FUNDAÇÃO INSTITUTO CAPIXABA DE PESQUISAS EM CONTABILIDADE, ECONOMIA E FINANÇAS JULIANA TALHATE PERFIL DE CONSUMO DE MEDICAMENTOS DE PACIENTES COM DIABETES MELLITUS TIPO II VITÓRIA 2011 JULIANA TALHATE PERFIL DE CONSUMO DE MEDICAMENTOS DE PACIENTES COM DIABETES MELLITUS TIPO II Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação em Administração, linha de pesquisa Marketing, da Fundação Instituto Capixaba de Pesquisa em Contabilidade, Economia e Finanças (FUCAPE), como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Administração. Orientador: Dr. Bruno Funchal VITÓRIA 2011 5 RESUMO O objetivo do presente estudo foi entender o perfil do consumo de medicamento dos pacientes portadores de Diabetes mellitus tipo II, ressaltando o consumo de medicamentos pelos mesmos, bem como identificar fatores que auxiliam no tratamento da doença. A metodologia proposta foi uma pesquisa de campo com questionário semi-estruturado com método probit. Em resposta ao problema de pesquisa apresentado na introdução deste estudo, é possível afirmar que os pacientes diabéticos apresentam muitas dúvidas em relação aos medicamentos. Muitos desses pacientes desconhecem os efeitos colaterais, não sabem a dosagem correta a ser administrada e têm dúvidas sobre qual o tipo de medicamento que estão tomando. O índice exercícios físicos apresenta uma grande significância, ou seja, 55,8% de queda na probabilidade de abandono do tratamento. Já a dieta não apresentou qualquer influência no abandono, porém a crença de possuir uma vida melhor é de quase 77%. Assim, a informação ao paciente diabético sobre o medicamento e estilo de vida, bem como o acompanhamento a este paciente são fatores primordiais para o não abandono do uso. Palavras-chaves: tratamento, abandono, Diabetes 5 ABSTRACT The objective of this study was to understand the profile of drug consumption in patients with diabetes mellitus type II, emphasizing the consumption of drugs by the same, and to identify factors that help in treating the disease. The proposed methodology was field research with a semi-structured questionnaire with probit method. In response to the research problem presented in the introduction to this study, we can say that diabetic patients have many questions about medicines. Many patients are unaware of these side effects, do not know the correct dosage to be administered and have questions about what type of medication they are taking. The index of physical exercise has a large significance, ie, 55.8% decrease in the likelihood of noncompliance. Since the diet did not show any influence on the abandonment, but the belief is to have a better life for almost 77%. Thus, patient information on diabetes medication and lifestyle, as well as follow up on this patient are primary factors for the non-withdrawal use. Keywords: treatment, abandonment, Diabetes 5 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 05 2. REVISÃO DA LITERATURA 08 2.1 ADESÃO AO TRATAMENTO MEDICAMENTOSO POR PACIENTES DIABÉTICOS.........................................................................10 3. DIABETES MELLITUS 14 3.1 HIPOGLICEMIANTES ORAIS – ANTIDIABÉTICOS.........................16 4. METODOLOGIA 17 5. BASES DE DADOS E ESTATÍSTICA DESCRITIVA 19 5.1RESULTADOS ..........................................................................................21 CONCLUSÃO 27 REFERÊNCIAS 29 ANEXOS............................................................................................................33 5 1 INTRODUÇÃO Este estudo trata do comportamento do paciente, portador de Diabetes mellitus tipo II, frente à terapia medicamentosa proposta, onde este medicamento possui um valor diferenciado para cada pessoa, sendo estas informações de grande importância para o aumento de vendas da indústria. Aqui, busca-se identificar os determinantes do abandono do tratamento, pois, quando há a desistência, há a hipótese de que exista a diminuição de vendas destes medicamentos. A indústria farmacêutica é um setor que cresce a cada ano de maneira grandiosa. De acordo com a Federação Brasileira da Indústria Farmacêutica FEBRAFARMA, só em 2009, houve um faturamento de 15,23 bilhões de dólares, significando um crescimento de 12,9% se comparado com o faturamento de 2008, quando as maiores indústrias do segmento comemoram a venda de milhões de unidades de medicamentos. Até o presente momento, existem vários incentivos ao consumo, como a necessidade, o status, o próprio grupo, dentre outros, que vem da cultura de cada grupo, onde cada indivíduo está inserido. Hoje existem conceitos que enfatizam que o consumo está impregnado de simbolismo, sobre o qual o próprio indivíduo insere suas crenças, suas ideologias, sua identidade, seu status e poder perante o grupo. No segmento de saúde, o medicamento virou uma mercadoria recheada de simbolismo, onde a maioria dos indivíduos que o consomem, depositam suas crenças e verdades para melhora de sua saúde, ressaltando o aumento do consumo por meio da automedicação (LEFREVE, 1983). 