela 6). Esses resultados de campo são indicativos de que o intervalo residual para ação dos fungicidas protetores, nas condições de São Joaquim, oscila ao redor de 4 dias. Portanto, a estratégia de controle consiste em aplicar o fungicida protetor o mais próximo possível de um período de infecção, tendo em vista a formação de novas folhas. Normalmente, os produtores efetuam a pulverização entre 1 e 2 dias antes do período chuvoso, possibilitando, assim, cobertura satisfatória das folhas e dos frutos e evitando a infecção. Caso haja dificuldade nessa aplicação, ainda existe a possibilidade de aplicação curativa com os fungicidas ANPs (até quatro aplicações por ciclo) ou utilizando a mistura de fungicida IBEs com aminoácidos ou flavonoides. Tabela 6. Avaliação do crescimento foliar da macieira, cvs. Fuji e Gala, enxertada sobre o porta-enxerto Marubakaido nos ciclos 2008 a 2013. São Joaquim, SC Cultivar Fuji (1) Taxa (2) Dia (3) TM (°C) Gala Taxa Dia TM (°C) 2008 2009 Ano de avaliação 2010 2011 0,27 3,6 13,8 0,27 3,6 15,2 0,24 4,1 14,2 0,25 4,0 13,6 0,19 5,3 13,4 0,26 3,8 12,1 0,24 4,0 13,7 0,26 3,6 13,8 0,26 3,8 15,2 0,20 5,0 14,2 0,24 4,2 13,6 0,17 6,0 13,4 0,24 4,1 12,1 0,22 4,4 13,7 2012 2013 Média (1) Taxa de emissão de novas folhas por dia. Número de dias necessários para emissão de uma nova folha. (3) Temperatura média observada nos meses de setembro, outubro e novembro. (2) Considerações finais As estratégias de controle da sarna têm sido muito dinâmicas nos 40 anos de cultivo comercial da macieira no Brasil, haja vista as mudanças na sensibilidade das populações de V. inaequalis ante os fungicidas de ação específica. Atualmente, encontramos um quadro de resistência múltipla agravada pelo recente surgimento de resistência aos fungicidas QoIs. Felizmente, de acordo com estudos preliminares, tem-se observado que essa população ainda possui relativa sensibilidade ao fungicida dodine. Esse é um resultado interessante e já devidamente comprovado em ensaios realizados em campo e em casa de vegetação. Portanto, trata-se uma ferramenta importante no controle dessa doença. Além disso, os carboxamidas estão próximos de ser lançados para uso no controle da sarna, os quais poderão substituir a lacuna deixada pela saída dos QoIs. Finalmente, o uso de fungicidas protetores aplicados o mais próximo possível de um período chuvoso é o método indicado para o controle da sarna. 66 Os ANPs, com sua ação curativa de até 72 horas, podem ajudar nos momentos mais críticos e quando for necessário efetuar aplicações curativas. Os fungicidas IBEs, na falta de alternativa, continuam sendo recomendados, pois ainda apresentam pequena ação (IC de 30%) sobre a sarna. E a adição de fosfitos ou aminoácidos melhora o desempenho desses produtos. Finalmente, a redução de inóculo durante o outono e inverno é prática fundamental visando à sustentabilidade das estratégias de controle com fungicidas protetores. Referências AKUTSU, M.; TANAKA, H. Controle químico da sarna da macieira. Florianópolis: Empasc, 1977. 9p. (Empasc. Comunicado Técnico, 2). BERTON, O.; MELZER, R. Controle da sarna da macieira pelo sistema de Mills. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.19, n.10, p.1211-1217, 1984. BONETI, J.I.S.; KATSURAYAMA, Y. 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Understanding how individual fungicides function, and how to minimize the probability that fungal pathogens will develop resistance to them, enables growers and their advisers to use these tools more efficiently. General fungicide properties Fungicides may be categorized according to various criteria, including whether they control fungi through single or multiple biochemical action sites; whether they are absorbed by plant tissues and move within them; their chemical composition; their biochemical mode of action; or their physical mode of action. For example, difenoconazole can correctly be referred to as a single-site, locally systemic, triazole, sterol demethylation-inhibiting (DMI), and protective plus post-infection fungicide. Non-systemic or "contact" fungicides are intended to adhere to the outer leaf and fruit surfaces and prevent of infection before it starts, usually by inhibiting germination of fungal spores. Because they do not enter the plant tissues, they have no post-infection or "curative" activity against pathogens once infection has occurred, and they are subject to removal by rain. Such materials require more frequent reapplication to maintain effective control during rainy periods (when they are most needed!) than do systemic materials that are absorbed into the plant. In addition to resisting removal by rain, systemic materials also provide some degree of post-infection activity because they are able to reach pathogens after they have entered the plant. Most systemic fungicides are able to move only within the individual leaves or fruit to which they have been applied, although some are able to move limited distances to nearby plant parts and a few are able to move throughout most or all of the plant. Among the fungicides used in temperate fruit production, the phenylamides (e.g., metalaxyl/mefenoxam) and the phosphonates exhibit the greatest degree of systemic movement. A fungicide's biochemical mode of action refers to the mechanism of its toxicity, and is the characteristic used to group fungicides into different classes for resistance management purposes. All fungicides developed before the mid-1960’s kill or inhibit fungi by interfering with numerous enzymes necessary for normal metabolism (multisite inhibitors) or through a general, 21 Professor, Department of Plant Pathology and Plant-Microbe Biology, Cornell University, New York State Agricultural Experiment Station, Geneva, NY, 14456 USA, phone number: 1-315-787-2335, e-mail: [email protected]. 70 non-specific mechanism such as asphyxiation (oil), desiccation (inorganic salts), and oxidation (calcium polysulfate). It is very unlikely that fungi will develop resistance to such materials. In contrast, many newer fungicides are single-site inhibitors, i.e., they interfere with one specific enzyme, usually by binding at one specific site. Such fungicides are often very active against susceptible fungi and often present fewer environmental problems than the multisite inhibitors since they are less likely to affect other living organisms. However, the specificity of their activity makes it more likely that resistant fungi can develop through just one mutation that affects the binding site, which allows them to escape interaction with the fungicide. “Physical mode of activity” is a term sometimes used in reference to a fungicide’s ability to prevent disease symptoms from developing when applied either before (protective) or after (post-infection) infection begins. It may also be a reference to the ability of a fungicide to allow only weak, abnormal lesions to form if applied after infection has begun but before symptoms first appear (pre-symptom); to inhibit spore formation from lesions that develop (anti-sporulant); or to eradicate infections when applied after symptoms have appeared (eradicant). Unfortunately, eradicant activity is very uncommon among fungicides. Fungicide resistance The loss of fungicide activity due to target pathogens developing resistance to them is an increasing problem, which will only become worse in the future. Almost all new fungicides are at medium to high risk of resistance development and this is a trend that will continue as more new products are developed. Why? Because the low toxicity to other “non-target” organisms that is necessary for new materials to obtain government approval almost guarantees that their activity against target fungi will be very specific, often single site. Classes of fungicides important to temperate fruit producers and to which resistance has developed among some pathogens in various parts of the world include the benzimidazoles (e.g., benomyl), dicarboximides (e.g., iprodione), DMIs (e.g., triazoles), QoIs (e.g., trifloxystrobin), SDHIs (e.g., boscalid), and dodine. Loss of fungicide activity due to resistance occurs when applications favor the survival of specific individuals within the pathogen population over most others, due to some different aspect of their genetic structure that allows them to better withstand the material. A condition termed “practical resistance” occurs if these individuals continue to reproduce and pass this trait along to their progeny and the proportion of the individuals in the vineyard or orchard population able to tolerate the fungicide increases to a level that it no longer provides acceptable disease control. Resistance is termed “qualitative” when normal individuals are sensitive to the field dose and resistant individuals are virtually immune to even many multiples of it. In such cases, shifts in the composition of the population can occur quickly if the fungicide is used regularly, with resistant types becoming predominant after just a few years of use and control failures occurring suddenly. Common examples of this type of resistance have occurred with the MBCs or 71 benzimidazoles (e.g., benomyl), the phenylamides (e.g., metalaxyl/mefanoxam), and the QoI fungicides (e.g., azoxystrobin, trifloxystrobin). In contrast, resistance is termed “quantitative” when individuals poorly controlled by one dose of a fungicide may be controlled by incremental increases in the dose or by the substitution of a field dose of a related material with greater intrinsic activity. In such cases, the distribution of sensitivities within the pathogen population shifts incrementally over time, following repeated use of the fungicide, with progressively greater proportions of the population requiring progressively higher doses of the material for control. This type of resistance was first noted when dodine failed to control apple scab in some orchards and reduced the control of many pathogens with DMI fungicides. Basic resistance management strategies include: (1) Limit the total number of seasonal applications of all related fungicides within any group at risk for resistance development. (2) Do not use at-risk fungicides once a disease has become established in the orchard or vineyard and populations of the pathogen are large (because this provides more opportunity to select resistant individuals). (3) Limit the reproduction of resistant individuals that have survived applications of the fungicide by using appropriate cultural practices and applying unrelated fungicides in rotation or mixture with the at-risk material. (4) For fungicides subject to quantitative resistance development (e.g., DMI materials), either increase the rate of the product within legal limits or substitute a related fungicide with greater intrinsic activity. For example, flusilazole and difenoconazole have provided control of apple scab in some orchards where other DMIs are ineffective; similarly, difenoconazole has provided control of grapevine powdery mildew in vineyards where other DMIs have lost significant activity. Specific fungicides and groups Selected properties of individual fungicides and groups important to temperate fruit producers are provided below. Single-site inhibitors at risk for resistance development are identified with an asterisk (*); multi-site inhibitors at little risk for resistance development are identified with a “plus” sign (+). *Anilinopyrimidines (APs) The AP fungicides (cyprodinil and pyrimethanil) inhibit germ tube elongation following spore germination and mycelial growth following infection. They are absorbed by plant tissues in a locally systemic manner and provide both preventive and post-infection activity. Practical resistance can occur quickly if these materials are used intensively and with little rotation, whereas their effectiveness has been maintained in many settings where the annual use of all APs is strictly limited and other recommended resistance management practices are used. *Aza-napthalenes Quinoxyfen and proquinazid are active only against powdery mildews. They do not stop spore germination, but act by inhibiting appressorium formation soon after, thereby stopping the 72 fungus from penetrating and infecting the plant. Consequently, they provide only protective activity. They also have strong vapor activity, allowing some degree of redistribution within treated canopies to help protect tissues formed since the previous application. Quantitative resistance has been documented in a limited number of locations. *CAAs (carboxylic acid amides) These fungicides, which include dimethomorph, iprovalicarb, and mandipopamid, are active only against oomycetes (e.g., downy mildew), but not against the “true” fungi that cause most other fungal diseases. The resistance risk is considered moderate, although it has been documented for grape downy mildew in a few locations in Europe (qualitative resistance). + Chloronitriles Chlorothalonil is the only member of this group. Its properties are similar to those of the phthalimides (captan, folpan) discussed below. + Coppers Copper exerts activity in the form of its cupric ion (Cu ++), which binds to amino acid residues involved in providing protein shape and function. Thus, at sufficient concentration it is detrimental to multiple enzymes of numerous organisms, including plants (which provides a danger of plant injury). Although most active against downy mildews and various bacterial diseases, copper provides significant suppression of numerous fungal diseases, and is often the most effective material available for "organic" disease management. Copper products are preventive fungicides but do provide some anti-sporulant activity against grapevine downy and powdery mildew when applied post-symptom. * Dicarboximides The dicarboximides (iprodione, procymidone, vinclozolin) inhibit both spore germination and mycelial growth, but are more active against the latter. Thus, they provide both preventive and post-infection activity, including a strong inhibition of sporulation from active lesions. Practical resistance (quantitative) has developed in a number of locations. Resistant individuals appear to be less fit than their wild-type counterparts and their frequency declines significantly within a population if fungicide use is stopped for one or two seasons. + Dithiocarbamates The dithiocarbamates are sometimes split into two chemical groups, the older dimethyldithiocarbamates (e.g., ferbam, thiram, ziram) and the more common ethylenebisdithiocarbamates, or EBDCs (maneb, mancozeb, zineb, metiram). They have the same protective and general properties as other broad-spectrum contact fungicides. The risk of resistance is low. * DMIs (sterol demethylation inhibitors) Following spore germination, which the DMIs do not inhibit, susceptible fungal germlings that are treated with these materials are unable to synthesize additional ergosterol, which is 73 necessary for their cell membranes. This causes the nascent fungal colonies to die. Because oomycetes such as the grapevine downy mildew pathogen do not synthesize ergosterol for their growth, they are not affected by DMIs. DMI fungicides are absorbed rapidly by treated plant tissues after application, so they are not removed by rain. Different products exhibit varying degrees of local systemicity; those with greater movement provide less residual protective activity within treated tissues. DMI fungicides sometimes show stronger activity in leaves than in fruit. Because they operate against developing mycelia within plant tissues, they have particularly strong post-infection activity; residual protective activity typically is significant but limited. Individual DMIs can vary significantly in their intrinsic activities against specific pathogens. Control of many diseases on multiple crops has been compromised by practical resistance to DMIs, including apple scab and both grapevine and apple powdery mildew. Resistance is of the quantitative type and is sometimes overcome by use of a DMI fungicide with high intrinsic activity against the specific pathogen involved. * Hydroxyanalides Fenhexamid and the newly-introduced fenpyrazamine are the only two members of this group, used primarily to control Botrytis and Monilinia. The hydroxyanalides are sterol biosynthesis inhibiting fungicides, although their biochemical mode of action is different from that of both the DMIs and the morpholines, with no cross-resistance among these three groups. As with the DMIs, the hydroxyanalides do not inhibit spore germination but do affect germ tube elongation and mycelial growth. They provide good residual protective activity and, against Botrytis, locally systemic and post-infection activities comparable to those of the AP and dicarboximide fungicides. The resistance risk for this group is considered to be moderate. + Inorganic salts Dilute solutions of inorganic salts such as potassium bicarbonate and monopotassium (dihydrogen potassium) phosphate can be used to control powdery mildew. They provide virtually no residual preventive activity against spore germination or mycelial growth, but kill live fungal structures (spores, germlings, and visible colonies) through desiccation when applied both postinfection and post-symptom. They have little activity against other diseases. * MBCs (methyl benzimidazole carbamates) This group (benomyl, carbendazim, and thiophanate-methyl) contains the first systemic fungicides exhibiting activity against a broad spectrum of pathogens, although they do not control diseases caused by oomycetes (e.g., downy mildews). Their utility has been reduced severely over the years due to the development of qualitative resistance (immunity) to them by many different pathogens in many parts of the world. MBCs provide both preventive and post-infection control of susceptible fungi. + Oils Some highly purified oils derived from both botanical and petroleum sources can be used as fungicides to control powdery mildews. They are most active when applied directly to germlings 74 and mycelia of the powdery mildew fungi during the incubation phase of the disease or even after symptoms have developed, and are among the most effective products available for eradication of visible colonies. They provide little control of other diseases. * Phenylamides This fungicide class contains metalaxyl and its active enantiomeric form, mefenoxam (metalaxyl-M), in addition to benalaxyl and oxadixyl. These materials are highly active against oomycetes (Phytophthora spp., downy mildews) but do not control other diseases. They are at very high risk for the development of qualitative resistance (immunity), and no longer control downy mildews on many crops in various parts of the world for this reason. They are highly systemic in treated plants and very active in the vapor phase also, providing significant protective, post-infection, and anti-sporulant activity. * Phosphonates (phosphites, phosphorous acids) Phosphonates are toxic to a number of oomycete species and this is almost certainly the means by which they control many downy mildew and Phytophthora spp. through a combination of protective, post-infection, and anti-sporulant activities. There is some evidence that they also induce plant defense responses (physiological resistance) against other diseases in some crops, but this effect appears to be neither predictable nor reliable. They move systemically in treated plants both upward and downward. They appear to be at moderate risk for the development of quantitative resistance. + Phthalimides These materials (e.g., captan and folpet) are multi-site toxicants, which makes them active against a wide range of fungi but also results in injury to treated leaves and fruit if the materials are absorbed through the waxy cuticle on the surface of these organs, e.g., if they are applied with oil or certain surfactants. They provide protective activity by inhibiting spore germination. Their resistance risk is low. * Qols (Quinone Outside Inhibitors) Individual QoI fungicides vary significantly in their biological range of activity and include the broad-spectrum strobilurins (axoxystrobin, kresoxim-methyl, pyraclostrobin, trifloxystrobin) and the chemically-distinct, oomycete-specific imidazole fungicides, fenamidone and famoxadone. All exhibit some limited local systemicity, but are confined primarily to the waxy cuticle. They inhibit both spore germination and mycelial growth, but function primarily as protective fungicides, although they do have some post-infection activity against powdery mildews and the sub-cuticular pathogens that cause apple scab and grape black rot. The risk of qualitative resistance (immunity) is high; consequently, control has been lost against apple scab and both powdery and downy mildew of grapes in some regions. 75 * SDHIs (Succinate Dehydrogenase Inhibitors) SDHI fungicides (boscalid, fluopyram, fluxapyroxad, penthiopyrad) show local to limited systemicity and are effective against sensitive pathogens when applied both preventively and post-infection. They are considered to be at moderate to high risk for resistance development. + Sulfur Elemental sulfur is used to control powdery mildews on many crop species and is also active against some other diseases. It is a strong inhibitor of spore germination (protective activity) but is also toxic to fungal mycelia, providing post-infection activity against pathogens that reside on plant surfaces (e.g., powdery mildews). Sulfur particles are volatile, which can provide significant vapor activity at warm temperatures. Volatilization increases with increasing temperature, which can affect both disease control and the potential for phytotoxicity. Elemental sulfur products are available in formulations representing a wide range of particle sizes, from “micronized” formulations suitable for spraying with water (ca. 4µm diameter) to dust particles that are applied directly without wetting (ca. 25µm diameter). In general, their resistance to removal by rain, vaporization rate, and efficacy per unit weight applied are all inversely proportional to particle size. 76 Agroalertas-Maçã: sistema de monitoramento e difusão de avisos e alertas agrometeorológicos para a cultura da macieira Yoshinori Katsurayama22; José Itamar da Silva Boneti22; Hamilton Justino Vieira23 e Joelma Miszinski23 Introdução Agroalertas-Maçã foi desenvolvido pela Epagri para auxiliar os produtores de maçã a obter máxima eficácia dos tratamentos visando ao controle da sarna e mancha da gala, duas das mais importantes doenças da macieira no sul do Brasil. O sistema foi construído com base em mais 30 anos de trabalho conjunto com a Estação de Avisos Fitossanitários de São Joaquim (Katsurayama et al., 1992) e incorpora ferramentas modernas, como coleta, processamento e emissão de alerta em tempo real, com livre acesso via computador ou telefone móvel. No caso da sarna, o aparecimento de resistência aos fungicidas inibidores da síntese de ergosterol (IBEs) na década passada causou mudança profunda no manejo dessa doença. Até então, esse grupo de fungicidas era a mais importante ferramenta de controle curativo da sarna da macieira. Com a adoção do controle preventivo em detrimento do curativo, as pulverizações contra a sarna vêm sendo realizadas com base na previsão do tempo (da chuva), o que, muitas vezes, resultam em aplicações desnecessárias e, outras vezes, na superestimação da sua eficácia, o que pode resultar em infecção inesperada, com perda severa da produção. Com as informações disponibilizadas pelo Agroalertas-Maçã, o produtor pode, rapidamente, aplicar medida de controle corretiva, quando necessária. Agroalertas-Maçã mostra também o período de transição entre as doenças da primavera, representadas pela sarna, e do verão, representadas pela mancha da gala, de maneira que o usuário possa ajustar o tratamento em função da sua necessidade, pois um produto eficiente para sarna pode não sê-lo para a mancha da gala. Além disso, as informações epidemiológicas geradas durante o período de colheita da ‘Gala’, por exemplo, podem ser usadas para evitar perdas por fuligem, sujeira de mosca, mancha de marsonina e podridão-amarga, entre outras. Esta apresentação visa mostrar como o Agroalertas-Maçã está sendo desenvolvido pela Epagri, as principais funções disponibilizadas e como obter informações para o uso racional do sistema. Rede de estações meteorológicas automáticas As estações meteorológicas, com sensores de chuva, temperatura do ar, umidade relativa e de molhamento foliar, estão localizadas nas principais regiões produtoras de maçã de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, e enviam, a cada 60 minutos, os dados para o servidor da 22 Engenheiros-agrônomos, M.Sc., Fito Desenvolvimento e Produção Ltda., Rodovia SC-438, Km 60, 88600-000 São Joaquim, SC, fone: (49) 9983-8190, email: [email protected]. 23 Epagri/Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina. Rod. Admar Gonzaga, 1347, Itacorubi, C.P. 502, 88034-901 Florianópolis, SC, fone: (48) 3665-5148, site: http://ciram.epagri.sc.gov.br. 77 Epagri/Ciram, onde são processados e os alertas fitossanitários emitidos, também a cada 60 minutos, na forma de gráficos e tabelas. Alerta para a sarna da macieira A previsão da sarna é realizada com o uso da tabela de Mills (Mills, 1944), já de amplo conhecimento dos produtores de maçã do sul do Brasil. O uso dessa tabela teve seu auge em Santa Catarina durante as décadas de 1980 e 1090, quando os fungicidas IBEs, mesmo aplicados 4 dias após o início da chuva, controlavam totalmente a sarna (Boneti & Katsurayama, 2012). Com a atual falta de bons fungicidas retroativos, com exceção das anilinopirimidinas (ANPs), as quais estão limitadas a quatro aplicações/ciclos, a tabela de Mills passa a ser uma importante ferramenta de apoio ao manejo preventivo da sarna da macieira atualmente em uso pelos produtores. O controle preventivo da sarna vem sendo recomendado desde quando a eficácia dos IBEs ficou abaixo de 50% (Katsurayama & Boneti, 2004; 2005). Esse método é baseado no uso de fungicidas de contato, cuja máxima eficiência é observada se aplicados pouco antes de um período chuvoso (período infeccioso), de modo que se tenha máxima cobertura da planta e mínima degradação do ingrediente ativo. Na prática, recomenda-se entre 1 e 3 dias antes da chuva, quando resulta em controle muito próximo de 100% (intervalo de 6 a 12 horas entre a pulverização e a chuva, para secagem e aderência dos fungicidas). A eficiência do método preventivo de controle da sarna depende da precisão da previsão do tempo, sujeito ao erro inerente à previsão. Daí a importância das informações epidemiológicas disponibilizadas pelo Agroalertas-Maçã. O sistema pode acusar a necessidade de medidas corretivas, como a aplicação de fungicidas de modo retroativo ou em pré-sintoma para minimizar as reinfecções. As reaplicações logo após, ou mesmo durante, um período chuvoso são recomendadas dependendo do estádio fenológico da macieira, da qualidade (cobertura) da pulverização realizada, do volume de chuva e, principalmente, da duração do molhamento foliar. No Agroalertas-Maçã um período de infecção da sarna termina quando se acumulam 6 horas de interrupção no molhamento, conforme metodologia adotada há anos pela Estação de Avisos de São Joaquim. As informações relativas à sarna disponibilizadas pelo Agroalertas-Maçã são o início e o fim do período chuvoso, o volume de chuva observado no período, a severidade esperada da sarna com base nos graus-hora (multiplicação da duração do molhamento com a temperatura desse período) e a previsão do aparecimento do sintoma, tanto para a infecção causada por ascósporos quanto para a causada por conídios. Além disso, os dados são sumarizados em tabelas mostrando os dados de hora em hora e médias do dia. A vantagem do Agroalertas-Maçã em relação ao sistema antigo (ainda em operação em São Joaquim) é, sem dúvida, a rapidez da informação (disponível 24 horas por dia 7 dias por semana), pois não necessita da coleta in loco dos dados meteorológicos. Assim, como já foi mencionado, o produtor dispõe de mais tempo para realizar o tratamento retroativo, quando 78 necessário. Além disso, oferece maior detalhamento meteorológico relacionado ao número de estações instaladas. Alerta para a mancha da gala Semelhantes aos da sarna, os dados epidemiológicos são apresentados na forma de gráficos e tabelas. No Agroalertas-Maçã, a previsão da mancha da gala é realizada com base na soma dos valores diários de severidade (SVDS) dos 3 dias consecutivos. Os VDS foram gerados através de estudos meteorológicos e epidemiológicos realizados durante 5 anos nos três estados do sul do Brasil (Katsurayama et al., 2000). O valor de VDS varia de 0 a 2 em função da temperatura e da duração do molhamento foliar. Quando a soma dos VDS atinge 2,5 unidades ou mais, é considerada crítica e medidas de controle são recomendadas (Katsurayama & Boneti, 2006). Nas regiões mais altas de Santa Catarina, como Urupema e São Joaquim, comumente o período crítico da mancha da gala ocorre a partir de novembro devido às temperaturas mais baixas, principalmente durante o período chuvoso. Já nas regiões mais quentes pode ocorrer a partir de setembro ou outubro. Esse período coincide com a fase ainda crítica da sarna, daí a necessidade de definir o tratamento de acordo com a gravidade de cada doença no momento. Nem sempre um bom fungicida para o controle da sarna o é também para a mancha da gala ou de outras doenças que podem ocorrer concomitantemente. No Agroalertas-Maçã, o VDS máximo é atingido com 18 horas de molhamento diário, contínuo ou não, e não mais com 20 horas como havia sido estabelecido anteriormente (Katsurayama & Boneti, 2006). Com isso, o modelo se tornou mais conservador, pois nem sempre as estações são instaladas no local mais favorável para a ocorrência da mancha da gala. Com a introdução de um novo modelo de previsão da mancha da gala, desenvolvido a partir de estudos em casa de vegetação, o sistema tornou-se mais preciso. Baseado na interação entre temperatura e duração do molhamento foliar (Katsurayama & Boneti, 2010), o modelo estima a severidade da mancha da gala na presença de inóculo. Com a inclusão de um fator de correção para o molhamento descontínuo, o efeito aditivo dos períodos intermitentes de molhamento não é mais desconsiderado. Nesses casos, quando a soma dos períodos secos atinge 12 horas, encerra-se o período de molhamento, e o programa busca o maior valor de severidade observado. O sistema Agroalertas-Maçã associa os dois modelos acima; o primeiro, muito eficiente na previsão e no controle no início da epidemia, na primavera, e o segundo, na estimativa do potencial de dano na presença de sintomas, no verão. Alguns critérios podem ser considerados na utilização do modelo de previsão da mancha da gala. Durante o período de temperaturas baixas na primavera, o inóculo da mancha da gala tende a ser muito baixo ou nulo, e o desenvolvimento do patógeno, muito lento. Nessas condições, aplicação de fungicida 1 dia após o SVDS indicar 2,5 unidades resulta em controle muito eficaz. Além disso, enquanto a temperatura do período chuvoso não ultrapassar os 15°C, os 79 fungicidas de contato utilizados para o controle da sarna também controlam eficientemente a mancha da gala. Porém, os fungicidas com modo de ação específica, como os IBEs e ANPs, são ineficientes. As estrobilurinas são eficazes no controle da mancha da gala, porém as carboxamidas não são. Falhas no controle estão invariavelmente associadas ao período chuvoso longo, com temperaturas acima de 15°C. Nessas condições, nas aplicações realizadas com intervalo de 7 dias o fungo se estabelece, mesmo com o uso de fungicidas eficazes. Isso acontece porque surgem muitas folhas novas no período. A 20°C, por exemplo, o cv. Gala emite uma folha por ramo a cada 2 dias (Boneti & Katsurayama, 2012; 2013). Bom efeito protetor dos fungicidas de contato vai até 3 dias. Com 5 dias ou mais, a queda na eficácia é notória, independentemente da ocorrência de chuvas. Plantas com crescimento excessivo, ou muito fechadas, são as primeiras a manifestar sintomas. Nesse caso, poda de verão visando ao arejamento da planta é fundamental para retardar a evolução da mancha da gala. Os fungicidas do grupo das estrobilurinas são os que apresentam maior efeito retroativo no controle da mancha da gala: em torno de 60% quando aplicados até 1 dia após a inoculação, ou um pouco mais tarde em temperaturas baixas. No entanto, devido à redução da eficácia observada nos últimos anos, deve ser utilizado sempre associado aos fungicidas de contato tradicionais. O tiofanato metílico tem apresentado boa eficácia se aplicado na primavera. Entretanto, pelo fato de a resistência ser do tipo qualitativo (monogênico), deve-se utilizar sempre associado aos fungicidas com modo de ação inespecífica. O mancozebe, na dose de 1,6kg ia.ha-1, nos dois últimos ciclos, tem apresentado eficácia abaixo da expectativa, em aplicações a cada 7 dias. Controle eficiente só foi observado com 2,4kg i.a. ha-1. Por outro lado, captan (1,2kg ia.ha-1) tem apresentado eficácia acima da expectativa. Além disso, a adição de adjuvantes tende a melhorar sua eficácia. Os cúpricos são produtos interessantes para ser utilizados em pós-colheita, uns apresentando menor fitotoxidade que outros. Mesmo na fase pré-colheita, alguns produtos tendem a ser menos fitotóxicos. Alerta para outras doenças O Agroalertas-Maçã está programado para emitir alertas para outras doenças. Para a podridão-amarga da macieira, o sistema adota o modelo de previsão desenvolvido por Bleicher (1991), com base na precipitação e temperatura dos últimos 10 dias. As informações epidemiológicas são apresentadas numa tabela bem simples. À primeira vista, o modelo parece ser bem confiável, pois apresenta relação estreita entre os alertas e as precipitações observadas, principalmente quando a temperatura ultrapassa 18°C. No entanto, sugere-se seu uso com restrição, visto que o modelo não foi aferido no campo. 80 Para a previsão da podridão-branca foi adotado o modelo desenvolvido por Parker & Sutton (1993) com base na duração do molhamento e na temperatura do período, cujos parâmetros se assemelham aos recomendados pela Produção Integrada da Maçã. Do mesmo modo que na podridão-amarga, o modelo não foi avaliado para a nossa região. Informações a ser agregadas no Agroalertas-Maçã Além dos dados meteorológicos horários e diários, o Agroalertas-Maçã disponibilizará, a partir do ciclo 2014/15, as horas de frio e as unidades de frio, informações fundamentais para prever o início da brotação da macieira. Mais adiante, será incluído o modelo para estimar a emissão de folhas com base na temperatura, informação útil para o manejo preventivo da sarna da macieira. Doenças como fuligem e sujeira de mosca também poderão ser previstas com adaptação para a região Sul dos modelos de previsão e controle relatados por Cooley e colegas (2011). Referências BLEICHER, J. O sistema pluviométrico para previsão da podridão amarga da macieira. Agropecuária Catarinense, v.3, p.16-18. 1991. BONETI, J.I.S.; KATSURAYAMA, Y. Estado da arte no controle da sarna da macieira (Venturia inaequalis) no Brasil. SEMINÁRIO NACIONAL SOBRE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO, 10. In: Agropecuária Catarinense, v.25, n.2, julho de 2012. p.85-95. 2012. BONETI, J.I.S.; KATSURAYAMA, Y. Soma térmica diária como ferramenta para o controle da sarna da macieira (Venturia inaequalis) com uso de fungicidas protetores. In: ENCONTRO NACIONAL SOBRE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO, 13., 2013, Fraiburgo, SC. Anais... Caçador: Epagri, v.2 (Resumos), 2013, p.34. COOLEY, D.R.; ROSENBERGER, D.A.; GLEASON, M.L.; KOEHLER, G.; COX, K.; CLEMENTS, J.M.; SUTTON, T.B., MADEIRAS, A.; HARTMAN, J.R. 2011. Variability among forecast models for the apple sooty blotch/flyspeck disease complex. Plant Dis. v.95, p.1179-1186. KATSURAYAMA, Y.; BONETI, J.I.S.; BECHKER, W.F. Mancha Foliar da Gala: principal doença de verão da cultura da macieira. Agropecuária Catarinense, v.13, n.3, p.14-19. KATSURAYAMA, Y.; BONETI, J.I.S. Efeito do molhamento foliar descontínuo na severidade da mancha da gala (Colletotrichum spp.) em macieiras, cv. Gala. Fitopatol. Bras., Resumo Expandido, 2003. KATSURAYAMA, Y.; BONETI, J.I.S. Resistência de Venturia inaequalis, agente causal da sarna da macieira, aos fungicidas: 1- Grupo dos Inibidores da Biossíntese de Ergosterol (IBE). In: ENCONTRO NACIONAL SOBRE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO, 7., 2004, Fraiburgo, SC. Anais... Epagri, Florianópolis, SC. 2004. p.121-133. KATSURAYAMA, Y.; BONETI, J.I.S. Eficiência de fungicidas no controle da sarna da macieira. In: ENCONTRO NACIONAL SOBRE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO, 8., 2005. Fraiburgo, SC. Anais... Epagri, Florianópolis, SC. p. 41-52. KATSURAYAMA, Y.; BONETI, J.I.S. Previsão da sarna e da mancha da gala: Sistema Sempre Alerta. In: SEMINÁRIO NACIONAL SOBRE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO, 7., 2006, São Joaquim, SC. Anais... Epagri, Florianópolis, SC. p.33-41. 