RELATO SOBRE CLÍNICA AMPLIADA E COMPARTILHADA A

Propaganda
RELATO SOBRE CLÍNICA AMPLIADA E COMPARTILHADA
A Cartilha sobre Clínica Ampliada e Compartilhada, destaca pontos importantes
tais como: Compreensão ampliada do processo saúde-doença; a construção
compartilhada dos diagnósticos e terapêuticas; ampliação do “objeto de trabalho”; a
transformação dos “meios” ou instrumentos de trabalho; suporte para os profissionais de
saúde.
Trata também da importância da escuta, da criação de vínculos e afetos, abertura
de diálogos entre equipe e usuário. Mostra a relevância da clínica ampliada na saúde
coletiva construindo práticas de saúde mais produtoras de autonomia, menos produtora
de medo e submissão.
É imprescindível a Equipe de Referência e Apoio Matricial como ocorre nos
PSF’s que facilita um vínculo entre os profissionais e os usuários, possibilitando uma
gestão centrada nos fins (coprodução de e autonomia) do que nos meios (consultas por
hora, por exemplo) produzindo maior corresponsabilização entre profissionais, equipe e
usuários. Estas surgiram como arranjo de organização e de gestão dos serviços de saúde
superando a forma de gerenciar tradicional vertical, compartimental e produtora de
processo de trabalho fragmentado e alienante para o trabalhador. Cita duas modalidades
onde é utilizado este tipo de arranjos: o atendimento conjunto e a discussão de
casos/formulação de Projetos Terapêuticos Singulares.
Fala do Projeto Terapêutico Singular como o conjunto de propostas de condutas
terapêuticas articuladas para um indivíduo ou coletivo, resultado de discussão coletiva
de uma equipe interdisciplinar, com Apoio Matricial se necessário. É uma reunião de
toda a equipe em que todas as opiniões são importantes para ajudar a entender o sujeito
com alguma demanda de cuidado em saúde, e consequentemente, para definição de
propostas e ações. Contém 4 movimentos: 1) definir hipóteses diagnósticas que contem
uma avaliação orgânica, psicológica e social mostrando o provável risco e
vulnerabilidade do usuário; 2) Definição de metas: curto,médio e longo prazo em
negociação com o doente; 3) Divisão de responsabilidades e escolha de um profissional
de referência para “vigiar” o processo 4) reavaliação: Discuti-se a evolução e faz-se as
devidas correções de rumo.
A concepção de Clínica Ampliada e a proposta do Projeto Terapêutico Singular
nos faz perceber que as situações vistas pelas equipes difíceis de resolver esbarram nos
limites da clínica tradicional. É preciso fazer as perguntas tradicionais, mas dar espaço
para as ideias e palavras e as palavras do usuário.
A cartilha conceitua Reunião de Equipe como espaço de diálogo sendo preciso
que haja um clima em que todos tenham o direito à voz e a opinião (inclusive críticas)
de forma fraterna.
Por fim, as discussões para construção e acompanhamento do projeto terapêutico
singular são excelentes para a valorização dos trabalhadores da equipe de saúde, onde
em cada momento, alguns membros da equipe são mais protagonistas que outros, porém
vai ficando evidente a interdependência entre todos da equipe.
O espaço do projeto Terapêutico Singular é privilegiado para a construção dos
diversos recursos de intervenção dos quais ela dispõe, sendo espaço importante para
avaliação e aperfeiçoamento desses mesmos recursos. É relevante também o
matriciamento com outros especialistas.
Cledja Núbia.
Download