6 Com o objetivo de definir o perfil de consumo de medicamentos dos diabéticos, este estudo aborda as indagações corriqueiras deste grupo de pacientes, onde para alguns, o medicamento pode significar melhora na qualidade de vida, para outros, porém, pode associar a falta do uso do medicamento à morte ou que utilizam o medicamento por determinado período com a justificativa de que estes promovam algum tipo de sofrimento, como efeitos colaterais. É o que pode ser comprovado por um estudo desenvolvido por Cardoso e Arruda (2005), ressaltando que a presença de efeitos colaterais foi o principal fator pelo qual, a maioria dos pacientes abandona o tratamento ou deixa de consumir o medicamento por determinado tempo, por causa deste fator, onde o abandono da terapia pode causar danos maiores ao organismo do indivíduo. Por isso, devido à terapia medicamentosa ter significados diferentes para cada grupo de indivíduos, a indústria farmacêutica pode aperfeiçoar a abordagem destes grupos de pacientes, como uma possível forma de alavancar as vendas dessa classe terapêutica de medicamentos. A metodologia utilizada foi um questionário, criado especificamente para este estudo, com análise feita através do método probit onde resultou em dados significativos para a aderência do paciente ao tratamento, como, por exemplo, os exercícios físicos e a informação dada ao paciente, são fatores relevantes para a não desistência. Outros dados não significativos também fizeram parte da pesquisa, como sexo e escolaridade, porém, não apresentaram qualquer influência na não desistência do tratamento. A estrutura deste se faz por meio de um capítulo onde aborda-se uma revisão bibliográfica geral sobre conceitos básicos de cultura e consumo, bem como sobre a adesão à terapia medicamentosa. O terceiro capítulo segue elucidando conceitos 7 primordiais sobre o Diabetes mellitus. O capítulo seguinte aborda a metodologia, descriminada de forma mais detalhada sobre o método probit e o questionário usado. O capítulo 5 ressalta a base de dados e estatística descritiva do estudo, explanando os valores desta pesquisa. Por último, segue o capítulo dos resultados, sendo abordados e citados conforme a significância do estudo. 8 CAPÍTULO 2 REVISÃO DA LITERATURA O conceito de cultura está intimamente ligado às noções de ciências sociais, fornecendo resposta satisfatória entre à diferença de povos, evoluindo de acordo com a história (VIEIRA, 2002). Segundo Cuche (1999), a evolução dos conceitos de cultura galgou de acordo com alguns momentos, partindo desde a sistematização com Taylor até a discussão sobre cultura e identidade. Isso prova que o homem é um ser de cultura, transformando a natureza, fazendo com que aconteçam diferenças que resultam em populações com escolhas, invenções e resoluções de problemas de maneiras distintas. Para se entender o comportamento humano inserido no mundo, é preciso considerar as diferentes concepções de valores, remetendo aos modos de vidas, de pensamentos, de crenças de cada indivíduo que compõe um grupo, ressaltando a individualidade ou a diversidade (LARAIA, 1997). Nos últimos tempos, tem havido uma revolução no comportamento do consumidor, que ocupa um espaço importante dentro do marketing, defendendo a essência do ato de consumir. A partir desta revolução de conceitos, entendeu-se que todo o consumo é recheado de significados simbólicos, enfatizando pontos essenciais para a vida, fazendo com que o consumidor diga alguma coisa sobre si mesmo ao utilizar um bem ou serviço (DOUGLAS; ISHERWOOD, 1979). O consumidor lança mão de bens e serviços como consumo para reafirmar seu ponto de vista frente ao grupo o qual pertence, definir sua posição, para enfatizar seu gênero e etnia, para reafirmar sua identidade, para marcar passagens 9 ou negar relações com outros, enfim, tais significados estão acima da simples ordem econômica, funcional e ou material do consumo (ROCHA;ROCHA, 2007). De acordo com Rook (1985), os rituais de consumo estão associados à trocas de bem e serviços, especialmente buscados em ocasiões marcantes para o indivíduo como em um momento dramático ou em um ato solene. O movimento do significado de bens e serviços se inicia através da propaganda, da moda, onde percebe-se que o significado do consumo é criado e transferido de indivíduo para indivíduo, segundo McCracken (2003). Ele ainda afirma que o surgimento do consumo moderno se dá através da transformação de valores na cultura ocidental. Na sociedade atual, a saúde passou a ser um “objeto” de desejo, sendo intensamente explorada comercialmente. Os medicamentos, de modo geral, desempenham um papel importante nesse comércio que diz respeito à função significativa ou simbólica, representando a saúde. Sendo assim, o medicamento cria a hipótese de que uma patologia, como o Diabetes mellitus II, é um fator orgânico temporário, que pode ser enfrentado pela mercadoria medicamento, sendo visto como um modo de obter a saúde desejada e que cria a idéia de que qualquer sofrimento ou qualquer situação que fuja dos padrões saudáveis, pode ser solucionado através de qualquer comprimido (LEFREVE, 1983). Segundo Nascimento (2005), a eficácia desta simbolização de medicamentos está intimamente ligada às crenças, valores vividos no imaginário da sociedade, fazendo com que os procedimentos e modo de vida adquiridos sejam sustentados pelo consumo de mercadorias. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2005), juntamente com o Ministério da Saúde, quase 53 mil 10 brasileiros são portadores de doenças crônicas, como diabetes, hipertensão, reumatismo, tendinite, dores musculares e coluna, sendo que a incidência destas doenças crônicas está nas classes mais altas. As doenças crônicas, como Diabetes mellitus, quando não diagnosticada e tratada, podem levar a sérias complicações, como amputação de membros e até a morte. Estes agravos podem ser diminuídos, caso o paciente siga as orientações e utilize os medicamentos, fazendo uso de dieta correta e exercícios físicos (LINCK ET AL, 2008). A aderência significativa ao tratamento de uma doença crônica está ligada ao que o paciente entende como terapêutica, tendo como componente principal o medicamento como o agente de manutenção e prevenção da saúde, deixando para segundo plano a alimentação e as atividades físicas. Segundo Linck et al (2008), é importante, portanto, compreender os valores, crenças, situação econômica do indivíduo para que se entenda o real significado que o paciente dá ao medicamento para tratamento de uma patologia crônica. 2.1 ADESÃO AO TRATAMENTO MEDICAMENTOSO POR PACIENTES DIABÉTICOS A adesão ao tratamento medicamentoso por parte do paciente com Diabetes mellitus depende de algumas características específicas, dentre elas, destaca-se a necessidade de informação ao paciente sobre o medicamento, seus efeitos no tratamento da doença, os possíveis efeitos colaterais e a necessidade de seguir a terapêutica medicamentosa corretamente. Zubioli (2001, p.25) afirma que: 11 A não adesão à terapêutica significa o não cumprimento ou a inobservância do tratamento correspondente à divergência com o conselho médico. A não adesão ao tratamento é um dos problemas centrais da medicina atual, calculando-se que pelo menos um terço dos usuários não segue a rigor ou na totalidade os tratamentos que lhes são prescritos. Em pacientes portadores de Diabetes mellitus tipo I ou II, o não cumprimento das determinações médicas pode acarretar diversas consequências, como por exemplo: interferir na avaliação da resposta clínica e causar fracasso terapêutico que ocasionará o aumento da glicemia com consequentes complicações agudas e crônicas (PIRES; FREITAS, 2006). Araújo et al (2010, p.48) afirmam em seu estudo que, de modo geral: O cumprimento do tratamento farmacológico representa uma complexa interação entre três pilares: fatores sociais, fatores relativos ao paciente e fatores relativos aos profissionais de saúde. Aspectos como condição socioeconômica e cultural, idade, sexo, estado civil (fatores sociodemográficos), tipo de fármaco prescrito, quantidade de comprimidos por dia (fatores relativos ao tratamento medicamentoso), tempo de doença, enfermidades e medicamentos associados (fatores clínicos) e orientações recebidas dos profissionais de saúde se relacionam com o êxito ou fracasso da adesão a regimes farmacológicos. Araújo et al. (2010) afirmam, ainda, que muitos pacientes diabéticos não sabem o nome correto de sua medicação; outros não sabem o horário mais adequado para consumir o medicamento; e, a maioria, tem apenas noção do mecanismo de ação dos antidiabéticos orais prescritos. Segundo Pires e Freitas (2006), os principais motivos dos pacientes diabéticos para a não adesão à terapêutica medicamentosa são: 21% dos pacientes diabéticos não dão importância ao uso do(s) medicamento(s); 15,8% não aderem à terapêutica devido à ausência do(s) medicamentos(s) no Centro de Saúde; 15,8% não sabem como devem tomar os medicamentos; 10,5% não tinham um apoio familiar, ou seja, alguém que pudesse aplicar a insulina ou lembrar o horário de tomada dos medicamentos; 10,5% não aceita o uso contínuo dos medicamentos; 10,5% não acham confortável tomar os comprimidos ou injeções; 5,3% esquecem 12 de tomar os medicamentos; 5,3% não continuaram a tomar os medicamentos assim que os mesmos acabaram, portanto, não comprou novos medicamentos; 5,3% argumentam que os medicamentos apresentam efeitos adversos. Martins (2007, p. 19) concluiu em seu estudo que: A baixa adesão ao tratamento, independente do acesso a estes, reforça a necessidade de reorientação da assistência farmacêutica, para que esta seja capaz de reconhecer as carências específicas do usuário de medicamentos e de auxiliar a superá-las. Assim, a prática da atenção farmacêutica mostrou-se capaz de melhorar a adesão do tratamento medicamentoso, especialmente aquela relacionada com a falta de compreensão sobre o tratamento. Desta forma, pode ser útil na racionalização do uso de recursos em medicamentos e em