81 KATSURAYAMA, Y.; BONETI, J.I.S. Manejo das doenças de verão da macieira no Sul do Brasil. In: STADNIK, M.J. Manejo Integrado de Doenças da Macieira. Florianópolis: CCA-UFSC, 2009. 229p. KATSURAYAMA, Y.; BONETI, J.I.S. Modelo de previsão da mancha da gala na macieira baseado na temperatura e na duração do molhamento foliar. Agropecuária Catarinense, v.23, n.3, p. 82-84, nov. 2010. KATSURAYAMA, Y.; BONETI, J.I.S.; KRUEGER, R.; AMORIM NETO, A. Estações de aviso no controle da sarna da macieira na região de São Joaquim, SC. Agropecuária Catarinense, v.5, n.3, p.10-16. 1992. MILLS, W.D. Efficient use of sulfur dusts and sprays during rain to control apple scab. Cornell Ext. Bull., n.630, p.1-4. 1944. PARKER, K.C.; SUTTON, T.B. Effect of temperature and wetness duration on apple fruit infection and eradicant activity of fungicides against Botryosphaeria dothidea. Plant Disease, n.77, p.181-185. 1993. 82 Management of grape diseases in the United States Wayne F. Wilcox24 Introduction In the USA, grape production is concentrated largely in California and other states bordering the Pacific Ocean (Oregon, Washington) with significant plantings also east of the Mississippi River, in regions where winters are cold enough to preclude survival of the Pierce’s Disease bacterium (Xylella fastidiosa). Relatively little rain falls in the western states during the growing season. Thus, the primary fungal diseases there are powdery mildew and various wood canker diseases that infect through pruning wounds during the rainy dormant season (e.g., Eutypa dieback, Botryosphaeria dieback), although Phomopsis cane and leaf blight and Botrytis bunch rot may also require control in some localities. In contrast, precipitation occurs regularly throughout the year in the eastern production regions, where a complex of fungal diseases must be controlled each year through an integrated program of viticultural practices (e.g., sanitation, canopy management) and fungicide sprays, as influenced by cultivar, latitude (temperature), and specific weather conditions. The most widely important of these are bitter rot (Greenaria uvicola), black rot (Guignardia bidwellii), Botrytis bunch rot (Botrytis cinerea), downy mildew (Plasmopara viticola), Phomopsis cane and leaf blight (Phomopsis viticola), powdery mildew (Erysiphe necator), and ripe rot (Colletotrichum spp.), although others may be locally important as well. Grape production in the east utilizes cultivars not only of Vitis vinifera but also those of some North American species (e.g., V. labrusca, V. aestavalis) and various interspecific hybrids. Production in the west is focused almost entirely on V. vinifera. Pierce’s Disease is a serious problem in those portions of both eastern and western districts, where winter temperatures seldom go below freezing and efficient leafhopper vectors are present. It is controlled by removing infected vines as they appear, unless resistant interspecific hybrid cultivars are grown. Important virus diseases in both regions include grapevine leafroll, grapevine fanleaf, and the newly recognized grapevine red blotch (Al Rwahnih et al., 2013); as in the rest of the world, these are controlled primarily through the use of healthy propagating material. The remainder of this presentation will focus on the biology and management of the major fungal diseases, with an emphasis on conditions in the east, where I live and work. Powdery mildew (PM) The fungus overwinters as cleistothecia in both the east and west. This is the only means of overwintering in regions where winter temperatures go significantly below freezing, whereas 24 Professor, Department of Plant Pathology and Plant-Microbe Biology, Cornell University, New York State Agricultural Experiment Station, Geneva, NY, 14456 USA, tel.: 1-315-787-2335, e-mail: [email protected]. 83 the fungus may also overwinter as “flag shoots” under more moderate conditions. Disease severity during one season strongly affects primary inoculum levels and the success of control programs in the subsequent season. In a replicated field experiment, we applied different spray programs to Chardonnay vines, resulting in mean foliar disease severity levels of either 1%, 17%, or 28% in the autumn, providing either 1.3, 5.3, or 28.3 x 103 cleistothecia.kg-1 of vine bark the following spring respectively. A uniform, minimal spray program that year produced 11%, 22%, and 48% cluster disease severity on these respective vines, illustrating the “carry over” effect of the previous year’s disease level and the resulting primary inoculum level. Temperature has a significant effect on PM development (Delp, 1954), which has been used as the basis for several different programs designed to model this disease. Atmospheric humidity also impacts disease development: 85% RH is optimal and disease severity is twice as great at 80% RH as it is at 40% RH (Carroll & Wilcox, 2003). Sunlight exposure has an even more pronounced impact. It severely inhibits disease development due to (i) the deleterious effects of ultraviolet radiation upon the thallus of the fungus, which exists almost entirely upon the surface of infected tissues; and (ii) the heating of exposed grapevine tissues to temperatures that are not favorable to the fungus. In fact, these two effects are not merely additive but are synergistic, i.e., UV radiation is more deleterious to the fungus at temperatures that are above optimum for it than it is at lower temperatures (Austin & Wilcox, 2012). These effects have great practical implication, as disease development on both leaves and clusters is directly related to canopy density (Austin & Wilcox, 2011a), and we were able to reduce disease severity on clusters by 35% simply through canopy management practices that increased their exposure to sunlight (Austin & Wilcox, 2011b). The integrative effects of different levels of temperature, relative humidity, and solar radiation can be approximated by “pan evaporation” data (the depth of water evaporated from an open container in the field) that are sometimes used for determining irrigation schedules. These data can be incorporated into an advisory system for PM control (Moyer et al., 2010). The susceptibility of grapevine tissues to PM development decreases dramatically as they age, and this age-related or ontogenic resistance is often incorporated into management strategies. Most significantly, it is now known that whereas grape berries are highly susceptible to infection within the first 2 or 3 weeks after flowering, they become highly resistant soon thereafter or approximately 3 to 4 weeks after flowers open (Gadoury et al., 2003). Thus, growers are advised to use their most efficacious fungicides and to shorten spray intervals during this critical period during and shortly after bloom. The PM-specific fungicides metrafenone and quinoxyfen are among the most active products against this disease, as are the SDHI fungicides fluopyram and boscalid. The QoI products are also very active, particularly pyraclostrobin and trifloxystrobin, although resistance has developed to them in some eastern vineyards. Sulfur is used very commonly throughout the USA. Several DMI fungicides are still used widely, although reduced sensitivity to this class of materials has lowered the efficacy of some older products; among the DMIs, difenoconazole is the most active and effective in our region. A number of products that provide control through direct contact with the superficial fungal mycelium are used also. Among the more popular and effective 84 of this group are special, highly refined petroleum oils and inorganic potassium salts (potassium bicarbonate, di-hydrogen potassium phosphate). Downy mildew (DM) Downy mildew is a serious disease on V. vinifera and other susceptible cultivars grown in eastern regions. In contrast, the disease is virtually unknown in the west, except under rare circumstances. Control is improved by management practices that reduce canopy densities, thereby promoting ventilation and increasing the deposition of fungicide sprays, but it is heavily dependent on fungicide applications if susceptible cultivars are grown. Although models have been developed to help determine the need and timing for fungicide sprays, their practical utility is limited by the need also to control other fungal diseases, which typically are not accounted for by these models. In New York, the first primary DM infections typically occur about 3 weeks before the start of flowering; thus, fungicidal protection is provided from this time onward if weather conditions favor infection. Fruit clusters are highly susceptible from this time until approximately 2 to 4 weeks after flowering begins (Kennelly et al., 2005), so control programs are especially strong during the pre-bloom through early post-bloom period, both to prevent an epidemic from starting and to protect the clusters from disease. Spray programs during the mid-summer and early autumn are highly variable, depending on the local weather conditions and the need to control spread of disease that might already be established in the vineyard. Mancozeb, captan, and copper are popular fungicides due to their cost and efficacy, and are often used early in the season when disease pressure is relatively light or in the midsummer to maintain a vineyard where relatively little disease has become established earlier. The QoI fungicides (especially azoxystrobin and pyraclostrobin) were highly effective and very popular for their strong activity against this and a wide spectrum of other diseases, but DM resistance to these materials is now common in many regions where disease pressure is high. Several modern DMspecific “systemic” fungicides are used effectively, including the Group 40 materials (dimethomorph, mandipropamid) and fluopicolide, which is very active. Metalaxyl/mefanoxam (Ridomil) products are still extremely effective, but are used only on a limited basis due to their expense and a concern for resistance management. Multiple phosphorous acid (phosphite, phosphonate) products are available and these are used widely, providing some protective activity in addition to significant curative and antisporulant activity. There is concern that quantitative shifts in sensitivity have occurred among individual populations of the pathogen in some vineyards, but this has not been proved. Black rot Black rot is a very destructive disease in eastern regions unless it is controlled effectively, although this is relatively easy to accomplish with modern fungicides and good sanitation practices. 85 However, control is very difficult to provide without modern fungicides (e.g., “organic” production systems), making strict sanitation programs essential. The most important sanitation practice is removal or destruction of mummified fruit within the vineyard, although simply removing these “mummies” from the canopy during dormant pruning operations and dropping them to the vineyard floor significantly reduces the production of primary inoculum during the period of fruit susceptibility and improves the performance of modest fungicide programs (Hoffman et al., 2004). Black rot does not occur in western regions. Fungicide spray programs are most effective when they are concentrated during the period of maximum fruit susceptibility—the first few weeks after flowering begins—and a limited number of sprays applied only during this period is often sufficient for control under the low to moderate inoculum levels found in most commercial vineyards (Hoffman et al., 2002; Hoffman et al., 2004). Dithiocarbamate fungicides (mancozeb, ferbam, ziram) are popular and effective but wash off under the high rainfall conditions that most strongly promote disease development, whereas the strobilurin group of QoI fungicides are all highly effective protectants and resist weathering. The triazole members of the DMI group have proven extremely effective, providing significant curative activity (up to 7 or 8 days) plus some protective activity. No resistance problems have occurred with any material when it is used to control black rot. Botrytis bunch rot Botrytis is a significant problem on tight-clustered cultivars in the east, especially in regions where temperatures of 15 to 25°C are common during the pre-harvest period. It can also be a serious problem in some western regions in occasional years when rain occurs during this time. The fungus often colonizes senescing or dead blossom tissue during the flowering period or soon thereafter, sometimes growing into the newly developing berry and becoming quiescent within it. Although most of these latent infections remain inactive through harvest, some can become active after a certain period of time and rot the berry, usually after it begins to ripen (senesce) during the pre-harvest period. These diseased berries then serve as a source for secondary spread of the disease, which is much more severe in tight-clustered clones and cultivars due to the growth of the fungus mycelium from one berry to another at the point of contact. The conditions that cause latent infections to become active and rot the affected berry are not well understood, although high relative humidity, high berry nitrogen content, and high berry water content have all been shown to promote this process. Botrytis is controlled through a combination of canopy management practices, irrigation management (where practiced), nitrogen management, and fungicide applications. Although the “full” program for fungicide applications is considered to be at flowering, bunch closure, veraison, and pre-harvest, which one (or ones) of these timings is (are) most important is a matter of debate. Spray timing trials that we have conducted for nearly 20 years in New York indicate that in some years, the early sprays at flowering and bunch closure (to control the establishment of 86 primary infections) are most important; in some years, the later sprays at veraison and pre-harvest (to control secondary spread) are most important; in some years, applying sprays either early or late will provide adequate control; and in some years, sprays at all times are important. Not surprisingly, the optimum time for fungicide applications varies among years and depends on the weather during any particular season. Phomopsis cane and leaf spot Although most cultivars are susceptible to the disease and it occurs in both eastern and western regions, it is seldom a serious problem in the west or in intensively managed vineyards in the east. However, it sometimes causes substantial yield losses in the east, primarily in older vineyards of some V. labrusca and interspecific hybrid cultivars (cv. Niagara is especially susceptible), where inoculum has built up and fungicide programs are relatively modest. These losses occur primarily as the result of infections of the rachis, which can become girdling and cause berries to quit developing or fall to the ground before harvest, or the pedicels (berry stems), which can expand into the ripening berry before harvest and cause it to rot. Management programs focus on a combination of sanitation (removal of dead and diseased wood in which the fungus resides) and fungicide applications. In the west, a limited spray program may be applied during the beginning of the growing season, when rain is most likely to occur. In the east, fungicides may be beneficial from the start of shoot growth until shortly after fruit set, although sprays applied to the newly emerging clusters (approximately 8 to 15cm of shoot growth) provide the greatest control of infections of the rachis and pedicels, which are the most economically important ones. In the east, only the traditional protectant fungicides (e.g., dithiocarbamates, captan) provide good control consistently, although other materials also are effective in the west, where disease pressure is generally lower. Bitter rot and ripe rot These two diseases are favored by the same warm, wet conditions during the fruiting period. They are consistent problems only in the more southern portions of the east (south of the Missouri, Ohio, and Potomac rivers), where summer rains are warmest. They are controlled through a combination of sanitation (pruning out dead spurs, removing overwintered mummies, removing weak or dead cordons) and regular applications of captan, mancozeb, or strobilurin fungicides during wet periods between bloom and harvest. Literature cited AL RWAHNIH, M.; DAVE, A.; ANDERSON, M.; ROWHANI, A.; UYEMOTO, J.K.; SUDARSHANA, M.R. Association of a DNA virus with grapevines affected by red blotch disease in California. Phytopathology, 103:10691076; 2013. AUSTIN, C.N.; WILCOX, W.F. Effects of sunlight exposure on grapevine powdery mildew development. Phytopathology, 102:857-866; 2012. 87 AUSTIN, C.N.; MEYERS, J.; GROVE, G.G.; WILCOX, W.F. Quantification of powdery mildew severity as a function of canopy variability and associated impacts on sunlight penetration and spray coverage within the fruit zone. Amer. J. Enol. Vitic., 62 (1):23-31; 2011a. AUSTIN, C.N.; WILCOX, W.F. 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Las manzanas ocupan el primer lugar en el hemisferio sur y su rentabilidad se basa en alta calidad de fruta y oferta estable a través del año en los exigentes mercados internacionales. Lo anterior, obliga a la guarda de fruta en frío por hasta 9-10 meses, manteniendo la calidad externa e interna de la fruta. Aproximadamente el 33% de las exportaciones de manzanas corresponde al grupo de las Red Delicious y Granny Smith, el 43% al grupo de las Galas, el 10% al grupo de las Fujis y 10% a Cripp’s Pink del cual alrededor del 50% se comercializa como Pink LadyTM (Decofrut, 2013). El clima reinante en la zona productora de pomáceas en Chile es semiárido, con altas temperaturas y alta radiación solar durante el crecimiento del fruto. Esas condiciones son altamente estresantes para esa especie, generando el desarrollo de desorden fisiológico, detrimentales para la calidad de la fruta, tanto en pre- como en postcosecha. Adicionalmente, y dependiendo de la temporada de crecimiento, el clima tiene influencia sobre la efectividad y efectos secundarios que tienen distintas tecnologías de postcosecha utilizadas en la industria frutícola nacional. Dentro de los problemas fisiológicos más comunes en la manzana chilena se encuentran: el daño por sol, el sunscald (postcosecha), necrosis lenticelares, manchas necróticas asociadas a desbalances nutricionales (bitter pit y otros), escaldado superficial (ES) y pardeamiento interno (PI), cuya incidencia y severidad varían según temporada de crecimiento, variedad y tratamientos de postcosecha aplicados en la fruta. Hoy día, 1-MCP (SmartfreshTM) es ampliamente utilizado en Chile, tanto para mantener la calidad de la fruta en guardas prolongadas, como para reducir la incidencia de escaldado superficial, especialmente luego de la desaparición de la difenilamina (DPA) del listado de pesticidas autorizados en fruta en Europa. La atmósfera dinámica (HarvestWatch, etanol) por su parte, está creciendo exponencialmente, debido a la tendencia mundial a la reducción de residuos químicos en la fruta. Daño por sol y sunscald El sunscald, o escaldadura por sol, es un desorden fisiológico que afecta de forma cosmética a las manzanas durante postcosecha, especialmente aquellas de la var. Granny Smith. 25 26 Ingeniera agrónoma, Ph.D, Universidad de Talca, Avenida Lircay s/n, Talca, Chile, Fono: 56 71 2200366, email: [email protected]. Ingeniero agrónomo, Centro de Pomáceas, Universidad de Talca, Avenida Lircay s/n, Talca, Chile, Fono: 56 71 2200366, email: [email protected]. 89 Los síntomas son manchas de color pardo o negro en la superficie del fruto, específicamente sobre la zona expuesta directamente al sol en campo o con síntomas de daño por sol (Hernandez et al., 2014; Lurie et al., 1991). En cultivares como Granny Smith, el sunscald es uno de los principales problemas de postcosecha en Chile, cuando se almacena fruta con daño por sol, llegando a ser muy importante en zonas y temporadas muy cálidas. El momento de aparición del síntoma y su severidad son directamente proporcionales al grado de daño por sol en la fruta, así como en fruta con daño severo, sunscald aparece sólo dos semanas post-almacenaje en frío (Hernandez et al., 2014). A diferencia del escaldado superficial, esa escaldadura por sol no es controlada por el antioxidante sintético difenilamina (DPA), por lo que se presume que su origen fisiológico es distinto (Lurie et al., 1991; Contreras et al., 2008), y donde estarían involucradas las quercitinas acumuladas en piel expuesta a la radiación directa en campo (Hernandez et al., 2014). Por otra parte, su origen tampoco está directamente ligado a daño por frío, dado que frutos almacenados a temperaturas superiores a 5oC no han mostrado una disminución del síntoma (Lurie et al., 1991). Durante las temporadas 2009/10 y 2010/11 se evaluaron distintos tratamientos control en manzanas Granny Smith (Tabla 1), sin resultados positivos. Dado lo anterior, el único control disponible para sunscald es el control de daño por sol en campo, a través de: orientación de las hileras y otras consideraciones de portainjerto/variedad y manejo de vigor, aplicación de protectores solares y arcillas, enfriamiento evaporativo con agua y mallas sombreadoras. En Chile, el daño por sol en campo puede afectar al 40% de la producción en cvs. susceptibles como Fuji (Yuri, 1996). Tabla 1. Efecto de distintos tratamientos de postcosecha sobre la incidencia de sunscald en manzanas cv. Granny Smith luego de 60 y 120 días de guarda. Temporadas 2009/10 y 2010/11 Tratamiento Temporada 2009/10 DPA DPA + EP DPA + ácido ascórbico Ácido ascórbico Significancia Temporada 2010/11 FC Mezcla de osmorreguladores Agua caliente AC Significancia 60 días 120 días 74,4 72,8 75,9 78,3 ns 74,8 75,3 90,9 81,0 ns 26,3 b 12,8 ab 15,5 b 7,1 a * 57,6 69,5 59,0 53,9 ns Promedios en una misma columna seguidos por la misma letra no difieren estadísticamente, según test LSD (p ≤ 0,05). ANOVA: ns = no significativo; * = significativo (p ≤ 0,05); ** significativo (p ≤ 0,01). o o DPA = difenilamina, dosis de 2000 ppm; EP = enfriamiento paulatino (72 horas a 10 C y luego 1 C); ácido ascórbico; dosis de 2000 ppm; FC = frío convencional a 1°C y 90% HR; mezcla de osmorreguladores formulados: ácido ascórbico, sorbitol y calcio; agua caliente: 40°C por 30 segundos; AC = atmósfera controlada (1°C, 90%HR y gases (1,8% oxígeno y 1,3% de CO2)). 90 Escaldado superficial El escaldado superficial es un desorden fisiológico que aparece en la postcosecha de manzanas y peras, cuyo síntoma son manchas pardas, de tamaño irregular y distribuidas al azar en la piel de la fruta, que aparece en almacenajes en frío prolongado. El daño por frío que sufre la fruta durante el almacenaje es fundamental para la expresión de ese desorden (Lurie & Watkins, 2012). El control de escaldado superficial en Chile (y en el mundo) ha sido, tradicionalmente, realizado mediante la aplicación de DPA; sin embargo, y dada su alta toxicidad para los seres humanos, hoy se encuentra eliminado de la lista autorizada de pesticidas en la Comunidad Económica Europea (Anexo I de la Directiva 91/414), con un residuo máximo de 0,1ppm en fruta importada. Dado lo anterior, la búsqueda de alternativas químicas (e inocuas) para reemplazarlo y métodos para predecir su aparición durante los primeros meses de guarda están siendo temas relevantes para diferentes grupos de investigación en el mundo y empresas en el rubro de la postcosecha. En Chile, las tecnologías utilizadas hoy, en reemplazo del DPA, son el 1-metil ciclopropeno (1-MCP, SmartFreshTM) aplicado en postcosecha y la guarda en atmósfera controlada dinámica (ACD). Las empresas que no exportan fruta a la CEE aún aplican DPA para el control de escaldado superficial. El 1-MCP es un gas que bloquea los receptores del etileno en la fruta, por lo que se aplica con el objetivo principal de retrasar la madurez de la fruta, pero tiene el efecto secundario de controlar la aparición de escaldado superficial en manzanas sólo cuando se aplica sobre fruta con la madurez adecuada y durante los primeros 7-10 días postcosecha. En forma experimental, el control de escaldadura mediante el uso de 1-MCP en una dosis de 1000nL.L-1 i.a., aplicado 2 días después de cosecha en cámaras de 0,315m3 y luego almacenada a 1oC durante 210 días, usualmente, es del 100% en el cv. Granny Smith (Tabla 2) y Cripp’s Pink (Tabla 3). Sin embargo, los resultados comerciales con respecto al grado de control de ES que tiene el 1-MCP no son siempre consistentes debido a múltiples factores. Tabla 2. Incidencia de escaldado superficial (%) en manzanas cv. Granny Smith luego de 150 y 210 días más 1 y 7 días a 20°C. Temporada 2010/11 (Caro, 2012) 150 días 210 días o Tratamiento (1) Frío convencional TM Frío convencional + SmartFresh (2) Atmósfera controlada (3) ACD HarvestWatch TM Atmósfera controlada + SmartFresh Significancia Shelf life (20 7 días 93,3 b 0,0 a 25,0 a 0,0 a 0,0 a ** 1 día 18,3 b 0,0 a 0,0 a 0,0 a 0,0 a ** C) 1 día 90,0 c 0,0 a 22,0 a 0,0 a 0,0 a ** 7 días 100,0 b 0,0 a 98,3 b 0,0 a 0,0 a ** Promedios en una misma columna seguidos por la misma letra no difieren estadísticamente, según test LSD (p ≤ 0,05). ANOVA: ns = no significativo, * = significativo (p ≤ 0,05); ** = significativo (p ≤ 0,01). (1) TM -1 Frío convencional = 1°C y 90% HR; 1-MCP: Smartfresh , dosis de 1000nL .L . Atmósfera controlada = 1°C y 90% HR, 1,8% O2 y 1,3%CO2. (3) ACD (atmósfera controlada dinámica) = 1°C y 90% HR, 0,3-0,4% O2 y < 1.0% CO2. (2) 91 Tabla 3. Incidencia de pardeamiento interno total (%; difuso + radial) en manzanas cv. Cripp’s Pink luego de 120 y 180 días más 7 días a 20°C. Temporada 2011/12 Tratamiento (1) o Frío convencional , 1 C o Frío convencional, 1 C + SMartFresh TM o Frío convencional, 3 C o Frío convencional, 3 C + SmartFresh TM Significancia 120 días 180 días 20,0 b 22,0 b 1,3 a 7,1 a 2,1 a 0,0 a 7,3 a 2,0 a * ** Promedios en una misma columna seguidos por la misma letra no difieren estadísticamente, según test LSD (p ≤ 0.05). ANOVA: ns = no significativo, * = significativo (p ≤ 0,05); ** = significativo (p ≤ 0,01). (1) o o Frío convencional = 1 C o 3 C y 90% HR; 1-MCP: Smartfresh TM -1 , dosis de 1000nL.L . A inicios de la década del 2000 aparece el concepto de atmósfera controlada dinámica, la cual corresponde a la aplicación de una atmósfera de ultrabajo oxígeno (ULO) o estrés inicial con bajo oxígeno (ILOS), con un sistema de monitoreo de O2 y CO2, a través de parámetros fisiológicos asociados al punto de compensación anaeróbico, tales como la fluorescencia de la clorofila y la producción de etanol en la fruta (Fan et al., 2005). La fluorescencia de la clorofila es una medición en tiempo real, no destructiva e indirecta del nivel de estrés de tejidos vegetales (DeEll et al., 1999; Prange et al., 2010; 2011) y que es capaz de detectar el límite de bajo oxígeno (LOL) (Prange et al., 2010; 2011; Wright et al., 2012), distribuido en Chile por Isolcell. El ILOS, monitoreado por etanol (ILOS-PLUS) es distribuido en Chile por Marvil Engineering. Ambas ACDs tienen la ventaja de mantener la calidad de la fruta y reducir la incidencia de desórdenes fisiológicos, comparables al 1MCP. En forma experimental, el HarvestWatch ha logrado reducir la incidencia de ES en un 100% luego de 210 días de guarda en frío en Granny Smith (Tabla 2). El sistema HarvestWatch presentó baja producción de α-farneseno y trienos conjugados (281nm), 85% y 98% menor que el testigo a los 150 días de guarda (máxima acumulación; p < 0,05). El efecto anti-escaldante de la ACD provendría de la acumulación de etanol en la fruta (Scott et al., 1995), sin afectar su calidad organoléptica debido a procesos fermentativos. El ILOSPLUS generaría varios momentos de estrés durante la guarda, cuya consecuencia sería el aumento interno y externo de etanol en la cámara (Fadanelli et al., 2009). El efecto de la ACD sobre la calidad de la fruta (firmeza, acidez, color de piel) fue similar a aquel obtenido con 1-MCP y significativamente superior al testigo (FC; p < 0,05), hasta 5lb de firmeza más luego de 210 días en frío y 7 días de shelf life. Sin embargo, los resultados comerciales con respecto al grado de control de ES que tiene este tipo de guarda no es concluyente debido al estado fisiológico (madurez) de la fruta al momento del establecimiento de la atmósfera, al largo de la guarda, al período de shelf life al cual es sometido la fruta cuando llega a los mercados internacionales y a la temperatura durante ese periodo. Pardeamiento interno El pardeamiento interno (PI) es un desorden fisiológico que afecta la pulpa de manzanas, dada la combinación de distintos factores en diferentes cultivares, que aparece durante o 92 posterior a la guarda en frío (Clark et al., 2003). Braeburn, Fuji y Cripp’s Pink son altamente susceptibles, pero en general, en todos, la incidencia y severidad aumenta con el tiempo de guarda (Argenta et al., 2000; Elgar et al., 1998; Jobling et al., 2004), y en algunos casos, con el aumento de las presiones parciales de CO2 y O2 en atmósferas controladas (Argenta et al., 2000; Elgar et al., 1998; Jobling et al., 2004). En Cripp’s Pink el PI se expresa con al menos tres tipos de sintomatología. El PI radial, acafesamiento sólo de tejido que rodea a haces vasculares en la fruta, estaría asociado mayormente a factores de pre-cosecha (climáticos y productivos) y madurez; el PI difuso, acafesamiento de la pulpa excepto haces vasculares, estaría asociado principalmente a daño por frío durante la guarda; y el PI con cavidades, asociado principalmente a daño por CO2 (James et al., 2007; Jobling et al., 2004). En Chile, las manzanas Cripp’s Pink (Pink LadyTM), dada su alta susceptibilidad a desarrollar PI durante la guarda en frío, son enviadas a los diferentes mercados internacionales antes de 3 meses de guarda en Chile, aumentando no sólo la oferta en los distintos destinos, especialmente Europa, sino que la calidad del producto y la rentabilidad de exportadores y productores Chilenos. El mayor problema en ese caso es el desarrollo de PI en destino, mientras la fruta espera a ser comercializada. Dado su origen multifactorial, los manejos para reducir la incidencia del PI han apuntado a mejorar condiciones productivas y de postcosecha; sin embargo, en Chile la variabilidad agroclimática de las zonas productivas, y por ende la susceptibilidad a desarrollar ese desorden, es muy grande, haciendo difícil combinar esos manejos para obtener fruta libre de PI. Buscando distintas alternativas de guarda, con el objetivo de minimizar la incidencia de PI luego de almacenajes prolongados, se establecieron una serie de tratamientos, durante dos temporadas, que combinan temperaturas de guarda y tecnologías de postcosecha para mantención de calidad (Tablas 3 y 4). En general, tanto el PI radial como el difuso fueron significativamente reducidos con guardas a temperaturas mayores a 1 oC, pero con efectos negativos sobre la calidad de fruta asociados a sobre-madurez (reducción de la firmeza, grasitud en la piel). Dado lo anterior, la aplicación de un retardante de la madurez como lo es el 1-MCP, es fundamental para aplicar guardas prolongadas a mayores temperaturas. Por otra parte, bajo las condiciones chilenas, el PI radial en Cripp’s Pink pareciera tener un fuerte componente de daño por frío, en adición a los factores productivos, climáticos y fisiológicos ya conocidos. Tabla 4. Incidencia de Pardeamiento Interno (%; difuso+radial) en manzanas cv. Cripp´s Pink (provenientes de 16 huertos), luego de 120 y 180 días más 7 días a 20°C Temporada 2012/13 Tratamiento (1) (2) Enfriamiento paulatino + SmartFresh AC o Frío convencional, 1 C Significancia 120 días 9,3 40,3 ** ANOVA: ns = no significativo; * = significativo (p ≤ 0,05); ** = significativo (p ≤ 0,01). (1) o o 4 C hasta 1,5 C en 3 semanas. (2) o 1,5 C, 90% HR, v2,5% O2, 0,8% CO2. 93 180 días 10,0 47,4 ** Referencias ARGENTA L.; FAN, X.; MATTHEIS, J. Delaying establishment of controlled atmosphere or CO2 exposure reduces ‘Fuji’ apple CO2 injury without excessive fruit quality loss. Postharvest Biol. Technol. 20:221-229. 2000. CARO, R. Efectos del sistema atmósfera dinámica (HarvestWatchTM) sobre calidad y condición de manzanas cv. Granny Smith. Memoria de grado Ingeniero Agrónomo, Universidad de Talca. 1-58. 2012. CLARK, C.J.; MCGLONE, V.A.; JORDAN, R.B. Detection of brownheart in ‘Braeburn’ apple by transmission NIR spectroscopy. Postharvest Biol. Technol. 28:87-96. 2003. CONTRERAS, C.; ZOFFOLI, J.P.; ALCALDE. J.A.; AYALA, M. Evolution of sunburn damage on Granny Smith apples during storage. Cien. Inv. Agr. 35, 113-122. 2008. DECOFRUT S.A. Expordata Yearbook. 638p. 2013. De’ELL, J.; VAN KOOTEN, O.; PRANGE R.; MURR, D. Applications of chlorophyll fluorescence techniques in post-harvest physiology. Hort. Rev. 23:69-107. 1999. ELGAR, H.J.; BURMEISTER, D.M.; WATKINS, C.B. 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O investimento em novos estudos, principalmente aqueles que envolvem outras áreas do conhecimento científico, é imprescindível para o desenvolvimento de novas estratégias, tecnologias e ações. Nesse contexto, a introdução de novas espécies (exóticas) para fins comerciais pode vir a gerar perdas, em alguns casos desnecessárias para o produtor quando da ausência de conhecimento técnico. O conhecimento da biologia da planta, associado aos fatores bióticos e abióticos que com ela interagem, é a chave para o sucesso na sua exploração comercial. Para se obter boa frutificação, tanto de plantas silvestres como cultiváveis, é necessário que haja boa polinização e consequente fertilização das flores. Normalmente, a monocultura predomina na agricultura. Com o desmatamento e o uso intensivo de agrotóxicos, extensas áreas floridas ficam à mercê de pouquíssimos insetos polinizadores. Em muitos casos, o único método conhecido e satisfatório de aumentar a população desses insetos nos pomares é com a introdução de colmeias de abelhas domésticas ou nativas, as quais polinizam adequadamente a cultura, proporcionando ainda a colheita de mel, cera, própolis, etc. (Free, 1993; Paranhos, 1998; Laroca & Orth, 2002; Lenzi & Orth, 2004). Entretanto, o uso de pesticidas e a ocupação desordenada de áreas nativas têm contribuído substancialmente para o declínio dos polinizadores, inclusive dos polinizadores de espécies cultiváveis (Laroca & Orth, 2002). Contudo, é necessária a existência de informações seguras e confiáveis sobre o papel de cada uma das espécies visitantes florais a fim de se determinar realmente qual é ou quais são os polinizadores efetivos e sua real importância no incremento das taxas de frutificação. São poucos os estudos que abordam essa temática, em especial no estado de Santa Catarina, e com espécies vegetais exóticas há pouco tempo introduzidas, como algumas espécies de fruteiras. Sendo assim, estudos a curto, médio e longo prazos que envolvam as espécies de frutíferas mais cultivadas devem ser efetivamente desenvolvidos a fim de subsidiar estratégias viáveis de conservação da fauna polinizadora nativa e o manejo apícola em pomares dessas frutíferas exóticas ou nativas para assegurar uma adequada produção comercial. 27 28 Engenheiro-agrônomo, Dr., CCA/UFSC. Rodovia Admar Gonzaga, 1346, Itacorubi, 88034-001 Florianópolis, SC, fone: (48) 3721-5421, e-mail: [email protected]. Biólogo. Doutorando em Recursos Genéticos Vegetais. CCA/UFSC. Rodovia Admar Gonzaga, 1346, Itacorubi, 88034-001 Florianópolis, SC, fone: (48) 9616-1302, e-mail: [email protected]. 