SERGIO LEVI FERNANDES DE SOUZA Principais mudanças da

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SERGIO LEVI FERNANDES DE SOUZA
Principais mudanças da revolução copernicana e as
antinomias da razão pura.
Santo André
2014
INTRODUÇÃO
Nunca um sistema de pensamento dominou tanto uma época como a
filosofia de Immanuel Kant dominou o pensamento do século XIX. Muito tempo
se passou até que o fantástico escocês de Königsberg despertasse o mundo
de seu sono dogmático, em 1781, com a sua famosa Critica da Razão Pura.
A revolução copernicana de Immanuel Kant é um marco na filosofia
moderna, sobretudo na teoria do conhecimento. Tal revolução é uma resposta
ao antagonismo presente nas proposições elaboradas pelos racionalistas, que
são analíticas a priori, e nas elaboradas pelos empiristas, sintéticas a
posteriores. Com o juízo sintético a priori, Kant desloca o sujeito da periferia do
conhecimento para colocá-lo em seu lugar: o centro. É esse deslocamento que
o filósofo denominará de revolução copernicana que permitiu o nascimento das
ciências e os seus fundamentos.
O presente artigo tem por objetivo descrever as principais mudanças da
revolução copernicana e explicar o que são antinomias da razão pura para o
filosofo de Königsberg.
A REVOLUÇÃO COPERNICANA DE KANT
Immanuel Kant se pauta em duas ciências para determinar os termos
possíveis que dariam a metafísica um caráter de ciência: a matemática e a
física. Em sua “Critica da Razão Pura”, Kant tenta resolver o seguinte
problema: Como posso obter um conhecimento seguro e verdadeiro sobre as
coisas do mundo? A resposta de Kant iria mudar o rumo da filosofia.
Em sua revolução copernicana, tal como Copérnico, para Kant o sujeito
não está orientado pelo objeto, mas o objeto pelo sujeito. Portanto, o que o
filosofo
escocês
propõe
é
uma
investigação
das
possibilidades
de
conhecimento. E como se dá esse conhecimento? “O conhecimento de dado
objeto se dá à razão através do Sensível e do Entendimento” (Jansey, 64).
Antes de Kant, afirmava-se que a função de nossa mente era assimilar a
realidade do mundo. Nessa operação, alguns filósofos só consideravam
importante a atividade mental do sujeito (racionalismo dogmático), enquanto
outros ressaltavam o papel determinante do objeto real exterior (empirismo).
Através de seu racionalismo critico, Kant tentou formular a síntese entre
sujeito e objeto, entre empirismo e racionalismo dogmático, mostrando que, ao
conhecimento a realidade do mundo, participamos de sua construção mental,
ou seja: das coisas conhecemos a priori só o que nós mesmos colocamos
nelas.
Kant elaborou sua revolução copernicana, de importância impar dentro
da historia do pensamento ocidental, inaugurando uma nova mentalidade de
conhecimento ainda hoje não compreendida e não entendida pelas pessoas,
que se prendem ao realismo e tem dificuldades em pensar como os idealistas.
A revolução copernicana de Kant é importante porque tira o sujeito da periferia
do conhecimento e lhe dá o devido lugar: o centro da especulação.
ANTINOMIAS DA RAZÃO PURA.
O termo antinomia, utilizado por Kant, “é uma forma retórica de
apresentação citada por Quintiliano (35-100) [...] na qual argumentos opostos
são apresentados lado a lado” (Caygill, 2000, p. 28). É isto que faz Kant na sua
Crítica.
Este
argumenta
para
mostrar
que
podem
ser
igualmente
fundamentadas as teses contrárias entre si. As quatro antinomias discutidas na
obra são: que o mundo é finito e que o mundo é infinito; que existem partículas
indivisíveis (átomos) e que não existem partículas indivisíveis; que todos os
processos são causalmente determinados e que nem todos os processos o são
(existe liberdade); Deus existe e Deus não existe.
CONCLUSÃO
Se para os pensadores anteriores a Kant (tanto empiristas quanto
racionalistas) o conhecimento se dava por identificação das leis presentes nos
objetos, com sua revolução, Kant deixa claro já não ser mais possível tal
identificação. Dessa forma, comprava-se que a hipótese kantiana do
conhecimento é dada por apresentação. O sujeito, aqui, apresenta as leis do
objeto, o que nos leva a concluir que sua revolução é importantíssima dentro
da gnosiologia, pois é uma resposta tanto ao uso dogmático dos racionalistas
quanto ao ceticismo empirista. Portanto, em Kant, o conhecimento é possível,
mas não pode ser encerrado, pois, para o objeto, podemos apresentar novas
leis anteriormente não percebidas.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
CAYGILL, H. Dicionário Kant. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2000.
CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. 14. Ed. São Paulo: Ática, 2012.
DURANT, Will. A história da filosofia. Tradução Luiz Carlos do
Nascimento Silva. Rio de Janeiro: Nova Cultura, 1996.
JANSEY, Túlio. Filosofia e Teologia no Século XXI. 2. Ed. São Paulo:
Editora Abba, 2004.
ROHDEN, Huberto. Filosofia Contemporânea. In: A obra prima de cada
autor. São Paulo: Martin Claret, 2009.
TRALDI, Maria C.; DIAS, Reinaldo. Monografia passo a passo. Ed.
especial. Campinas: Alínea, 2011.
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