tratamentos de co-morbidades causadas pela baixa adesão. O trabalho comprovou a necessidade de se oferecer serviços de acompanhamento terapêutico aos usuários de medicamentos, especialmente ao portador de patologias crônicas. A participação efetiva dos usuários cadastrados e suas disposições em atenderem as orientações prestadas, corrobora a filosofia da prática da Atenção Farmacêutica: conscientização e co-participação do usuário no processo de cuidado e saúde. O estudo realizado por Peres et al (2007) revelou que os pacientes diabéticos participantes do estudo apresentaram, em sua maioria, dificuldades em relação ao uso de medicamentos, seja por motivos de dúvidas em relação à dosagem e o modo correto de usar, seja por franca recusa em utilizar o medicamento, ou ainda, por alegar esquecimento. Algumas características enfatizadas neste estudo, entre os portadores de Diabetes mellitus, é o medo em relação aos efeitos do medicamento; a falta de conhecimento sobre as reações adversas ou a melhora que o medicamento pode proporcionar à saúde do paciente. A informação sobre os medicamentos por parte de médicos, enfermeiros e farmacêuticos é uma forma de conscientizar os pacientes diabéticos acerca da importância de tomar o medicamento regularmente. (BLACKWELL ET AL, 2000) Este presente estudo consiste em apresentar os principais fatores que incentivam o uso de medicamentos hipoglicemiantes, respaldado em características de um grupo de pacientes portadores de Diabetes mellitus do tipo II, que foram 13 abordados com relação a estilo de vida, informações quanto à posologia, maneira de uso, dentre outros fatores, que, em algum momento da terapia medicamentosa, podem influenciar em seu uso ou não. (LEITE ET AL, 2003) 14 CAPÍTULO 3 DIABETES MELLITUS O Diabetes Mellitus (DM) é uma doença que tem seu aparecimento súbito em curso. Tal assertiva tem como base os seguintes dados (DIRETRIZES SBD, 2010): • Em 1985 as estimativas indicavam que existiam 30 milhões de adultos com DM no mundo; • Em 1995 o número de adultos com DM evoluiu para 135 milhões; • As estimativas indicam que no ano de 2030 o número de adultos com DM poderá chegar a 300 milhões. O número de indivíduos com DM está aumentando devido ao crescimento e ao envelhecimento populacional, à maior urbanização e a mudança de hábito alimentares, onde muitas pessoas se tornaram mais obesas e sedentárias. (DIRETRIZES SBD, 2010) A incidência do Diabetes Mellitus tipo II (DM2) é difícil de ser determinada em grandes populações, pois depende de um estudo, de alguns anos, baseado em medições periódicas de glicemia. Os estudos de incidência são geralmente restritos ao DM tipo I, devido ao fato de suas manifestações iniciais serem bem características.(IGARBI ET AL, 2004) De acordo com as Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes (2010), a DM pode ser classificada e definida como se segue: • Diabetes Mellitus tipo I: forma presente de 5% a 10% dos casos. É o resultado de uma destruição das células beta-pancreáticas com 15 consequente deficiência de insulina. Na maioria dos casos essa destruição das células beta é mediada por autoimunidade, porém existem casos em que não há evidências desse processo autoimune, sendo, portanto, referida como forma idiopática do Diabetes mellitus tipo 1. • Diabetes Mellitus tipo II: forma presente de 90% a 95% dos casos e caracteriza-se por defeitos na ação e na secreção da insulina. Em geral, ambos os defeitos estão presentes quando a hiperglicemia se manifesta, porém pode haver predomínio de um deles. A maioria dos pacientes com esse tipo de DM apresenta sobrepeso ou obesidade e cetoacidose, que dá origem ao mau hálito. Este tipo de diabetes pode ocorrer em qualquer idade, mas é geralmente diagnosticado após os 40 anos. Na Diabetes mellitus tipo 2 os pacientes não são dependentes de insulina exógena para sobrevivência, porém podem necessitar de tratamento com insulina para a obtenção de um controle metabólico adequado. A base do tratamento de pacientes com DM, principalmente a do tipo II, é a orientação nutricional e o estabelecimento de dieta, associados a mudanças no estilo de vida, incluindo atividade física – estas são consideradas terapias de primeira escolha. Mas, em alguns casos a terapia medicamentosa é necessária. (OLIVEIRA; MILECH, 2004). Igarbi et al (2004) afirmam que a terapia medicamentosa do Diabetes Mellitus tipo II deve ser iniciada quando as recomendações nutricionais e de atividade física não forem eficazes para manter os níveis de glicemia inferiores a 7,0, mesmo em 16 pacientes sem queixas, com boa qualidade de vida, e aderentes às orientações nutricionais e de atividade física. 