95 A falta de polinização adequada não é um problema exclusivo das plantas domesticadas e exploradas comercialmente na agricultura. Buchmann e Nabhan (1997), por exemplo, fizeram um levantamento extensivo e minuncioso em estudos que abordaram a reprodução de 258 espécies de plantas nativas e observaram que 62% delas apresentavam limitação da frutificação causada por deficit de polinização, normalmente associado à falta de insetos polinizadores. Aizen e Feinsinger (1994), estudando uma área no sul da Argentina, sugerem que a forte fragmentação de habitat que ocorreu na área do Chaco Serrano resultou no declínio acentuado dos polinizadores nativos, o que reduziu o sucesso reprodutivo de pelo menos 16 espécies de plantas que ocorrem nesse ecossistema. A abordagem dos estudos de polinização dirigida deve levar em conta os sistemas naturais de reprodução de plantas para permitir obter uma luz sobre os fatores limitantes ao sucesso na frutificação nos ambientes agrícolas e, em especial, nos pomares de frutíferas de clima temperado no Sul do Brasil. Nesse sentido, para determinar a importância das abelhas Apis mellifera e das abelhas nativas (Hymenoptera: Apoidea) no incremento da frutificação de espécies como a pereira, o mirtilo e a macieira, devem-se abordar vários aspectos que acabam interagindo nos agroecossistemas, tais como fatores bióticos associados aos polinizadores e às plantas a ser polinizadas como também os fatores abióticos que interferem nessa interação planta-polinizador. Os estudos em polinização dirigida na fruticultura de clima temperado são escassos, e os trabalhos de polinização são muitas vezes conduzidos de forma muito empírica, sem o devido fundamento técnico. Utilizam-se em pomares de macieira dados obtidos em experimentos conduzidos no início da década de 1970 (Wiese, 1974), quando a cultura da macieira estava ainda se implantando no Sul do Brasil e com parâmetros técnicos totalmente distintos dos praticados atualmente. Aspectos considerar na definição da polinização 1. A caracterização do sistema reprodutivo buscando descrever a morfologia e a biologia floral, seus sistemas reprodutivos preferenciais e as taxas de frutificação efetiva nos locais de estudo são imprescindíveis. A quantidade de flores e sua morfologia, em diferentes cultivares de macieira, varia significativamente nos pomares catarinenses, o que pode estar afetando as estratégias de forrageamento e aprendizagem das abelhas polinizadoras. 2. A determinação independente e conjunta da importância das abelhas Apis mellifera e das abelhas nativas (Hymenoptera: Apoidea) no incremento da frutificação das espécies alvo do estudo, buscando conhecer e comprovar o comportamento polinizador de cada espécie de abelha e sua importância para a fertilização das flores dessas espécies são necessárias. As abelhas devem ser contadas por intervalos de três minutos em agrupamentos de flores (inflorescências ou ramos). A partir dessas contagens obtém-se a frequência, a abundância e o número de vezes que as abelhas visitam uma ou mais flores em uma ou mais inflorescências ou racemo das espécies vegetais estudadas em busca de pólen e néctar. É importante avaliar o comportamento dos visitantes florais por ocasião da abordagem e da partida das flores, observando-se, em especial, se 96 o corpo dos visitantes toca as anteras e os estigmas das flores e se retira os recursos tróficos de maneira ilegítima, como pode acontecer em flores de macieira. 3. A determinação da importância dos recursos florais (principalmente néctar e pólen) ofertados por essas espécies vegetais para a ecologia da polinização e sua relação com o comportamento forrageiro das abelhas visitantes florais, quando na busca desses recursos, devem ser investigadas. É importante determinar tanto o volume como a concentração de açúcares no néctar produzido pelas flores. A determinação do volume e da concentração do néctar produzido deve ser realizada de forma precisa, utilizando-se um número suficiente de flores e avaliando-se desde o início da antese até seu final. No Laboratório de Entomologia Agrícola da UFSC utilizamos tubos microcapilares (marca Drumond) com capacidade que varia entre 1, 5 e 10µl por permitirem precisão na obtenção dos volumess (Dafni, 1992). Para a avaliação da concentração do néctar utilizamos um refratômetro portátil que apresenta escala de leitura de 0% a 50% oBRIX que apresenta uma plataforma especial para avaliar volumes diminutos, como 0,5µl (modelo Eclipse). 4. A caracterização das condições metereológicas nos locais onde são necessários os serviços de polinização dirigida deve ser minunciosamente levantada. Principais problemas associados a fatores bióticos e abióticos que podem influenciar a polinização Para uma boa polinização em pomares, há vários fatores bióticos e abióticos que podem interferir positiva ou negativamente. Citaremos alguns fatores que devem ser analisados em cada pomar onde se pretende implantar uma adequada polinização dirigida. 1 Compatibilidade entre cultivares Algumas frutíferas, como a macieira e a pereira, apresentam incompatibilidade gametofítica. Por isso, é importante a presença de cultivares polinizadores compatíveis. Ademais, os cultivares polinizadores devem apresentar boa sincronia de florescimento com os cultivares produtores. Em função das variações bastante acentuadas das condições microclimáticas de uma região para outra e de um ano para outro, esse tem sido um problema bastante sério enfrentado pelos fruticultores. 2 Distância entre a planta polinizadora e a produtora Quanto maior a distância entre a planta do cultivar produtor e a planta polinizadora, menor será a polinização. De modo geral, a distância máxima entre a planta polinizadora e a produtora deve ser de 10 a 25m para a macieira e de 8 a 20m para a pereira (Soltész, 2003). Os cultivares fornecedores do pólen não podem estar em pomares distintos daqueles dos cultivares produtores. 3 Quantidade de plantas polinizadoras Em condições naturais, a proporção ideal entre plantas fornecedoras de pólen e plantas produtoras é de 1:1. Nessas condições, temos adequado fornecimento de pólen para as flores a 97 ser polinizadas. Em pomares de fruteiras dependentes de polinização cruzada, como a macieira e a pereira, a literatura indica a existência de no mínimo 10% a 12% de plantas dos cultivares polinizadores. Todavia, essa quantidade mínima pode ser utilizada desde que haja perfeita coincidência das floradas e que a planta polinizadora produza no mínimo um número de flores igual ao das plantas produtoras. Geralmente se recomenda o plantio de dois a três diferentes cultivares polinizadores para assegurar boa sincronia durante a floração dos cultivares polinizadores e dos produtores (Soltész, 2003). A falta de suprimento adequado de grãos de pólen de cultivares polinizadores nos pomares comerciais de frutíferas de clima temperado tem sido uma das principais razões dos insucessos na frutificação eficiente desses pomares. 4 Atratividade da flor aos insetos polinizadores As flores oferecem recursos tróficos aos polinizadores e os atraem por suas corolas marcantes, além do cheiro que sinaliza a presença desses recursos tróficos, em especial o néctar e o pólen. Quando a planta frutífera secreta pouco néctar e com baixo teor de açúcar (típico da maioria dos cultivares de macieira e pereira), as abelhas tendem a procurar outras flores com recursos tróficos mais atrativos. No Planalto Catarinense existe uma rica e abundante flora melífera florescendo abundantemente a partir do mês de setembro que compete diretamente pelos polinizadores das plantas frutíferas, geralmente menos recompensadoras aos visitantes florais (Salomé, 2002). 5 Cultivar que promova alta fixação de frutos A florada das frutíferas de clima temperado, quando em clima adequado, pode ser muito intensa. No entanto, somente uma pequena porcentagem dessas flores fixa frutos, mas, mesmo assim, promove uma produtividade adequada. A porcentagem de fixação pode variar de ano para ano e de cultivar para cultivar. A porcentagem de fixação de frutos, necessária para uma boa produção, depende da quantidade flores produzidas no ciclo. Esses valores mudam de região para região e, por isso, não se podem generalizar os valores. Assim, uma taxa adequada de flores polinizadas nos Estados Unidos pode ser incipiente aqui no sul do Brasil. Free (1993) cita que a fixação de frutos pode ser semelhante quando as plantas são polinizadas por abelhas ou manualmente. Isso evidencia a suficiência da polinização mediada por insetos em pomares, e há correlação positiva entre o número de insetos polinizadores e a fixação de frutos ou a produtividade da planta. 6 Condições meteorológicas durante a florada Temperaturas ideais para a fertilização da macieira se situam entre 18 e 27oC. Abaixo de 16°C o crescimento do tubo polínico é reduzido (Free, 1993). Isso pode afetar negativamente a fertilização e, consequentemente, reduzir a fixação de frutos. As temperaturas, os ventos e os períodos de precipitação também afetam a atividade forrageira dos insetos polinizadores. Nos pomares de Santa Catarina é comum a ocorrência de períodos hostis para o trabalho das abelhas sobre as flores durante a primavera, o que tem causado sérios prejuízos em alguns anos com 98 precipitações intensas ou contínuas durante a florada. Apicultores voltados para o serviço de polinização de pomares de macieira no Canadá e no Chile têm contornado parcialmente esse problema com a adição de mais colmeias por unidade de área para que mais abelhas possam visitar as flores nos poucos períodos favoráveis à visitação das abelhas. 7 Número de colmeias por área O número de colmeias por hectare depende da quantidade de abelhas por colmeia, do arranjo das plantas polinizadoras, do tamanho das plantas e das condições climáticas que geralmente ocorrem durante a polinização. Na maioria dos pomares de macieira e pereira do Estado de Santa Catarina se tem utilizado um número de colmeias que varia entre duas e três, o que, segundo Estay (2011), é incipiente para assegurar uma adequada polinização, mormente nos anos de condições meteorológicas adversas durante a florada das espécies frutíferas. 8 População da colmeia As colmeias devem ser fortes e possuir uma população aproximada de 25 mil a 30 mil abelhas. É importante que se observe boa quantidade de larvas e posturas nos favos da colmeia para incentivar as abelhas a forragear por pólen nos pomares. As visitas direcionadas à coleta de pólen, normalmente, são consideradas mais eficientes para polinizar do que aquelas direcionadas somente à coleta de néctar. Considerando que a floração das frutíferas, normalmente, ocorre no início da floração das plantas melíferas e, com isso, as colmeias não conseguiram ainda recuperar a população de abelhas campeiras após o período do inverno, é comum encontrar colmeias inadequadas, apresentando baixo número de quadros cobertos por abelhas, sendo transportadas para os pomares para realizar a polinização dirigida. O deslocamento das colmeias para regiões que apresentem boa florada nativa (como a bracatinga) logo na saída do inverno e antes da floração das espécies frutíferas alvo da polinização pode minimizar esse problema da falta de abelhas e crias dentro das colmeias. 9 Localização da colmeia A colocação das colmeias de abelhas próximo ao pomar aumenta a polinização. As colmeias devem ficar protegidas de ventos, principalmente dos frios, pois temperaturas abaixo de 21°C, ventos e chuva reduzem significativamente a atividade das abelhas campeiras. Estudos em pomares de macieira demonstram que quanto maior a distância da colmeia do pomar, menor será a fixação de frutos. Por exemplo, colmeias situadas a 150m de distância resultaram numa fixação de frutos de 13,2% no cv. Jonathan, enquanto colmeias situadas a 600m polinizaram apenas 6,1% das flores (Benedek, 1996). Em função da abundante presença de plantas nativas no entorno dos pomares, a localização das colmeias fora do perímetro do pomar tem facilitado o desvio das abelhas para esses recursos florais mais atrativos e mais próximos das colmeias. 10 Abundância de insetos polinizadores nos pomares Segundo Fell (1996), em dias secos, quentes e normais, a presença de no mínimo 8 a 12 abelhas por planta num período 30 segundos pode indicar boa polinização. Um número de 99 abelhas inferior a oito pode sugerir baixa quantidade de abelhas no pomar ou má distribuição das colmeias no pomar. Nas contagens de abelhas realizadas em pomares de macieira, pereira e mirtilo por alunos do Laboratório de Entomologia Agrícola da UFSC, temos evidenciado baixa ocorrência de abelhas por minuto, insuficiente para assegurar adequada polinização. Nesse sentido, a reavaliação do número de abelhas presentes no pomar, seja através da presença de populações naturais, seja através da introdução de colmeias de abelhas pela polinização dirigida, torna-se fundamental para gerar avanços na tecnologia associada à polinização de pomares de frutíferas de clima temperado. Referências AIZEN, M.; FEINSINGER, P. Forest fragmentation, pollination and plant reproduction in a Chaco Dry Forest, Argentina. Ecology 75(2):330-351, 1994. BENEDEK, P. Insect pollination of fruit crops. In: NYÉKI, J.; SOLTÉSZ, M. Floral biology of temperate zone fruit trees and small fruits. Budapest: Akadémiai Kiadó, p.287-340, 1996. BUCHMANN, S.L.; NABHAN, G.P. The forgotten pollinators. Washington, Island Press, 292p., 1997. DAFNI, A. 1992. Pollination ecology: A practical approach. Oxford University Press, Oxford, 250p., 1992. ESTAY, P. Servicios de polinización con abejas en frutales: Parámetros técnicos y de calidad. Revista Actualidad Apícola, 3.ed., 2011. 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Florianópolis. 1.ed. 87p., 1974. 100 Polinização em pomares de macieiras: nova metodologia para o aumento da frutificação com o manejo correto de colmeias29 James Arruda Salomé30 e Afonso Inácio Orth31 Introdução A macieira é uma cultura que apresenta grande importância socioeconômica e o Brasil se transformou de importador para exportador dessa fruta ao longo das últimas décadas. Este fato trouxe como consequência para o País, a geração de empregos em áreas pouco industrializadas (Sanhueza, 2003), sendo considerada a fruta de clima temperado mais importante no comércio de frutas frescas, tanto no contexto internacional, quanto no mercado interno (Tessmer, 2009). A produção nacional de maçãs está concentrada principalmente na Região Sul. A fruticultura de clima temperado no Estado de Santa Catarina, sobretudo a cultura da macieira, representa importante recurso econômico para o desenvolvimento regional, principalmente para as regiões de Fraiburgo e de São Joaquim. No Estado, na safra de 2013 a safra de maçãs alcançou 530.601 toneladas (IBGE, 2013). Para atender à crescente demanda por frutas de clima temperado, principalmente maçãs, é necessário melhorar a qualidade e a produtividade, obtendo-se uma boa frutificação, que depende de polinização satisfatória e consequente fertilização das flores (Antunes, 2008). 1 A incompatibilidade Em macieiras ocorre autoincompatibilidade do tipo gametofítica. É geneticamente controlada, ocorrendo sempre que o pólen e o estigma apresentem o mesmo alelo S. Quando os alelos são idênticos, o ritmo de crescimento do tubo polínico é lento ou nulo, de tal forma que sua penetração no ovário é retardada ou impedida (Nettancourt, 1977; Albuquerque Jr. et al., 2010; Sakurai, 2000; Santos et al., 2007). Para ocorrer a fertilização das flores é necessário que as plantas polinizadoras tenham pólen compatível com o cultivar produtor a polinizar, e coincidência da data da floração ao longo do ciclo da cultura. A macieira requer polinização cruzada para produção comercial, necessitando do plantio de dois ou mais cultivares no mesmo pomar com períodos de floração coincidente (Weirtheim & Schimdt, 2005). Assim, grande rendimento com a cultura da macieira só pode ser esperado se as condições para polinização e fecundação forem favoráveis (Petri et al., 2006). 29 Os autores agradecem à Capes, por proporcionar condições para a realização do trabalho, e à empresa Pomesul, pela colaboração e pelo uso dos pomares. 30 Biólogo. Doutorando em Recursos Genéticos Vegetais, CCA/UFSC, Rodovia Admar Gonzaga, 1346, Itacorubi, 88034-001 Florianópolis, SC, fone: (48) 9616-1302, e-mail: [email protected]. 31 Engenheiro-agrônomo, Dr., CCA/UFSC, fone: (48) 3721-5421, e-mail: [email protected]. 101 2 A polinização cruzada em macieiras com o uso de abelhas melíferas A polinização cruzada em plantas frutíferas de clima temperado com a transferência dos grãos de pólen geralmente é feita por insetos, sendo eles os principais vetores na realização dessa ação (Laroca & Almeida, 1985). A grande importância das abelhas como agentes polinizadores é corroborada por números bastante expressivos: estima-se que aproximadamente 73% das espécies vegetais cultivadas no mundo sejam polinizadas por alguma espécie de abelha. Um exemplo de um caso de dependência obrigatória é a polinização da macieira. De acordo com Losey & Vaughan (2006), essa cultura é 100% dependente das abelhas. As abelhas, cujo manejo para a polinização dirigida é comum em boa parte do mundo, são da espécie Apis mellifera, usadas nas mais diversas culturas, inclusive em macieiras. 3 O atual modelo utilizado e o novo modelo sugerido A polinização cruzada das macieiras no estado de Santa Catarina, implementada atualmente através da polinização dirigida com o uso de colmeias de Apis mellifera, acompanha o modelo desenvolvido na década de 1970, por iniciativa do Instituto de Apicultura de Santa Catarina. Os trabalhos relacionados à polinização dirigida em macieiras são escassos no Brasil e iniciaram em pomares de macieiras de ‘Golden Delicious’, ‘Starkrinson Spur’, e ‘Golden Spur’ no município de Fraiburgo (Wiese, 1974). A densidade do plantio utilizado era de 600 árvores.ha-1, e as plantas apresentavam número médio de 334 flores por planta. Para a execução da polinização dirigida, naquela época, foi recomendado um número variável de colmeias, entre 0,5 e 2 colmeias.ha-1, dependendo da idade dos pomares. O número ideal de colmeias usadas por hectare no sistema atual de produção das principais frutíferas de clima temperado no Brasil é amplamente discutível. Nos sistemas de condução dos pomares de macieiras em alta densidade (2.500 plantas.ha-1 ou mais) com cultivares mais bem adaptados e melhoria do manejo da quebra de dormência, o número de flores por área é muito maior em comparação com o tipo de condução utilizado no passado, necessitando de maior quantidade de abelhas para realizar uma polinização eficiente. Dessa ótica, nos anos de 2012 e 2013, o Laboratório de Entomologia Agrícola da Universidade Federal de Santa Catarina desenvolveu trabalhos no campo, em pomares comerciais da empresa Pomesul, no município de Bom Retiro, SC. O trabalho consistiu na avaliação do atual sistema de polinização dirigida com colmeias de Apis mellifera, visando estabelecer critérios de densidade de colmeias e de períodos de sua introdução nos pomares para promover maior eficiência na frutificação efetiva e melhorando, assim, a rentabilidade da cultura. No período entre 20/9 e 4/10/2012 foi avaliado o volume de néctar potencial produzido pelas flores dos cultivares Fuji Suprema e Galaxy na Fazenda Santa Clara, no município de Bom Retiro. Os volumes de néctar potencial apresentaram variações de 0,49µl a 1,64µl no cv. Galaxy, e de 0,30µl a 0,79µl no cv. Fuji Suprema. 102 Entre as avaliações de néctar potencial realizadas em diferentes períodos, nos dois cultivares, apenas uma das amostras não diferiu estatisticamente, indicando que as flores de ‘Galaxy’ produzem mais néctar do que as flores de ‘Fuji Suprema’ (Figura 1). Figura 1. Volume (µL) de néctar potencial, avaliado entre os dias 20/9 e 4/10/2012, de flores dos cultivares Fuji Suprema e Galaxy em pomar comercial no município de Bom Retiro, SC Em 12 amostras de néctar avaliadas para a determinação do teor de açúcares ou sólidos solúveis totais (SST – °Brix), o maior teor de SST ocorreu na amostra no 1 em ‘Galaxy’, com 45°Brix, enquanto o menor teor de SST foi observado na amostra no 4, com 17°Brix. Em ‘Fuji Suprema’, a amostra no 3 indicou 33°Brix, e a amostra no 9 foram registrados apenas 7°Brix de SST. Comparando as amostras obtidas em dias distintos, observamos que em nove amostras ‘Galaxy’ apresentava o néctar com maior teor de SST que ‘Fuji Suprema’, e em apenas três amostras (no 3, no 5 e no 12) ‘Fuji Suprema’ apresentou néctar com maior teor de SST do que ‘Galaxy’ (Figura 2). Figura 2. Teor de sólidos solúveis totais (SST em °Brix) em néctar de 'Fuji Suprema' e 'Galaxy' em Bom Retiro, SC, no ano de 2012 103 Número de grãos de pólen O número de grãos de pólen por flor no cv. Galaxy apresentou média de 65.195 grãos de pólen por flor, enquanto no cv. Fuji Suprema esse número alcançou apenas 26.544.. 100.000,00 0,00 65.195,25 a 26.544,55 b Fuji Suprema Cultivares Galaxy Figura 3. Número médio de grãos de pólen por flor em ‘Fuji Suprema’ e em ‘Galaxy’ na Fazenda Santa Clara, Bom Retiro, SC, 2012 Para testar o efeito da densidade de colmeias sobre a polinização das macieiras, utilizamos o atual modelo de densidade de colmeias adotado pela empresa Pomesul, que é de 3 colmeias.ha-1 (Tratamento 1 – Controle), com a distribuição única das colmeias por ocasião da abertura dos primeiros 15% das flores. Um novo modelo de densidade de colmeias e do período de entrada nos pomares foi usado nos anos de 2012 e 2013 com a entrada de 6 colmeias.ha-1 e de introdução sequencial, sendo 3 colmeias.ha-1 introduzidas com 15% da floração aberta e mais 3 colmeias.ha-1 durante a plena floração (Tratamento 2 – Dupla Densidade + IS), de acordo com Dag & Stern (2001), Stern et al. (2005) e Sapir et al. (2007). As colmeias foram distribuídas sobre bins, em blocos, para a cobertura de toda a área da cultura-alvo. As observações das frequências (no de abelhas.planta.minuto-1) e dos tipos de visita (visitas pelos lados da flor – sideworking, e visitas por cima da flor – topworking) das abelhas às flores foram realizadas em distâncias determinadas a partir dos blocos de colmeias (em 2012, as distâncias foram de 9 metros, 27 metros e 45 metros, e em 2013, 27 metros, 45 metros, 90 metros). Em cada tratamento, 12 plantas de cada cultivar nas três distâncias foram avaliadas em diferentes períodos, totalizando 2.592 observações no ano de 2012, e 3.456 observações em 2013. As frequências das visitas das abelhas às flores das plantas de macieiras apresentaram variações de acordo com as diferentes densidades de colmeias utilizadas nos pomares, com os cultivares que apresentaram maior oferta de recurso alimentício de néctar e de pólen às abelhas em dado momento e com condições ideais de clima, principalmente temperatura, precipitação e ventos, para o voo das abelhas. Na Fazenda Barreiro, em 2013, na área controle (T1), o número médio de abelhas observado foi de 2,8 abelhas.planta.minuto-1 em plantas do cultivar Imperial Gala, e de 2,3 abelhas.planta.minuto-1 em ‘Fuji Suprema’ no dia 12/10/2013, um dia após a introdução das colmeias. Com o decorrer dos dias, as observações apontavam diminuição na frequência de visitação das abelhas às flores de macieiras dos cultivares avaliados, como mostra a Figura 4. 104 o -1 Figura 4. Frequência de visitas das abelhas (n de abelhas.planta.minuto ) às flores dos cultivares Imperial Gala (IG) e Fuji Suprema (FS) entre os dias 12 e 15/10/2013, em pomar com tratamento controle na Fazenda Barreiro, município de Bom Retiro A mesma tendência, ou seja, redução gradual das visitas às flores de macieira, foi observada nas áreas com tratamento de dupla densidade de colmeias e com introdução sequencial (T2). As colmeias foram introduzidas no pomar nos dias 4 e 8/10/2013. Um dia após as introduções, a frequência das visitas era a maior observada, diminuindo com o decorrer dos dias. o -1 Figura 5. Frequência de visitas das abelhas (n de abelhas.planta.minuto ) às flores dos cultivares Imperial Gala (IG) e Fuji Suprema (FS), entre os dias 5 e 11/10/2013, em pomar com tratamento de dupla densidade com introdução sequencial de colmeias na Fazenda Barreiro, município de Bom Retiro Na maioria das 6.048 observações realizadas sobre visitas das abelhas às plantas dos cultivares avaliados nos anos de 2012 e 2013, a maior frequência observada era sobre as flores de ‘Galaxy’ e ‘Imperial Gala’, e a menos frequente, em flores de ‘Fuji Suprema’. Maior frequência de visitas das abelhas às flores de plantas de ‘Galaxy’ e de ‘Imperial Gala’ pode ser resultado de maior oferta de recursos alimentícios (néctar e pólen) ofertados por 105 esses cultivares. Benedek & Finta (2006) verificaram que a disponibilidade de néctar aos polinizadores influenciou o número de visitas das abelhas que visitavam as flores de macieiras em pomares na Hungria. Observações em pomares feitas por Sapir et al. (2007) constatam que, após a introdução das colmeias em pomares de frutas de clima temperado, as abelhas forrageiam sobre as flores da cultura-alvo por apenas alguns dias, diminuindo sua frequência proporcionalmente ao período de permanência das colmeias no pomar. Há uma tendência das abelhas campeiras a ampliar gradualmente a área de forrageio, ocorrendo a possibilidade de coletarem alimentos em flores de outras plantas com maior e melhor oferta de néctar e pólen, diminuindo a visitação às plantas de interesse (Free, 1993). Introduções sequenciais de colmeias adquirem importância pelo fato de introduzir novas abelhas nos pomares, que realizarão voos de reconhecimento em áreas próximas às colmeias, visitando, consequentemente, mais flores da cultura-alvo como, no nosso caso, a macieira (Dag & Stern, 2001; Stern et al., 2005; Sapir et al., 2007). A porcentagem de visitas das abelhas por cima das flores (topworking) ou pelos lados (sideworking) foi avaliada durante as observações nos anos de 2012 e 2013. Visitações por cima das flores sugerem mais eficiência por parte dos polinizadores na transferência de grãos de pólen entre flores por tocarem em suas partes reprodutivas. Visitas laterais às flores, basicamente para a coleta de néctar, geralmente não proporcionam transferência de grãos de pólen. Em 2012, na Fazenda Santa Clara, as colmeias foram introduzidas no pomar em 25/9 (T1 e T2) e em 2/10 (T2). É possível constatar que, logo após a entrada das colmeias nos pomares em que foram feitas as avaliações (27/9 e 03/10) no cultivar Galaxy, há equilíbrio entre as visitas realizadas pelas abelhas por cima e pelos lados das flores. A partir desse momento, as porcentagens de visitas pelos lados das flores de ‘Galaxy’ tornam-se acentuadas e superiores às visitas realizadas por cima, como ocorreu no dia 29/9/2012 para os dois tratamentos. Figura 6. Porcentagem (%) de distribuição dos tipos de visitas das abelhas (sideworking e topworking) a flores de ‘Galaxy’ em pomar comercial entre os dias 27/9 e 3/10/2012 no município de Bom Retiro 106 Em ‘Fuji Suprema’ as visitas das abelhas às flores ocorreram predominantemente por cima. Já no Tratamento 2 e no dia 27/9/2012 ocorreu equilíbrio entre os dois tipos de visita, sendo o mesmo fato observado no dia 3/10/2012. Essas observações foram realizadas logo após a introdução das colmeias nos dias 25/10 e 2/10/2012. Em T1, no dia 27/9/2012, a totalidade das abelhas foi observada visitando as flores de ‘Fuji Suprema’ por cima (topworking), sendo essa média mantida durante as observações posteriores. Figura 7. Porcentagem (%) de distribuição dos tipos de visita das abelhas (sideworking e topworking) em flores de ‘Fuji Suprema’ em pomar comercial entre os dias 27/9 e 3/10/2012 no município de Bom Retiro Índices maiores de frequências de visitas pelos lados nas flores em ‘Galaxy’ e por cima em ‘Fuji Suprema’ foram constantes e verificadas durante os anos de 2012 e 2013 nos pomares das Fazendas: Santa Clara e Barreiro. Observações realizadas por Dag & Stern (2001), Stern et al. (2005) e Sapir et al. (2007) mostraram que a frequência de abelhas trabalhando pela parte superior das flores apresentou aumento significativo após a introdução sequencial de colmeias. O comportamento de forrageio das abelhas coletando néctar trabalhando pelo lado da flor não é considerado comportamento inato, mas um comportamento que depende de aprendizado; nos primeiros voos de coleta, as abelhas trabalham tanto por cima da flor como pelo lado e aprendem a coletar o néctar de forma mais eficiente no decorrer das atividades de forrageio. O trabalho das abelhas pelo lado da flor de macieiras geralmente está relacionado com a coleta de néctar (Free, 1993). O néctar é obtido introduzindo a língua entre os filetes, a partir do lado da flor, apoiando as pernas nas pétalas. É comum, nesse tipo de comportamento, que as abelhas não toquem as anteras e os estigmas. Roberts (1945) observou que a forma, o comprimento e a distribuição dos estames no receptáculo floral em diferentes cultivares determinam a proporção de abelhas coletoras de néctar que trabalharão nas flores a partir da lateral, ou por cima. Arranjos irregulares dos estames ao redor do nectário resultam em 'lacunas 107 basais’ entre si próximas ao receptáculo floral, com tamanho suficiente para a abelha inserir a língua em direção ao nectário e coletar néctar (Degrandi-Hoffman et al.,1985). Os mesmos pesquisadores observaram que a porcentagem de abelhas coletando néctar através das ‘lacunas basais’ em flores do cultivar Delicious aumenta progressivamente, a partir de 21% no primeiro dia da floração, até 60% no quinto dia. As flores dos cultivares Galaxy e Imperial Gala avaliadas em Bom Retiro em 2012 e 2013 apresentavam ‘lacunas basais’, não observadas em ‘Fuji Suprema’. Talvez por esse motivo a maior parte das visitas das abelhas às flores dos cultivares Galaxy e Imperial Gala tenha sido observada pelo lado das flores. Um dos pontos-chave no processo de polinização dirigida para obtenção de frutificação eficiente é a introdução de colmeias populosas com grande capacidade de forrageio, representada por abelhas campeiras, quantidades satisfatórias de cria aberta e de alimento energético armazenado nos favos. A combinação desses fatores proporciona necessidade de busca de alimento proteico (pólen) para alimentação larval, realizada por grande número de abelhas campeiras e consequentes visitas às flores da cultura da macieira por cima. Os resultados da frequência e dos tipos de visita das abelhas às flores determinam uma polinização eficiente ou não e, consequentemente, maior ou menor frutificação efetiva. Em 2012, nos dois tratamentos realizados na Fazenda Santa Clara, as maiores taxas de frutificação ocorreram nas áreas em que foram utilizadas 6 colmeias.ha-1 (T2). No ano de 2013, na Fazenda Barreiro foram observados dados semelhantes. No ano de 2012, em ‘Galaxy’, a média da frutificação efetiva foi de 18,72% no tratamento controle (T1), ao passo que no tratamento com seis colmeias (T2) essa média foi de 36,05%. No mesmo ano, em ‘Fuji Suprema’ a frutificação efetiva também foi superior no Tratamento 2. Em 2013, as maiores porcentagens de frutificação ocorreram no Tratamento 2 para os cultivares avaliados. ‘Imperial Gala’ apresentou porcentagem de frutificação 100% superior em T2 se comparado ao T1. Uma maior frutificação em ‘Fuji Suprema’ pode ser pelo fato de que a maior parte das visitas das abelhas às flores desse cultivar foi realizada por cima, tocando as partes reprodutivas. É importante mencionar que, na polinização cruzada, ‘Galaxy’ e ‘Imperial Gala’ são cultivares que apresentam maior produção do pólen que está disponível para ser transferido pelas abelhas para as flores de ‘Fuji Suprema’. Já o inverso não se observa, sendo, assim, a frutificação efetiva de ‘Fuji’ é favorecida. Um maior número de abelhas visitando as flores pode representar maior porcentagem de frutificação, porém o tipo de coleta ou visita realizado pelas abelhas às flores pode influenciar ainda mais a frutificação (Tabela 1). Na coleta de pólen, e na coleta de néctar por cima da flor, as abelhas geralmente polinizam as flores, tocando os estigmas e as anteras, mas na coleta de néctar, realizada pela lateral das flores, a eficiência da polinização poderá ser comprometida pela falta de contato com o aparelho reprodutivo da flor (Dag, 2009). 108 Tabela 1. Frutificação efetiva nos cultivares Fuji Suprema, Galaxy e Imperial Gala nos tratamentos utilizados em pomares comerciais nas Fazendas Santa Clara e Barreiro, município de Bom Retiro, SC, nos anos de 2012 e 2013 Frutificação efetiva (%) Tratamento Fazenda Santa Clara (2012) Fazenda Barreiro (2013) Fuji Suprema Galaxy Fuji Suprema Imperial Gala T1 (C) 20,94 b 18,72 b 38,94 b 24,27 b T2 (DD + IS) 41,83 a 36,05 a 62,41 a 49,05 a Notas: - As médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si. - T1 = Controle (C): 3 colmeias.ha-1 distribuídas com 15% da floração aberta. - T2 = Dupla Densidade com Introdução Sequêncial (DD + IS). Distribuição de 3 colmeias.ha-1, com 15% da floração aberta, e a introdução de 3 colmeias.ha-1 com plena floração. A frutificação efetiva depende de vários fatores, como intensidade de floração, qualidade da gema e da flor, vigor da planta, presença e coincidência de floração de plantas de cultivares polinizadores com os produtores, temperatura, vento, precipitação e visitas realizadas às flores pelos insetos polinizadores. Fatores concernentes às visitações dos polinizadores, atualmente, com o uso de modelos de densidades de colmeias iguais ou inferiores a 3 colmeias.hectare-1 nos pomares de macieiras no estado de Santa Catarina acarretam polinização cruzada insuficiente, o que resulta em baixa frutificação. A distribuição única de colmeias no início da floração nas áreas a serem polinizadas resulta numa diminuição gradativa da frequência de visitas das abelhas às flores de macieiras com o decorrer dos dias de permanência das mesmas colmeias dentro dos pomares. Baixa qualidade das colmeias que realizam os serviços de polinização dirigida é um fator preocupante dentro do processo, pois colmeias que não possuem pelo menos uma câmara de cria com os dez favos cobertos com abelhas, e com volumes satisfatórios de cria e de alimentos armazenados, não podem ser consideradas unidades produtivas eficientes para o serviço de polinização. Pelo contrário: um maior número de colmeias nas áreas a serem polinizadas, com ninhos integralmente preenchidos nas câmaras de cria, supre a necessidade de visitas das abelhas às flores para a realização da transferência de pólen entre cultivares, proporcionando frutificação satisfatória. A permanência das abelhas, mesmo que por pouco tempo trabalhando dentro dos pomares, pode ser mediada pela introdução sequencial de colmeias. As novas abelhas introduzidas na área realizam voos de reconhecimento próximo das colmeias e possuem a tendência de trabalhar na parte superior das flores, quando em visita, tendo contato direto com os estames e estigmas das flores de macieiras, tornando-se polinizadores eficientes. Referências ALBUQUERQUE JR, C.L.; DENARDI, F.; DANTAS, A.C.M.; NODARI, R. O desenvolvimento de tubos polínicos em cruzamentos entre cultivares brasileiras de macieira. Pesq. Agropec. Bras., Brasília, v.45, n.11, p.1324-1327, 2010. ANTUNES, L.E.C. Sistema de Produção da amoreira-preta. 2008. Disponível em: <http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Amora/SistemaProducaoAmoreiraPreta/intro.ht m>. Acesso em: 22 jan. 2014. 109 BENEDEK, P. & FINTA, K. The effect of nectar production to the gathering behaviour of honeybees and to the foraging activity of wild bees at apple flowers. International Journal of Horticultural Science, 12 (2): 45-57. 2006. DAG, A.; STERN, R. 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Assim, o desenvolvimento e a adaptação de tecnologias que melhorem a produtividade inicial dos pomares e, consequentemente, reduzam os custos de produção são fundamentais para a manutenção das pequenas propriedades frutícolas no Brasil. No mundo, vários sistemas de cultivo da macieira são utilizados devido à diversidade de cultivares copa e porta-enxertos e às diferentes densidades de implantação (Pereira & Petri, 2006). Em sistemas de condução de baixa a média densidade, em função do menor número de árvores por unidade de área, comportam árvores com maior volume de copa, a qual necessita de período maior para atingir a plena produção do cultivar de macieira. Nos primeiros pomares comerciais, as mudas de macieira estavam enxertadas sobre porta-enxertos vigorosos, e a densidade utilizada foi de 868 árvores de ‘Gala’, 834 árvores de ‘Golden Delicious’ e 783 árvores de ‘Fuji’ por hectare (Ebert & Raasch, 1987). Pesquisas sobre o desenvolvimento de técnicas para o aumento da densidade de plantio em macieira iniciaram na Inglaterra nos anos 1970. A alta densidade é uma técnica utilizada nos cultivos comerciais para aumentar a produtividade dos pomares frutícolas (Pereira, 2007). Nos sistemas modernos de condução de pomares para a formação de árvores de porte compacto, recomenda-se a utilização de cultivares de macieira com precocidade de produção enxertada sobre porta-enxerto de vigor anão a semianão. Na Região de São Joaquim, os solos predominantes são classificados como Neossolos e apresentam perfil raso e com afloramento de rochas, características que impedem o bom desenvolvimento dos porta-enxertos de vigor mais ananizante. Nessas condições, além de afetar o estabelecimento e a formação das árvores, o solo afeta a produtividade e a longevidade dos pomares. Entre os porta-enxertos vigorosos, o porta-enxerto Marubakaido adaptou-se aos solos Neossolos da região de São Joaquim. Além disso, esse porta-enxerto se comportou bem em replantio de áreas erradicadas ou em renovação de pomares. Estudos sobre a viabilidade do aumento da densidade de plantio conduzidos fora do Brasil (Goedegebure, 1980; Winter, 1986) e no Brasil (Kreuz et al., 1996; Kreuz, 2002) comprova32 Engenheiro-agrônomo, M.Sc., Pesquisador da Epagri / Estação Experimental de São Joaquim, Rua João Araújo Lima, 102, 88600-000 São Joaquim, SC, fone: (49) 3233-8430, e-mail: [email protected]. 