Anais XVI Encontro Nacional dos Geógrafos Crise, práxis e autonomia: espaços de resistência e de esperanças Oficinas Reprodução Ampliada e Crise. Contradição Agrário-Urbana no Brasil. Coordenadores: Ana Cristina Mota Silva Anselmo Alfredo Seção local: AGB-São Paulo e-mail: [email protected] [email protected] Material necessário: data show Resumo A análise sobre as relações agrário-urbanas no Brasil está constituída inicialmente pela condição histórica e lógica da reprodução social centralizando os fundamentos da pesquisa sobre as contradições da valorização do valor e a expressão destas enquanto Estado brasileiro, a partir da década de 1990. Em seguida, se analisa o movimento da reprodução simples à reprodução ampliada no momento em que a generalização do modo de vida urbano se realiza criticamente. Simultaneamente, a produção e reprodução social como síntese da reprodução crítica (em crise), põe como necessidade da relação entre reprodução simples e ampliada a ilusão necessária. Introdução No Brasil, no começo da década de noventa, inúmeras mudanças se manifestam, seja no campo como nas cidades. Estas mudanças serão compreendidas como fenômenos sócio-1Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN: 978-85-99907-02-3 Anais XVI Encontro Nacional dos Geógrafos Crise, práxis e autonomia: espaços de resistência e de esperanças Oficinas espaciais sob as determinações sociais de uma generalização do modo de vida urbano. Se, isto se coloca entre parênteses, simultaneamente, se acentua a necessidade de compreensão da relação espaço e tempo no instante em que sintetiza relações agrário-urbanas não como a produção e/ou espacialização de fenômenos que aparecem como autônomos. Todavia, são imediatas formas de sociabilidade à medida que os fundamentos sociais destas mudanças se realizam sob a condição da forma-mercadoria. Ao aparecer como sociabilidade e síntese de formas autônomas se revelam como fetiche, a saber, como unidade de equivalência. Esta afirmação nos leva a pensar dois momentos importantes que merecem analiticamente ser expostos também como parte constitutiva dos recortes atribuídos para esta proposta (oficina). Primeiro, analisar no Brasil as condições históricas nas quais se afirma a reprodução social a partir de algo que está criticamente produzido (o urbano fundamentado pelo valor) e se põe como forma social de reprodução, isto é, generalidade de algo que determina as condições históricas da sociedade e, ao mesmo tempo, em processo de formação. Isto não se põe unicamente como materialidade espacial, contudo, como elo social que se presentifica e se realiza como os fundamentos do moderno e/ou da modernização. Tornar-se-á necessário centralizar a análise nos elementos que possibilitam pensar a contradição entre materialidade e abstração que identifica o processo. Nisto se pontuam as contradições do Estado brasileiro a partir da década acima referida, momento pelo qual as determinações históricas e lógicas se manifestam para a análise desta reprodução. Como segundo momento, impõe-nos ainda discutir analiticamente o movimento da reprodução simples ao da reprodução ampliada, como forma de se compreender estes dois momentos propostos, na medida em que os mesmos se efetivam como ilusão necessária e crise da reprodução ampliada. Ao se estabelecer como momento analítico este movimento impõe-nos pensar também as relações agrário-urbanas supracitadas na medida em que a generalização de um modo de vida urbano revela a redefinição dos conteúdos sociais. Tais conteúdos se referem à relação terra-trabalho; campo-cidade; urbano-rural; reprodução ampliada-crise da reprodução, etc., Nesse sentido, é condição necessária considerar esta reprodução social a partir do recorte inferido e das contradições apontadas como relações espaço-temporais, -2Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN: 978-85-99907-02-3 Anais XVI Encontro Nacional dos Geógrafos Crise, práxis e autonomia: espaços de resistência e de esperanças Oficinas determinadas por contradições da relação capital e trabalho que levam tanto o Estado, como o urbano, a expressarem a crise da valorização do valor, na especificidade da sociedade brasileira. Objetivos - Discutir momentos da reprodução social e sua crise a partir da década de noventa sobre as relações agrário-urbanas no Brasil; - Analisar o movimento da reprodução simples à da reprodução ampliada com base no O Capital, considerando o fetichismo da mercadoria como elemento essencial; - Compreender momentos da produção e/ou reprodução social como síntese e manifestação dos conteúdos sociais de conceitos e categorias inferidos, por exemplo, reprodução; urbano, produção, etc. Metodologias A oficina realizar-se-á através da exposição oral; da leitura de pequenos trechos dos textos selecionados; da apresentação de um material iconográfico sobre momentos de pesquisas realizadas no Brasil e, enfim, da discussão em grupo sobre as questões expostas. Bibliografia ALFREDO, Anselmo. Crítica à Economia Política do Desenvolvimento e do Espaço. São Paulo: (mimeo), 2007. 424p -3Realizado de 25 a 31 de julho de 2010. Porto Alegre - RS, 2010. ISBN: 978-85-99907-02-3 Anais XVI Encontro Nacional dos Geógrafos Crise, práxis e autonomia: espaços de resistência e de esperanças Oficinas ALFREDO, Anselmo. Modernização e Reprodução Crítica. Agroindústria do Leite e Contradições do Processo de Acumulação. Geousp. Revista da Pós Graduação em Geografia, DG-FFLCH-USP, n. 24, 2008. (pp. 63-108). MARX, Karl. Mercadoria e Dinheiro. In: O Capital. Vol. I. Livro I. Tomo I. Crítica da Economia Política. 3 a. ed. São Paulo: Nova Cultural, 1988. (pp.45-78). MARX, Karl. O Ciclo do Capital Produtivo. In: O Capital. V. III. L II. T. I e II. Crítica da Economia Política. 3 a. ed. São Paulo: Nova Cultural, 1988. (pp.46-60). RICCI, François. Estrutura Lógica Do Parágrafo 1 De O Capital. In: A Lógica Em Marx. Para Um Estudo Da Dialética Em Marx. d’HONDT, Jacques (org.). Lisboa-Portugal: Iniciativas Editoriais, 1978. (pp.89-112). RURZ, Robert. A Falta de Autonomia do Estado e os Limites da Política: quatro teses sobre a crise da regulação política. 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