3.1 HIPOGLICEMIANTES ORAIS – ANTIDIABÉTICOS Os agentes hipoglicemiantes orais são substâncias cuja finalidade é baixar a glicemia e mantê-la normal (jejum < 100mg/dl e pós-prandial < 140mg/dl) (OLIVEIRA; MILECH, 2004). Os anexos A e B apresentam as classes de hipoglicemiantes/antidiabéticos orais disponíveis comercialmente no Brasil, bem como o tratamento para Diabetes mellitus tipo II ( DIRETRIZES SBD, 2010). O critério para a escolha do hipoglicemiante oral deve levar em consideração o seguinte: (DIRETRIZES SBD, 2010): • Os valores das glicemias de jejum e pós-prandial e da hemoglobina glicada; • O peso e idade do paciente; • A presença de complicações, outros transtornos metabólicos e doenças associadas; • As possíveis interações com outros medicamentos, reações adversas e as contra-indicações. Uma vez apresentadas as considerações iniciais sobre o Diabete mellitus tipo II e os medicamentos, segue-se as considerações sobre a metodologia deste estudo. 17 CAPÍTULO 4 METODOLOGIA De acordo com Creswell (2007), o método de pesquisa empregado neste estudo foi o quantitativo, que se baseia na experimentação com delineamentos, que, nestas circunstâncias foi caracterizado por uma pesquisa de campo, através de um questionário estruturado (Apêndice B) com 18 questões, enunciadas como fechadas, criado especificamente para este estudo, capturando, assim, o pensamento dos pacientes em relação ao conceito de aderência ao tratamento farmacológico. A reprodução deste conceito, segundo Creswell (2007), tem um papel fundamental de serem os facilitadores no entendimento do comportamento do consumidor frente ao mercado. Este questionário foi testado em alguns pacientes diabéticos, anteriormente a este estudo, antes de ser usado nesta pesquisa. Para a hipótese empregada neste estudo, foi feita a comparação de dois grupos de pacientes (usuários e desistentes), tendo como variável dependente o não uso de medicamentos para tratamento da Diabetes tipo II. O estudo explorou diferenças de comportamento frente ao uso do medicamento, percebendo-se que, os pacientes que possuem conhecimento básico de seu medicamento e de sua terapia, conseguem manter o tratamento para o Diabetes mellitus tipo II. Durante o mês de novembro de 2009, 352 pacientes diabéticos tipo II submeteram-se a entrevista para este estudo. Ao todo, foram entrevistados 220 pacientes usuários de medicamento e 132 pacientes que eram desistentes do uso deste mesmo medicamento. Após as entrevistas, foi utilizado o método probit para analisar os dados. Este modelo de regressão é utilizado quando a variável resposta é possui dois resultados 18 possíveis, por exemplo, se usa o medicamento e se não usa o medicamento. Esta variável é binária e a variável dependente. As variáveis independentes são as características dos consumidores como com mudança de rotina, exercícios físicos, dieta, acompanhamento médico, qualidade de vida e acesso à informação. Neste estudo, com a finalidade de alcançar o objetivo proposto, uma amostra com indivíduos de uma mesma espécie foi selecionada, ou seja, pacientes diabéticos do tipo II. Tal amostra foi dividida em 2 grupos: os que utilizavam o medicamento e os que desistiram do uso do medicamento. Após um período, onde neste estudo foi até o momento da entrevista, obtém-se os resultados. Dessa forma, a resposta para cada grupo é uma variável aleatória com distribuição binomial. Foi feito uma regressão sobre o uso do medicamento sobre todas as variáveis que influenciam na sequência causal. Foi feita a análise da influência das variáveis independentes significantemente relacionadas com o abandono do uso do medicamento. As variáveis independentes estão relacionadas com mudança de rotina, exercícios físicos, dieta, acompanhamento médico, qualidade de vida e acesso à informação. 19 CAPÍTULO 5 BASES DE DADOS E ESTATÍSTICA DESCRITIVA Neste capítulo serão apresentados os resultados e a discussão da pesquisa elaborada junto aos pacientes diabéticos tipo II do SUS da cidade de Colatina – ES, que teve como objetivo principal visualizar o perfil de consumo de medicamentos destes pacientes. Os resultados deste estudo são provenientes das entrevistas de 352 pacientes, sendo 220 pacientes usuários de medicamentos e 132 pacientes desistentes da terapêutica, que serão apresentados em uma única etapa. TABELA 1: RESPOSTAS DOS USUÁRIOS E DESISTENTES QUANTO AO USO DE MEDICAMENTOS HIPOGLICEMIANTES TIPO QUESTÕES Mudança de rotina diária Sexo Exercícios Dieta Medicam outras doenças Qualidade de vida Acompanhamento médico DESISTENTES(%) USUÁRIOS (%) MÉDIA (%) SIM 18,3 3,6 9,1 NÃO 81,7 96,4 90,9 MAS 55,7 44,1 48,4 FEM 44,3 55,9 51,6 NÃO 27,5 5,5 13,7 SIM 72,5 94,5 86,3 NÃO 16,8 ,0 6,3 SIM 83,2 100,0 93,7 NÃO 41,2 4,5 18,2 SIM 58,8 95,5 81,8 NÃO 79,4 5,0 32,8 SIM 20,6 95,0 67,2 NÃO 75,6 0 28,2 SIM 24,4 100,0 71,8 20 Informações NÃO 91,6 46,4 63,2 SIM 8,4 53,6 36,8 Fonte: Própria Em relação a variável sexo, percebe-se que, dentre os pacientes usuários do medicamento, a maioria é do público feminino e, dentre os pacientes desistentes, a maioria é do público masculino. A diferença entre os dois grupos é pequena, sendo que, esta diferença não é significativa para a regressão. A prática de exercícios físicos é uma das exigências da terapêutica para quem desencadeou Diabetes mellitus tipo II. Ao analisar os dados da tabela 1, percebe-se