111 ram sua viabilidade. A alta densidade reduz o período improdutivo do pomar, com maior produção inicial por área, tornando-se possível um maior e mais rápido retorno do capital empregado, fator fundamental ao progresso de qualquer empreendimento agrícola. O experimento objetivou avaliar o desempenho produtivo do porta-enxerto Marubakaido em diferentes combinações e densidades nas condições de solo da região de São Joaquim, SC. Material e métodos Em 2010, foi implantada uma área experimental na Epagri/Estação Experimental de São Joaquim para avaliar a precocidade e a produtividade do porta-enxerto Marubakaido em várias combinações e densidades de plantio (666; mil e 2 mil árvores): T1 – Mishima Fuji/M.26/Marubakaido (1m) (porta-enxerto duplo); T2 – Mishima Fuji/M.26/Marubakaido (2m) (porta-enxerto duplo); T3 – Mishima Fuji/M.9/Marubakaido (2m) (filtro de M.9 (20cm); T4 – Mishima Fuji/Marubakaido (1m) (aplicação de regulador de crescimento); T5 – Mishima Fuji/Marubakaido (1m); T6 – Mishima Fuji/Marubakaido (2m); T7 – Mishima Fuji/Marubakaido (3m). Poda e condução em alta densidade A poda e a condução são imprescindíveis na formação, uniformização e maximização dos atributos qualitativos das árvores no pomar, principalmente na indução da precocidade de produção. Neste ensaio, o sistema de condução utilizado foi em líder central, com plantio de mudas de vara lisa sem tutoramento. No plantio das mudas em julho de 2010, os tratamentos com densidade de 2 mil árvores por hectare não foram despontados (Mishima Fuji/Marubakaido e Mishima Fuji/M.26/Marubakaido). Nesse ciclo, todas as inflorescências foram eliminadas no cultivar Mishima Fuji. No ciclo vegetativo 2011/12 a 2013/14, a poda foi realizada em duas épocas: em “pós-colheita”, com algum repasse em dormência na alta densidade (2 mil árvores por hectare de Mishima Fuji/Marubakaido), e especificamente em “dormência” para as demais combinações e densidades: Mishima Fuji/M.26/Marubakaido (2 mil árvores), Mishima Fuji/M.26/Marubakaido (mil árvores), Mishima Fuji/M.9/Marubakaido (mil árvores), Mishima Fuji/Marubakaido (mil árvores) e Mishima Fuji/Marubakaido (666 árvores). Em relação ao sistema de condução em alta densidade, foi definida a eliminação de ramos concorrentes com o líder central deixando um ramo curto com duas a três gemas vegetativas, arqueamento a 90° em relação ao líder central, desponte do líder quando necessário, e sem poda de encurtamento em ramos de ano e do ano. A partir do ciclo 2012/13, iniciou-se a renovação em torno de 25% dos ramos improdutivos (com pouca formação de gemas) por planta. 112 Resultados A produtividade inicial dos pomares depende de vários fatores, tais como a adaptação edafoclimática do porta-enxerto e do cultivar, a precocidade produtiva do porta-enxerto e do cultivar, a característica ananizante do porta-enxerto, a densidade de plantas e, principalmente, o sistema de condução da planta. Em duas das três safras, o número de frutos por árvore não diferiu entre os tratamentos (Tabela 1). Nos anos agrícolas 2011/12 e 2012/13, o número de frutos por árvore não diferiu entre os tratamentos, mas no ano agrícola 2013/14, o número de frutos por árvore diferiu entre os tratamentos. Nas fases iniciais após a implantação (2011/12 e 2012/13), as árvores apresentaram o mesmo comportamento de desenvolvimento vegetativo. A partir da terceira safra (2013/14), a diferença no número de frutos entre os tratamentos foi observada significativamente em plantios com menor densidade (666 e mil árvores por hectare), com exceção do tratamento Mishima Fuji/M.26/Marubakaido (mil árvores). O cultivar Mishima Fuji tende a ter maior frutificação em estruturas do tipo brindila. Essas estruturas são favorecidas pela poda mais leve e pela condução dos ramos, característica em árvores em baixa ou média densidade. Esses dados corroboram Ebert & Raasch (1988), segundo os quais os cultivares Gala, Golden Delicious e Fuji apresentaram menor capacidade produtiva em árvores conduzidas em alta densidade. Tabela 1. Evolução dos frutos nas macieiras cv. Mishima Fuji (anos agrícolas 2011/12 a 2013/14). São Joaquim, SC Tratamento Mishima/M.26/Marubakaido (2000) Mishima/M.26/Marubakaido (1000) Mishima/M.9/Marubakaido (1000) (1) Mishima/Marubakaido (2000) Mishima/Marubakaido (2000) Mishima/Marubakaido (1000) Mishima/Marubakaido (666) Média CV (%) Média CV (%) Safra 2011/12 4a 6a 5a 2a 3a 4a 6a 4 43,74 4 43,74 Número de frutos por planta Safra 2012/13 Safra 2013/14 38 a 51 cd 30 a 59 bc 36 a 73 ab 48 a 34 d 38 a 43 cd 47 a 81 a 46 a 93 a 40 62 27,08 21,77 40 62 27,08 21,77 Total acumulado 93 95 114 84 84 132 145 107 107 - Médias seguidas da mesma letra, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Duncan a 5% de probabilidade. (1) Aplicação de regulador de crescimento. Nos anos agrícolas 2011/12 e 2012/13, a produção de frutos não diferiu entre os tratamentos (Tabela 2). No ano agrícola 2013/14, a produção por árvore diferiu entre os tratamentos, principalmente pelas diferenças no número de frutos observados nas árvores (Tabela 1). Os tratamentos com 666 e mil árvores de Mishima Fuji/Marubakaido foram o mais produtivos, com média de 20,025kg e 17,325kg de frutos por árvore respectivamente. E os tratamentos com 2 mil árvores de Mishima Fuji/Marubakaido apresentaram a menor produção por árvore (6,375 e 7,758kg). 113 Tabela 2. Evolução da produção de frutos nas macieiras cv. Mishima Fuji (anos agrícolas 2011/12 a 2013/14). São Joaquim, SC Tratamento Mishima/M.26/Marubakaido (2000) Mishima/M.26/Marubakaido (1000) Mishima/M.9/Marubakaido (1000) (1) Mishima/Marubakaido (2000) Mishima/Marubakaido (2000) Mishima/Marubakaido (1000) Mishima/Marubakaido (666) Média CV (%) Produção por árvore (kg) Safra 2012/13 Safra 2013/14 8,267 a 10,967 de 6,450 a 12,100 cd 6,892 a 15,159 bc 9,575 a 6,375 f 6,934 a 7,758 ef 9,709 a 17,325 ab 9,392 a 20,025 a 8,174 12,808 27,44 20,96 Safra 2011/12 1,409 a 1,923 a 1,680 a 1,071 a 1,043 a 1,789 a 1,789 a 1,529 40,72 Total acumulado 20,593 20,473 23,732 17,012 15,735 28,823 31,206 22,512 - Médias seguidas da mesma letra, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Duncan a 5% de probabilidade. (1) Aplicação de regulador de crescimento. No ano agrícola 2012/13, os tratamentos “2.000 árvores de Mishima Fuji/M.26/ Marubakaido” e “1.000 árvores de Mishima Fuji/M.26/Marubakaido” apresentaram peso médio do fruto superior aos tratamentos “1.000 árvores de Mishima Fuji/M.9/Marubakaido” e “2.000 árvores de Mishima Fuji/Marubakaido”. E no ano agrícola 2013/14, os tratamentos “2.000 árvores de Mishima Fuji/M.26/Marubakaido”, “1.000 árvores de Mishima Fuji/M.9/Marubakaido”, “1.000 árvores de Mishima Fuji/Marubakaido” e “666 árvores de Mishima Fuji/Marubakaido” foram superiores aos tratamentos “2.000 árvores de Mishima Fuji/Marubakaido”. Tabela 3. Peso médio do fruto cv. Mishima Fuji (anos agrícolas 2011/12 a 2013/14). São Joaquim, SC Tratamento Mishima/M.26/Marubakaido (2000) Mishima/M.26/Marubakaido (1000) Mishima/M.9/Marubakaido (1000) (2) Mishima/Marubakaido (2000) Mishima/Marubakaido (2000) Mishima/Marubakaido (1000) Mishima/Marubakaido (666) Média CV (%) (1) Safra 2011/12 325 40,72 Peso médio do fruto (g) Safra 2012/13 221 a 217 a 189 b 196 ab 187 b 206 ab 204 ab 203 8,21 Safra 2013/14 214 a 204 ab 208 a 191 bc 181 c 214 a 215 a 204 5,39 Médias seguidas da mesma letra, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Duncan a 5% de probabilidade. (1) O peso médio foi calculado por todas as amostras. (2) Aplicação de regulador de crescimento. A produtividade das árvores foi calculada para o espaçamento de 5m entre as fileiras (Tabela 4). Nos três anos agrícolas avaliados (2011/12 a 2013/14), foram observadas diferenças significativas na produtividade entre os tratamentos. No primeiro ano de produção (2011/12), o tratamento “2.000 árvores de Mishima Fuji/M.26/Marubakaido” foi superior ao tratamento “666 árvores de Mishima Fuji/Marubakaido”, com 2,8t.ha-1 e 1,2t.ha-1 de maçã respectivamente. No segundo ano de produção (ano agrícola 2012/13), os tratamentos com densidade de “2.000 114 árvores de Mishima Fuji/M.26/Marubakaido” e “2.000 árvores de Mishima Fuji/Marubakaido” foram superiores às densidades de “1.000 árvores de Mishima Fuji/M.26/Marubakaido”, “1.000 árvores de Mishima Fuji/M.9/Marubakaido” e “666 árvores de Mishima Fuji/Marubakaido”. E no ano agrícola 2012/13, as densidades com “2.000 árvores de Mishima Fuji/M.26/Marubakaido” foram superiores aos tratamentos “1.000 árvores de Mishima Fuji/M.26/Marubakaido”, “2.000 árvores de Mishima Fuji/Marubakaido” e “666 árvores de Mishima Fuji/Marubakaido”. Em termos de produção acumulada nos três anos agrícolas, as menores produções foram encontradas em “666 árvores de Mishima Fuji/Marubakaido” e “1.000 árvores de Mishima Fuji/M.26/Marubakaido”, com 20,9t.ha-1 e 20,5t.ha-1 respectivamente. O aumento da produção acumulada com o aumento da densidade de plantas variou de 2.900kg (13,9 %) a 17.700kg (84,7%) em comparação ao tratamento padrão de “666 árvores de Mishima Fuji/Marubakaido”. Segundo Kreuz et al. (2006), a intensificação tecnológica do pomar pelo aumento da densidade de plantas propicia aumento na produção e, consequentemente, incremento na rentabilidade. Tabela 4. Evolução da produtividade do cv. Mishima Fuji (ano agrícola 2011/12 a 2013/14). São Joaquim, SC -1 Tratamento Mishima/M.26/Marubakaido (2000) Mishima/M.26/Marubakaido (1000) Mishima/M.9/Marubakaido (1000) (1) Mishima/Marubakaido (2000) Mishima/Marubakaido (2000) Mishima/Marubakaido (1000) Mishima/Marubakaido (666) Média CV (%) Safra 2011/12 2,8 a 1,9 ab 1,7 ab 1,5 ab 1,8 ab 1,4 ab 1,2 ab 1,8 49,02 Produtividade (t.ha ) Safra 2012/13 Safra 2013/14 16,5 a 19,3 a 6,5 c 12,1 cd 6,9 c 15,2 abc 19,2 a 12,8 bc 13,9 ab 15,5 abc 9,7 bc 17,3 ab 6,3 c 13,4 bc 11,3 15,1 32,35 18,61 Total acumulado 38,6 20,5 23,8 33,5 31,2 28,4 20,9 28,1 - Médias seguidas da mesma letra, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Duncan a 5% de probabilidade. (1) Aplicação de regulador de crescimento. Considerações finais Geralmente, com o aumento da densidade de plantio, comparando com a densidade padrão de 666 árvores por hectare, aumentou a produção acumulada na mesma unidade de área. Referências EBERT, A.; RAASCH, Z.S. Condução da macieira em sistemas de baixa e alta densidade. 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Anais... Caçador: Epagri, 2007. p.195-201. PEREIRA, A.J.; PETRI, J.L. Poda e condução da macieira. In: A cultura da macieira. Florianópolis: Epagri, 2006, p.391-418. WINTER, F. Modelling the biological and economic development of an apple orchard. Acta Horticulturae, Wageningen, n.160, p.353-360, 1986. 116 An overview of the apple-tree cultivation in South Tyrol, Northern Italy: actual and future technical solutions Marco Bietresato33, Toni Unterhofer34 and Fabrizio Mazzetto35 Abstract Alto Adige/South Tyrol (AA/ST) is a territory placed in Northern Italy (alpine area) and, administratively, corresponds to the autonomous province of Bolzano. Apple-tree cultivation is a traditional activity of that area and it is economically important both at the local scale (18,000ha and 7,000 family farms) and at the national level: the apple production of AA/ST together with the neighbouring area of Trentino accounted for 67.3% of the Italian production in 2010 (ISTAT, 2011), and Italy was the 2nd biggest European producer of apples in 2011, with 2,212,000 tons (FAO, 2012). Despite the high fragmentation of land ownership that characterizes the region (average farm size: 2.5ha.farm-1), in recent decades, a far-sighted policy of subsidies to agriculture has allowed the acquisition and the diffusion among the farmers of the most recent technologies, raising the productivity and the profitability of the sector. In addition, thanks to a precise coordination of producers in consortia and to the presence of several research and experimentation institutes (e.g., Laimburg), the same area has recently raised to the leading producers of apples in the international scenario, obtaining also in 2005 the European quality label of “Protected Geographical Indication – PGI” (IGP in Italian) for eleven varieties cultivated there, then marketed under the same brand “Mela Alto Adige IGP”. The modernization of agriculture and, in particular, of the apple-tree cultivation in AA/ST, still in progress, involves: all the operations necessary to the productive cycle of apples (from apple-tree transplanting to fruit-picking), all involved machines (from machines for pruning to machines for distributing plant-protection products), all the technical systems (mechanical, electronic, mechatronic) and all the technologies equipping these machines (from powergeneration systems, to sensors, actuators and geo-positioning systems). This innovation process has significant impacts on the territory and on the farms also to an organizational/managerial and environmental level and is leading to a change in the outlook. The definition of “agricultural mechanization”, originally involving only the partial or total replacement of physical/human labour by machines (i.e., with an exclusive focus on labour and technology issues), should therefore be completely revised in a more general and inclusive point of view, then including four distinct but integrated competence areas: technology and labour, but also enterprise and environment. Although the agricultural mechanization concerns always the generation of mechanical power, it now comprises also the automated management of human 33 34 35 Free University of Bozen-Bolzano, Faculty of Science and Technology (F.S.T.), Piazza Università 5, I-39100 Bolzano (BZ), Italy, fone: 39-0471-017181, e-mail: [email protected]. Free University of Bozen-Bolzano, Faculty of Science and Technology (F.S.T.), e-mail: [email protected]. Free University of Bozen-Bolzano, Faculty of Science and Technology (F.S.T.), e-mail:[email protected]. 117 and material resources, as well as of power and information flows, thus including the feedbackcontrol of technical systems through sensors and actuators (precision agriculture), the data collection and processing (monitoring system, farm information systems) and the automation of farming operations (remote controls, robotics). Keeping in mind the focuses illustrated above, this presentation will give an overview of the solutions currently adopted in the apple-tree cultivation in AA/ST, highlighting the benefits they brought and their possible future developments. This work will illustrate, for example: automatic guidance systems, fruit-harvesting platforms (eventually electrically-driven), sprayers with drift-containment systems but also farm information systems. Keywords: Agricultural mechanisation; apple-tree cultivation; Alto Adige/South Tyrol (Italy); technical solutions and information systems for farms. Sommario L’Alto Adige è un territorio dell’Italia Settentrionale (area alpina) corrispondente, dal punto di vista amministrativo, alla provincia autonoma di Bolzano. In questo territorio la coltivazione delle mele è un’attività tradizionale ed economicamente importante sia a livello locale (18000 ha e 7000 aziende familiari), sia a livello nazionale: la produzione dell’Alto Adige e del vicino territorio del Trentino è stata il 67.3% della produzione italiana nel 2010 (ISTAT, 2011) e l’Italia è stato il 2° produttore europeo di mele nel 2011 (FAO 2012). Nonostante la grande frammentazione della proprietà fondiaria che caratterizza il territorio (dimensione media degli appezzamenti aziendali: 2,5 ha/azienda), una lungimirante politica di incentivazione dell’agricoltura ha permesso negli ultimi decenni l’acquisto e la diffusione tra i coltivatori delle più recenti tecnologie, elevando la produttività delle coltivazioni e la redditività del comparto. Inoltre, grazie ad un preciso coordinamento dei produttori in consorzi e alla presenza di diversi istituti di ricerca e sperimentazione (ad es.: Laimburg), lo stesso territorio si è recentemente imposto a livello internazionale tra i principali territori produttori di mele, ottenendo inoltre nel 2005 il marchio di qualità europeo di “indicazione geografica protetta” (IGP) per undici varietà coltivate là, commercializzate quindi con lo stesso marchio “Mela Alto Adige IGP”. La modernizzazione dell’agricoltura e, in particolare, della coltivazione del melo in Alto Adige, tuttora in atto, sta interessando tutte le operazioni del ciclo di produzione delle mele (dalla piantumazione dei meli alla raccolta dei frutti), tutte le possibili macchine coinvolte (da quelle impiegate per la gestione della chioma a quelle utilizzate per la distribuzione di prodotti fitosanitari), tutti i sistemi tecnici (meccanici, elettronici, meccatronici) e tutte le tecnologie di queste (dai sistemi di generazione della potenza, ai sensori, agli attuatori e ai sistemi di geoposizionamento). Le ripercussioni d tale processo di innovazione sono quindi importanti anche a livello organizzativo/gestionale nonché ambientale e stanno portando ad un cambiamento di 118 prospettiva. Il concetto di “meccanizzazione agricola”, che nel suo significato originario riguardava sostanzialmente la parziale o totale sostituzione del lavoro fisico umano ad opera di macchine (quindi con un focus esclusivo sul lavoro e sulle tecnologie), dovrebbe quindi essere completamente rivisto in un’ottica più generale ed inclusiva, a comprendere quindi quattro ambiti distinti ma integrati tra loro: le tecnologie e il lavoro, ma anche l’impresa e l’ambiente. Sebbene esista sempre la componente di generazione della potenza meccanica, la meccanizzazione dell’agricoltura ora comprende anche la gestione automatizzata delle risorse umane e materiali, dei flussi di potenza e dei flussi di informazioni, includendo quindi il controllo retroazionato dei sistemi tecnici ad opera di sensori ed attuatori (agricoltura di precisione), la raccolta e l’elaborazione dei dati acquisiti (monitoraggio, sistemi informativi aziendali), arrivando quindi all’automazione delle operazioni colturali (teleoperazione, robotica). Nell’ottica appena illustrata, nel presente lavoro si darà quindi una panoramica delle soluzioni correntemente adottate nella coltivazione del melo in Alto Adige, mettendo in evidenza i vantaggi che esse hanno portato e i loro possibili futuri sviluppi; si parlerà quindi di sistemi di guida automatica, di macchine agevolatrici per la raccolta frutta, anche con trazione elettrica, di atomizzatori con sistemi di contenimento della deriva ma anche di sistemi gestionali per le aziende agricole. Parole chiave: Meccanizzazione agricola; coltivazione del melo; Alto Adige (Italia); soluzioni tecniche e gestionali per aziende agricole. 119 Adaptação do sistema produtivo: o pomar do futuro José Luiz Petri36 Introdução A produção de frutas de qualidade é o produto da complexa interação entre o manejo do solo, da planta e da influência dos fatores ambientais, e seu correto entendimento poderá levar ao aumento de produtividade e da qualidade dos frutos. O adequado entendimento da fisiologia das plantas também aumenta a compreensão acerca da necessidade de realização das práticas culturais, o que é de extrema importância para sua tomada de decisão. Com o correto gerenciamento das diversas práticas culturais é possível regularizar a colheita e a qualidade da fruta. A correlação entre produtividade e qualidade da fruta está principalmente relacionada com o desenvolvimento das tecnologias que vêm sendo geradas pela pesquisa nos últimos anos. Contudo, essas tecnologias são direta ou indiretamente afetadas pelas condições ambientais, como solo, temperatura, chuvas, umidade relativa, que poderão dar o diferencial em uma determinada região. Nos últimos anos a cultura da macieira no Brasil passou por grandes transformações, que levaram a significativos aumentos de produtividade. A sustentabilidade da cultura da macieira ao longo dos anos foi conseguida com a introdução de importantes tecnologias que permitiram avanços na produtividade e qualidade da fruta. Essas tecnologias sustentam o crescimento da cultura da macieira de maneira que, em 40 anos, o Brasil foi capaz de tornar-se autossuficiente, abastecendo o mercado de norte a sul do país e abrindo mercado de exportação em diversos países. A grande transformação mundial dos pomares foi passar da baixa densidade para a alta densidade de plantio com copas estreitas, mas, no futuro, questões comerciais exigirão novas tecnologias que reduzam a necessidade de mão de obra e, consequentemente, minimizem a necessidade das intervenção braçal. No Brasil podemos citar a densidade de plantio, que passou de 550 a 600 plantas.ha-1 na década de 1970 para 2.500 a 3.500 plantas.ha-1 atualmente. Nos últimos anos, um novo componente tornou-se fundamental para o sucesso na cultura da macieira: a elevada demanda por mão de obra, visto que a oferta de força de trabalho no campo está estagnada ao mesmo tempo que mais pomares são implantados. Portanto, é necessário reavaliar a realização de algumas práticas culturais bem como a possibilidade de mecanizá-las. A elevada demanda de mão de obra, que deverá agravar-se a cada ano, poderá motivar os produtores a fazer uma “reengenharia”, com o objetivo de aumentar o rendimento e aperfeiçoar os recursos humanos e econômicos disponíveis. A fruticultura tem sido um dos mais adiantados setores da agricultura, contudo continua evoluindo especialmente no desenvolvimento de novas tecnologias de produção e marketing. Portanto, é essencial que tais mudanças ocorram ordenadamente e em velocidade compatível 36 Engenheiro-agrônomo, M.Sc., Epagri/Estação Experimental de Caçador, Rua Abílio Franco, 1500, C.P. 591, 89500-000 Caçador, SC, fone: (49) 3561-2000, e-mail: [email protected]. 120 com o crescimento e dinamismo da cadeia produtiva. Não podemos prever o futuro, mas podemos prever alguns setores que deveremos adaptar para os futuros pomares. A seguir, serão apresentados alguns itens que deverão ser revistos no pomar do futuro. 1 O Agronegócio O agronegócio da maçã localiza-se no Sul do Brasil, envolvendo seus três estados, notadamente nas suas regiões mais frias, destacando-se a região de Vacaria, no Rio Grande do Sul, São Joaquim e Fraiburgo, no estado de Santa Catarina, e de Palmas, no estado do Paraná. Atualmente, a cultura da macieira está expandindo-se para outras regiões, incluindo algumas não tradicionais no cultivo de frutas de clima temperado. Em uma área plantada de 38,5 mil hectares, a produção brasileira de maçã foi de 1,34 milhão de toneladas no ano agrícola 2011/12 (Epagri, 2013). O volume da safra brasileira pode ser considerado expressivo se levarmos em conta que nos anos 1970 a produção nacional praticamente inexistia (Kreuz & Bernardi, 1986). Observa-se que o Brasil, em 40 anos, passou de país importador à autossuficiência, sendo o ano de 1998 um importante marco, pois o Brasil passa ao status de país exportador. Nessa atividade estão envolvidos mais de 3 mil produtores, gerando em torno de 150 mil empregos diretos e indiretos. Com o desenvolvimento da cultura da macieira, agregou-se a cadeia do frio e, atualmente, a capacidade estática de armazenagem em atmosfera convencional e modificada é de 705 mil toneladas. Com o crescimento da cultura da macieira, houve evolução tecnológica que se refletiu no aumento de produtividade e qualidade, porém novos enfoques deverão ser vislumbrados para o futuro, visando manter a atividade atrativa economicamente. 2 Produção de mudas No final da década de 1970, foi constatado que as plantas de macieira apresentavam reduzido crescimento, principalmente as do cv. Gala, sendo posteriormente diagnosticado que tanto os porta-enxertos como o material de copa estavam altamente infectados por viroses. No cv. Gala, a incidência do vírus lenho-mole (Apple rubbery wood) foi observada em 75% das plantas, comprometendo o plantio desse cultivar naquela época. Com o propósito de disponibilizar material livre de vírus, foram importados da Estação Experimental de East Malling, na Inglaterra, material copa e porta-enxerto dos principais cultivares, os quais foram multiplicados e distribuídos pela Empasc aos viveiristas. Esse material propiciou maior desenvolvimento das plantas e consequente aumento de produtividade, de 25% a 50%. Essa melhoria na condição sanitária do material genético viabilizou a utilização de porta-enxertos ananizantes, o que permitiu o aumento da densidade de plantio. A qualidade fitossanitária da muda é um dos fatores mais importantes na lucratividade de um pomar, pois se refletirá durante a vida produtiva do pomar, podendo ser um dos principais fatores que reduzem a produtividade. Uma das grandes evoluções dos últimos anos é a produção 121 de mudas pré-formadas para plantios em sistemas de alta densidade. Essas mudas possuem galhos e esporões já formados no viveiro, estando aptas a entrar precocemente em produção, além de permitirem a redução dos trabalhos de arqueamento e poda. 3 Porta-enxertos A escolha do porta-enxerto é um dos fatores que mais geram duvida ao produtor, visto que está fortemente ligada à escolha da densidade de plantio e ao sistema de condução. No Brasil, o início do plantio de pomares comerciais foi realizado com o porta-enxerto MM106, o qual se mostrou muito suscetível à podridão do colo (Phythophtora cactorum) (Boneti et al., 1999). Em consequência, foram buscadas alternativas, como o M7 e Marubakaido, sendo o primeiro suscetível ao pulgão-lanígero (Eriosoma lanigerum) e a rebrotações no colo das plantas, e o segundo muito vigoroso, porém com muita rusticidade e adaptação aos solos de baixa fertilidade, permitindo seu plantio sem tutoramento. Outros porta-enxertos foram introduzidos, como MM111 e MI793, os quais não tiveram sucesso devido a seu excessivo vigor. Para a redução do vigor e a indução à precocidade de frutificação, com a utilização do Marubakaido, foi desenvolvida e adotada a tecnologia do interenxerto, com M9. Com os plantios em alta densidade na década de 1990, foi introduzido nos novos plantios o M9, um porta-enxerto ananizante que induz frutificação precoce. Embora apresente alta produtividade, o M9 necessita de um sistema de tutoramento, o que aumenta o custo de implantação, bem como a adequação dos níveis de fertilidade e acidez do solo de forma mais atenta. Dos novos porta-enxertos desenvolvidos, destacam-se os da série americana Geneva, que apresentam características agronômicas adequadas para o plantio no Brasil, tais como capacidade de induzir melhor brotação à copa (Denardi et al., 2012), fator importante para as regiões com menos de 1.200 metros de altitude. Segundo Cummins e Aldwncle (1983), a série Geneva apresenta indução de alta precocidade de frutificação, resistência às principais doenças e pragas de solo, facilidade de propagação pelos métodos convencionais, ausência de rebrotações e burrknots, boa compatibilidade de enxertia com a copa e boa capacidade de sustentação da copa. Tais características foram confirmadas por Fazio et al. (2013), acrescentando ainda modificações da arquitetura de ramos e raízes, tolerância ao replantio e aumento da produtividade. Os porta-enxertos ananizantes G.213 e G.202 e o semiananizante G.210 poderão ser utilizados nos futuros plantios. 4 Cultivares O sucesso com a cultura da macieira no Brasil está ligado aos avanços tecnológicos que acompanharam a cultura. Um dos principais fatores a considerar nesse sucesso são os cultivares utilizados. Nos primeiros plantios foram utilizados os cvs. Golden Delicious, Starkimson, Blackjon e Melrose. Entretanto, eles foram rapidamente substituídos por ‘Gala’ e ‘Fuji’, as quais despontavam em nível internacional como cultivares promissores. Atualmente, representam 14,89% e 7,20% da 122 produção mundial respectivamente. Estima-se que em 2020 estarão na terceira colocação em volume mundial de produção. No Brasil, os grupos de Gala e de Fuji representam em torno de 60% e 30% da produção respectivamente. Já a partir do início da década de 1980, foram introduzidos clones destes cultivares, com melhor coloração: Royal Gala, Imperial Gala, Maxi Gala, Brookfield, Fuji Suprema, Fuji Seleta e Mishima, que possibilitaram viabilizar a exportação e, assim, atender às exigências de consumo do mercado externo. Para as regiões com pouco frio destaca-se o cv. Eva, que é comercializado nos meses de dezembro e janeiro. Novos cultivares oriundos dos trabalhos de melhoramento genético, como Daiane e Monalisa, vêm sendo introduzidos, porém ainda representam menos de 5% da área plantada. É indiscutível a necessidade da ampliação do número de cultivares utilizados no Brasil para que seja possível realizar o escalonamento de colheita com consequente melhor utilização da mão de obra. Além disso, os atuais cultivares plantados também apresentam problemas de adaptação em grande parte das regiões produtoras, além de serem suscetíveis à sarna e à mancha de glomerela. Novos cultivares com resistência a doenças deverão facilitar o desenvolvimento de sistemas de cultivo agroecológico com consequente redução no uso de agroquímicos. 5 Introdução e adaptação de métodos de plantio de macieira em alta densidade No início da década de 1970, os primeiros plantios foram conduzidos no sistema de Taça, com densidade de plantio de 550 a 800 plantas.ha-1. Com o uso de material genético livre de vírus, porta-enxertos ananizantes, interenxertos e sistema de condução em líder central foi possível utilizar altas densidades de plantio, com espaçamentos de 3,5 a 4,5m x 0,8 a 1,5m com um estande de planta de 1.500 a 3.500 plantas.ha-1. Sendo assim, a aplicação dessa tecnologia proporcionou aumento da produção por unidade de área, precocidade na entrada em frutificação, redução da utilização de mão de obra no manejo de pomares e, consequentemente, aumento da rentabilidade do agronegócio da maçã. A utilização dessas tecnologias de manejo de pomares pode ser considerada um dos maiores avanços na cultura da macieira em relação ao seu início no Brasil. O aumento da densidade de plantio é um dos fatores mais importantes no aumento da produtividade, o que foi possível com os porta-enxertos ananizantes. Essa tecnologia está bem desenvolvida na cultura da macieira, porém as demais fruteiras de clima temperado também já estão em desenvolvimento, pois essa tendência é irreversível. Nas Tabelas 1 e 2 é possível observar a influência da densidade de plantio no aumento da produtividade. Nos novos plantios será necessária a preocupação não somente com a densidade de plantio, mas também com formas de condução de copa estreita que facilitem os trabalhos de poda e colheita e, assim, possibilitem a melhoria de qualidade da fruta. Afora esses aspectos, a uniformidade das plantas no pomar torna-se fundamental para o aumento de produtividade, pois com a identificação do percentual de plantas com produção abaixo da média é possível corrigir tal problema (Figura 1). 123 -1 Tabela 1. Influência da densidade de plantio sobre a produtividade (t.ha ) do cultivar Royal Gala/M9 em São Joaquim. Caçador, SC, 2014 Espaçamento 4,0 x 0,5m 4,0 x 1,0m 4,0 x 1,5m o 2 ano 23,8 23,9 12,7 o 3 ano 45,4 29,5 22,9 o 4 ano 57,0 42,9 34,5 o 5 ano 48,4 42,5 31,4 o 6 ano 61,6 53,4 40,8 o 7 ano 56,3 41,8 37,8 o 8 ano 43,8 38,7 28,9 o 9 ano 61,4 41,5 37,9 o 10 ano 81,2 68,0 49,6 Fonte: Pereira (2007). -1 Tabela 2. Influência da densidade de plantio sobre a produtividade (t.ha ) do cultivar Fuji/M9 em São Joaquim. Caçador, SC, 2014 Espaçamento 4,0 x 0,5m 4,0 x 1,0m 4,0 x 1,5m o 2 ano 33,3 21,3 12,4 o 3 ano 62,2 50,2 41,4 o 4 ano 51,4 44,1 26,5 o 5 ano 62,3 49,9 41,2 o 6 ano 84,2 71,6 52,8 o 7 ano 71,7 65,6 52,4 o 8 ano 68,1 62,2 59,4 o 9 ano 89,3 68,5 58,9 o 10 ano 111,0 93,5 70,6 Fonte: Pereira (2007). Figura 1. Variabilidade de produção em pomar de macieira cv. Gala. Fraiburgo,SC, 2014 6 Desenvolvimento da tecnologia de raleio37 químico Esta tecnologia gera grande impacto na fruticultura brasileira, uma vez que o raleio químico reduz consideravelmente a necessidade mão de obra e, consequentemente, o custo de produção. Além do aspecto econômico, pomares tratados com agentes químicos de raleio tendem a produzir frutas de melhor qualidade, com aumento do peso médio dos frutos e maior regularidade de produção, evitando-se a alternância de produção. 37 Nota do revisor: Apesar de o termo dicionarizado ser “raleamento”, é comum na literatura agrícola o termo “raleio”. 124 7 Uso de reguladores de crescimento O uso de substâncias reguladoras de crescimento é importante no manejo do pomar visando melhorar a qualidade dos frutos, manter a regularidade da produção, promover o aumento do calibre e melhorar a forma dos frutos, incrementar a frutificação efetiva, reduzir a incidência de russeting, reduzir o excesso de frutos, melhorar a coloração dos frutos, controlar a queda de frutos na pré-colheita e controlar o crescimento das plantas. Com esses objetivos em conjunto, seu uso contribuirá para a redução da necessidade de mão de obra. Um exemplo do avanço no uso de reguladores de crescimento é o escalonamento da colheita do cv. Gala. O uso de reguladores de crescimento que retardam a maturação dos frutos em até 25 dias permite também racionalizar o uso da mão de obra, reduzir o número de repasses na colheita, aumentar o calibre dos frutos e melhorar potencial de armazenagem do cultivar. O controle do crescimento das plantas possibilita importantes benefícios aos produtores de maçã, reduzindo mão de obra de poda e melhorando a eficiência dos tratamentos fitossanitários. Nesse contexto, a aplicação de reguladores de crescimento mostra-se eficiente e deverá ser incorporada ao sistema de produção das fruteiras de clima temperado. 8 Mecanização Uma das principais demandas dos produtores do setor está voltada para o desenvolvimento de pesquisas que possibilitem a obtenção de máquinas capazes de aumentar a eficiência das diversas atividades de manejo nos pomares. Embora a completa mecanização do pomar seja uma tarefa difícil, algumas atividades, como poda, raleio e colheita, podem ter redução de suas atividades manuais. Como exemplos de equipamentos que reduzem o uso de trabalhos braçais podemos citar plataformas de colheita, carrinho de transporte de bin, plantadeira de mudas, roçadeira trituradora, tesouras de poda elétrica e pneumáticas. As plataformas deverão ser introduzidas mesmo na pequena propriedade para os trabalhos de poda, raleio e colheita, substituindo o uso de escadas de colheita, proporcionando maior eficiência dos trabalhos, diminuindo os custos de mão de obra e, consequentemente, ampliando a rentabilidade da atividade. Com a mecanização, pode-se fazer mais com a mesma quantidade de pessoas. 9 Produção integrada e certificação O programa de produção integrada de maçã (PIM) foi pioneiro no Brasil. Seu desenvolvimento foi iniciado em 1996, e já no ano agrícola 2002/03 foi implantado o sistema de certificação, com adesão voluntária junto às entidades certificadoras (Fioravanço, 2009). Atualmente, na região Sul, aproximadamente 60% da área cultivada com macieira adota esse sistema (Anuário, 2008). A PIM foi o primeiro sistema a desenvolver as normas e a obter a certificação oficial do Ministério da Agricultura, tendo sido ampliado para outras culturas. Além desse sistema, os produtores adotam outros sistemas de certificação, como Global Gap. Isso permite não só a 125 rastreabilidade da fruta mas também a segurança ao consumidor, pois seguidores desses sistemas somente utilizam produtos registrados para a cultura, produzido frutos com garantia da isenção de resíduos químicos acima dos limites permitidos. A PIM permitiu ao Brasil atingir um novo patamar de produção, com foco na melhoria da qualidade, segurança alimentar e preservação do meio ambiente (Mello, 2004). A tendência é que o produtor deverá adaptar-se a um sistema de certificação que assegure uma fruta com rastreabilidade, sendo também o produtor obrigado a utilizar técnicas que levem aos princípios da sustentabilidade. 10 Fatores climáticos Mudanças climáticas podem estar ocorrendo e temos observado temperaturas anormais e outros eventos climáticos com reflexos negativos na produção de frutas. A proteção das adversidades climáticas, como cobertura antigranizo, prevenção e controle de geadas e monitoramento climático para manejo de pragas e doenças deverão ser incorporados aos sistemas de produção. Referências ANUÁRIO BRASILEIRO DA FRUTICULTURA 2008. Rede protetora. Santa Cruz do Sul: Gazeta, 2008. p.44-45. BONETI, J.I.S.; RIBEIRO, L.G.; KATSURAYAMA, Y. Manual de identificação de doenças e pragas da macieira. Florianópolis: Epagri, 1999. 149p. CUMMINS, J.N.; ALDWINCKLE, H.S. Apple rootstock breeding. In: JANICK, J. Plant breeding reviews. Westport: Avi Publishing Co. 1983. 297p. DENARDI, F.; KVITSCHAL, M.V.; BASSO, C.; SCHUH, F.S.; MANENTI, D.C.; VEZARO, D. Efeito de portaenxertos na indução de brotação à copa da cultivar de macieira Monalisa. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE FRUTICULTURA, 22., 2012, Bento Gonçalves, RS. Anais... Bento Gonçalves: Embrapa Uva e Vinho, 2012, p.3432-3435. FIORAVANÇO, J.C. Maçã brasileira: Da importação à auto-suficiência e exportação - A tecnologia como fator determinante. Informações Econômicas, SP, v.39, n.3, pp.56-67. Mar. 2009. FRAZIO, G.; ALDWINCKLE, H.; ROBISON, T. Unique characteristics of Geneva apple rootstocks.In: ENCONTRO NACIONAL SOBRE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO, 13., 2013, Fraiburgo. Anais... Caçador: Epagri, v. 1 (palestra), 2013. p.1-10. ICEPA. Síntese anual da agricultura de Santa Catarina – 2012/2013. Florianópolis, SC: Instituto Cepa, 2013. 178p. KREUZ, C.L.; BERNARDI, J. História e importância da macieira. In: Manual da Cultura da Macieira. Florianópolis: Epagri, 1986. 562p. MELLO, L.M.R. de. Produção e mercado brasileiro de maçã. Bento Gonçalves: Embrapa Uva e Vinho. (Comunicado Técnico, 50). 2004. PEREIRA, A.J. Efeito dos porta-enxertos M.9 e M.26, na densidade de plantio da macieira, cvs. Royal Gala e Fuji. In: ENCONTRO NACIONAL SOBRE FRUTICULTURA DE CLIMA TEMPERADO, 10., 2007, Caçador, SC. Anais... Caçador: Epagri, 2007. p.195-201. 126 Resumos dos pôsteres 127 1 EFEITO DA CONCENTRAÇÃO DE ERGER ® NA INDUÇÃO DA BROTAÇÃO DE MACIEIRAS ‘MAXIGALA’ E ‘FUJI SUPREMA’. COUTO, M.; PETRI, J.L.; GABARDO, G.C.; FRANCESCATTO, P.; FENILI, C. Epagri/Estação Experimental de Caçador. Rua Abílio Franco, 1500, C.P. 591, 89500-000 Caçador, SC. [email protected] Objetivou-se adequar a concentração de Erger ® para promover a indução da brotação em macieiras. O experimento foi conduzido em pomar experimental no município de Caçador, SC, nos ciclos 2012/13 e 2013/14. Usaram-se plantas de ‘MaxiGala’ e ‘Fuji Suprema’ com 7 anos de idade sobre o interenxerto Marubakaido/M-9. O delineamento experimental foi em blocos casualizados, com oito tratamentos e cinco repetições, compostas por uma planta. Os tratamentos foram: testemunha; Nitrato de cálcio [Ca(NO3)2] 3%; Assist® 3,5% + Dormex® 0,7%; Erger® 1% + Ca(NO3)2 3%; Erger® 2% + Ca(NO3)2 3%; Erger® 3% + Ca(NO3)2 3%; Erger® 4% + Ca(NO3)2 3%; Erger® 5% + Ca(NO3)2 3%. Avaliou-se a fenologia, a brotação de gemas axilares e terminais (%) e a frutificação efetiva (%). No ciclo 2012/13, para ambos os cultivares, observaram-se em todos os tratamentos percentuais de brotação de gemas axilares e terminais superiores aos da testemunha, à exceção do tratamento somente com Ca(NO 3)2 3%, que não diferiu da testemunha. Já a frutificação efetiva foi menor, em comparação com a testemunha, para todos os tratamentos. Os resultados obtidos no ciclo 2013/14 foram similares aos obtidos no ciclo anterior. Vale salientar, que de forma geral, a partir da concentração de Erger ® 3% + Ca(NO3)2 3,0% obtiveram-se respostas na brotação de gemas axilares e terminais(%) similares às do tratamento de Assist ® 3,5%+Dormex® 0,7%. 2 CONTROLE DE MOSCAS-DAS-FRUTAS (Anastrepha fraterculus; DIPTERA, TEPHRITIDAE) POR ISOLAMENTO TOTAL DE POMAR COM TELA SINTÉTICA. ¹NORA, I.; ²VALMORBIDA, E. ¹Epagri/Estação Experimental de Caçador, Rua: Abílio Franco, 1500, C.P. 591, 89500-000 Caçador, SC. ¹[email protected]; ²Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel/Universidade Federal de Pelotas, C.P. 354, 96010-900 Pelotas, RS O cultivo da macieira é uma atividade relevante no sul do Brasil. A mosca-das-frutas é a principal praga da cultura e afeta a cultura todos os anos. Com o objetivo de desenvolver uma tecnologia racional de controle da praga, executou-se a cobertura total de um pomar comercial de macieiras (250 plantas adultas). Utilizou-se, na cobertura: tela branca clarite 1003, malha de 1,5mm; na lateral: tela clarite citros, branca malha de 1mm, fixada a 4m acima do solo. A disposição da cobertura foi do tipo espaldeira dotada de elásticos (Styka), que permitem abertura e fechamento automáticos da tela, possibilitando a descarga de neve ou granizo. Os dados são preliminares, entretanto já foi possível constatar que a mosca não ultrapassa a tela. Portanto, os frutos não são danificados por ela. Com essa perspectiva, os agrotóxicos impactantes podem ser dispensados do programa de controle da praga. Além de dípteros, outros artrópodes da Coleoptera, Lepidoptera, Hemiptera, Hymenoptera e aves, quadrúpedes, granizo e neve são controlados com esse tipo de proteção. Assim, é possível produzir alimentos com menos agrotóxicos e com menor custo de produção. Essa é uma tecnologia ambiental e economicamente viável para hortifrutigranjeiros de pequeno porte, cooperativas ou para megaempresas. Financiador: Fapesc. 128 3 FORMAS DE K EM SOLO CULTIVADO COM CABERNET SAUVIGNON E SUBMETIDO À ADUBAÇÃO POTÁSSICA. CIOTTA, M.N.; CERETTA, C.A.; BRUNETTO, G.; NAVA, G.; MARCHEZAN, C. Universidade Federal de Santa Maria, Av. Roraima, 1000, Camobi, Santa Maria, RS, e-mail: [email protected] A adubação potássica e o cultivo de videiras podem alterar as formas de potássio (K) no solo. O trabalho objetivou avaliar as formas de K em solo cultivado com Cabernet Sauvignon e submetido à adubação potássica. O experimento foi realizado em um vinhedo instalado em 2010 em São Joaquim, SC. Os tratamentos foram cinco doses de fertilizante potássico (0, 50, 100, 150 e 200kg K 2O.ha-1.ano-1). Nos anos agrícolas 2010/11, 2011/12 e 2012/13, foram coletadas amostras de solo na camada de até 20cm, preparadas e submetidas à análise de K trocável extraído por Mehlich1, K não trocável extraído por HNO31N fervente, e o K total, extraído por HF concentrado. Nos três anos, os teores de K trocável, não trocável e total aumentaram linearmente com o aumento das doses de K aplicadas no solo. O maior teor de K extraído por Mehlich1 e por HNO 3 no solo sem a aplicação de fertilizante potássico e com a adição de 50kg.ha-1 de K2O foi observado na safra de 2010/11, comparativamente ao ano 2011/12 e 2012/13. O K total foi maior no ano 2012/13, com a adição de 150 ou 200kg.ha-1 de K2O. A diminuição ao longo das safras do K trocável e não trocável sem adição do fertilizante potássico ou com a adição de 50kg.ha-1 de K2O.ano-1 ocorreu porque as videiras absorveram K do solo, e o nutriente foi exportado do vinhedo pelos cachos de uva e restos de poda. 4 SISTEMA DE CONDUÇÃO ESPALDEIRA APRESENTA MENOR INTENSIDADE DE MÍLDIO DA VIDEIRA (Plasmopara viticola) NA VARIEDADE CABERNET SAUVIGNON EM SÃO JOAQUIM, SC. DE BEM, B.P.; GONÇALVES, M.J.; ALLEBRANDT, R.; DELLA BRUNA, D.; BOGO, A. Udesc/CAV/Departamento de Fitopatologia, Lages, SC, e-mail: [email protected] Regiões de elevada altitude em Santa Catarina vêm-se destacando pela produção de vinhos finos de alta qualidade. O míldio da videira é uma das principais doenças que afetam o cultivo de uvas Vitis vinifera na região. O objetivo do trabalho foi determinar o efeito dos sistemas de condução manjedoura e espaldeira no controle do míldio na variedade Cabernet Sauvignon. O experimento foi realizado em vinhedo comercial localizado no município de São Joaquim, SC, no ciclo 2012/13. O delineamento experimental foi em blocos ao acaso, com três blocos e quatro repetições. A parcela experimental constituiu-se de 25 folhas, ramos e cachos avaliados aleatoriamente. A severidade da doença foi avaliada pela escala diagramática após o surgimento do primeiro sintoma em condições de infecção natural, com intervalos de 15 dias. Com os dados obtidos foram calculados: a área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD), o tempo para atingir a máxima incidência e severidade da doença (TAMID e TAMSD), o início do aparecimento dos sintomas (IAS) e o valor máximo da severidade da doença (ymax). As plantas conduzidas em espaldeira apresentaram menores valores de AACPD, com decréscimo da severidade da doença de 19,3% em relação ao sistema em manjedoura. Quanto ao TAMID, ao TAMSD, ao IAS e ao ymax não houve diferenças estatísticas. O sistema de condução em espaldeira apresentou menor intensidade de míldio da videira em São Joaquim, SC. 129 5 INFLUÊNCIA DA APLICAÇÃO DE THIDIAZURON SOBRE OS TEORES MINERAIS EM POLPA DE MAÇÃ ‘DAIANE’. SCHVEITZER, B.; PETRI, J.L.; COUTO, M.; GABARDO, G.C. Epagri/Estação Experimental de Caçador, Rua Abílio Franco, 1500, C.P. 591, 89500-000 Caçador, SC, e-mail: [email protected] O uso de reguladores de crescimento com ação de citocininas aplicados na floração da macieira pode aumentar a frutificação efetiva. Nesse sentido, o regulador de crescimento Thidiazuron (TDZ) apresenta ação direta no aumento da frutificação efetiva, no tamanho e na forma dos frutos. A composição nutricional dos frutos, especialmente o teor de Ca e as relações N/Ca, K/Ca e K + Mg/Ca, influi na capacidade de conservação dos frutos e na ocorrência de distúrbios fisiológicos durante sua armazenagem e comercialização. O objetivo do trabalho foi verificar a influência da aplicação de TDZ nos teores minerais de polpa fresca da maçã ‘Daiane’. Foi estudado o efeito de concentrações de 5, 10, 15, 20 e 25ppm, aplicado no estádio E2 a F2 e 10ppm+10ppm no estádio E2 e F2 respectivamente. Avaliaram-se fatias longitudinais, cunha inteira e cunha da porção calicinar da fruta. Foram determinados os teores dos minerais N, P, K, Ca, Mg e suas relações na polpa fresca de frutos. Com os resultados da análise nutricional obtidos, observou-se que as concentrações de TDZ não tiveram efeito sobre os teores nutricionais da polpa dos frutos, exceto para P e Ca. Entretanto, na amostra da parte inferior do fruto, observou-se diferença em todos os teores minerais, à exceção do N, e apenas a relação N/Ca foi influenciada pelas concentrações de TDZ. Aplicações de TDZ não alteram o potencial de armazenamento dos frutos da macieira ‘Daiane’. 6 INFLUÊNCIA DA APLICAÇÃO DE ÁCIDO ABSCÍSICO SOBRE A SENESCÊNCIA DE FOLHAS DA MACIEIRA. ESPERANÇA, C.F.; PETRI, J.L.; GABARDO, G.C.; SCHVEITZER, B.; RUFATO, A. Mestranda em Produção Vegetal, Udesc/CAV, Lages, SC, e-mail: [email protected] A macieira necessita que ocorra a queda das folhas no outono para iniciar o novo ciclo na primavera. Em regiões de outono e inverno amenos, os processos de maturação e queda das folhas das macieiras são retardados, podendo não ocorrer. Pela diversidade de clima para cultivo da macieira, há sempre dúvida se a desfolha deve ou não ser feita e se existe alguma influência na brotação e no conteúdo de reservas nutricionais da planta para o início do ciclo seguinte. O objetivo foi determinar os efeitos da aplicação exógena de ácido abscísico (ABA) antes da queda das folhas em macieiras ‘Fuji Suprema’ e ‘Daiane’. Foram avaliadas senescência das folhas, concentração de nitrogênio, carbono, relação C/N em ramos e gemas, brotação das gemas, porcentagem de matéria seca e produção de frutos. Utilizaram-se as doses de 0,75, 1.500ml.L-1, 750 + 750ml.L-1 e 1.500 + 1.500ml.L-1 de ABA. Os resultados indicam a entrada em senescência das folhas com o uso de ABA, observada 7 dias após a aplicação, com elevado percentual de queda de folhas em relação ao tratamento controle. Todas as doses de ABA desfolharam mais de 95% aos 60 dias após a aplicação, enquanto na testemunha foi inferior a 60%. A relação C/N nos ramos e nas gemas não foi alterada, bem como as demais variáveis observadas. Conclui-se que o ABA é eficiente na indução da senescência de folhas de macieira em condições de inverno ameno. 130 7 BLUPRINS® COMO INDUTOR DE BROTAÇÃO DA MACIEIRA. FENILI, C.L.; PETRI, J.L.; GABARDO, G.C.; COUTO, M.; ESPERANÇA, C.F. Acadêmico de agronomia, Uniarp, Caçador, SC, e-mail: [email protected] Apesar da existência de grande número de substâncias eficazes na indução da brotação, poucas são aceitas e utilizadas comercialmente, e o alto custo e a elevada toxicidade dos compostos são os principais fatores restritivos. Ante a necessidade de disponibilizar produtos com menor toxicidade e agressão ao meio ambiente e ao aplicador, o desenvolvimento de compostos que possuam tais características aliadas à eficiência na indução da brotação é almejado. BluPrins® é um bioestimulante composto de aminoácidos, polissacarídeos, nitrogênio e cálcio. Os experimentos foram conduzidos em delineamento experimental de blocos ao acaso, com sete tratamentos e cinco repetições, nOs cultivares MaxiGala, Fuji Suprema e Daiane. Os tratamentos foram: 1. Testemunha; 2. Assist ® 3,5% + Dormex® 0,7% (padrão); 3. Bluprins® 3% + Ca(NO3)2 3%; 4. Bluprins® 5% + Ca(NO3)2 3%; 5. Bluprins® 3% + Ca(NO3)2 5%; 6. Bluprins® 5% + Ca(NO3)2 5%; 7. Bluprins® 3% + Ca(NO3)2 3% + NH4(NO3) 3%; 8. Bluprins® 5% + Ca(NO3)2 4% + NH4(NO3) 4%. Foram avaliadas a fenologia, a brotação de gemas terminais e axilares (%), a frutificação efetiva (%) e a produção. Na ‘Fuji Suprema’ a brotação das gemas axilares foi superior em todos os tratamentos em comparação com a testemunha. Em ‘Gala’ e ‘Daiane’ o tratamento de Assist ® 3,5% + Dormex® 0,5% foi superior aos demais. BluPrins ® em mistura com nitrato de cálcio mostrou ação na indução da brotação da macieira. 8 TROCAS GASOSAS EM FOLHAS DESTACADAS DE MACIEIRA. SILVA, C.D.S; BIANCHI, V.J.; GABARDO, G.C.; FENILI, C.L.; COUTO, M. Universidade Federal de Pelotas/Departamento de Botânica, C.P. 354, 96010-900 Capão do Leão, RS, e-mail: [email protected] A análise de parâmetros da fotossíntese de plantas diretamente no campo tem sido facilitada pelo uso de aparelhos portáteis, porém os obstáculos entre plantas, o sombreamento e a altura das folhas podem dificultar a tomada das leituras. O destacamento de folhas-amostra poderia solucionar esse problema. Sendo assim, este trabalho teve por objetivo comparar as medidas de trocas gasosas entre folhas destacadas e não destacadas completamente expandidas e sadias de brindilas de macieira cultivar Fuji. O experimento foi conduzido na Epagri/Estação Experimental de Caçador em dezembro de 2013. Os cinco tratamentos, com oito repetições, consistiram na análise de folhas ligadas à planta e na análise aos 15, 30, 45 e 60 segundos após o destacamento das folhas da planta. Para as medidas foi utilizado um analisador portátil de CO2 a infravermelho (IRGA), com concentração de CO 2 na câmara ajustada para 380mol.mol-1 e densidade de fluxo de fótons em 1.400µmol.m-2.s-1, no período das 10h30 às 11h30. Avaliou-se a taxa assimilatória líquida de CO 2, condutância estomática, taxa transpiratória, concentração intercelular de CO2, eficiência do uso da água e tempo de estabilização da leitura em segundos. Concluiu-se que as medidas de trocas gasosas, obtidas pelo IRGA, em até 60 segundos depois de as folhas serem destacadas, não diferem das folhas ligadas à planta, podendo facilitar e agilizar a coleta de dados. 131 9 CONCENTRAÇÃO DE THIDIAZURON NA FRUTIFICAÇÃO DA MACIEIRA ‘ROYAL GALA’. FAGUNDES, E.; PETRI, J.L.; SCHVEITZER, B.; GABARDO, G.C.; COUTO, M. Mestrando em Produção Vegetal, Udesc/CAV, Lages, SC, e-mail: [email protected] Um dos entraves no cultivo da macieira e da pereira na região Sul do Brasil é a baixa frutificação efetiva que ocorre em alguns anos, principalmente quando ocorrem chuvas durante o florescimento. O objetivo do trabalho foi estudar o efeito de concentração de Thidiazuron (TDZ) sobre a frutificação efetiva e produção em condições de invernos amenos. O experimento foi conduzido durante os ciclos 2011/12, 2012/13 e 2013/14 em Fraiburgo, SC, em macieiras do cultivar Royal Gala em porta-enxerto Marubakaido com filtro de M9. Avaliou-se o efeito de TDZ em diferentes concentrações (0, 5, 10, 15, 20, 25ppm), aplicado nos estádios E2 e E2 + F2. As variáveis analisadas foram: produção por planta (kg.planta-1), número médio de frutos por planta (frutos.planta-1), produção (kg.planta-1), frutificação efetiva ([número de frutos/número de inflorescências] x 100) e o índice de alternância. O delineamento experimental utilizado foi blocos ao acaso, com 12 tratamentos e seis repetições de uma planta. TDZ aumentou significativamente a frutificação efetiva nos três ciclos, porém não houve diferenças entre uma e duas aplicações. Os tratamentos de TDZ 10 e 25ppm aplicados no estádio E2 e TDZ 15ppm no estádio E2 + TDZ 15ppm no estádio F2 apresentaram produções superiores ao tratamento testemunha em dois anos. Nos três anos, no melhor tratamento, houve aumento de 73,2% na produção em relação ao tratamento testemunha. Houve formação de frutos partenocárpicos pela aplicação de TDZ, aumentando a frutificação em condições de geadas. 10 INCIDÊNCIA DE DOENÇAS EM PLANTAS DE MACIEIRA TRATADAS COM REDUTORES DE CRESCIMENTO. GABARDO, G.C.; PETRI, J.L.; FENILI, C.L.; SILVA, C.D.S.; COUTO, M. Mestrando em Produção Vegetal, Udesc/CAV, Lages, SC, e-mail: [email protected] O excessivo crescimento vegetativo da macieira durante seu ciclo favorece a incidência de doenças foliares e também dos frutos devido à dificuldade de se atingir a copa durante a realização do manejo fitossanitário. Os redutores de crescimento sintéticos promovem paralizações no crescimento vegetativo da planta, o que diminui a necessidade de poda e facilita os tratos culturais. O objetivo foi avaliar a incidência de doenças em macieiras ‘Castel Gala’ tratadas com redutores do crescimento. O experimento foi delineado em blocos casualizados, com oito tratamentos e cinco repetições, no município de Caçador, SC, no ciclo 2013/14. Os tratamentos foram: 1. Sem aplicação (Controle); 2. Moddus ® 80ml-PF; 3. Moddus® 80ml-10cm; 4. Moddus® 80ml-30cm; 5. Moddus® 160ml-PF; 6. Moddus® 160ml-10cm; 7. Moddus® 160ml-30cm e 8. Viviful® 120g.100L-1-30cm. Avaliou-se a incidência de sarna (Venturia inaequalis) e mancha de glomerella (Colletotrichum gloeosporioides, C.) nas folhas quinzenalmente, a partir dos 120 dias após a brotação, e nos frutos colhidos com sintomas. Para as folhas calculou-se a área abaixo da curva de progresso da doença, e para os frutos a porcentagem de frutos com lesões. Não se observou redução na incidência de ambas as doenças nas folhas. Entretanto, verificou-se menor incidência de sarna nos frutos dos tratamentos 2, 3, 4, 5 e 7. No tratamento 5 a incidência foi de 5,8%, enquanto no controle foi de 28,3%. 132 11 ÉPOCA DE APLICAÇÃO E CONCENTRAÇÃO DE METAMITRON NO RALEIO38 QUÍMICO DA MACIEIRA ‘FRED HOUGH’. PETRI, J.L.; COUTO, M.; GABARDO, G.C.; FRANCISCATTO, P. Epagri/Estação Experimental de Caçador, e-mail: [email protected] Devido às condições de clima do Sul do Brasil, a frutificação efetiva da macieira é muito variável de ano para ano. O uso de raleadores químicos de floração torna-se uma decisão de risco, e é mais seguro determinar a necessidade e a intensidade do raleio químico após a fecundação. Recentes estudos mostram a eficiência do metamitron (inibidor da atividade de fotossíntese) no raleio de pós-floração. O objetivo do estudo foi avaliar a resposta de duas concentrações em três épocas de aplicação do metamitron, isolado ou em mistura com benziladenina, no raleio de ‘Fred Hough’. O experimento foi delineado em blocos ao acaso, com dez tratamentos e cinco repetições. Foram avaliadas: a frutificação efetiva (%); o número de cachos florais com frutos e de frutos por cacho floral; a produção (kg.planta-1), a massa fresca média dos frutos (g) e o retorno de floração. No ciclo 2012/13, metamitron a 384ppm e 768ppm, isolado ou em mistura com BA e aplicados em frutos de 5 a 15mm, aumentaram a queda de frutos quando, comparado à testemunha, reduziu-se a frutificação efetiva, o número de frutos por cacho floral e a produção, a qual foi similar ao raleio manual. No ciclo 2013/14 metamitron a 240ppm e 480ppm reduziu a percentagem de frutos raleados, porém foi mais eficiente quando em mistura com BA, comparando-se ao raleio manual. Isolado ou em mistura com BA, metamitron é eficiente no raleio da macieira quando aplicado em frutos de 5 a 20mm no cv. Fred Hough, que é pouco responsivo aos raleadores químicos. 12 INCIDÊNCIA DE MANCHAS FOLIARES EM PLANTAS JOVENS DE MACIEIRA TRATADAS COM REDUTORES DE CRESCIMENTO. FORNARI, M.R.; GABARDO, G.C.; PETRI, J.L.; FENILI, C.L.; SILVA, C.D.S. Mestrando em Produção Vegetal, Udesc/CAV, Lages, SC, e-mail: [email protected] O crescimento excessivo da parte aérea durante o ciclo vegetativo favorece a incidência de doenças foliares devido à dificuldade de se atingir toda a copa com tratamentos fitossanitários. O objetivo do trabalho foi avaliar a incidência de doenças foliares em plantas jovens de macieira (2º ano), ‘Maxigala’ e ‘Fuji Suprema’, tratadas com redutores de crescimento. O experimento foi conduzido em blocos ao acaso, com seis tratamentos e seis repetições, no ciclo 2013/14 no município de Caçador, SC. Os tratamentos foram: 1. Sem aplicação (controle); 2. Viviful® 120g.100L-1; 3. Moddus® 60ml.100L-1, 90ml.100L-1, 120ml.100L-1 e 150ml.100L-1 para ambos os cultivares. Avaliou-se a incidência de sarna (Venturia inaequalis), marsonina (Diplocarpon mali) e mancha de glomerella (Colletotrichum gloeosporioides, C.) nas folhas 120, 135, 150, 165, 180 e 210 dias após a brotação. Calculou-se a área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) e os dados foram submetidos à analise da variância. Não se observou redução da AACPD de mancha de marsonina e glomerela para ambos os cultivares. Quanto à sarna, o tratamento controle apresentou os maiores valores de AACPD, 188,4 e 2.121,5. Os demais tratamentos não diferiram entre si, e os menores foram 21,3 para Moddus® 120ml.100L-1 e 131,0 para Moddus® 90ml.100L-1 em ‘Maxigala’ e ‘Fuji Suprema’ respectivamente. 38 Nota do revisor: Apesar de o termo dicionarizado ser “raleamento”, é comum na literatura agrícola o termo “raleio”. 133 13 EFEITO DE THIDIAZURON NA FRUTIFICAÇÃO DA MACIEIRA ‘DAIANE’ EM CONDIÇÕES ADVERSAS À POLINIZAÇÃO. SCAPIN; V.L.V.; PETRI, J.L.; GABARDO, G.C.; COUTO, M. Acadêmica de Agronomia, Uniarp, Caçador, SC, e-mail: [email protected] Os reguladores de crescimento têm sido utilizados com diferentes propósitos na fruticultura. Como esses compostos atuam como mediadores de processos metabólicos e fisiológicos, acredita-se que, em função de sua composição, concentração e proporção das substâncias, aumentam a frutificação efetiva, a produção e o tamanho final dos frutos em macieira. O objetivo do trabalho foi avaliar o efeito de concentrações de Tidiazuron (TDZ) na frutificação efetiva e da produção da macieira. O experimento foi conduzido durante os ciclos 2012/13 e 2013/14 em Caçador, SC, em macieiras ‘Daiane’. Avaliou-se o efeito de TDZ em diferentes concentrações (0, 5, 10, 15, 20 e 25ppm), aplicado no estádio fenológico E 2 e 10ppm aplicados nos estádios E 2 e F2. Foi avaliada a produção por planta (kg.planta-1 e frutos.planta-1), massa fresca média de frutos (g), frutificação efetiva ([número de frutos/número de inflorescências]x100), coloração vermelha dos frutos (%), resistência da polpa (lb.pol²), sólidos solúveis totais (°Brix) e índice de iodo-amido. A frutificação efetiva foi superior nos tratamentos com TDZ somente no ciclo 2013/14. A produção por planta em ambos os ciclos foi superior nos tratamentos com TDZ em comparação ao tratamento testemunha. No ciclo 2013/14 a concentração de 10ppm foi superior às demais. TDZ reduziu a cor vermelha dos frutos em 2012/13, não sendo observada resposta similar no ciclo seguinte. 14 AVALIAÇÃO DOS TEORES MINERAIS EM MAÇÃS DO CULTIVAR DAIANE NOS ANOS AGRÍCOLAS DE 2010 A 2014. SILVA, C.K.F.; SCHVEITZER, B. Estudante de Agronomia, Uniarp, Rua Victor Baptista Adami, 800, 89500-000 Caçador, SC, e-mail: [email protected] A análise de frutos objetiva avaliar o equilíbrio nutricional próximo à colheita, permitindo prognosticar as possíveis ocorrências de distúrbios fisiológicos e auxiliar na tomada de decisão quanto ao destino dos frutos. Teores baixos de cálcio prejudicam a estabilidade das paredes celulares e a permeabilidade seletiva das membranas, resultando em danos e necrose nos tecidos dos frutos. A composição nutricional dos frutos, especialmente o teor de Ca e as relações N/Ca, K/Ca e K + Mg/Ca, tem relação com a capacidade de conservação dos frutos e a ocorrência de distúrbios durante a armazenagem e a comercialização. Este trabalho objetivou avaliar os nutrientes em maçãs ‘Daiane’ referentes aos anos agrícolas de 2010 a 2014 em Fraiburgo, SC. Foram analisadas 10 amostras anuais, contendo 20 frutos, sendo avaliados teores de nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca) e magnésio (Mg). Os valores médios de teores de Ca, com exceção do ano de 2010, foram superiores a 40mg.kg-1, e em 2011 e 2014 foram superiores a 46mg.kg-1. Os valores médios de teores de K obtidos foram superiores a 850mg.kg-1 e em 2014 foram de aproximadamente 1.500mg.kg-1. Os valores médios de Mg encontrados em 2014 foram semelhantes aos encontrados em 2010, de aproximadamente 52mg.kg-1. Os valores médios de N foram próximos a 340mg.kg-1, com exceção do ano de 2010. Os anos de 2010 e 2014 apresentaram frutos com calibres idênticos (168g) e superiores aos demais anos (145g). 134 15 FORMAÇÃO DE BLOCOS DE CRUZAMENTOS EM POPULAÇÕES DE FISALE DE CARACTERÍSTICAS RELACIONADAS AO FRUTO. TREVISANI, N.; SCHMIT, R.; MELO, R.C.; LEÃO, J.; OLIVEIRA, M.T.A.D. CAV/Udesc/Instituto de Melhoramento e Genética Molecular, Avenida Luís de Camões, 2090, Lages, SC, e-mail: [email protected] O objetivo foi avaliar a dispersão multivariada de populações de fisale com base em caracteres relacionados ao fruto para a formação de blocos de cruzamentos. Foram avaliadas seis populações, oriundas de Fraiburgo (1), Vacaria (2), Caçador (3), Lages (4) e de procedência colombiana (5) e peruana (6). O delineamento experimental foi de blocos ao acaso, com duas repetições. A unidade experimental é composta por 25 plantas. As variáveis avaliadas foram massa dos frutos com e sem cápsula, diâmetro equatorial dos frutos com e sem cápsula e diâmetro polar dos frutos com e sem cápsula. A análise de variância multivariada indicou diferença significativa para o fator população (Pr < 0,05). Os resultados da análise discriminante canônica apontam que as duas primeiras funções acumularam 88% da variação total no conjunto das variáveis-resposta. As variáveis com maior peso na discriminação das populações foram a massa dos frutos com cápsula (0,216) e o diâmetro equatorial dos frutos com cápsula (0,504), obtidos pela taxa de discriminação paralela para a primeira função discriminante. Os cruzamentos foram indicados com base nos escores canônicos padronizados devido à maior dispersão entre as populações. Os blocos de cruzamentos serão compostos entre as populações 1 x 6, 1 x 2, 2 x 3 e 2 x 6. A população de Vacaria foi a que apresentou a maior divergência, de forma que foi indicada para compor a maioria dos cruzamentos. 16 CARACTERIZAÇÃO MULTIVARIADA DE POPULAÇÕES DE FISALE (Physalis peruviana L.). MELO, R.C.; OLIVEIRA, M.T.A.D.; BECK, M.; CERUTTI, P.H.; TREVISANI, N. Udesc/CAV/Instituto de Melhoramento e Genética Molecular, Avenida Luís de Camões, 2090, Lages, SC, e-mail: [email protected] O objetivo do trabalho foi caracterizar populações de fisale de diferentes origens, tais como Fraiburgo, Vacaria, Caçador, Lages, Colômbia e Peru. O delineamento experimental foi de blocos casualizados, com duas repetições. Os caracteres avaliados foram: massa de frutos (MF), massa da cápsula (MC), número de sementes (NS), massa de mil sementes (MMS), diâmetro equatorial da cápsula (DEC), diâmetro polar da cápsula (DPC), diâmetro equatorial do fruto (DEF), diâmetro polar do fruto (DPF), diâmetro do caule (DC), altura da bifurcação (AB), altura da planta (AP), número de botões (NB), número de flores (NFL) e número de frutos (NF). Para testar as hipóteses foi realizada a análise de variância multivariada, e posteriormente contrastes multivariados (entre populações), e para verificar a contribuição das variáveis utilizaram-se os coeficientes canônicos padronizados. A análise revelou existência de variabilidade entre as populações avaliadas. As populações oriundas da Colômbia e do Peru, quando contrastadas, não mostraram diferenças significativas. As mesmas populações também não indicam diferenças com a população de Fraiburgo. Esse fato pressupõe que as três populações possuem caracteres morfológicos semelhantes em virtude de sua constituição genética. As variáveis que predominantemente contribuíram para a distinção das populações foram: NS, DPF, AB, AP e NB, enquanto MF e MC não contribuíram para a distinção das populações neste estudo. 135 17 CORRELAÇÃO CANÔNICA ENTRE CARACTERES VEGETATIVOS E REPRODUTIVOS EM POPULAÇÕES DE FISALE NO PLANALTO SERRANO CATARINENSE. VEIGA, A.; TREVISANI, N.; BECK, M.; CERUTTI, P.; MELO, R.C. Udesc/CAV/Instituto de melhoramento e genética molecular, Avenida Luís de Camões, 2090, Lages, SC, e-mail: [email protected] O objetivo do trabalho foi estimar a correlação canônica e as inter-relações entre os caracteres vegetativos e reprodutivos em populações de Physalis peruviana L. O delineamento experimental utilizado foi de blocos ao acaso, com duas repetições, e a unidade experimental foi composta por 25 plantas, sendo 5 amostradas. O primeiro grupo de variáveis analisadas (reprodutivas) foi constituído pela massa do fruto, massa de mil sementes, número de sementes, diâmetros equatorial do fruto e diâmetro polar do fruto. O segundo grupo (vegetativas) foi composto pelo diâmetro do caule, altura da bifurcação e altura da planta. As correlações canônicas para o primeiro e segundo pares canônicos foram significativas, indicando que há associações entre os dois grupos de variáveis. Pelos coeficientes do primeiro par canônico, ficou evidenciado que plantas com menor diâmetro de caule (-0,106) e maior estatura de planta (0,194) são determinantes no maior incremento da massa de mil sementes (0,209), maior massa de frutos (0,071), maior número de sementes (0,217) e maior diâmetro equatorial (0,149) e polar de frutos (0,121). O segundo par canônico revelou que plantas com altura de bifurcações baixa (-0.170) tendem a propiciar plantas com menor massa de mil sementes (-0,055) e menor número de sementes (0,007). 18 DEPRESSÃO POR ENDOGAMIA DO CARÁTER MASSA DE SEMENTES EM POPULAÇÕES MUTANTES DE FISALE. SCHMIT, R.; MELO, R.C.; TREVISANI N.; VEIGA, A.; CAMPOS, J.C.L. Udesc/CAV/Instituto de Melhoramento e Genética Molecular (Imegem), Avenida Luís de Camões, 2090, Lages, SC, e-mail: [email protected]. O objetivo do trabalho foi estimar a depressão por endogamia da massa de sementes em populações mutantes de fisale (Physalis peruviana L.). O experimento consiste em sete populações de fisale de diferentes origens: Peru, Caçador, CAV, Fraiburgo, Colômbia SF, Colômbia ETF e Lages. As populações foram irradiadas por raios gamas de 60Co nas doses 100 e 200Gy, além das testemunhas sem irradiação. As flores da mesma planta foram autofecundadas artificialmente e em outras mantidas a polinização natural. O experimento foi conduzido em casa de vegetação no delineamento inteiramente casualizado com cinco repetições. A massa de sementes foi mensurada nas sementes de geração M 2. A mutação induzida não acarretou modificações fenotípicas para massa de sementes. Variações significativas foram encontradas apenas nos tipos de fecundação aninhados às populações de fisale, independentemente das doses. Somente as populações do CAV e da Colômbia ETF apresentaram depressão por endogamia significativa (p ≤ 0,05), com decréscimo de 27% e 25% respectivamente. As populações de fisale respondem diferentemente à autopolinização, e o decréscimo da massa de sementes foi observado em algumas populações. 136 19 TECNOLOGIAS ASSOCIADAS NA REDUÇÃO DO DECLÍNIO E MORTE DE VIDEIRAS: ESTUDO DE CASO EM PROPRIEDADE VITÍCOLA. DAMBRÓS, R.N.; VEIGA, S.N. da; SCHUCK, E.; SOUZA, E.L. de; DALBÓ, M.A.; Epagri/Estação Experimental de Videira, Rua João Zardo, 1660, C.P. 21, 89560-000 Videira, SC, e-mail: [email protected] A mortalidade de plantas reduziu drasticamente a área vitícola do Vale do Rio do Peixe nas últimas décadas, demandando ações da Epagri para a viabilização da atividade. Foram implantados experimentos na Epagri de Videira e uma unidade de observação numa propriedade em Pinheiro Preto. Na ocasião, foi proposto o desafio para o grupo da Pesquisa e Extensão e aos viticultores de converter um hectare de vinhedo com 95% de plantas mortas. No vinhedo foi identificada alta incidência de pérola-da-terra e fungos de solo, como Cylindrocarpon, Phaeoacrimonium e Fusarium. A estratégia foi a erradicação de plantas mortas, correção da acidez e adubação do solo, construção de drenos de pedra nas baixadas, camalhões nas linhas das plantas, cobertura verde, replantio com o porta-enxerto VR 043-43 e enxertia verde no campo no verão. Realizou-se anualmente o controle de pérola-da-terra, formigas, doenças foliares e dois tratamentos pós-colheita. Após 5 anos da implantação e nos anos subsequentes, a mortalidade de plantas se manteve inferior a 2%, e a produtividade dos cultivares Isabel Precoce, Isabel e Bordô foi superior à média da região. A sobrevivência das plantas, o vigor e a sanidade foram determinantes para o produtor ampliar o parreiral em área contígua, utilizando a mesma tecnologia adotada na área convertida. O estudo serviu como subsídio para a recomendação técnica da Epagri para a conversão e implantação de vinhedos em SC. 20 ANÁLISE DE TRILHA DOS COMPONENTES DA MASSA DE FRUTO NA CULTURA DE FISALE. BECK, M.; SCHMIT, R.; CERUTTI, P.; TREVISANI, N.; OLIVEIRA, M.T.A.D. Udesc/CAV/Instituto de Melhoramento e Genética Molecular (Imegem), Avenida Luís de Camões, 2090, Lages, SC, e-mail: [email protected] O objetivo do trabalho foi avaliar a correlação fenotípica das variáveis e os coeficientes de trilha em efeitos diretos e indiretos dos caracteres que compõem a variável principal massa do fruto em Physalis peruviana L. As avaliações foram realizadas no ano agrícola 2012/13, tendo sido o delineamento experimental utilizado em blocos ao acaso com duas repetições. A amostra é composta por cinco plantas da área útil. Os caracteres avaliados são divididos em: variável principal (massa de fruto), variáveis primárias (massa de cápsula, número e massa de sementes, diâmetros equatorial e polar do fruto com e sem cápsula) e variáveis secundárias (diâmetro do caule, altura de planta, número de botões, flores e frutos). De acordo com os resultados, as variáveis que mais se correlacionam com massa de fruto são diâmetros de cápsula e de fruto e número de sementes, e o número de sementes apresentou o maior efeito direto (0,74) sobre o caráter principal. Os diâmetros de cápsula e fruto têm efeitos diretos menores que 0,25 sobre a variável principal, apesar de existir uma contribuição indireta (acima de 0,42) do número de sementes na formação dos diâmetros. As variáveis secundárias apresentam valores de correlação e efeitos diretos reduzidos e negativos sobre o caráter massa de frutos. Portanto, na seleção de populações, o caráter número de sementes não é um bom critério de seleção para aumentar a massa de frutos devido à dificuldade de mensuração. 137 21 RELAÇÃO ENTRE O ESCURECIMENTO DA POLPA E A COMPOSIÇÃO MINERAL DE PERAS ‘ROCHA’. COLDEBELLA, M.C.; MARTIN, M.S.; AMARANTE, C.V.T.; RODRIGUES, M.F.; DENARDI, V. Udesc/CAV, Avenida Luis de Camões, 2090, 88520-000 Lages, SC, e-mail: [email protected] O escurecimento da polpa em peras europeias armazenadas em atmosfera controlada pode estar associado à composição mineral dos frutos. O objetivo deste trabalho foi avaliar a relação dos atributos minerais da polpa com a incidência e severidade do escurecimento da polpa em peras ‘Rocha’ submetidas a altas pressões parciais de CO 2 e baixas pressões parciais de O 2. Frutos provenientes do município de Vacaria, RS, foram separados em dois grupos, sendo um deles submetido a uma condição extrema, com alto CO2 (> 20kPa, mantida durante 5 dias, seguidos por mais 5 dias, em condição ambiente), e o outro em baixo O 2 (< 0,4kPa, aplicada durante 3 dias, seguidos por mais 7 dias em condição ambiente). Ambas as condições foram aplicadas a 20 oC. Frutos de cada condição extrema foram separados de acordo com a incidência e severidade de escurecimento e avaliados quanto aos teores de Ca, Mg e K, e as relações K/Ca e (K + Mg)/Ca. Os teores de Ca, Mg e K e as relações K/Ca e (K + Mg)/Ca não possuem relação com a incidência e os níveis de severidade do escurecimento de polpa em peras ‘Rocha’. 22 AVALIAÇÃO DE CARACTERES REPRODUTIVOS EM FISALE MEDIANTE ANÁLISE DE REGRESSÃO. CERUTTI, P.H.; VEIGA, A.; BECK, M.; CAMPOS, J.C.L.; OLIVEIRA, M.T.A.D. Udesc/CAV/Instituto de Melhoramento e Genética Molecular, Avenida Luís de Camões, 2090, Lages, SC, e-mail: [email protected] O objetivo foi ajustar regressões lineares para número de botões florais e número de frutos, em diferentes épocas de avaliação. Foram utilizadas seis populações de fisale (Physalis peruviana L.), originárias de Fraiburgo, Vacaria, Caçador, Peru, CAV e Colômbia. O delineamento experimental utilizado foi blocos ao acaso com duas repetições. Os caracteres avaliados foram número de botões florais (NBF) e número de frutos (NFR), aos 36, 43, 50, 57, 64 e 71 dias após o transplantio das mudas no campo. Todas as equações de regressão foram significativas para NBF e NFR. As seguintes equações foram selecionadas por apresentarem valores superiores de intercepto e de coeficiente angular entre as demais equações ajustadas, sendo, y = 8,51 + 0,60 x (Vacaria), y = 7,24 + 0,95 x (CAV) e y = 7,11 + 0,93 x (Peru) no caráter NBF, e y = 3,98 + 0,43 x (CAV), y = 2,81 + 0,56 x (Peru), y = 2,69 + 0,50 x (Fraiburgo) em NFR. Os coeficientes de determinação (r²) variaram de 0,18-0,31 em NBF a 0,43-0,76 em NFR. O menor valor indica baixa concordância entre equações e valores obtidos pela variação das épocas de colheita no NBF, e maiores valores demostram que as variações obtidas em NFR são exemplificadas pelo efeito biológico observado em diferentes épocas de colheita nas populações avaliadas. As populações de Vacaria e do CAV apresentaram maior precocidade devido a maiores valores de intercepto obtidos, característica desejada pelas condições climáticas adversas do Planalto Catarinense. 