que tanto no grupo de desistente quanto no grupo de usuários, esta prática é desenvolvida pela maioria dos entrevistados. No que se diz sobre dieta, dentro da terapia da Diabetes mellitus, esta é uma das variáveis mais importantes para que a terapêutica resulte uma resposta positiva. Entre os entrevistados, esta exigência foi bem seguida pela maioria dos pacientes usuários e desistentes. Nas outras questões abordadas como qualidade de vida, ingestão de outros medicamentos, acompanhamento médico e informações sobre a terapia medicamentosas, percebe-se a incidência das respostas neste estudo, que será melhor explorado na regressão feita. Na distribuição dos entrevistados por faixa etária, onde a maioria dos pacientes, tanto desistentes quanto ainda usuários, concentram-se na faixa de 61 a 80 anos, mostrando que a população idosa é predominante nesta situação. 21 Na variável escolaridade, a maioria de ambos os grupos, concentra-se no grau de instrução no ensino fundamental incompleto, sendo representado por 65% dos entrevistados de forma geral. Isso pode significar que a maioria consegue ler e buscar mais informações quando necessário. Quando solicitados para indicarem um motivo que levou à desistência da terapia, 55% dos pacientes que desistiram relacionaram o fracasso da terapêutica aos muitos efeitos colaterais que o medicamento produzia. Outros desistentes, em torno de 25%, relacionaram a falta de informação de como usar, a quantidade, horário e como tomar. 5.1 RESULTADOS O modelo de regressão probit é utilizado quando a variável resposta é possui dois resultados possíveis, por exemplo, se usa o medicamento e se não usa o medicamento. É um método de probabilidade para estimar ensaios-respostas. Este tipo de ensaio é aquele, onde determinada situação é colocada frente a várias cirscunstâncias, ou seja, a variável dependente frente às variáveis independentes. (SOUZA ET AL, 1994) A tabela 2 mostra a influência de algumas características na chance de abandono do tratamento. 22 Tabela 2: Regressão Probit: o não uso de medicamentos hipoglicemiantes por diabéticos tipo II Esta tabela apresenta resultados utilizando análise de dados em método probit, que verifica o perfil de consumo sobre o uso de medicamentos hipoglicemiantes por pacientes diabéticos do tipo II. Como variável dependente tem-se o coeficiente de não uso do medicamento. Como variáveis independentes foram utilizadas variável dummy para a SIM número 0 e NÃO número 1 nos seguintes: EXERCÍCIOS, OUTROS MEDICA, VIDA MELHOR, INFORMAÇÕES, IDADE, SEXO, ESCOLARIDADE e RENDA. Variável Dependente: O NÃO USO DE MEDICAMENTOS EXERCÍCIOS OUTROS MEDICA VIDA MELHOR INFORMAÇÕES IDADE SEXO ESCOLARIDADE RENDA Observações: 350 Fonte: Própria Coeficiente -.5581443 -.0930175 -.7673153 -.4862482 -.0841521 .0849516 -.0973942 -.4025722 R2: 0.6760 Erro Padrão Robusto .1060295 .066502 .0557041 .0584843 .0739129 .0329155 .052391 .1223512 Prob > chi2 = 0.0000 Valor P 0.000 0.164 0.000 0.000 0.258 0.013 0.064 0.001 Wald chi2(9)=115.89 Percebe-se que com a inclusão de exercícios físicos na rotina diária, a incidência da desistência medicamentosa é menor, ou seja, quanto mais exercícios físicos, menos a desistência do tratamento. A variável exercícios foi significativa, apresentando uma queda na probabilidade de abandono do tratamento, na ordem de 55,8% para pessoas que praticam. Isso se justifica pela diminuição da glicemia em jejum após a incorporação de exercícios físicos pelos diabéticos tipo II, conforme estudo feito por Silva e Lima (2002). Isso se dá pelo consumo de glicose do sangue circulante durante a execução do exercício, propiciando uma aderência maior do paciente ao tratamento, necessitando de doses normais ou menores para o equilíbrio da glicemia. (MOURA; REYES, 2002). A variável dieta, que não foi inserida na regressão, apresentou-se de forma insignificante, pois todos os entrevistados, usuários de medicamentos ou desistentes, mudaram a dieta em algum momento do tratamento, não apresentando 23 qualquer alteração na variável dependente (SACHS ET AL, 2010). Segundo Zanetti e Mendes (2001), em estudo feito entre pacientes internados num hospital em São Paulo, existe a necessidade de orientação no sentido de que a alimentação seja fracionada ao longo do dia em desjejum, colação, almoço, lanche, jantar e ceia. Isso ajudaria a estabilizar os valores de glicose na corrente sanguínea. A maioria dos diabéticos entrevistada apresenta outras patologias instaladas, como hipertensão, síndrome metabólica, dentre outras, mesmo porque, a própria Diabetes pode levar a outras doenças. Isto propicia uma situação a qual estes pacientes necessitam tomar outros medicamentos, que não seja só a terapia medicamentosa para a Diabetes mellitus. Porém, esta hipótese não teve influência significativa para a não desistência, apresentando 0,09% de índice, ou seja, não exerce influência no abandono do tratamento para a diabetes. Todos os pacientes que se diziam ter uma vida melhor, não desistiram do uso