138 23 ÍNDICES DE EMISSÃO DE RAMOS EM PEREIRAS. 1BOMBONATTI, L.; 1FAORO, I.D.; 1AMORIM, F.L.; 2OLIVEIRA, P.R.D. de. Epagri/Estação Experimental de Caçador, Rua Abílio Franco, 1500, Bonsucesso, 89500-000 Caçador, SC; 2Embrapa Uva e Vinho, Bento Gonçalves, RS, e-mail: [email protected] A elaboração de escalas de emissão de ramos em pereiras objetiva classificar os genótipos quanto a seu hábito de crescimento, as quis serão úteis para compor o índice de vigor de plantas e para a seleção de genitores em programas de melhoramento genético. Para isso, foram desenvolvidas duas escalas: a primeira, para avaliar a quantidade de emissão de ramos secundários, ou seja, os ramos originados do tronco principal da planta, composta por três classes e com notas variando entre 1 e 5, contendo desenhos e exemplos de genótipos; a segunda, para avaliar o tipo e a quantidade de ramos terciários e quaternários emitidos a partir dos ramos secundários, sendo ela composta também por três classes e notas variando de 1 a 5. Utilizando as duas tabelas, foram avaliadas duas (em alguns casos somente uma) plantas/genótipo do Banco de Germoplasma de Pereira existente na Estação Experimental de Caçador, em Caçador, SC, no ano agrícola 2012/13. As plantas ficaram sem poda e condução durante 2 anos. Exemplos de genótipos com menor emissão de ramos secundários foram os cvs. Kousui, Kikusui, Nijisseiki, Beurre d’Anjou e Doyenne du Comice; e com maior emissão os cvs. Le Conte e Md. Siebold. Quanto à menor emissão de ramos terciários e quaternários, destacaram-se os cvs. Rugosa e Md. Siebold; e com maior emissão os cvs. Feliz e Choujuurou. As escalas foram eficientes na separação dos genótipos. 24 CLASSES DE VIGOR DE PLANTAS DE GENÓTIPOS DE PEREIRA. 1FAORO, I.D.; 1BOMBONATTI, L.; 1AMORIM, F.L.; 2OLIVEIRA, P.R.D. de. 1Epagri/Estação Experimental de Caçador, Rua Abílio Franco, 1500, Bonsucesso, 89500-000 Caçador, SC; 2Embrapa Uva e Vinho, Bento Gonçalves, RS, e-mail: [email protected] O índice de vigor de pereiras pode ser utilizado como referência em trabalhos de melhoramento genético para a seleção de genitores e também como indicativo de manejo de plantas em pomares comerciais. Para isso, foi gerado um índice de vigor utilizando informações de emissão de ramos secundários (originados do tronco principal da planta), de ramos terciários e quaternários (gerados respectivamente dos ramos secundários e terciários), além da medida da altura da planta. Essa medida foi separada em oito classes de vigor mediante o cálculo da amplitude dada pela equação C = AT/K, sendo AT a amplitude total e K o número de classes. O valor de K foi obtido pela equação K = 1 + 3,22 log n, sendo n o número de amostras. O valor de AT foi obtido pela diferença entre a altura do genótipo mais alto pelo genótipo de menor altura. Apresentaram baixo vigor 56%. Entre os de menor vigor (Classes 1 e 2) são exemplos os cvs. Anjou, Nijisseiki, Kikusui, Kousui, Beurre Hardy e William’s. Com baixo vigor, mas situados na Classe 3, estão os cvs. Abbé Fétel e Packhsm’s Triumph, ficando o cv. Housui na Classe 4. Os genótipos de maior vigor foram Pera 2 e Pera 5. Genótipos situados na Classe 1 e 2 são os mais indicados para utilização em programas de melhoramento genético para gerar progênies de menor vigor, o que pode reduzir o uso da mão de obra nos tratos culturais. 139 25 AVALIAÇÕES DOS DIFERENTES RESÍDUOS NA SELEÇÃO DE POPULAÇÕES DE FISALE PARA O CARÁTER MASSA DE FRUTOS. OLIVEIRA, M.T.A.D.D.; SCHMIT, R.; VEIGA, A.; BECK, M.; LEÃO, J. Udesc/CAV/Instituto de Melhoramento e Genética Molecular, Avenida Luís de Camões, 2090, Lages, SC, e-mail: [email protected] O estudo teve como objetivo avaliar a utilização de diferentes resíduos para a seleção entre as (e dentro das) populações de Physalis peruviana L. Foram avaliadas seis populações de fisale provenientes de Fraiburgo, Caçador, Vacaria, Lages, Colômbia e Peru. O delineamento experimental utilizado foi de blocos casualizados, com duas repetições. O caráter avaliado foi a massa do fruto com cápsula (MF). Os dados foram submetidos à análise de variância univariada a 5% de probabilidade de erro, com a especificação dos três diferentes resíduos (total, experimental e amostral). Ao isolar as esperanças do quadrado médio, testando a relação entre o fator população sobre o resíduo experimental, todas as fontes de variação são isoladas, restando apenas as variações das populações, fazendo com que o erro experimental seja bem utilizado para inferências sobre elas. Os resultados da análise revelaram diferença significativa para a variação do caráter (MF) com a estimativa do resíduo total (Pr < 0,05). O uso do resíduo amostral, que testa as diferenças dentro das populações, demonstrou diferença significativa para a variação do caráter, indicando que a variabilidade está dentro da população. A seleção deve ser feita planta a planta, uma vez que as populações de fisale não diferem entre si quanto ao caráter massa dos frutos. 26 AVALIAÇÃO DE ARMADILHAS COM FEROMÔNIO SEXUAL E ATRATIVO FLORAL PARA MONITORAMENTO DE Spodoptera frugiperda E Pseudoplusia includens EM MACIEIRAS. 1BIZOTTO, A.L; 2SANTOS, R.S.S. 1 Universidade Estadual do Rio Grande do Sul, Avenida Antônio Ribeiro Branco, 1060, 95200-000 Vacaria, RS; 2 Embrapa Uva e Vinho, Estação Experimental de Fruticultura de Clima Temperado, BR-285, Km 115, C.P. 1513, 95200-000 Vacaria, RS. Professor da Univ. Est. do Rio Grande do Sul. E-mail: [email protected] O monitoramento de insetos-praga em pomares de macieira é um fator-chave para a elaboração de estratégias de controle. O presente trabalho teve como objetivos avaliar diferentes modelos de armadilhas e atrativos para o monitoramento de adultos de grandes lagartas e apresentar a distribuição temporal das espécies em macieira. O estudo foi realizado em pomar comercial de macieira (cultivar Cripps Pink), localizado na cidade de Vacaria, RS (latitude 28°29'8.8"S, longitude 50°49'05.2" W), entre 19/11/2012 e 18/3/2013. Foram utilizados três modelos de armadilhas (Balde, Delta e Pet) e dois atrativos (feromônio sexual e atrativo floral à base de fenilacetaldeído). Foram capturados 350 exemplares de Spodoptera frugiperda e 370 de Pseudoplusia includens. Com relação à distribuição temporal das espécies, foi observado que tanto S. frugiperda como P. includens estiveram presentes no pomar desde novembro, com maior ocorrência das espécies entre janeiro e março. O atrativo mais eficiente foi o feromônio sexual e os modelos de armadilha Delta e Pet. 140 27 AUMENTO DE FRUIT SET E RETORNO DA FLORADA PELA REDUÇÃO DO VIGOR EM PEREIRAS ‘CARRICK’. SOUZA, D.S.; LUZ, A.R.; HIPÓLITO, J. de. S.; RUFATO, L.; KRETZSCHMAR, A.A. Udesc/CAV, Av. Luís de Camões, 2090, C.P. 281, 88520-000 Lages, SC, e-mail: [email protected] A pereira é uma planta que tem como característica o excesso de vigor. A energia gasta no crescimento vegetativo deixa de ser usada na floração e na frutificação da planta. Além do uso de porta-enxertos menos vigorosos, o uso de técnicas para a redução do vigor é uma alternativa para o aumento da produtividade pelo melhor balanço entre a parte vegetativa e a produtiva. Nesse contexto, o presente trabalho teve como objetivo, avaliar o efeito de técnicas de redução do vigor sobre a produtividade, fruit set e retorno da florada na pereira ‘Carrick’ no município de Vacaria, RS, durante o ano agrícola 2013/14. O experimento foi realizado em blocos ao acaso, com seis blocos e uma planta por parcela. Os tratamentos utilizados foram anelamento simples e duplo de tronco, corte simples e duplo de tronco, e a aplicação dos produtos Moddus ® e STRG. Não houve diferença significativa na produtividade, pois os efeitos geralmente não ocorrem no primeiro ano de sua execução. Os tratamentos aumentaram a porcentagem de fruit set da planta em relação à testemunha. Com exceção do uso de Moddus®, os demais tratamentos aumentaram o retorno de florada em relação à testemunha. O uso dos anelamentos e de Moddus® diminui a acidez dos frutos, porém não houve diferença significativa para sólidos solúveis e firmeza de polpa. 28 INFLUÊNCIA DE PULVERIZAÇÕES COM BORO NA QUALIDADE DE MAÇÃS APÓS O ARMAZENAMENTO. SÁ, A.A.; ALMEIDA, L.R.; ERNANI, P.R.; ABREU, L.T. Engenheira-agrônoma, Doutoranda em Ciência do Solo da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), Av. Luís de Camões, 2090, C.P. 281, Conta Dinheiro, 88520-000 Lages, SC, e-mail: [email protected] A qualidade e a capacidade de conservação de maçãs estão diretamente relacionadas com a nutrição da planta. O objetivo do trabalho foi avaliar a influência de pulverizações foliares com boro (B) em précolheita na capacidade de conservação de maçãs ‘Galaxy’. O experimento foi conduzido em Vacaria, RS, durante o ano agrícola 2012/13 com o cultivar Galaxy. Os tratamentos foram constituídos por um número crescente de aplicações foliares com B em pré-colheita, além de uma testemunha na qual foi pulverizada apenas água. O número de pulverizações com ácido bórico (0,3%). Todos os tratamentos iniciaram 45 dias antes da data prevista para a colheita comercial e terminaram 15 dias antes dela, e o número de pulverizações, em cada tratamento, foi equidistantemente espaçado entre essas datas. Foi utilizado o delineamento experimental de blocos ao acaso, com quatro repetições. Após a colheita, os frutos foram armazenados durante 4 meses em câmaras frigoríficas (-1oC e 90% a 95% de umidade relativa) para a avaliação da firmeza da polpa. Os resultados mostraram que a firmeza da polpa após 4 meses de armazenamento não foi influenciada pelas pulverizações com B, alcançando valores médios de 13,6lbs. Dessa forma, os resultados indicam que a aplicação de B em pré-colheita mantém boa qualidade e capacidade de conservação dos frutos. 141 29 VALIDAÇÃO DE ESTAÇÃO DE AVISO DE DOENÇAS NA CULTURA DA MAÇÃ NO PARANÁ. LOURENÇO JR., V.; AULER, P.A.M.; CARAMORI, P.H.; MORAIS, H.; RICE, W. Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), Rodovia Celso Garcia Cid, Km 375, 86047-902 Londrina, PR, e-mail: [email protected] O uso da estação de aviso de doenças é importante para a aplicação racional de fungicidas no controle da sarna (S) e da mancha foliar de glomerela (MFG) em macieira. Dessa forma, o objetivo neste estudo foi validar os modelos de infecção dessas doenças utilizados em Santa Catarina, em uma lavoura comercial em Palmas, no Paraná, no ano agrícola 2013/14. Dados meteorológicos de temperatura, umidade, precipitação e molhamento foliar foram obtidos de uma estação meteorológica próxima ao experimento. O delineamento experimental foi em blocos ao acaso com quatro repetições, constituído pelos seguintes tratamentos: 1. Aplicação de fungicidas conforme os modelos de infecção de S e MFG utilizados no sistema de aviso; 2. Aplicação de fungicidas a cada 7 ou 15 dias. A testemunha foi composta por plantas sem tratamento. A incidência da S e MFG nas folhas foi menor nos tratamentos 1 e 2. Detectaram-se os maiores valores da área abaixo da curva de progresso de incidência (AACPI) de S (145,3) e MFG (991,3) na testemunha. Não houve diferenças nos valores de AACPI da S e MFG nos tratamentos, que foram aproximadamente 18 e 124 respectivamente. Os valores de incidência da S em frutos foram 50%, 7,7% e 7,4% na testemunha e nos tratamentos 1 e 2 respectivamente. Como houve redução do uso de fungicidas no tratamento 1, o uso da estação de aviso é eficiente para estabelecer o momento adequado para a aplicação de fungicidas no controle de S e MFG. 30 PROFUNDIDADE DE PLANTIO NÃO INTERFERE NO VIGOR DA MACIEIRA ‘MAXIGALA’. CATANEO, L.; DANIEL, M.L.; MACEDO, T.A.; SANDER, G.F.; RUFATO, A.R. Udesc/CAV, Av. Luís de Camões, 2090, Conta Dinheiro, 88520-000 Lages, SC, e-mail: [email protected] A influência da profundidade de plantio de mudas de macieira no vigor final da copa é um tema muito discutido entre produtores, técnicos e pesquisadores da área. Segundo relatos, quanto mais profundo a muda for enterrada, ou seja, quanto mais próximo o ponto de enxertia ficar rente ao solo, maior será o vigor da planta quando adulta. No entanto, faltam dados científicos que comprovem essas hipóteses. Partindo desse pressuposto, objetivou-se avaliar o crescimento de macieiras plantadas em diferentes profundidades. O experimento foi realizado em um pomar comercial no município de Vacaria, RS. O pomar foi implantado no inverno de 2010, e utilizou-se o cultivar MaxiGala enxertado sobre o porta-enxerto M.9 com espaçamento de 4m x 1m. Os tratamentos consistiram em três profundidades de plantio, tendo o ponto de enxertia como referência, sendo 10, 20 e 30cm acima do solo. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso, com quatro repetições e dez plantas por parcela. No inverno de 2012, avaliaram-se as variáveis altura de planta (m), diâmetro de copa (m), diâmetro do tronco do cv. copa (mm) e comprimento do entrenó (cm). Não se observou diferença significativa para as variáveis avaliadas. Dessa maneira, conclui-se que a profundidade de plantio das mudas de macieiras ‘MaxiGala’ enxertadas sobre o porta-enxerto M.9 não interferem no vigor das plantas até o segundo ano após o plantio. 142 31 ESTACAS DE VIDEIRA ‘CHARDONNAY’ TRATADAS COM ÁCIDO ABSCÍSICO PARA ATRASO DA BROTAÇÃO. VILLAR, L.; BORGHEZAN, M.; FELIPPETO, J.; SILVA, T.C.; CANTON, M.; SILVA. A.L. UFSC/CCA, Rodovia Admar Gonzaga, 1346, Itacorubi, 88034-001 Florianópolis, SC, e-mail: [email protected] A ocorrência de geadas tardias de primavera no Planalto Sul Catarinense causa problemas na produção de uvas, especialmente as de brotação precoce. O objetivo deste trabalho foi avaliar o uso do ácido abscísico para o atraso da brotação de estacas de ‘Chardonnay’ em condições controladas. Em 5 de junho de 2013, foram coletadas estacas de videira em uma área de produção comercial situada no município de São Joaquim, SC. Elas foram armazenadas a 6 oC para o acúmulo de 1.000 horas de frio. Para o tratamento, foram padronizadas em segmentos de uma gema e colocadas em uma bandeja com espuma fenólica. A aplicação do ácido abscísico foi realizada a partir de sua incorporação em lanolina, formando uma pasta que foi aplicada no ápice das estacas. As estacas tratadas foram mantidas em câmara de crescimento a 20oC. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com aplicação de cinco concentrações de ácido abscísico (0; 250; 500; 1.000 e 2.000mg.L-1), utilizando-se quatro repetições de 25 estacas por parcela. Foi avaliado o número de dias para brotação definindo-se a data quando foram atingidos 50% das estacas brotadas. A aplicação dos tratamentos resultou em até 10 dias de atraso na brotação em relação à testemunha, cuja brotação ocorreu aos 19 dias após a instalação do experimento. 32 ESTAQUIA HERBÁCEA DE PORTA-ENXERTOS DE VIDEIRA PROMISSORES PARA REGIÕES COM HISTÓRICO DE MORTE DE PLANTAS. ¹BETTONI, J.C.; 2GARDIN, J.P.; 3FELDBERG, N.P.; 4SCHUMACHER, R.L.; 5SOUZA, J.A 1 Mestrando em Produção Vegetal, Udesc/CAV, Lages, SC, bolsista Capes, e-mail: [email protected]; 2 Epagri/Estação Experimental de Videira; ³Embrapa Produtos e Mercado, Canoinhas,SC; 4Doutorando em Enologia, Universidad de Castilla La-Mancha, Espanha; 5Uniarp, Caçador, SC. O objetivo deste trabalho foi avaliar concentrações de ácido indol-3-butírico (AIB) na estaquia herbácea de porta-enxertos de videira recomendados para o sul do Brasil. O estudo foi realizado em casa de vegetação na Epagri/Estação Experimental de Videira, em Videira, SC, no período de outubro de 2012 a janeiro de 2013. O delineamento experimental adotado foi inteiramente casualizado, com 16 tratamentos, dispostos em esquema fatorial 4 x 4, quatro porta-enxertos ('VR-04343', 'Dogridge', 'Richter 99' e 'EEV793-5') e quatro concentrações de AIB (0, 500, 1.000 e 1.500mg.L-1). Após 60 dias, foram avaliados: a porcentagem de enraizamento e o número, o comprimento e a matéria fresca de raízes. A aplicação de AIB não contribui para o enraizamento por estaquia herbácea dos porta-enxertos de videira 'VR-04343', 'Dogridge', 'Richter 99' e 'EEV793-5'. Os porta-enxertos 'VR-043043', 'Dogridge' e 'EEV793-5' apresentaram alta porcentagem de enraizamento: 87,19%, 77,06% e 65,44% respectivamente. A aplicação de AIB para todos os porta-enxertos aumentou o número, o comprimento e a massa fresca de raízes, e as concentrações de 500, 1.000 e 1.500mg.L-1 não diferem entre si. O porta-enxerto 'VR-04343' foi superior aos demais para todas as variáveis analisadas. 143 33 RELAÇÃO ENTRE AS VARIANTES CLIMÁTICAS E A QUALIDADE E PRODUTIVIDADE DE UVAS ‘ISABEL’ PRODUZIDAS EM VIDEIRA, SC. 1SOUZA, J.A.; 2BETTONI, J.C.; 3TOMAZELLI, A. 1Universidade Alto Vale do Rio do Peixe (Uniarp), Caçador, SC, e-mail: [email protected]; 2Udesc/CAV, Lages, SC; 3Epagri/ Estação Experimental de Caçador. Objetivou-se avaliar as características qualitativas e quantitativas do cultivar de uva Isabel em três safras no município de Videira, SC, em função das condições climáticas. Para o levantamento populacional foram selecionados 23 produtores (unidades amostrais) que produzem uvas do cultivar Isabel nos períodos correspondentes aos anos agrícolas 2010/11, 2011/12 e 2012/13. O delineamento experimental foi inteiramente ao acaso, o conjunto de dados foi representado pelos 23 produtores, que compõem as 23 repetições, e os tratamentos são representados pelas três safras. A variável qualitativa analisada foi °Brix e as quantitativas foram produtividade, precipitação, temperatura (mínima, média e máxima) e horas de sol. Nas condições em que foi desenvolvido este estudo, alguns aspectos relevantes são apresentados: as variantes climáticas representadas pela precipitação e insolação influenciam na qualidade do cultivar de uva Isabel; precipitações elevadas durantes os meses de dezembro, janeiro e fevereiro diminuem a qualidade das uvas ‘Isabel’; quanto maior a insolação no período de maturação, melhor a qualidade das uvas ‘Isabel’. As uvas ‘Isabel’ produzidas no município de Videira no ano agrícola vitícola 2010/11 apresentaram qualidade inferior aos anos agrícolas 2011/12 e 2012/13. Os fatores climáticos que ocorreram nos anos agrícolas avaliados não interferiram na produtividade, a qual se manteve constantes nos anos vitícolas avaliados. 34 AVALIAÇÃO DE PODRIDÃO-CINZENTA (Botrytis cinerea) EM DIFERENTES SISTEMAS DE CONDUÇÃO NA VARIEDADE CHARDONNAY NO PLANALTO CATARINENSE. DELLA BRUNA, D.; DEBEM, B.P.; ALMEIDA, A.P.; ISHI, T.; BOGO, A. UDESC/CAV/Departamento de Fitopatologia, 88520-000 Lages, SC, e-mail: [email protected] A viticultura de Santa Catarina, principalmente no Planalto Catarinense, tem-se destacado recentemente na produção de vinhos finos de altitude. A podridão-cinzenta, ou Botrytis, existe em todos os países vitícolas do mundo, reduzindo qualitativa e quantitativamente a produção de uvas finas (Vitis vinifera), principalmente de variedades brancas, que apresentam cachos mais compactados. O objetivo do trabalho foi determinar o efeito dos sistemas de condução manjedoura e espaldeira no controle da podridão-cinzenta na variedade Chardonnay. O experimento foi realizado em São Joaquim, SC, durante o ciclo 2013/14. O delineamento experimental foi em blocos ao acaso, com cinco blocos e quatro repetições. A parcela experimental constitui-se de duas plantas centrais com 15 cachos por planta avaliados aleatoriamente. No momento da colheita, avaliaram-se os cachos quanto à incidência e à severidade da podridão-cinzenta pela porcentagem de bagas atacadas. As plantas conduzidas em manjedoura apresentaram acréscimo de 10,3% de severidade de podridão-cinzenta, diferindo estatisticamente das plantas conduzidas em espaldeira. Em relação aos polifenóis totais, as plantas conduzidas em manjedoura e espaldeira apresentaram 831,23 e 705,09mg de ácido gálico por litro respectivamente. O sistema em manjedoura induziu uma maior produção de polifenóis totais, possivelmente como defesa das plantas pela maior intensidade de Botrytis cinerea. 144 35 FITORREGULADORES NO CONTROLE DO VIGOR E NA PRODUÇÃO DE PEREIRAS ASIÁTICAS ‘HOSUI’. WEBER, D.; CARRA, B.; ELOY, J.; ANDREI, G.; FACHINELLO, J.C. Universidade Federal de Pelotas, Fruticultura de Clima Temperado (Pós-graduação em Agronomia), e-mail: [email protected] Os entraves que impossibilitam produções satisfatórias em pereira são diversos, porém os problemas relacionados ao excesso de crescimento vegetativo na cultura da pereira podem ser um fator preponderante para a produção satisfatória, principalmente em regiões onde as condições climáticas não são adequadas, conferindo grande crescimento de ramos interferindo na produção. Objetivou-se com este trabalho avaliar a eficácia de fitorreguladores no controle do crescimento vegetativo e no incremento da produção de pereiras asiáticas ‘Hosui’. Utilizaram-se plantas de 15 anos, enxertadas sobre Pyrus calleryana, com espaçamento de 4 x 1,5m. Plantas do cultivar Shinseiki foram as polinizadoras. Os tratamentos foram: T1: Controle; T2: Pro-hexadione de cálcio (ProCa); T3: Giberelinas 4 e 7 + 6Benziladenina (Promalin®); T4: 6-Benziladenina (Maxcel®); T5: ProCa + Promalin®; T6: ProCa + Maxcel®; T7: Promalin® + Maxcel®; e T8: ProCa + Promalin® + Maxcel®. As aplicações ocorreram aos 42 dias após a plena floração. Para as quatro datas avaliadas o vigor foi menor nas plantas tratadas com ProCa (T2, T5, T6 e T8). Os tratamentos com Promalin® sem ProCa (T3 e T7) apresentaram maior vigor. A produção por planta e a produtividade foram maiores quando aplicado apenas ProCa (T2) com 31,70kg.planta-1 e 52,82mg.ha-1 respectivamente. Conclui-se que pereiras tratadas com ProCa apresentam menor vigor, independentemente das combinações, e plantas tratadas apenas com ProCa apresentam maior produção. 36 INDUÇÃO DO AMADURECIMENTO DE PERAS ‘ROCHA’ PELA EXPOSIÇÃO À BAIXA TEMPERATURA E À APLICAÇÃO DE ETILENO. RODRIGUES, M.F.; STEFFENS, C.A.; HENDGES, M.; MARTIN, M.S.; PAES, F.N.; Udesc/Centro de Ciências Agroveterinárias, Av. Luís de Camões, 2090, Conta Dinheiro, 88520-000 Lages, SC, e-mail: [email protected] A pera ‘Rocha’ (Pyrus communis) não alcança a maturidade para consumo na planta, necessitando de tratamentos pós-colheita para completar o processo de amadurecimento. O objetivo deste trabalho foi verificar o efeito da exposição dos frutos à baixa temperatura e da aplicação de etileno no amadurecimento e na qualidade de peras ‘Rocha’. O estudo foi realizado com frutos provenientes de Vacaria, RS, no ano agrícola 2012/13. Foram avaliados quatro períodos de exposição dos frutos à baixa temperatura (3oC), sendo eles zero (controle), 14, 28 e 42 dias, e o efeito da aplicação de 100ppm de C2H4 por 1 e 2 dias. Os atributos avaliados foram coloração da casca (h °), atributos de textura, firmeza de polpa, acidez titulável (AT), teor de sólidos solúveis (SS) e taxas respiratória e de produção de etileno. O aumento do período de exposição ao frio de 14 para 28 dias proporcionou aos frutos maior amarelecimento da casca e aumento das taxas respiratórias e de produção de etileno. O aumento do tempo de exposição ao C2H4 propiciou frutos com a casca mais amarelada. Todos os tratamentos apresentaram menor firmeza de polpa e de força para penetração da polpa em relação ao controle, apresentando textura amanteigada após 7 dias em condições ambiente. A exposição dos frutos a 3 oC durante 15 dias e a aplicação de 100ppm de C 2H4 por 2 dias são indicadas para induzir o amadurecimento de peras ‘Rocha’. 145 37 PLANTAS DE COBERTURA VERDE PODEM CONTROLAR O EXCESSO DE VIGOR DE UVA VINÍFERA. SACOMORI, W.; BORGES JUNIOR, W.S.; LEHMANN, D.H.; CASSOL, P.C.; FERREIRA, A.K. Udesc/Centro de Ciências Agroveterinárias, Av. Luís de Camões, 2090, Lages, SC, e-mail: [email protected] Na Serra Catarinense a maturação de uvas viníferas é favorecida pela abundante insolação e alta amplitude térmica diária. Contudo, a alta disponibilidade de nitrogênio, proveniente da mineralização da matéria orgânica no solo, aliada ao porta-enxerto P-1103 ocasionam vigor excessivo das videiras, aumentando a produção de massa vegetal e diminuindo a qualidade das bagas. O propósito do trabalho foi avaliar o cultivo de plantas de cobertura como forma de diminuir o vigor das videiras Cabernet Sauvignon. O trabalho foi realizado em vinhedo em solo de altitude, em São Joaquim, SC, submetido a cinco tratamentos: um controle, no qual se realizou o controle habitual de plantas espontâneas com herbicidas na linha da videira e roçadas na entrelinha; uma sucessão de plantas anuais, trigo mourisco (Fagopyrum esculentum), aveia-branca (Avena sativa); a planta perene festuca (Festuca arundinacea); e dois manejos, com e sem a transferência dos resíduos da roçada da linha para a entrelinha. Determinouse a massa de ramos da poda seca e de material cortado na poda verde do ano agrícola 2013/14. A sucessão de plantas anuais não afetou o vigor das videiras, porém a festuca, indiferentemente aos manejos, diminuiu a massa dos ramos secos e a massa dos ramos da poda verde. 38 EFEITO DO SISTEMA DE COBERTURA DOS VINHEDOS SOBRE OS DANOS OCASIONADOS POR GEADAS MATOS, D.P.; RIBEIRO, T.; WELTER, J.; VILLAR, L.; BORGHEZAN, M. Universidade Federal de Santa Catarina, e-mail: [email protected] A Chardonnay é uma variedade com brotação precoce que pode ser muito afetada pelas geadas tardias, que ocorrem no início da primavera nas regiões de altitude de Santa Catarina. O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito do tipo de cobertura dos vinhedos sobre a intensidade dos danos ocasionados pelas geadas durante o ciclo 2013/14 em São Joaquim, SC. As avaliações foram realizadas com a variedade Chardonnay em um vinhedo comercial conduzido em sistema manjedoura, a uma altitude de 1.270 metros. O vinhedo apresentava plantas (filas) sem cobertura, com tela antigranizo e cobertas com lona plástica. O número de ramos e de cachos por planta e o peso dos cachos foram determinados em 20 plantas por tratamento. A partir da brotação foram observados vários eventos com a ocorrência de temperaturas abaixo de 0 oC. As plantas sem cobertura reduziram a produção em 54,6% em comparação com as plantas cobertas com lona plástica. As plantas cobertas com tela antigranizo apresentaram redução de 35,2% no rendimento em comparação com o outro sistema de cobertura. Houve significativa queda nos rendimentos das plantas devido aos efeitos das várias geadas ocorridas no ciclo 2013/14. Os sistemas de cobertura das plantas contribuem para amenizar os efeitos danosos da geada. 146 39 INTENSIDADE DA COR VERMELHA INFLUENCIADA POR PULVERIZAÇÕES COM BORO. ALMEIDA, L.R.; SÁ, A.A.; ERNANI, P.R.; ABREU, L.T. Estudante do curso de Agronomia da Universidade do Estado de Santa Catarina, Av. Luí de Camões, 2090, C.P. 281, Conta Dinheiro, 88520-000 Lages, SC, e-mail: [email protected] A coloração das maçãs ‘Galaxy’ é de suma importância para a comercialização dos frutos desse cultivar, pois quanto mais intensa e quanto maior a abrangência da coloração na epiderme dos frutos, melhor será a remuneração deles ao produtor. O objetivo do trabalho foi avaliar a influência de pulverizações com boro (B) na coloração de maçãs. O experimento foi conduzido em Vacaria, RS, no ano agrícola 2013/14 com o cultivar Galaxy. Os tratamentos consistiram de número crescente de pulverizações com B em pré-colheita (0, 1, 2 e 4 pulverizações) na forma de ácido bórico com concentração de 0,3%. A determinação da cor da epiderme (ângulo ‘hue’; h˚) dos frutos colhidos foi efetuada com um colorímetro Minolta, modelo CR 400. As determinações foram realizadas na região equatorial, no lado mais vermelho e no lado de predominância da cor de fundo dos frutos. O h˚ define a coloração básica, sendo 0˚ = vermelho, 90˚ = amarelo e 180˚ = verde, ou seja, quanto menor o valor do lado vermelho, maior a intensidade da cor vermelha da epiderme, e quanto maior o valor da cor de fundo, mais verde está o fruto. Os resultados mostraram que a aplicação de B em pré-colheita favoreceu o aumento da intensidade da cor vermelha dos frutos e diminuiu a intensidade do verde da cor de fundo. A utilização de B em pré-colheita pode ser uma boa alternativa para aumentar a cor vermelha de maçãs. 40 INCIDÊNCIA DE MANCHAS FOLIARES EM PLANTAS JOVENS DE MACIEIRA TRATADAS COM REDUTORES DE CRESCIMENTO. FORNARI, M.R.; GABARDO, G.C.; PETRI, J.L.; FENILI, C.L; SILVA, C.D.S. Mestranda em Produção Vegetal, Udesc/CAV, Lages, SC, e-mail: [email protected] O crescimento excessivo da parte aérea durante o ciclo vegetativo favorece a incidência de doenças foliares devido à dificuldade de se atingir toda a copa com tratamentos fitossanitários. O objetivo do trabalho foi avaliar a incidência de doenças foliares em plantas jovens de macieira (2º ano) ‘Maxigala’ e ‘Fuji Suprema’ tratadas com redutores de crescimento. O experimento foi conduzido em blocos ao acaso, com seis tratamentos e seis repetições, no ciclo 2013/14 no município de Caçador, SC. Os tratamentos foram: 1. Sem aplicação (controle); 2. Viviful® 120g.100L-1; 3. Moddus® 60ml.100L-1, 90ml.100L-1, 120ml.100L-1 e 150ml.100L-1 para ambos os cultivares. Avaliou-se a incidência de sarna (Venturia inaequalis), marsonina (Diplocarpon mali) e mancha de glomerella (Colletotrichum gloeosporioides, C.) nas folhas 120, 135, 150, 165, 180 e 210 dias após a brotação. Calculou-se a área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) e os dados foram submetidos à analise da variância. Não se observou redução da AACPD de mancha de marsonina e glomerela para ambos os cultivares. Quanto à sarna, o tratamento controle apresentou os maiores valores de AACPD, 188,4 e 2121,5. Os demais tratamentos não diferiram entre si, e os menores foram 21,3 para Moddus® 120ml.100L-1 e 131,0 para Moddus® 90ml.100L-1 em ‘Maxigala’ e ‘Fuji Suprema’ respectivamente. 147 41 PRODUÇÃO DE MORANGUEIRO SOBRE DIFERENTES COBERTURAS DE SOLO. SOBUCKI, L.; DAMIÃO, D.; MACHADO, J.T.M.; TONIN, J.; BENATTI, J.A.; SCHNEIDER, E.P. Universidade Federal da Fronteira Sul, Av. Jacob Reinaldo Haupenthal, 1580, 97900-000, Cerro Largo, RS, e-mail: [email protected] Com o objetivo de reduzir custos de produção do morangueiro, o presente trabalho procurou alternativas que possam viabilizar seu manejo e produção, substituindo coberturas industrializadas por materiais disponíveis nas propriedades. O estudo foi desenvolvido na Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Cerro Largo, RS, no período de julho a dezembro de 2013. Foi analisado o comportamento produtivo do cultivar Aromas, foto neutra, implantada sobre palha de capim-sudão (CS), maravalha (MA), acícula de pínus (AP), polietileno de cor preta (PP) e solo descoberto (SD). O delineamento utilizado foi de blocos ao acaso (três blocos), divididos em dez parcelas, com duas repetições em cada bloco e dez plantas em cada parcela. O parâmetro de produção utilizado foi o número e a massa total de pseudofrutos comercializáveis (> 6g) e produção de massa seca de plantas espontâneas avaliadas a partir da capina manual. Os tratamentos PP, SC, MA e AP obtiveram, respectivamente, para número e massa de pseudofrutos, as melhores médias, não diferindo estatisticamente entre si, com valores superiores ao tratamento CS. O tratamento com PP apresentou maior controle sobre as plantas espontâneas, diferindo dos demais. MA e AP tiveram controle intermediário com controle superior a SC e CS, que apresentaram maior massa de plantas espontâneas. As plantas espontâneas influenciaram a produção, mostrando-se ineficientes os tratamentos testados para substituição do polietileno. 42 SISTEMA DE CONDUÇÃO MANJEDOURA E ESPALDEIRA COM PARÂMETROS DE QUALIDADE SIMILARES NA UVA CHARDONNAY. MAGRO, M.; MARCON FILHO, J.L.; BRIGHENTI, L.H.M.; KRETZSCHMAR, A.A.; RUFATO, L. Universidade do Estado de Santa Catarina/Centro de Ciências Agroveterinárias, Av. Luís de Camões, 2090, 88520-000, Lages, SC, e-mail: [email protected] A manipulação da forma de crescimento da videira influencia diretamente a composição do fruto. Dependendo do ambiente, sistemas de condução podem apresentar desempenho semelhante na qualidade final da uva. As regiões de altitude elevada do estado de Santa Catarina são recentes no cultivo de variedades viníferas e há carência de informações para definir o manejo adequado à região. Dessa forma, o presente trabalho teve como objetivo avaliar o efeito do sistema de condução nas características físico-químicas de uva vinífera cultivada acima de 900m de altitude. O experimento foi conduzido na região do Planalto Sul catarinense, durante a safra 2014 em vinhedo comercial da variedade Chardonnay enxertada sobre ‘Paulsen 1103’, com espaçamento de 3,0m x 1,5m. Os tratamentos consistiram em dois sistemas de condução: manjedoura e espaldeira. No momento da colheita foram avaliadas as variáveis físicas: comprimento de cacho (cm), massa de 50 bagas (g), relação casca/baga (%), relação cacho/ráquis (%), índice de compactação do cacho e diâmetro de bagas (cm), e variáveis químicas: sólidos solúveis (°Brix), acidez total titulável (meq.L-1) e pH. De acordo com os resultados, não se observou diferença entre os sistemas de condução estudados. Conclui-se que ambos os sistemas de condução produzem uvas aptas para a elaboração de vinhos de qualidade da variedade Chardonnay. 148 43 AVALIAÇÃO DOS TEORES DE CLOROFILA E ÍNDICE SPAD EM FOLHAS DA VARIEDADE SAUVIGNON BLANC EM SÃO JOAQUIM, SC. CANTON, M.; SILVA, T.C.; VILLAR, L.; SILVA, A.L.; BORGHEZAN, M.; VOLTOLINI, J.A. Universidade Federal de Santa Catarina, e-mail: [email protected] O conteúdo de clorofila em folhas é uma variável importante no estudo do comportamento vegetativo e na resposta das plantas às técnicas de manejo que visam avaliar o potencial fotossintético e o rendimento. O objetivo deste trabalho foi quantificar os teores de clorofila e o índice Spad em plantas de videira da variedade Sauvignon Blanc durante o ciclo 2013/14. As coletas foram realizadas quinzenalmente em uma área de produção comercial em São Joaquim, SC, a uma altitude de 1.293m. A clorofila e o índice Spad foram determinados em folhas sadias e completas, a partir da seleção aleatória da 5ª folha em 10 plantas. A cleta do material aconteceu na fase inicial de desenvolvimento dos ramos e se estendeu até a senescência foliar. O pigmento foi extraído com dimetilsulfóxido (DMSO), sendo os extratos avaliados em espectrofotômetro. Na fase inicial de desenvolvimento, as folhas apresentaram acúmulo de clorofila relacionado com o período de expansão foliar. Observou-se um período de estabilização e, ao final da maturação das bagas, iniciou-se uma redução significativa. O teor de clorofila e o índice Spad apresentaram correlação positiva (R 2 = 0,74). Os teores de clorofila podem ser estimados de forma indireta utilizando-se um analisador portátil de clorofila. 44 ACOMPANHAMENTO DA FORMAÇÃO E MATURAÇÃO DA VARIEDADE CABERNET SAUVIGNON EM SÃO JOAQUIM, SANTA CATARINA. WELTER, J.F.; SILVA, T.C.; CANTON, M.; ROSA, D.J.; MALINOVSKI, L.I.; SILVA, A.P. Universidade Federal de Santa Catarina/Centro de Ciências Agroveterinárias/Departamento de Fitotecnia, Rod. Admar Gonzaga 1346, Itacorubi, 88034-001, Florianópolis, SC, e-mail: [email protected] A Cabernet Sauvignon é uma das variedades mais cultivadas no Planalto Serrano Catarinense. O acompanhamento da maturação possibilita avaliar a qualidade da uva e definir a estratégia a ser adotada no processo de vinificação. O objetivo deste trabalho foi avaliar a maturação das uvas da variedade Cabernet Sauvignon cultivadas em São Joaquim durante o ciclo 2013/14. As coletas foram realizadas em um vinhedo comercial, a 1.293m de altitude. As avaliações iniciaram em 26 de dezembro de 2013 (grão chumbinho) e foram concluídas em 7 de abril de 2014 (colheita). Amostras foram coletadas quinzenalmente e analisadas quanto ao peso médio das bagas, o teor de sólidos solúveis totais, a acidez total titulável e o pH. O início da maturação das bagas foi observado em 30 de janeiro de 2014 (véraison). Os valores de sólidos solúveis totais acompanharam o aumento no peso médio das bagas, atingindo valores de 20,7oBrix e 1,63g próximo à colheita. No período de maturação das bagas houve decréscimo na acidez total titulável e aumento do pH. Nesse ano agrícola, ocorreram diversos problemas de ordem meteorológica e sanitária que prejudicaram significativamente a qualidade da uva. Os índices de maturação determinados no momento da colheita sugerem que a uva apresentou condições satisfatórias para a vinificação. 