do medicamento, acreditando que o medicamento proporcionava uma qualidade de vida melhor. A percepção de melhoria de vida é significativa e traduz uma redução de quase 77% na desistência do tratamento medicamentoso. Assim como abordado por Douglas e Isherwood (1979) e mencionado anteriormente, todo o consumo é recheado de significados simbólicos, enfatizando pontos essenciais para a vida, fazendo com que o consumidor diga alguma coisa sobre si mesmo ao utilizar um bem ou serviço. A chave do sucesso para um maior consumo de medicamentos advém da satisfação do paciente, onde a empresa deve incorporar em suas missões esta satisfação, através do respeito pela cultura de cada cliente como parte integrante do processo de marketing, que deve ser constante. (STHETH, 2001) 24 Quando indagados sobre a informação quanto à doença, o uso de medicamentos, efeitos colaterais, posologia, dentre outros, o grupo de pacientes que tinham acesso às informações não desistiram da terapia medicamentosa. Quanto mais informações, menos desistência, isso é significativo, como se comprova na redução de 48% do não uso do medicamento. Isso se dá conforme abordado por Vieira (2002), segundo ele, o estudo do comportamento do consumidor tem como conceito a investigação das atividades que incluem os processos decisórios que antecedem e sucedem as ações de obter, consumir e dispor de produtos e serviços. Segundo um estudo feito por Oliveira e Millech (2004), as instruções verbais e escritas aumentam a adesão do tratamento. Os pacientes desejam formas de relacionamento diretas, ou seja, aquele atendimento com respostas imediatas, mas para isso, toda a equipe envolvida no processo do uso do medicamento precisa ser responsável pela aderência destes pacientes ao tratamento, que vai além do ritual de fidelização. É preciso que a equipe reconheça a necessidade do paciente e procure dar atendimento que marque de forma positiva (BRETZKE, 2000). Os entrevistados que faziam acompanhamento médico não desistiram do tratamento. De acordo com Jacobson (1996), as consultas médicas irregulares estão associadas a problemas do controle da glicemia e a um risco aumentado de complicações. Ainda tem-se a abordagem de Rolim et al (2009), que alega que uma maior monitorização e supervisão estão associadas a uma maior adesão medicamentosa do paciente ao tratamento. É possível criar um valor significativo para o cliente quando as empresas atendem às necessidades e expectativas de forma individual, fazendo com que o 25 paciente se torne fiel àquela marca ou produto, no nosso caso, o medicamento (BRETZKE, 2000) Se as indústrias farmacêuticas quiserem investir, com seus sistemas de atendimento ao consumidor, através de telefones e sites, tem que entenderem que o profissional que estiver em contato com o paciente deve desenvolver uma confiança com o mesmo. Esta “fidelização” através da confiança, que é tão buscada pelas empresas, está na responsabilidade de um bom atendimento e o suprimento das dúvidas deste cliente, o que gera mais resultado do que ações ou estratégias de marketing. (CORRÊA, 2005) Embora não seja significativo, com uma influência de 0.08% de redução do não uso, os pacientes mais idosos têm a incidência maior de desistência do que os mais novos, mostrando que quanto maior a idade, maior o índice de abandono do tratamento. Isso se dá ao metabolismo mais lento dos idosos, onde a resposta ao medicamento pode resultar em mais efeitos colaterais do que num adulto e também pela dependência ao estilo de vida, o qual o idoso se sente preso. (JOIA ET AL, 2007) A variável sexo não teve relevância ou influência na variável dependente, mostrando 0,08% da redução do não uso do medicamento, apesar de que, a incidência de Diabetes mellitus tipo II é maior em mulheres do que em homens. (SILVA ET AL, 2006) Quanto maior a escolaridade, diretamente proporcional será maior a renda e estas duas variáveis acarretarão em menor desistência, quando apresentadas dessa forma. A escolaridade apresenta um índice de 0,09%, a renda, que está diretamente relacionada à ela, apresenta-se com 0.4%, mostrando que, as duas, 26 possuem pouca relevância à desistência. Esta questão ficou comprovada num estudo feito em Minas Gerais, onde, segundo a autora Koster (1998), pacientes usuários de medicamentos hipoglicemiantes aderem mais ao tratamento por compreenderem melhor as informações escritas e a relevância disso no tratamento. Outras variáveis foram trabalhadas neste estudo, como mudança na rotina diária individual e familiar, a forma como era administrado o medicamento, qual o motivo que levava este paciente a fazer o uso, se existia algum aspecto na terapia que poderia ser modificado para melhorar a manter a terapia medicamentosa, porém, estas respostas, após a análise, não foram trabalhadas no probit, por não influenciarem diretamente na aderência ao tratamento. 