149 45 IDENTIFICAÇÃO DE GENÓTIPOS DE AMEIXEIRA EM QUE NÃO OCORRE A TRANSMISSÃO DE Xylella fastidiosa POR INSETOS VETORES. DALBÓ, M.A.; BRUNA, E.D.; SCHMITZ, S.H. Epagri/Estação Experimental de Videira, Rua João Zardo, 1660, C.P. 21, 89560-000 Videira, SC, e-mail: [email protected] A escaldadura das folhas causada pela bactéria Xylella fastidiosa é a doença mais importante da ameixeira no Brasil. Está dispersa nas principais áreas produtoras devido à presença de insetos vetores (cigarrinhas) e hospedeiros alternativos. A maioria dos cultivares são suscetíveis, e o desafio maior do melhoramento genético é obter cultivares resistentes. O programa de melhoramento genético da Epagri iniciou em 1990, usando seleções resistentes oriundas da Argentina e da Flórida em cruzamentos com cultivares comerciais. Observou-se que a herança da resistência é poligênica e predominantemente recessiva. Entretanto, obtiveram-se genótipos recombinantes com níveis de resistência superiores às fontes de resistência originais. Um exemplo é a seleção 97-38-2-31, em que não foi detectada a presença da bactéria por testes de PCR mesmo em ensaios de inoculação por enxertia. Em cruzamentos com essa seleção, uma pequena porcentagem (5% a 10%) dos descendentes não mostrou sintomas, e a queda de folhas é notavelmente tardia. Na grande maioria desses indivíduos (> 90%) não foi detectada a presença da bactéria nos testes de PCR. Entretanto, nos testes de inoculação por enxertia, todos eles deram resultado positivo, indicando que a transmissão não ocorre por ação dos vetores naturais, mas é possível por enxertia. Aparentemente, duas formas de resistência total foram identificadas: uma em que a resistência é completa e outra em que não ocorre a transmissão por insetos vetores. 46 CARACTERIZAÇÃO DE FRUTOS DE JABUTICABA E CEREJA-DO-RIO-GRANDE CULTIVADOS EM PELOTAS, RS: AVALIAÇÕES PRELIMINARES. LEITE, T.B.; BANDEIRA, B.B.; KROLOW, A.C.; FERRI, N.L.; FONSECA, L.X. Embrapa Clima Temperado, BR-392, Km 78, C.P. 403, 96010-971 Pelotas, RS, e-mail: [email protected] A Embrapa Clima Temperado mantém um Banco de Germoplasma de espécies nativas da região Sul do Brasil. Devido à diversidade entre os frutos da mesma espécie, há necessidade de fazer sua caracterização físico-química visando auxiliar trabalhos de melhoramento genético e identificar o potencial dessas frutas para processamento, como a jabuticaba e a cereja-do-rio-grande. Foram coletadas amostras oriundas do BAG da Embrapa Clima Temperado e transportadas até o Laboratório de Ciência e Tecnologia de Alimentos dessa Instituição. As frutas foram avaliadas quanto aos teores de sólidos solúveis totais (SST), pH, acidez total titulável (ATT) e ácido ascórbico (AA). As análises foram realizadas nas jabuticabas com e sem casca e as cerejas-do-rio-grande foram colhidas em dois períodos (1ª e 2ª semanas). Observou-se que, nas jabuticabas com casca, os teores de AA foram de 9,54mg.100ml-1, enquanto nas sem casca foi de 4mg.ml-1 (essa fruta não é fonte de vitamina C). Também houve elevação nos SSTs, além de pequena redução no pH e aumento na ATT. Em relação às cerejas-do-rio-grande, as frutas da segunda colheita apresentaram melhor ratio (SST/ATT): 13,51 em relação à primeira: 9,58, também havendo leve aumento do pH. Podemos concluir que a jabuticaba com casca apresenta melhores resultados físico-químicos e que manter a cereja-do-rio-grande por mais 6 dias na planta melhora suas características. Nessas condições, essas frutas nativas apresentam potencial para processamento. 150 47 MONITORAMENTO DE CONÍDIOS DE Neonectria ditissima NAS CONDIÇÕES DE VACARIA, RS. MENDES, R.; ALVES, S.A.M.; CZERMAINSKI, A.B.C. Embrapa Uva e Vinho/Estação Experimental de Fruticultura de Clima Temperado, Rod. BR-285, Km 115, C.P. 1513, 95200-000 Vacaria, RS, e-mail: [email protected] O cancro europeu das pomáceas, causado pelo fungo Neonectria ditissima, é uma doença emergente nas condições de cultivo de macieira na região Sul do Brasil. O objetivo do presente trabalho foi monitorar a disponibilidade de inóculo durante os meses de julho de 2013 a fevereiro de 2014. Para isso, foram selecionadas três mudas doentes e seis ramos destacados contendo um cancro cada um e mantidos em condições de campo. Abaixo de cada cancro foram colocados coletores de água. Após cada chuva foram medidos os volumes coletados e estimada a concentração de macroconídios. Numa amostra de 30ml de água de chuva foram realizadas duas centrifugações a 3.500rpm por 5min de modo a obter 1ml e, em seguida, procedeu-se à leitura em hemacitômetro. Durante o período avaliado ocorreram 41 eventos de chuva e em todos foi possível detectar conídios do patógeno em pelo menos um coletor. As precipitações variaram de 2,8 a 123,8mm, com média de 25,3mm. A concentração de conídios na água coletada variou de 7,4 a 1844,4 conídios.ml-1, com média de 521,7 conídios.ml-1. Não foi possível caracterizar um período de maior produção de conídios. Houve uma tendência de maior produção de conídios em precipitações de maior volume. A constatação de que um cancro pode produzir conídios por longo período de tempo representa um desafio para o controle da doença. A retirada e a destruição de ramos doentes são essenciais para a diminuição do inóculo no pomar. 48 EVOLUÇÃO BIOQUÍMICA DE ATRATIVOS E SUA RELAÇÃO COM A EFICÁCIA NA ATRAÇÃO DA MOSCA-DAS-FRUTAS (Anastrepha fraterculus). ¹Hüntermann, J.; ¹Foppa, T.; ²Nora, I. ¹Universidade do Alto Vale do Rio do Peixe (Uniarp), Rua Victor Batista Adami, 800, 89500-000 Caçador, SC; ²Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), Rua Abílio Franco, 1500, Bom Sucesso, Caçador, SC, e-mail: [email protected] A mosca-das-frutas é praga de importância econômica mundial. Além de causar danos diretos aos frutos, constitui a principal barreira fitossanitária para o comércio mundial de frutas e hortaliças. Uma das estratégias do manejo desse grupo de insetos é o uso de atrativos alimentares. Em função da população de moscas detectada nas armadilhas posicionadas dentro e fora dos pomares é possível decidir aplicar ou não um agrotóxico. Mas entre eles há os que sobressaem na atratividade da praga, caracterizando-se como mais eficientes. O objetivo deste trabalho foi determinar entre os principais atrativos utilizados na captura da praga (suco de uva, vinagre de vinho, suco de goiaba, melado de cana, isca mosca, proteína hidrolisada BioAnastrepha, proteína hidrolisada Biofruit, proteína Torula e proteína CeraTrap), quais são os mais eficientes. O experimento está sendo conduzido em duas etapas: em laboratório e em campo. No primeiro caso, as avaliações foram baseadas na quantificação de fenóis e proteínas em condições controladas, e as considerações aqui apresentadas são pertinentes a essa etapa de análises. Verificou-se que as iscas compostas por proteínas tiveram maior estabilidade, ao passo que os sucos, em especial o de uva, mostraram-se instáveis. Financiador: Fapesc. 151 49 QUALIDADE DE PERAS ‘ROCHA’ ARMAZENADAS EM ATMOSFERA CONTROLADA. MARTIN, M.S.; STEFFENS, C.A.; COLDEBELLA, M.C.; STRAUSS, R.F.; RODRIGUES, M.F. Udesc/Centro de Ciências Agroveterinárias, Av. Luís de Camões, 2090, Conta Dinheiro, 88520-000 Lages, SC, e-mail: [email protected] O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito de diferentes condições de atmosfera controlada (AC) e da indução de perda de massa (IPM) sobre a qualidade de peras ‘Rocha’. Os frutos foram provenientes do município de São Joaquim, SC, tendo sido armazenados por 8 meses e 15 dias a -0,5 ± 0,1 oC e UR de 96 ± 1%. As condições de armazenamento avaliadas foram: 21kPa de O 2 + < 0,03kPa de CO2 (AR); 1kPa de O2 + < 0,03kPa de CO2; 2kPa de O2 + 1kPa de CO2; 1kPa de O2 + 1kPa de CO2; 1kPa de O2 + 2kPa de CO2; e 1kPa de O2 + 2kPa de CO2 + IPM de 2,6%. O armazenamento refrigerado propiciou frutos com casca mais amarela, menor teor de sólidos solúveis, menor acidez titulável e baixa aceitação nos testes sensoriais para os atributos de textura e doçura/acidez. Os frutos mantidos em AR e em AC com pressão parcial de CO2 de < 0,03kPa apresentaram maior firmeza de polpa e de força para penetração da polpa após 7 dias de exposição dos frutos a condições ambiente, não desenvolvendo textura amanteigada própria para o consumo. Não houve incidência de escurecimento de polpa em nenhuma das condições avaliadas. A IPM de 2,6% não apresentou efeito na qualidade dos frutos. As condições de AC de 1kPa de O 2 + 1kPa de CO2 e 1kPa de O2 + 2kPa de CO2 proporcionam melhor manutenção da qualidade de peras ‘Rocha’, permitindo o amadurecimento normal dos frutos após o armazenamento prolongado. 50 THERMAL PEST CONTROL E SUA INFLUÊNCIA NAS CARACTERÍSTICAS FÍSICO-QUÍMICAS DE UVAS CV. CHARDONNAY NA SERRA GAÚCHA. MARIO, A.E.; MANENTI, M.C.; FAGHERAZZI, A.F.; CRISTOFOLINI, F.R.; RUFATO, L.; Udesc/CAV, Av. Luís de Camões, 2090, Conta Dinheiro, 88520-000 Lages, SC, e-mail: [email protected] A aplicação de ar quente a alta velocidade sobre o dossel vegetativo (termotratamento) estimula os mecanismos de autoproteção vegetal, podendo alterar os parâmetros qualitativos do fruto. O Thermal Pest Control (TPC), da empresa Lazo TPC do Brasil, é um implemento que tem sido utilizado em vinhedos de todo o País com o objetivo de substituir tratamentos químicos nos parreirais. Visando avaliar os efeitos do termotratamento sobre a qualidade dos frutos, foi realizado um experimento nos vinhedos de cv. Chardonnay na Vinícola Cave Geisse em Pinto Bandeira, RS. O experimento foi constituído por dois tratamentos: T1: tratamento convencional de doenças fúngicas (fungicidas sistêmicos e de contato); e T2: tratamento com TPC + fungicidas de contato. Cada tratamento foi composto por 30 plantas, sendo cada planta uma repetição. No ciclo 2011/12, foram coletadas amostras de dois cachos por repetição no momento da colheita. Foram analisados massa de cacho (g), massa de 50 bagas (g), massa de ráquis (g), número de bagas por cacho (un.) e teor de sólidos solúveis (°Brix). Plantas submetidas ao tratamento convencional apresentaram massa de cachos superior em 27% aos cachos do T2. Consequentemente, a massa de 50 bagas, a massa da ráquis e o número de bagas por cacho também foram maiores, 6%, 23% e 25% respectivamente. Já os teores de sólidos solúveis das plantas submetidas ao TPC superaram em 8% os teores encontrados nas uvas sob tratamento convencional. 152 51 ATRIBUTOS QUÍMICOS DO SOLO DE VINHEDO AFETADOS POR ESPÉCIES E MANEJO DE PLANTAS DE COBERTURA. LEHMANN, D.H.; CASSOL, P.C.; SACOMORI, W.; PANISSON, J.; BORGES JUNIOR, W.S. Universidade do Estado de Santa Catarina/Centro de Ciências Agroveterinárias, Av. Luís de Camões, 88520000, Conta Dinheiro, Lages, SC, e-mail: [email protected] O cultivo de plantas de cobertura do solo tem sido proposto como alternativa para controle do excesso de vigor vegetativo das videiras observado nas regiões altas de Santa Catarina, onde os solos, em geral, contêm teor alto de matéria orgânica. Para avaliar o efeito das plantas de cobertura sobre os atributos químicos do solo, foi conduzido, a partir de 2009, um experimento em São Joaquim, SC, em vinhedo do cultivar vinífero Cabernet Sauvignon. Os tratamentos consistiram em uma espécie perene (Festuca arundinacea), a sucessão da espécie anual aveia-branca (Avena sativa) com trigo-mourisco (Fagopyrum esculentum) e dois tipos de manejo dos resíduos culturais (com e sem a transferência da linha para a entrelinha da videira), além de um tratamento testemunha caracterizado pelo controle de plantas invasoras por dessecação na linha e por roçadas nas entrelinhas. O delineamento experimental usado foi em blocos ao acaso com quatro repetições. Foram coletadas amostras de solo nas camadas de até 5, 5 a 10 e 10 a 15cm. Diferentes espécies e manejos das plantas de cobertura afetaram a dinâmica dos nutrientes nas camadas avaliadas. A Festuca, em geral, aumentou a concentração de K na camada de até 5cm no tratamento sem transferência, demonstrando que a ciclagem de nutrientes ocorre, diminuindo o fornecimento de nutrientes para a cultura no manejo com transferência dos restos culturais. 52 CRESCIMENTO DE VIDEIRAS JOVENS DE ‘NIÁGARA BRANCA’ (Vitis labrusca) CULTIVADAS EM SOLO COM ALTO TEOR DE COBRE E NÍVEIS DE pH. ROSA, D.J.; AMBROSINI, V.G.; BASSO, A.; BORGHEZAN, M.; BRUNETTO, G.; PESCADOR, R. FIT. UFSC/CCA, Rodovia Admar Gonzaga, 1346, Itacorubi, Florianópolis, SC, e-mail: [email protected] As sucessivas aplicações de fungicidas cúpricos para o controle preventivo de doenças fúngicas em videiras provocam o acúmulo de cobre (Cu) no solo, que pode causar fitotoxidade às plantas. Mas a aplicação de calcário pode ser uma das estratégias para diminuir a disponibilidade do Cu às plantas. O trabalho objetivou avaliar o crescimento de videiras jovens ‘Niágara Branca’ em solo com alto teor de Cu e com níveis de pH. O experimento foi realizado em ambiente controlado , com temperatura de 25 oC ± 2 e fotoperíodo de 16 horas de luz.dia-1, com radiação fotossinteticamente ativa de 200µmol de foton.m 2.seg-1. As mudas utilizadas foram provenientes de micropropagação in vitro. O solo foi proveniente de área não antropizada, com aplicação de calcário para obtenção de níveis de pH (5,0, 5,8 e 6,5), com e sem adição de 50mg Cu.kg-1. O delineamento experimental foi de blocos completos casualizados, com seis repetições. As medições da altura da planta foram realizadas a cada 7 dias nas dez primeiras semanas de cultivo. As plantas submetidas à adição de Cu tiveram menor crescimento que as plantas cultivadas em solo sem a adição desse elemento. Mas o aumento do valor de pH amenizou gradualmente os efeitos causados pelo Cu. O alto teor de Cu no solo pode prejudicar o desenvolvimento da videira, mas a calagem pode ser uma estratégia viável para diminuir o efeito fitotóxico do Cu. 153 53 COEFICIENTES DE REPETIBILIDADE DE CARACTERES AGRÔNOMICOS EM POPULAÇÕES DE FISALE (Physalis peruviana L.). LEÃO, J. Udesc/CAV/Instituto de Melhoramento e Genética Molecular (Imegem), Avenida Luís de Camões, Lages, SC, e-mail: [email protected] O objetivo deste trabalho foi estimar os coeficiente de repetibilidade (r) e determinar a previsibilidade (R²) dos caracteres agronômicos dos frutos de fisale. Os caracteres mensurados foram: massa do fruto, diâmetro equatorial do fruto e diâmetro polar do fruto. Foram avaliadas seis populações de fisale, considerando três colheitas no ano de 2013. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados com duas repetições, avaliando-se cinco plantas retiradas da área útil. As estimativas de repetibilidade dos três caracteres foram obtidas pelo método de componentes principais por meio da aplicação da matriz de variâncias e covariâncias fenotípicas. Os valores dos coeficientes de repetibilidade e as previsibilidades foram relativamente altos (r > 0,49 e R² > 74,9%). Pode-se considerar que o número de medições utilizadas neste estudo (três colheitas) foi suficiente para discriminar as populações com base nos caracteres estudados. As estimativas dos coeficientes de repetibilidade ora encontrados confirmam a qualidade do método usado para estudo desses coeficientes e expressam o valor máximo da herdabilidade no sentido amplo. Portanto, são úteis para determinar o número mínimo de inferências necessárias por indivíduo e, com isso, auxiliar na mensuração de dados confiáveis para o melhoramento genético da espécie. 54 ALTERNATIVAS DE ENSACAMENTO PARA PREVENÇÃO DO ATAQUE DE MOSCAS-DAS-FRUTAS EM FRUTOS DE GOIABEIRA-SERRANA. SCHIAVON, A.V.; BESKOW,G.T.; RODRIGUES, C.M.; ANDRADE, S.B.; FACHINELLO, J.C. Graduanda em Agronomia, bolsista Fapergs, FAEM/UFPel/Fruticultura de Clima Temperado, C.P. 354, 96010-900, Pelotas, RS, e-mail: [email protected] Buscando alternativas de ensacamento para prevenção do ataque de moscas-das-frutas (Anastrepha fraterculus) em frutos de goiabeira-serrana [(Acca sellowiana Berg.) Burret], foram ensacados frutos de uma planta com oito anos de idade, cultivada em sistema agroflorestal no Centro de Educação Ambiental da Mata Atlântica em São Lourenço do Sul, RS. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com três repetições com três frutos cada uma, testando quatro tratamentos: T1) Testemunha (frutos descobertos); T2) Sacos de TNT; T3) Sacos de papel de revista; T4) Sacos de papel pardo. Os frutos foram ensacados em janeiro de 2014, no início do desenvolvimento. A colheita foi realizada em abril de 2014, quando os frutos estavam maduros. Os frutos foram avaliados, verificando-se a massa (g) e a presença ou não de larvas de moscas pelo corte dos frutos. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de significância. Verificou-se a presença de larvas apenas em T1. A massa verificada em T4 foi superior às demais (288g), e as massas de T2 e T3 não diferiram entre si (176,25 e 166,67g respectivamente), mas foram superiores estatisticamente a T1 (106g). Conclui-se que a proteção dos frutos é eficaz na prevenção do ataque das moscas e o ensacamento com papel pardo proporcionou frutos com maior massa. 154 55 PREFERÊNCIA SENSORIAL DO CONSUMIDOR BRASILEIRO EM RELAÇÃO À PERA ‘ROCHA’. SOETHE, C.; MARTIN, M.S.; AMARANTE, C.V.T.; RODRIGUES, M.F.; DENARDI, V. Udesc/Centro de Ciências Agroveterinárias, Av. Luís de Camões, 2090, 88520-200 Conta Dinheiro, Lages, SC, e-mail: [email protected] O objetivo deste trabalho foi verificar a preferência do consumidor nacional em relação ao sabor da pera ‘Rocha’. O experimento foi realizado utilizando frutos que foram submetidos a diferentes períodos de exposição ao frio para indução do amadurecimento, sendo eles zero (controle), 15, 30, 45 e 60 dias a 3oC. Após esse período, os frutos permaneceram 7 dias à temperatura ambiente, quando foram submetidos às análises físico-químicas e sensoriais. As análises sensoriais foram realizadas por meio de teste de aceitação por escala hedônica em relação aos atributos doçura/acidez e textura. Antes do teste, os consumidores foram questionados sobre sua preferência com relação à textura de peras. O armazenamento por 60 dias proporcionou notas mais elevadas no teste de aceitação para o atributo doçura/acidez em relação ao controle. Apesar de a firmeza de polpa ter diferido entre os períodos de frio, não houve diferença com relação às notas obtidas no teste de aceitação para o atributo textura. Apenas 31% dos consumidores entrevistados têm preferência por frutos de textura amanteigada; os demais afirmaram preferir frutos de textura firme (51%) ou intermediária (18%). Para consumidores da região Sul do Brasil, a pera ‘Rocha’ não submetida ao choque de frio que permanece firme após exposição à temperatura ambiente pode apresentar boa aceitação comercial. 56 EXIGÊNCIA TÉRMICA E FENOLOGIA DA ‘CHARDONNAY’ EM SANTANA DO LIVRAMENTO. COSTA, V.B.; MARTINS, W.; MALGARIM, M.B.; HERTER, F.G.; COSTA, V.B. Universidade Federal do Pampa, Rua 21 de Abril, 80, São Gregório, 96450-000 Dom Pedrito, RS, e-mail: [email protected] O conhecimento das fases fenológicas é de fundamental interesse para a decisão do viticultor quanto às práticas de manejo do vinhedo. O trabalho objetivou avaliar a fenologia e a exigência térmica do cultivar Chardonnay produzido no município de Santana do Livramento, RS. Foram analisados dados fenológicos e climáticos nos anos agrícolas 1993/94 a 2010/11. Para exigências térmicas, foi utilizado o somatório de graus dias (GD) desde o início da brotação até o final da maturação das uvas, seguindo a equação proposta por Villa Nova et al. (1972). A fenologia foi avaliada de acordo com Eichorn & Lorenz (1984) , avaliando-se os seguintes subperíodos fenológicos: início de brotação a final de brotação (IB-FB), final de brotação a início de floração (FB-IF), início de floração a final de floração (IF-FF), final de floração a início de maturação (FF-IM) e início de maturação a final de maturação (IM-FM). O ciclo médio produtivo da videira ‘Chardonnay’ desde o início de brotação até final de maturação na região estudada foi de 152 dias, com acúmulo médio de 1.633,8 GD. Para o subperíodo fenológico IB-FB, o acúmulo foi de 70,7 GD e 11 dias para completar o subperíodo; para FB-IF, o acúmulo foi de 237,6 GD e a duração de 34 dias; para o subperíodo IF-FF o somatório foi de 122,1 GD com duração de 14 dias; no subperíodo FF-IM, o acúmulo foi de 686,8 GD e 58 dias de duração; já para o subperíodo IM-FM, o acúmulo foi de 516,5 GD e 33 dias. Observou-se acúmulo maior de GD com relação a outras regiões vitícolas. 155 57 ACIDEZ E GRAU BRIX EM CINCO CULTIVARES DE AMOREIRA-PRETA. NESI, C.N.; BRUGNARA, E.C.; VERONA, L.A.F. Epagri/Centro de Pesquisa para Agricultura Familiar, Servidão Ferdinando Tusset, C.P. 791, 89801970, Chapecó, SC, e-mail: [email protected] O trabalho foi realizado para avaliar a qualidade das amoras (Rubus sp.) produzidas pelos cultivares Brazos, Cherokee, Guarani, Tupi e Xavante. O experimento foi instalado em novembro de 2011 em Chapecó, SC, em blocos casualizados, com cinco repetições. As avaliações foram realizadas em 2013, em duas datas, de acordo com o período de maturação de cada cultivar. Amostras de 12 amoras completamente escuras foram maceradas e filtradas. O suco obtido foi submetido à refratometria para medir o teor de sólidos solúveis totais ( oBrix) e titulação com NaOH 0,1N para determinação da acidez titulável (ml NaOH.g-1). Calculou-se a relação oBrix:acidez. Os dados foram submetidos à análise de variância e ao teste de Tukey para comparar médias (α = 0,05). Os cultivares apresentaram, respectivamente, oBrix de 9,33, 9,54, 8,81, 8,79 e 8,88; acidez de 2,11, 2,09, 2,21, 1,82 e 2,38; e relação o Brix:acidez de 4,45, 4,60, 4,02, 4,91 e 3,85. O oBrix não diferiu entre cultivares. ‘Tupi’ apresentou acidez inferior a ‘Xavante’ e ‘Guarani’, e as outras comparações não foram significativas. A relação oBrix:acidez foi significativamente maior em ‘Tupi’ que em ‘Xavante’ devido a sua menor acidez, e não houve diferença nas demais comparações. Conclui-se que as amoras ‘Tupi’ apresentam menor acidez e maior relação oBrix:acidez que as amoras ‘Xavante’ e ‘Guarani’. Avaliações do rendimento e da época de colheita devem ser consideradas para a escolha entre os cultivares. 58 CRESCIMENTO VEGETATIVO DA VARIEDADE SAUVIGNON BLANC CULTIVADA EM SÃO JOAQUIM, SC. SILVA, T.C.; CANTON, M.; ROSA, D.J.; BORGHEZAN, M.; SILVA, A.L. Universidade Federal de Santa Catarina/ Centro de Ciências Agrárias/Departamento de Fitotecnia, e-mail: [email protected] No Planalto Serrano Catarinense, a Sauvignon Blanc tem sido uma das variedades brancas de maior importância em área plantada e em produção de uvas. A caracterização do crescimento vegetativo contribui para a compreensão do comportamento das plantas no terroir de altitude. O objetivo deste trabalho foi monitorar o crescimento vegetativo da variedade Sauvignon Blanc cultivada no município São Joaquim, SC, durante o ciclo 2013/14. As avaliações foram realizadas em um vinhedo comercial em sistema espaldeira e com altitude de 1.293m. Foi avaliado quinzenalmente o comprimento dos ramos e estimada a taxa média de crescimento. Foram monitoradas as variáveis meteorológicas: precipitação pluvial (mm), fotoperíodo e temperatura do ar ( oC). A taxa máxima de crescimento foi observada na primeira quinzena de dezembro (2,5cm.dia-1), próxima ao período de floração (24/11/2013). Verificou-se redução acentuada na taxa de crescimento ocasionada por um período de estiagem, ocorrido até meados de janeiro. A paralisação do crescimento vegetativo foi observada na primeira quinzena de fevereiro. Os ramos da variedade Sauvignon Blanc alcançaram, em média, 194cm de comprimento. As variáveis meteorológicas baixa precipitação pluvial e diminuição do fotoperíodo foram fatores determinantes para a paralisação do crescimento. 156 59 PRODUTIVIDADE E QUALIDADE DE BAGAS DA VARIEDADE MERLOT PRODUZIDA SOBRE DIFERENTES PORTAENXERTOS NO MUNICÍPIO DE URUBICI, SC. ALLEBRANDT, R.; BEM, B.P.; ALMEIDA, A.P.; KRETZSCHMAR, A.A.; RUFATO, L. Udesc/CAV, Av. Luís de Camões, 2090, 88520-000, Lages, SC, e-mail: [email protected] O uso de porta-enxertos na viticultura é essencial para garantir o desenvolvimento das variedades copa ante as externalidades, como o ataque de pragas. Entretanto, os porta-enxertos podem exercer influência sobre características produtivas e enológicas das variedades copa. O setor vitícola da região de altitude de Santa Catarina carece de informações técnico-científicas sobre combinações de variedades copa e porta-enxertos que melhor se adaptam à região. Nesse sentido, este trabalho teve por objetivo avaliar a produtividade e a composição das bagas da variedade Merlot produzida sobre três porta-enxertos na região de altitude de Santa Catarina, no ano agrícola 2012/13. O estudo foi realizado em um vinhedo no município de Urubici, localizado a 1.150m de altitude, com plantas de 8 anos, conduzidas em manjedoura, enxertadas nos porta-enxertos Paulsen 1103, Couderc 3309 e 101-14Mgt. Na colheita, foram avaliadas a produtividade estimada e as variáveis de qualidade das bagas. Observou-se que 10114Mgt foi o porta-enxerto que conferiu a maior produtividade (14,2t.ha-1), seguido de C3309 (12,1t.ha-1) e P1103 (12,1t.ha-1). Para a acidez total, foram observados os maiores valores nas bagas provenientes de plantas enxertadas sobre P1103 (101,1meq.L-1), seguidas de C3309 (91,7meq.L-1) e 101-14Mgt (86,3meq.L-1). Para outras variáveis de qualidade das bagas, como sólidos solúveis, pH, polifenóis totais e antocianinas, não foram observadas diferenças estatísticas. 60 SINTOMAS DE INCOMPATIBILIDADE ENTRE PORTA-ENXERTOS E CULTIVARES COPA DE PESSEGUEIRO. SANTOS, C.M.; ANDRADE, S.; RODRIGUES, C.M.; SCHIAVON, A.V.; FACHINELLO, J.C. UFPel/Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel/Departamento de Fitotecnia, C.P. 354, 96010-900 Capão do Leão, RS, e-mail: [email protected]. A fim de avaliar a incompatibilidade entre porta-enxertos e cultivares copa de pessegueiro, realizou-se o experimento em 2013, em condições de campo, no pomar didático do Centro Agropecuário da Palma, no município do Capão do Leão, RS. O pomar em estudo, implantado no ano de 2006, possui os cultivares copa Maciel e Chimarrita, e oito cultivares utilizados como porta-enxerto: Capdebosq, Nemaguard, Aldrigh, Flordaguard, Umezeiro, Okinawa, Tsukuba e Viamão. Foram realizadas as seguintes avaliações: contagem do número de plantas mortas, número de plantas que apresentaram sintomas de incompatibilidade – engrossamento no ponto de enxertia – e número de perfilhos dos porta-enxertos. O experimento foi conduzido em esquema fatorial 2 x 8 (copa e porta-enxerto) e o delineamento experimental em blocos casualizados, com três repetições, contendo três plantas cada uma. Os valores médios obtidos para plantas mortas e sintomas de incompatibilidade não diferiram estatisticamente entre os porta-enxertos e copas. Todos os porta-enxertos sob Maciel apresentaram maior número de perfilhos em comparação com Chimarrita, com exceção do porta-enxerto Tsukuba, que apresentou valor médio de perfilhos (5,33) que não diferiu estatisticamente do total de combinações com Maciel. Então, pode-se concluir que os porta-enxertos mostraram-se mais vigorosos sob o cultivar copa Maciel, não apresentando sintomas de incompatibilidade com diferenças significativas entre si. 157 61 VIDA DE PRATELEIRA DE PÊSSEGOS KAMPAI SUBMETIDOS À APLICAÇÃO DE DIFERENTES DOSES DE ÁCIDO SALICÍLICO. ANDRADE, S.B.; GAUTÉRIO, G.R.; LOY, F.S.; MALGARIM, M.B.; FACHINELLO, J.C. UFPel/ Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel/Departamento de Fitotecnia, C.P. 354, 96010-900 Capão do Leão, RS, e-mail: [email protected] Buscando alternativas para prolongar a vida de prateleira de pêssegos Kampai, aplicaram-se três diferentes doses de ácido salicílico (AS) em pêssegos colhidos em 2013, provenientes do pomar didático do Centro Agropecuário da Palma, em Capão do Leão, RS. O experimento foi realizado em esquema fatorial 3 x 3 (concentrações e datas) e o delineamento experimental inteiramente casualizado com três repetições de 15 frutos cada uma. As concentrações utilizadas foram de C0) 0, C1) 1 e C2) 2mmol de AS, tendo sido borrifado 1ml da solução em cada fruto. Os frutos foram avaliados em D2) dois, D4) quatro e D6) seis dias após a colheita, sendo armazenados em caixas plásticas e deixados em temperatura ambiente. Os parâmetros analisados foram: perda de massa (g), firmeza de polpa (N) e o número de frutos com incidência de podridão. Os valores médios de perda de massa foram menores nos frutos com aplicação de AS, em C1 e C2 (94 e 101g respectivamente), não diferindo entre essas e em comparação com C0 (118g). As perdas foram maiores em D4 e D6. As doses de AS não apresentaram diferença significativa em relação à firmeza de polpa e ao número de frutos com podridão. Os frutos apresentaram maiores médias de firmeza de polpa em D2, e a incidência de podridão foi menor nessa data. Conclui-se que a aplicação de AS mostrou-se eficaz na redução de perda de massa, não interferindo nos demais parâmetros analisados. 62 RESGATE DE EMBRIÕES IN VITRO ORIUNDOS DE HIBRIDAÇÃO INTERESPECÍFICA ENTRE Prunus salicina E Prunus japonica. FURLAN, C.L.; GARDIN, J.P.P.; DAL BÓ, M.A. Epagri/Estação Experimental de Videira, Rua João Zardo, 1660, Campo Experimental, 89560-000 Videira, SC, e-mail: [email protected] Embriões oriundos de cruzamentos da produção de híbridos interespecíficos não conseguem germinar adequadamente por problemas de imaturidade do embrião, entre outros. O objetivo deste trabalho foi promover a completa germinação in vitro e a obtenção de plantas inteiras a partir de embriões de híbridos entre Prunus salicina e Prunus japonica. Foi realizada assepsia de 50 frutos e, em seguida, os frutos foram dessecados e seus embriões retirados. Esses embriões foram inoculados em 10ml de meio WPM (Lloyd & McCown, 1980). Para a quebra de dormência dos embriões, os tubos de ensaio foram colocados em câmara BOD à temperatura de 5oC, durante 45 dias. Após esse período, os tubos foram levados para a sala de crescimento, com temperatura de 25oC, fotoperíodo de 16 horas e intensidade luminosa de 40 a 45µmol.m-2.s-1. Terminado esse período de germinação e formação da planta, que durou cerca de 90 dias, as plantas foram transplantadas para copos plásticos de 500ml, contendo como substrato vermiculita e substrato orgânico na proporção 1:2 para aclimatização. Dos 50 frutos iniciais foram obtidas 18 plantas aptas para ser levadas a campo e, posteriormente, realizar o acompanhamento do seu desenvolvimento e da qualidade dos frutos. Conclui-se que o resgate in vitro de embriões oriundos de cruzamento interespecífico foi utilizado com sucesso para a produção de novos cultivares. 158 63 DIFERENTES MEIOS DE CULTURA PARA CULTIVO IN VITRO DE EMBRIÕES DE SEMENTES DE MARMELEIRO. GAUTÉRIO, G.R.; ANDRADE, S.B.; LIMA, C.S.M.; SCHUCH, M.W. UFPel/Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel/Departamento de Fitotecnia, C.P. 354, 96010-900 Capão do Leão, RS, e-mail: [email protected] Com o objetivo de conhecer o meio de cultura adequado para o cultivo in vitro de embriões de sementes de marmeleiro, utilizaram-se frutos dos cultivares Meliforme e Zuquerinetta, colhidos no pomar didático do Centro Agropecuário da Palma, em Capão do Leão, RS. As sementes foram extraídas dos frutos maduros e armazenadas sob refrigeração por 1 mês. Após esse período, foram tratadas com álcool (70%) por 5 minutos e, posteriormente, em hipoclorito de sódio (2%) por 20 minutos. Em seguida, foram lavadas três vezes em água destilada. Com o auxílio de pinça e bisturi, separaram-se os tegumentos das sementes e retiraram-se os embriões. Eles foram inoculados em frascos de vidro, contendo diferentes meios de cultura: MS, MS2, WPM, WPM2. Posteriormente, foi avaliado o percentual de germinação dos embriões. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado, contendo cinco repetições com cinco embriões cada uma. Para ambos os cultivares em estudo, os meios MS e WPM foram os que apresentaram os maiores valores médios de percentual de germinação, com valores de 50% e 55% respectivamente para o cultivar Meliforme, e 45% e 48% respectivamente para o cultivar Zuquerinetta, não diferindo estatisticamente entre si. MS2 apresentou, para os dois cultivares, os menores percentuais médios de germinação. Então, pode-se concluir que os meios de cultura MS e WMP podem ser os mais adequados para o cultivo in vitro de embriões para os cultivares de marmeleiro estudados. 64 DIAGNÓSTICO DA FRUTICULTURA NAS REGIÕES NOROESTE E MISSÕES DO RIO GRANDE DO SUL. ROHRIG, B.; RAMOS, R.F.; WELTER, P.D. SCHNEIDER, P.E. Universidade Federal da Fronteira Sul, Av. Jacob Reinaldo Haupenthal, 1580, 97900-000 Cerro Largo, RS, e-mail: [email protected] Com o objetivo de diagnosticar as potencialidades da fruticultura nas regiões Noroeste e Missões do RS, realizou-se um diagnóstico da produção de frutíferas em cada município abrangido por essas regiões, levantando-se dados, tais como área média por cultura/município, a fim de analisar qual cultura frutífera é mais cultivada tanto em área por hectares como produção média em toneladas. Os dados obtidos, tanto pelas Ematers como pelas prefeituras municipais foram cruzados com os dados do IBGE dos anos de 2006-2011, juntamente com os dados de zoneamento agroecológico realizado pela Embrapa. Citros, uva e pêssego foram as culturas que se destacaram em produção. No cultivo de citros (83ha), Alto Alegre, localizado em uma região apta para todos os cultivares, foi o maior produtor de laranjas, com 1.386 toneladas. Cerro Largo foi o maior produtor de limão, com 30t, 2ha e 15 produtores envolvidos. No pêssego de indústria, Braga foi o maior produtor comercial, com 10t, área de 1,5ha e dois produtores envolvidos. Já no pêssego de mesa, Três Passos, localizado em uma região onde se recomendam cultivares específicos, foi o maior produtor comercial, com 81,6t, área de 6,8 hectares e sete produtores envolvidos. Na uva de indústria, Alto Alegre foi o maior produtor comercial, com 1.620t e área de 135ha. Tuparendi foi o maior produtor comercial de uva de mesa, com 168t, área de 14ha e 17 produtores envolvidos. 159 65 INTERFERÊNCIA DO PORTA-ENXERTO E DO SITEMA DE CONDUÇÃO NA PRODUTIVIDADE DA MACIEIRA ‘FUJI-KIKU’. SANDER, G.F.; CARMINATTI J.F.; CRISTOFOLINI, F.R.; SCHELBAUER, E.; RUFATO, A.R. Universidade do Estado de Santa Catarina/Centro de Ciências Agroveterinárias, Av. Luís de Camões, 2090, Conta Dinheiro, C.P. 88.520-000, Lages, SC, e-mail: [email protected] O cultivo moderno de macieiras evoluiu para pomares em alta densidade de plantas no intuito de reduzir mão de obra e incrementar rentabilidade. Ao implantar um pomar, deve-se levar em conta o sistema de condução, o número de plantas por hectare (densidade) e o porta-enxerto a ser utilizado. Com o objetivo de avaliar o desenvolvimento do cultivar Fuji-Kiku sobre dois porta-enxertos em distintos sistemas de condução, foi implantado um experimento no município de Vacaria, RS. O pomar foi implantado no inverno de 2010. As plantas foram conduzidas em quatro sistemas de condução: eixo alto, eixo solar, axe vertical e duplo eixo, com o porta-enxerto M.9 e Marubakaido com interenxerto de M.9 (MK). Na safra 2012/13 foram avaliadas variáveis produtividade (t.ha-1) e eficiência produtiva (kg.cm-2). A maior produtividade média estimada (18,8t.ha-1) foi obtida com os sistemas: eixo alto, eixo solar e axe vertical sobre ‘M.9’ e axe vertical sobre MK. A maior eficiência produtiva foi obtida nos sistemas eixo alto, eixo solar e axe vertical sobre o porta-enxerto ‘M.9’. Os sistemas de condução eixo alto, eixo solar e axe vertical combinados com o porta-enxerto M.9 são opções indicadas para a produção de macieiras cv. Fuji-Kiku na região de Vacaria, RS. 66 APLICAÇÃO DE DIFERENTES DOSES DE ÁCIDO SALICÍLICO EM PÊSSEGOS ‘RUBIMEL’ DURANTE PERÍODO DE COMERCIALIZAÇÃO. LOY, F.S.; ANDRADE, S.B; RODRIGUES, C.M.; MALGARIM, M.B.; FACHINELLO, J.C. UFPel/Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel/Departamento de Fitotecnia, C.P. 354, 96010-900 Capão do Leão, RS, e-mail: [email protected] Com o presente trabalho objetivou-se avaliar as diferentes concentrações de ácido salicílico (AS) em pêssegos do cultivar Rubimel, buscando prolongar sua vida de prateleira. Aplicaram-se três diferentes doses de AS em pêssegos colhidos em 2013 provenientes do pomar didático do Centro Agropecuário da Palma em Capão do Leão, RS. O experimento foi realizado em esquema fatorial 3 x 2 (concentrações e datas) e o delineamento experimental inteiramente casualizado com três repetições de 15 frutos cada uma. As concentrações utilizadas foram de C0) 0, C1) 1 e C2) 2mmol de AS, tendo sido borrifado 1ml da solução em cada fruto. Os frutos foram avaliados 2 e 6 dias após a colheita, armazenados em caixas plásticas e deixados em temperatura ambiente. Os parâmetros analisados foram: firmeza de polpa (N), coloração da epiderme (°HUE) e perda de massa (g). Para a variável firmeza de polpa, foram encontrados valores maiores em C0 e C1 (14,84 e 11,02N respectivamente), e menor em C2, 3,69N. A perda de massa foi maior em C2, 342,25g, e menor em C0, 193,50g, porém a cor da epiderme não foi influenciada pela aplicação de AS. O uso de ácido salicílico é eficiente na redução de perda de massa e firmeza de polpa, não interferindo na coloração da epiderme. 160 67 ÍNDICE DE NECROSE DOS PRIMÓRDIOS FLORAIS DA PEREIRA JAPONESA ‘KOUSUI’ SUBMETIDOS A FLUTUAÇÃO TÉRMICA DURANTE A ECODORMÊNCIA. 1HORIKOSHI, H.M., 2YAMAMOTO, R.R., 1 SEKOZAWA, Y., 1SUGAYA, S. 1Graduate School of Life and Environmental Sciences, University of Tsukuba, Japão; 2 Universidade Federal de Pelotas/Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, Capão do Leão, RS, e-mail: [email protected] O alto índice de abortamento de gemas florais tem limitado a expansão comercial de pereira japonesa no Brasil. Este trabalho teve como objetivo avaliar o índice de necrose de primórdios florais durante a ecodormência sob flutuações térmicas em gemas laterais de pereira japonesa. O experimento foi conduzido no ano de 2012 na Universidade de Tsukuba, Japão. Os ramos de pereira japonesa do cultivar Kousui foram coletados do pomar experimental após acúmulo de 900 horas de frio abaixo de 7,2°C (HF). A quantificação das unidades de acúmulo de calor foi realizada calculando-se o growing degree hours (GDH), subtraindo a temperatura-base (4,5°C) da temperatura horária e somando os valores. Os ramos foram submetidos a três diferentes condições de temperatura: 25°C; 25/15°C, 12h/12h; 25/15+5°C, 12h/12h; e uma diminuição para 5°C por 12h antes de cada amostragem em 2.000, 4.000, 6.000 e 8.000 GDH. O índice de necrose dos primórdios florais foi avaliado em 0, 300, 600, 900 HF e 2.000, 4.000, 6.000 e 8.000 GDH, utilizando-se 10 gemas por tratamento. De acordo com os resultados, durante o acúmulo de frio sob condições naturais da região de Tsukuba, Japão, não ocorreu a incidência de necrose. Já os ramos expostos à condição de temperatura 25/15+5°C apresentou os maiores níveis de incidência (42%), seguido de 25/15°C (19,5%) e 25°C (11,1%). 68 APLICAÇÃO DE FÓSFORO E POTÁSSIO NO SOLO E PRODUÇÃO DE PEREIRAS. DOS SANTOS, M.A.; DOS SANTOS JUNIOR, E.; AMBROSINI, V.G.; BRUNETTO, G.; NAVA, G. UFSC/CCA/ENR, Rodovia Admar Gonzaga, 1346, Itacorubi, Florianópolis, SC, e-mail: [email protected] No Sul do Brasil as informações sobre a adubação de pereiras são escassas. Por isso, o trabalho objetivou avaliar a produção de pereiras ‘Rocha’ submetidas à aplicação de doses crescentes de fósforo (P) e potássio (K) no solo. O trabalho foi composto por dois experimentos com início em outubro de 2010 em um pomar comercial de pereiras ‘Rocha’ implantado em 2004 no município de São Joaquim, Planalto Serrano de Santa Catarina. As plantas são enxertadas sobre porta-enxerto P. caleriana, com densidade de 1.250 plantas.ha-1. O delineamento experimental adotado foi blocos completos ao acaso, com quatro repetições. No mês de outubro dos anos de 2010, 2011, 2012 e 2013 foram aplicados 0, 40, 80, 120 e 160kg.ha-1 de P2O5 e de K2O nos experimentos 1 e 2 respectivamente, totalizando 0, 160, 320, 480 e 640kg.ha-1 deP2O5 e de K2O em quatro anos. Em março de 2014 foi contado o número de frutos por planta e, em seguida, eles foram coletados e pesados para determinar a produção. O número de frutos por planta e a produção não foram afetados pela aplicação de P e K no solo. Possivelmente, isso aconteceu porque os teores de P disponível e de K trocável no solo foram suficientes para suprir a demanda das plantas. Assim, conclui-se que a aplicação de P e de K no solo não afetou a produção de pereiras ‘Rocha’ cultivadas no Planalto Serrano de Santa Catarina. 161 69 APLICAÇÃO DE NITROGÊNIO NO SOLO E PRODUÇÃO DE PEREIRAS ‘ROCHA’ (Pyrus communis L.) NO PLANALTO SERRANO DE SANTA CATARINA. DOS SANTOS JUNIOR, E.; DOS SANTOS, M.A.; AMBROSINI, V.G.; BRUNETTO, G.; NAVA, G. UFSC/CCA/ENR, Rodovia Admar Gonzaga, 1346, Itacorubi, Florianópolis, SC, e-mail: [email protected] No Sul do Brasil a resposta da pereira à adubação nitrogenada não é suficientemente conhecida. O trabalho objetivou avaliar a produção de pereiras ‘Rocha’ submetidas à aplicação de doses crescentes de nitrogênio (N) ao solo. O experimento foi implantado em outubro de 2010 em um pomar comercial cultivado desde 2004 com pereiras ‘Rocha’ no município de São Joaquim, SC. As plantas do pomar estão enxertadas sobre porta-enxerto de marmeleiro ('BA 29') com densidade de 2.500 plantas.ha-1. Nos anos de 2012 e 2013 foram aplicados 0, 40, 80, 120 e 160kg.ha-1 de N, sendo parcelado em quantidades iguais e em duas épocas (início da brotação e pós-colheita). O delineamento experimental utilizado foi de blocos ao acaso, com quatro repetições. Em fevereiro de 2014 foi contado o número de frutos por planta, que, em seguida, foram colhidos e pesados para determinar a produção. A aplicação das doses de N não afetou o número de frutos por planta nem a produção. Possivelmente, isso está relacionado ao fato de que o solo possui médio teor de matéria orgânica (43g.kg-1), o que pode ter disponibilizado boa quantidade de N no solo, suprindo a necessidade do nutriente para a pereira. Assim, para os níveis de produtividade obtidos no presente estudo em solos com médio teor de matéria orgânica do Planalto Serrano de Santa Catarina, a pereira ‘Rocha’ não responde à adubação nitrogenada. 70 EFEITO DA ADUBAÇÃO FOSFATADA NA QUALIDADE DOS FRUTOS DA MAÇÃ ‘FUJI’. GERBER, J.M.; NAVA, G.; ERNANI, P.R.; AMARANTE, C.V.T.; Universidade do Estado de Santa Catarina, Av. Luís de Camões, 2090, 88520-000, Lages, SC, e-mail: [email protected] Na cultura da macieira, as adubações com nitrogênio (N) e potássio (K) recebem uma maior atenção que a adubação fosfatada (P). Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos da adubação fosfatada em pomar de maçã 'Fuji' sobre alguns atributos de qualidade dos frutos. O experimento foi realizado em São Joaquim, SC, de 2010 a 2013, num Cambissolo Húmico. As análises químico-físicas realizadas antes da instalação do experimento revelaram os seguintes resultados: pH em água de 6,4; 4,3mg.dm-3 de P; 48g.dm-3 de matéria orgânica e 470g.dm-3 de argila. Os tratamentos consistiram de doses de P (0, 40, 80 120 e 160kg.ha-1 de P2O5) aplicadas anualmente ao solo, na forma de superfosfato triplo, sem incorporação, numa faixa de 2,2m de largura centralizada junto à linha de plantio. Em 2013, 15 dias antes da colheita comercial, os frutos foram coletados para a avaliação de maturidade e qualidade, na colheita e após seis meses de armazenamento em atmosfera controlada (AC). Na colheita, as avaliações feitas nos frutos foram teor de sólidos solúveis totais (SST), acidez titulável (AT), firmeza da polpa, índice de amido e cor da casca, e após o armazenamento, para SST, AT e firmeza da polpa. No momento da colheita, houve aumento significativo do índice de amido e firmeza da polpa, e uma redução da intensidade da cor vermelha do fruto no lado exposto ao sol, com o incremento da taxa de aplicação de P. No entanto, após 6 meses de armazenamento em AC, não houve efeito da taxa de P na firmeza da polpa. 162 71 ANÁLISE DE TENDÊNCIAS CLIMÁTICAS DE SÃO JOAQUIM. POLA, A.C.; BACK, A.J.; DELLA BRUNA, E.; FELIPETTO, J. Epagri/Estação Experimental de Urussanga, Rodovia SC-446, Km 16, C.P. D49, 888840-000, Urussanga, SC, e-mail: [email protected] As modificações climáticas e, em especial, o aumento da temperatura do ar e alterações na distribuição e frequência de chuvas podem ter impactos na atividade vitivinícola. Este trabalho teve como objetivo avaliar as tendências nas séries climáticas da estação meteorológica de São Joaquim, SC. Foram utilizados os dados diários de temperatura máxima, temperatura mínima e precipitação da estação meteorológica de São Joaquim, do período de 1961 a 2010. Foram calculados os índices climáticos definidos pela equipe de especialistas em detecção, monitoramento e índices de mudanças climáticas. A tendência nas séries foi avaliada pelo teste de Mann-Kendall, e para estimar a magnitude da tendência utilizou-se a declividade mediana determinada pelo teste de Theil–Sen. Os resultados mostraram tendência de aumento nas séries de temperatura mínima do ar em escala anual, bem como nas estações do ano. Com relação às temperaturas extremas, não foi constatada tendência significativa nas séries de temperaturas máximas absolutas anuais e mínimas absolutas anuais. Para temperatura máxima do ar houve tendência significativa de diminuição nas séries de temperatura máxima anual e na temperatura máxima da primavera e do verão. Com relação à precipitação, houve tendência significativa de aumento da precipitação total anual, da precipitação no período de crescimento da cultura da videira e do número de dias com chuva igual ou superior a 20mm. 72 ÍNDICES AGROCLIMÁTICOS DA VIDEIRA NA REGIÃO DE SÃO JOAQUIM, SC. BACK, A.J.; DELLA BRUNA, E.; FELIPETTO, J.; POLA, A.C. Epagri/Estação Experimental de Urussanga, Rodovia SC-446, Km 16, C.P. D49, 888840-000, Urussanga, SC, e-mail: [email protected] O desenvolvimento, a produção e a qualidade da viticultura são fortemente influenciados pelas condições climáticas, principalmente pela temperatura e precipitação. As limitações climáticas podem ser explicadas pelo emprego de índices climáticos. Este trabalho teve como objetivo caracterizar o clima da região de São Joaquim, SC. Foram utilizadas as séries históricas diárias de temperatura máxima, mínima e média do ar, e precipitação pluvial do período de 1961 a 2010, registrados na estação meteorológica de São Joaquim (latitude 28 o17’34” S, longitude 49o55'56” W, altitude de 1.388 metros). Com base nesses dados, foram calculados os índices que compõem o Sistema CCM Geovitícola. O índice de frio noturno, determinado pela temperatura mínima de março, é de 12,5°C, correspondendo à classe de “noites frias” (IF + 1). O índice de Huglin médio foi de 1.644, que corresponde à classe “frio” (IH-2) do Sistema CCM Geoviticola. O índice de seca (IS) calculado foi de 200mm, pois observa-se que a precipitação média é superior à evapotranspiração em todos os meses do ano. O balanço hídrico anual mostra que no final do ciclo se tem, em média, um excesso de 460mm. O IS é de 200mm, que corresponde à classe “úmido” (IS-2), significando a ausência de seca, com nível de disponibilidade hídrica elevado, tendendo a ser excessivo do ponto de vista da qualidade da uva. 163 73 COMPORTAMENTO DE DIFERENTES PORTA-ENXERTOS PARA O CULTIVAR DE VIDEIRA GOETHE. DELLA BRUNA, E.; ARCARI, S.G. Epagri/Estação Experimental de Urussanga, Rodovia SC-108, Km 16, 88840-000 Urussanga, SC, e-mail: [email protected] O cultivar de uva Goethe, hoje com a Indicação Geográfica de Procedência (IGP), é cultivado na região de Urussanga desde o final do século 19. Apesar da longa tradição no cultivo dessa uva na região, nunca se avaliou seu comportamento quando enxertada sobre diferentes porta-enxertos. Foram avaliados quatro porta-enxertos: Campinas, Paulsen 1103, VR43-43, SO₄ e pé-franco. As plantas foram conduzidas no sistema de latada, no espaçamento de 2 metros entre plantas e 3 metros entre filas. Foram avaliados: produtividade (kg.ha-1), teor de açúcar dos frutos, número de cachos por ramo, peso dos cachos, peso das bagas e ciclo (épocas de brotação, florescimento e maturação). Também foi avaliada a qualidade do vinho produzido. O ciclo em dias foi de: 98, 99, 97, 101 e 98 para os porta-enxertos Campinas, Paulsen 1103, VR43-43, SO₄ e pé-franco respectivamente. A produtividade das plantas enxertadas não apresentou diferenças entre elas, produzindo aproximadamente 30 toneladas por hectare, mas diferiu significativamente das plantas em pé-franco, que produziu, em média, 16 toneladas por hectare. A menor produtividade das plantas em pé-franco deveu-se à menor massa da baga e do cacho, além do menor número de brotos e menor vigor. Embora as videiras plantadas em pé-franco tenham produzido 54% se comparadas às enxertadas, seus frutos apresentaram maior teor de açúcar e o vinho produzido apresentou melhor qualidade nas avaliações organolépticas, especialmente no quesito aroma. 74 AVALIAÇÃO DE NOVOS PORTA-ENXERTOS DE MACIEIRA – SÉRIE CG. KATSURAYAMA, J.M.; BONETI, J.I.S. Epagri/Estação Experimental de São Joaquim, Rua João Araújo Lima, 102, Jardim Caiçara, 88600-000 São Joaquim, SC, e-mail: [email protected] As macieiras com boa adaptação, produtivas e com aceitação comercial garantem o cultivo comercial. É fundamental a utilização de porta-enxertos adaptados às condições edafoclimáticas da região Sul do Brasil. Em 2009, foi implantado, na Epagri/Estação Experimental de São Joaquim, um experimento com os portaenxertos de origem japonesa “JM 2” e “JM 7”, os de origem americana “CG 008”, “CG 56”, “CG 969” e “CG 24”, “CG 874”, “CG 210” e “M.9/Marubakaido” com 20cm de interenxerto. O espaçamento foi de 4,5m entre fileiras por 1,5m entre plantas, totalizando 1.481 árvores por hectare. As plantas foram conduzidas em líder central com tutoramento em espaldeira. Resultados indicam que ‘Gala/CG 008’ apresentou a melhor precocidade durante os anos agrícolas 2011/12 e 2012/13, com 38 e 102 frutos respectivamente. Mas, no ano agrícola 2013/14, ‘Gala/M.9/Marubakaido’ atingiu 195 frutos por planta, superando as demais combinações. Na somatória dos anos agrícolas, a combinação ‘Gala/M.9/Marubakaido’ produziu o maior número de frutos por planta (303 frutos) e ‘Gala/CG 969’ apresentou o menor número (91 frutos). Contudo, em relação ao peso médio do fruto, observou-se que ‘Gala/CG 969’ apresentou o maior peso médio do fruto (157g), enquanto ‘Gala/M.9/Marubakaido’ produziu o menor peso médio (140g). Em termos de produção acumulada, a melhor combinação foi de ‘Gala/CG 008’, com 41,2kg, seguida de ‘Gala/M.9/Marubakaido’, com 40,8kg, e ‘Gala/CG 969’, com 14,3kg de frutos, que foi a de menor produção por planta. As combinações mais produtivas foram ‘Gala/CG 008’, com 60,9t, e ‘Gala/M.9/Marubakaido’, com 60,4t, e as menos produtivas foram ‘Gala/JM 2’, com 32,1t’, e ‘Gala/CG 969’, com 21,1t. 164 75 AVALIAÇÃO PRELIMINAR DE SUBSTRATO PADRÃO EUROPEU DE BIOBED CONTRA DOIS SOLOS BRASILEIROS NA DEGRADAÇÃO DE RESÍDUOS PONTUAIS DE AGROTÓXICOS. CHEMELLO, M.C.; SILVA, V.C.; GEBLER, L. Embrapa Uva e Vinho/EEFT, BR-285, Km 115, C.P. 1513, 95200-000, Vacaria, RS, e-mail: [email protected] Com o objetivo de encontrar alternativas no descarte de resíduos da lavagem de tratores e pulverizadores para reduzir o dano ao ambiente, foram testados 19 reatores, sendo 8 com turfa + palha de trigo + solo agrícola (SPT), 4 com Latossolo puro e 4 com Nitossolo puro. Foi efluente de lavagem do maquinário após a aplicação em pomar de inseticida clorpirifós e do fungicida mancozeb em subparcelas de 50 e 25L. Foi então coletado o solo/substrato em quatro pontos diferentes de cada reator biobed, secando ao ar livre durante 2 dias e depois peneirada e pesada, formando 72 amostras de 5g. No terceiro dia foram adicionados às amostras 20ml de solução tampão fosfato e uma solução de diacetato de flurosceina (200µL), tampando e agitando por 20min. Após esse período, a reação foi interrompida pela adição de 20ml de acetona e centrifugada, retirando-se o sobrenadante. Para cada solo/substrato foi criada uma curva padrão com o mesmo procedimento, mas com material não contaminado nas concentrações de 0, 50, 100, 150, 200µL. Depois disso, foi feita a leitura da absorbância das amostras em 490nm de comprimento de onda no espectrofotômetro colorimétrico. Verificou-se, nos dados preliminares, que os biobeds que utilizaram substrato SPT apresentaram maior atividade microbiana, representando maior degradação do resíduo do efluente, com maior probabilidade de eficiência. 76 Drosophila suzukii (Matsumura, 1931) (DIPTERA: DROSOPHILIDAE) ATACANDO FRUTOS DE MORANGUEIRO NO BRASIL. SANTOS, R.S.S. Embrapa Uva e Vinho/Estação Experimental de Fruticultura de Clima Temperado, BR-285, Km 115, C.P. 1513, 95200-000, Vacaria, RS, e-mail: [email protected] Drosophila suzukii (Matsumura, 1931) é uma espécie nativa da Ásia com elevada capacidade invasora e de ocasionar danos em frutos de uma diversidade de espécies vegetais, especialmente os pequenos frutos de caroço. No Brasil, já teve registro nos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina em estudos faunísticos de drosofilídeos. Para o Brasil ainda não existe registro da praga atacando frutíferas. Porém, em janeiro de 2014 um produtor de morangos do município de Vacaria, RS, trouxe à Embrapa Uva e Vinho oito frutos da variedade San Andreas com sintomas do ataque de D. suzukii relatando o problema em cerca de 30% de sua produção. Os frutos foram agrupados aos pares, aleatoriamente, e depositados no interior de potes plásticos que continham na base uma fina camada de vermiculita para retenção de umidade e pupação dos insetos. Os potes foram tampados e deixados em temperatura ambiente até a emergência de adultos. A identificação foi baseada na morfologia externa e na análise da genitália. Do total de frutos analisados emergiram 60 adultos identificados como D. suzukii, com média de 7,5 adultos por fruto. A razão sexual da praga foi entre 0,15 e 0,47, indicando maior proporção de fêmeas na população amostrada. Esse é o primeiro registro de D. suzukii atacando frutos de morangueiro no Brasil. Devido ao caráter invasor da espécie, pode estar presente em outras frutíferas hospedeiras no Brasil. 165 77 EFEITO DA MODULAGEM DA TEMPERATURA SOBRE OS PERFIS SENSORIAIS DE VINHOS TINTOS FINOS ELABORADOS NA REGIÃO DE SÃO JOAQUIM, SC. FELIPPETO, J. BRIGHENTI, L.M., MENON, Epagri/ Estação Experimental de São Joaquim, Rua João Araújo Lima, 102, 88600-000 São Joaquim, SC, e-mail: [email protected] A temperatura da massa fermentativa é fator de alta influência sobre as variações que se observam na extração de compostos fenólicos em vinhos tintos durante a fermentação alcoólica. As antocianinas são extraídas da casca da uva durante a fase inicial da fermentação alcoólica, e a extração dos flavanóis aumenta no final desse processo, quando o teor de álcool se torna importante. O experimento foi realizado no Laboratório de Enoquímica da Epagri/Estação Experimental de São Joaquim com uvas da variedade Merlot produzidas na região de São Joaquim, SC. Foram utilizados tanques de aço inox com 40L de capacidade, munidos de sistema de controle de temperatura automatizado. No tratamento T2 o mosto foi submetido a uma temperatura de 28°C durante 72 horas e, posteriormente, resfriado até 20°C, mantendo-se essa temperatura constante até o momento da descuba. No tratamento T1 a temperatura foi mantida constante a 24°C. Após as etapas de maceração e fermentação, os tratamentos foram conduzidos de forma idêntica, seguindo o protocolo padrão para as demais operações de vinificação até o engarrafamento final. As análises sensoriais correspondentes aos tratamentos T1 e T2 mantiveram entre si os mesmos padrões sensoriais. Entretanto, pôde ser observada uma pequena tendência de aumento da intensidade visual no T2. Temperaturas mais elevadas favorecem a ação das leveduras e, consequentemente, a extração dos polifenóis, o que pode ter influenciado na maior percepção da intensidade visual do tratamento com temperatura modulada. 78 ACOMPANHAMENTO DA EFICIÊNCIA DE ATRATIVOS ALIMENTARES PARA O MONITORAMENTO DE Anastrepha fraterculus NA CULTURA DA AMEIXEIRA. ROSA, J.M. da.; ARIOLI, C.J.; BOTTON, M.; PADILHA, A.C.; BRIGHENTI, L.M. Epagri/EESJ, Rua João Araújo Lima, 102, 88600-000 São Joaquim, SC, e-mail: [email protected] Neste trabalho, avaliou-se a eficiência de atrativos alimentares na captura de adultos de A. fraterculus em ameixeira no ano agrícola 2013/14 buscando melhorias no sistema de monitoramento dessa praga, uma vez que o atrativo padrão (suco de uva 25%) não tem sido eficiente em identificar sua presença nos pomares, dificultando a tomada de decisão de controle. O trabalho foi conduzido em cinco pomares comerciais do cv. Letícia em produção, no município de Videira, SC. Os atrativos avaliados foram: CeraTrap® (sem diluição), Torula® (três pastilhas.L-1), BioAnastrepha® (5%), suco de uva (25%) e água como controle. Foi utilizado um volume de 300ml em armadilhas tipo McPhail, dispostas nas bordas dos pomares, distanciadas 20m entre si. A triagem, sexagem e identificação das moscas-das-frutas capturadas foram realizadas semanalmente, bem como a troca dos atrativos, com exceção da Torula (a cada 15 dias) e CeraTrap® (sem troca, apenas reposição). O delineamento foi em blocos casualizados com cinco repetições. Os dados foram submetidos à ANOVA e ao teste de comparação de médias (p < 0,05). O atrativo CeraTrap® promoveu capturas constantes e apresentou maior média de captura, 0,84 MAD (moscas/armadilha/dia), diferindo dos demais atrativos (BioAnastrepha, Torula e suco, com 0,24, 0,24 e 0,02 MAD respectivamente), comprovando a baixa atratividade do suco de uva, o qual não diferiu do controle. 166 79 AVALIAÇÃO DE ARMADILHAS PARA A CAPTURA DE FÊMEAS DE Grapholita molesta (LEPIDOPTERA: TORTRICIDAE) NA CULTURA DA MACIEIRA. PADILHA, A.C; BOTTON, M.; ROSA, J.M.da; ARIOLI, C.J.; BOFF, M.I.C. Epagri/Estação Experimental de São Joauim, Rua João Araújo Lima, 102, 88600-000 São Joaquim, SC, e-mail: [email protected] O uso de feromônios por meio da técnica de interrupção de acasalamento (IA) é ferramenta preferencial no MIP, destacando-se no controle de G. molesta em macieira. A eficácia da IA é medida, principalmente, pelo monitoramento de armadilhas com feromônio sexual, em que qualquer captura serve de alerta ao fruticultor. No entanto, essas armadilhas não são confiáveis, pois são específicas, não capturando fêmeas, as quais são responsáveis pelo aumento da população nociva (lagartas) ao cultivo. Por esse motivo, muitos fruticultores acabam tendo frustações com o uso da tecnologia. O objetivo do trabalho foi avaliar a eficiência de diferentes modelos de armadilhas na captura de fêmeas de G. molesta na cultura da macieira no ano agrícola 2011/12 em Farroupilha, RS. Os modelos de armadilhas testadas foram: McPhail, Pote e Ajar. Dentro de cada armadilha foram colocados 300ml da solução atrativa (solução composta por acetato de terpenila e açúcar mascavo). O delineamento foi de blocos ao acaso, sendo as armadilhas posicionadas nas plantas a 1,65m de altura, distanciadas 25m umas das outras. A avaliação consistiu na contagem de adultos de G. molesta (machos e fêmeas) e na identificação de fêmeas virgens e acasaladas. A armadilha pote apresentou maior captura de fêmeas da mariposa-oriental quando comparada com os demais tratamentos. Em relação à captura de fêmeas copuladas, os modelos pote e Ajar foram superiores ao modelo Mcphail, mesmo não diferindo entre si. 80 ACOMPANHAMENTO DA EFICIÊNCIA DE ATRATIVOS ALIMENTARES PARA O MONITORAMENTO DE Anastrepha fraterculus (DIPTERA: TEPHRITIDAE) NA CULTURA DA MACIEIRA. ARIOLI, C.J.; RIBEIRO, L.G.; BOTTON, M.; ROSA, J.M.da; PADILHA, A.C. Epagri/Estação Experimental de São Joaquim, Rua João Araújo Lima, 102, 88600-000 São Joaquim, SC, e-mail: [email protected] Anastrepha fraterculus é a principal praga da cultura da macieira no Brasil. Seu monitoramento é feito através de atrativos alimentares, especialmente suco de uva 25%, que não tem sido eficiente para identificar a presença do inseto nos pomares, dificultando a tomada de decisão de controle. O objetivo do trabalho foi acompanhar a eficiência de atrativos alimentares para o monitoramento da espécie em pomar comercial em São Joaquim, SC no ano agrícola 2013/2014. Os atrativos alimentares avaliados foram: CeraTrap® (sem diluição), Torula® (três pastilhas.L-1), BioAnastrepha® (5%) e suco de uva tinto (25%). Os atrativos alimentares foram colocados em armadilhas McPhail, as quais foram distribuídas no pomar em delineamento de blocos ao acaso. Realizou-se contagem semanal de A. fraterculus capturadas, bem como a troca dos atrativos, com exceção da Torula® (a cada 15 dias) e CeraTrap® (sem troca, apenas reposição do conteúdo perdido por evaporação). De acordo com os resultados obtidos, o atrativo CeraTrap® apresentou capturas mais constantes, além de capturar o maior número de moscas por armadilha.dia-1 (1,68 MAD) durante o período de condução do experimento, diferindo significativamente dos demais atrativos. O suco de uva foi ineficiente no monitoramento dessa espécie em pomares comerciais (0,11 MAD), não demonstrando confiabilidade para ser utilizado pelo setor produtivo. 167 81 COMPOSIÇÃO MINERAL DE FRUTOS E PRODUTIVIDADE DE MACIEIRAS SUBMETIDAS A REGIMES DE IRRIGAÇÃO E FERTIRRIGAÇÃO. BRANCO, M.S.C; NAVA, G.; ERNANI, P.R. Engenheira-agrônoma, Mestranda do curso de Ciência do Solo na Universidade do Estado de Santa Catarina, Av. Luís de Camões, 2090, Conta Dinheiro, 88520-000, Lages, SC, e-mail: [email protected] Nos últimos anos, ocorreram períodos frequentes de estiagem e irregularidade na distribuição de chuvas nas principais regiões produtoras de maçã do Brasil. O presente trabalho objetivou avaliar o efeito da irrigação, bem como comparar o efeito da adubação convencional (em superfície) em relação ao uso da fertirrigação quanto ao incremento da produtividade, ao peso de frutos e à composição mineral. O experimento foi conduzido na Epagri/Estação Experimental de São Joaquim, SC, durante a estação de crescimento 2013/14, em pomar implantado no ano de 2011, com o cultivar Kinkas sobre o porta-enxerto Marubakaido e interenxerto de M-9 em alta densidade (4,0 x 1,5m). O delineamento experimental foi de blocos ao acaso, com oito repetições dos seguintes tratamentos: T1 – adubação convencional; T2 – irrigação + adubação convencional; T3 – irrigação + fertirrigação; e T4 – fertirrigação. As parcelas foram compostas por seis plantas, sendo consideradas as quatro centrais como úteis. A contagem de frutos foi realizada no início de abril, e em seguida se realizou a colheita e a pesagem dos frutos. O tratamento T3 (irrigação + fertirrigação) apresentou maior peso médio de frutos (197g), porém a produtividade não foi significativamente diferente entre os tratamentos. Quanto à composição mineral dos frutos, os tratamentos T3 e T4 apresentaram maior teor de potássio (K). Para o cálcio (Ca), a testemunha (T1) foi o tratamento que apresentou o maior teor. 82 ANTECIPAÇÃO E UNIFORMIZAÇÃO DE BROTAÇÕES EM MACIEIRAS ‘MAXI GALA’ COM O USO DE ALTERNATIVAS À CIANAMIDA HIDROGENADA. UBER,S.C.; KRETZSCHMAR, A.A.; BOTELHO, R.V.; RUFATO, L.; RODRIGUES, J.R. Universidade do Estado de Santa Catarina, Av. Luís de Camões, 2090, 88520-000 Lages, SC, e-mail: [email protected] O uso da cianamida hidrogenada tem sido revisto por alguns países devido a sua elevada toxicidade ao homem e ao meio ambiente. Esse produto é comumente utilizado no Brasil para antecipação e uniformização de brotações em macieiras e, com isso, o Brasil pode sofrer entraves com a exportação de maçã. O objetivo do trabalho foi testar a eficiência de diferentes formulações em alternativa ao uso da cianamida hidrogenada para antecipação e uniformização de brotações na macieira ‘Maxi Gala’ durante o ano agrícola de 2012/13. O experimento foi conduzido no delineamento em blocos casualizados com quatro repetições em pomar comercial localizado no município de Vacaria, RS. As aplicações foram realizadas quando as gemas se encontravam no estádio fenológico considerado de “gema inchada”. Os tratamentos utilizados foram: T1 – Testemunha (sem tratamento); T2 – OM (óleo mineral) 2%; T3 – OV (óleo vegetal) 2%; T4 – OV 4%; T5 – OM 2% + OV 2%; T6 – OM 2% + OV 4%; T7 – Dormex® + OM e T8 – Erger® 4% + Nitrato de Ca 4%. Os resultados foram submetidos à análise de variância seguida por comparação de médias pelo teste de Duncan. Todos os tratamentos foram eficazes para antecipar e uniformizar as brotações quando comparados ao controle para o ciclo agrícola 2012/13. O tratamento com Erger 4% + Nitrato de Cálcio 4% promoveu maior número de brotações. 168 83 VARIABILIDADE GENÉTICA EM GERMOPLASMA DE PEREIRA (Pyrus sp.). SOUZA, Z. da S. Epagri/Estação Experimental de São Joaquim, Rua João Araujo Lima, 102, C.P. 81, 88600-000 São Joaquim, SC, e-mail: [email protected] A falta de adaptação dos cultivares comerciais de pereira tem dificultado o desenvolvimento da cultura na região de São Joaquim, SC, com clima temperado devido à altitude. Entretanto, existem alguns genótipos mantidos por produtores oriundos de antigas introduções com produção anual de frutos. Com os objetivos de obter variabilidade genética para o programa de melhoramento da pereira na Epagri e identificar algum possível genótipo superior com potencial de utilização comercial, foram iniciadas coletas de germoplasma de Pyrus existente na região a partir de 2009. As coletas originaram um pomar iniciado em 2010, com quatro plantas de cada genótipo, sendo duas enxertadas sobre Pyrus calleryana e outras duas em marmeleiro para manutenção e avaliação. Até o inverno de 2013 foram plantados 35 genótipos, sendo 23 em 2010, sete em 2011 e cinco em 2012. No ciclo 2013/14 o início da brotação variou de 20/8 a 15/10 no material avaliado. Dez genótipos plantados em 2010 e um em 2011 floresceram na primavera de 2013, com início em 1/9 até 18/10 no genótipo mais tardio. Nove genótipos plantados em 2010 e um em 2011 produziram frutos no verão de 2014. As plantas enxertadas sobre P. calleryana são mais vigorosas. A ocorrência de doenças (entomosporiose) é muito variável entre os genótipos. Esses resultados indicam a existência de variabilidade genética para início de brotação e florescimento, vigor sobre diferentes porta-enxertos e resistência de campo a doenças. 84 ADUBAÇÃO COM FÓSFORO E SUA INFLUÊNCIA SOBRE OS PARAMETROS FÍSICO-QUÍMICOS DE UVAS DO CV. CABERNET SAUVIGNON EM SÃO JOAQUIM, SC. MENON, J.K.; BRIGHENTI, L.M.; FELIPPETO, J.; NAVA, G. Estudante de Agronomia da UFSC/Campus Curitibanos, Rodovia Ulisses Gaboardi, Km 3, 89520-000 Curitibanos, SC, e-mail: [email protected] Os aspectos nutricionais da videira podem refletir-se na produtividade e na qualidade das uvas, com consequente variação na qualidade final do vinho. A exigência de fósforo pela videira é relativamente pequena quando comparada com a de potássio, nitrogênio e cálcio. Este trabalho teve o objetivo de avaliar o efeito da adubação com fósforo (P) sobre a maturação tecnológica e a produtividade de uvas do cv. Cabernet Sauvignon. O experimento foi conduzido em vinhedo comercial em São Joaquim, SC, no ano agrícola 2013/14. O delineamento experimental foi o de blocos ao acaso, com três plantas úteis e cinco repetições. O espaçamento foi de 2,90 x 1,25m e as plantas estavam enxertadas sobre Paulsen 1103 em sistema de condução de espaldeira. Os tratamentos consistiram na aplicação em dose única pós-colheita de 0, 30, 60, 90 e 120kg.ha-1 de fósforo (P2O5). Na fase de maturação das uvas foi feita a coleta de 100 bagas a partir das quais foram determinados pH, sólidos solúveis totais (SST), acidez titulável, peso total, peso de casca, número de sementes, peso de sementes e rendimento. Os dados foram submetidos à análise de variância, não sendo observadas diferenças significativas para os parâmetros analisados. Entretanto, o teor de SST ( oBrix) aumentou de maneira curvilinear em função do aumento das doses de fósforo aplicadas ao solo. O rendimento variou de 3,07 a 6,97kg.planta-1, porém não foi afetado pelas diferentes doses. 169 85 EFEITO DA ADUBAÇÃO COM NITROGÊNIO SOBRE A MATURAÇÃO TECNOLÓGICA DE UVAS DO CV. CABERNET SAUVIGNON EM SÃO JOAQUIM, SC. NAVA, G.; BRIGHENTI, L.M.; FELIPPETO, J.; MENON, J.K. Engenheiro-agrônomo, Dr., Epagri/Estação Experimental de São Joaquim, e-mail: [email protected] O nitrogênio é um dos nutrientes mais exigidos pela cultura da videira, sendo absorvido do início da brotação até o florescimento e no início do desenvolvimento das bagas. A adubação nitrogenada gera grande impacto sobre o crescimento vegetativo das plantas, sua produtividade e características químicas da uva, do mosto e do vinho. Este trabalho teve o objetivo de avaliar o efeito da adubação com nitrogênio (N) sobre a maturação tecnológica e produtividade de uvas do cv. Cabernet Sauvignon. O experimento foi conduzido em vinhedo comercial em São Joaquim, SC, no ano agrícola 2013/14. O delineamento experimental foi o de blocos ao acaso, com três plantas úteis e cinco repetições. O espaçamento foi de 2,90 x 1,25m e as plantas estavam enxertadas sobre Paulsen 1103 em sistema de condução de espaldeira. Os tratamentos consistiram na aplicação em cobertura de doses de N de 0, 30, 60, 90 e 120kg.ha-¹ (aplicadas na forma de nitrato de amônio), parceladas no início da brotação (50%) e em plena floração (50%). Na fase de maturação das uvas foi feita a coleta de 100 bagas, a partir das quais foram determinados pH, sólidos solúveis totais (SST), acidez titulável, peso total, peso da casca, número de sementes, peso das sementes e rendimento. Os dados foram submetidos à análise de variância, e os resultados mostraram que as diferentes adubações com N não influenciaram significativamente nenhum dos parâmetros avaliados. O rendimento variou de 2,43 a 4,5kg.planta-1, porém não foi afetado pelas diferentes doses. 86 ADUBAÇÃO POTÁSSICA E SEUS EFEITOS NA MATURAÇÃO TECNOLÓGICA DE UVAS DO CV. CABERNET SAUVIGNON EM SÃO JOAQUIM, SC. BRIGHENTI, L.M. FELIPPETO, J.; MENON, J.K.; NAVA, G. Bolsista DTI, CNPq – Rua João Araújo Lima, 102, São Joaquim, SC, e-mail: [email protected] A adubação potássica é utilizada regularmente na cultura da videira, pois é um dos macronutrientes mais absorvidos pela cultura e está relacionado com a produtividade. Contribui no adequado amadurecimento dos frutos e aumenta a concentração de açúcares e os constituintes de cor e aromas, porém pode alterar a qualidade final do vinho, principalmente por alterações no pH do mosto. O objetivo do trabalho foi avaliar o efeito de diferentes doses de adubação com K na maturação tecnológica e produtividade de uvas do cv. Cabernet Sauvingon. O experimento foi conduzido em vinhedo comercial em São Joaquim, SC, no ano agrícola 2013/14. O delineamento experimental foi de blocos ao acaso, com quatro plantas úteis e cinco repetições. O espaçamento foi de 2,90 x 1,25m e as plantas estavam enxertadas sobre Paulsen 1103 em sistema de condução de espaldeira. Os tratamentos consistiram na aplicação em dose única pós-colheita de 0, 50, 100, 150 e 200 kg.ha-1 de potássio. Na maturação foi feita a coleta de 100 bagas, a partir das quais foi obtido o mosto para determinação de pH, sólidos solúveis totais (SST), acidez titulável, peso total, peso da casca, número de sementes, peso das sementes e rendimento. Os dados foram submetidos à análise de variância, não tendo sido observadas diferenças para os parâmetros analisados. Entretanto, o pH foi significativamente influenciado pelas diferentes doses de K aplicadas, apresentando uma curva de regressão quadrática com incrementos até a dose de 100kg.ha-1 de K. O rendimento variou de 2,08 a 5,78kg.planta-1, porém não foi afetado pelas diferentes doses. 170 87 DESEMPENHO AGRONÔMICO DA VARIEDADE VERMENTINO (Vitis vinifera L.) EM SÃO JOAQUIM, SC. BRIGHENTI, E.; BONIN, V.; BRIGHENTI, A.F.; STEFANINI, M.; SILVA, A.L. Epagri/Estação Experimental de São Joaquim, Rua João Araújo Lima, 102, 88600-000 São Joaquim, SC, e-mail: [email protected] A variedade Vermentino é originária da região da Liguria e muito cultivada nas regiões de Massa Carrara e da Sardenha. É utilizada principalmente para a elaboração de vinhos brancos tranquilos, mas também é apropriada para elaboração de vinhos fortificados e espumantes. Acredita-se que ela possa ser uma variedade com potencial para o cultivo na região de São Joaquim. O objetivo deste trabalho foi determinar a época de ocorrência dos principais estádios fenológicos e as características físico-químicas da variedade Vermentino, em quatro safras consecutivas. O experimento foi realizado na Epagri/Estação Experimental de São Joaquim (28°16’30,08” S, 49°56’09,34” O, altitude de 1.400m), nos anos agrícolas 2011, 2012, 2013 e 2014. O vinhedo possui 7 anos de plantio e as plantas estão enxertadas em 1103 P. Para a definição dos estádios fenológicos, foi utilizada a metodologia descrita por Baillod & Baggiolini. No momento da colheita foi determinada a produtividade por planta, o teor de sólidos solúveis totais (°Brix), a acidez total titulável (meq.L-1) e o pH. Na média dos quatro anos avaliados, o início da brotação ocorreu em 17/9, a plena florada em 4/12, a mudança de cor das bagas (50%) em 17/2 e a colheita em 12/4. A produtividade média foi 3,2kg.planta-1, as uvas apresentavam teores de SST de 18°Brix, acidez total de 116meq.L-1 e pH de 3,16. Os resultados comprovam que nas quatro safras avaliadas a variedade Vermentino cultivada em São Joaquim apresentou desenvolvimento vitícola adequado. As características fenológicas observadas foram típicas da variedade, e os índices de maturação foram adequados para a elaboração de vinhos brancos de qualidade. 171