27 6 CONCLUSÃO Em resposta ao problema de pesquisa apresentado na introdução deste estudo, percebe-se que os pacientes diabéticos apresentam muitas dúvidas em relação aos medicamentos. Muitos desses pacientes desconhecem os efeitos colaterais, não sabem a dosagem correta a ser administrada e têm dúvidas sobre qual o tipo de medicamento que estão tomando. Assim, a informação ao paciente diabético sobre o medicamento e suas características é fundamental para que ele consuma. Também houve a participação da variável exercícios físicos com grande significância para o estudo, mostrando que, pacientes que exercitam possuem uma resposta melhor ao tratamento. De modo geral, para que o paciente diabético acate o tratamento medicamentoso é preciso que ocorram algumas situações específicas, dentre elas, destaca-se a necessidade de informação ao paciente sobre a terapêutica medicamentosa, os efeitos colaterais produzidos pelo medicamento e seus resultados no tratamento da doença, além de enfatizar a necessidade de seguir corretamente ao tratamento médico. Portanto, é importante a informação sobre a terapia medicamentosa por parte dos médicos, enfermeiros e farmacêuticos, pois promove a conscientização dos pacientes diabéticos sobre a importância em seguir corretamente o tratamento e tomar os medicamentos regularmente. Desta forma, percebe-se o índice de 76,7% dos pacientes relatando que acreditam que suas vidas tiveram uma melhora na qualidade, pelo simples fato de agregarem o medicamento, exercícios, dentre outras variáveis abordadas anteriormente, ou seja, com ajuda, acompanhamento, informação, a aderência ao 28 tratamento é superior àquela quando não se tem este aparato disponível para o paciente. Por isso tudo, é sugestivo o acompanhamento deste paciente pela indústria, de maneira mais próxima, para que o consumo destes medicamentos seja feito de forma racional, correta e de maneira que tanto o paciente não desista da terapêutica como a indústria continue realizando suas vendas sobre estes medicamentos. 29 REFERÊNCIAS ARAÚJO, M.F.M.; GONÇALVES, T.C.; DAMASCENO, M.M.C.; CAETANO, J.A. Aderência de diabéticos ao tratamento medicamentoso com hipoglicemiantes orais. Esc Anna Nery Rev Enferm, 14(2):361-367, abr-jun, 2010. BLACKWELL, R.; ENGEL, J.F.; MINIARD, P.W. Comportamento do Consumidor. Tradução: Christina Ávilla de Menezes. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos Editora S.A, 2000. BRETZKE, Miriam. Marketing de relacionamento e competição em tempo real com CRM. São Paulo: Atlas, 2000. CARDOSO, G. P.; ARRUDA, A. As Representações Sociais da Soropositividade e sua Relação com a Observância Terapêutica. 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Glitazonas - Rosiglitazonas (Avandia®) Combate primariamente a resistência insulínica e reduz a produção hepática de glicose. - Pioglitazona (Actos®) Sulfoniluréias - Glimepirida (Amaryl®) - Gliclazida (Diamicron®) - Clorpropamida (Diabinese®) - Glibenclamida (Daonil®) Estimulam a produção endógena de insulina pelas células beta do pâncreas, com duração de ação de média a prolongada (824 horas). Úteis para o controle da glicemia de jejum e da glicemia de 24 horas. - outros Glinidas - Repaglinida (Novonorm®, Prandin®) Estimulam a produção endógena de insulina pelas células beta do pâncreas, com duração rápida de ação (1-3 horas). Úteis para o controle da hiperglicemia pós-prandial. - Nateglinida (Starlix®) NOVAS OPÇÕES DE ANTIDIABÉTICOS ORAIS FÁRMACO Gliptinas (Inibidores da DPP-V) - Vildagliptina (Galvus®) - Sitagliptina (Januvia®) Fonte: Diretrizes SBD, 2010. MECANISMO DE AÇÃO Esta é uma nova classe terapêutica para o tratamento do diabetes, cujo mecanismo final é o de reduzir a secreção de glucagon pelas células alfa do pâncreas. O glucagon tem efeito de aumentar a glicemia. 35 ANEXO B - Esquemas de combinações terapêuticas com dois ou mais agentes hipoglicemiantes orais COMBINAÇÃO REDUÇÃO ADICIONAL NOS NÍVEIS DE A1C Sulfoniluréias e metformina* -1,7% Sulfoniluréias e acarbose* -0,9% Metformina e acarbose** -1,7% Sulfoniluréias e glitazonas* -1,3% a -1,4% Metformina e glitazonas* -0,8 a -1,2% Glinidas e metformina* -1% a -1,1% Insulina noturna e sulfoniluréias diurna* -0,5% a -1,8% Insulina noturna e metformina diurna** -1,7% a -2.5% Insulina noturna e acarbose diurna** -0.4% a -0,5% Insulina noturna e glitazonas diurnas* -1% a -1,3% * aprovadas pelo FDA-USA ** com suporte de publicações revisadas Fonte: Diretrizes SBD, 2010. 36 APÊNDICE A - QUESTIONÁRIO PARA LEVANTAMENTO DE DADOS 1. Como descobriu que era portador de diabetes? ( ) Exames médicos ( ) Sintomas da doença ( ) Descobriu ao diagnosticar outra doença 2. Houve mudança em sua rotina diária? ( ) Sim ( ) Não 3. Houve mudança na rotina familiar? ( ) Sim ( ) Não 4. Faz exercícios com frequência? ( ) Sim ( ) Não 5. Houve mudança na dieta? ( ) Sim ( ) Não 6. Por que houve desistência na terapia? ( ) Esquecia de tomar o medicamento ( ) Muitos efeitos colaterais ( ) Acha que não precisa de remédio ( ) Falta de informação e ajuda 7. Como era tomado este medicamento? ( ) Pela manhã, em jejum ( ) Pela manhã, após alimentar-se ( ) Antes do almoço ( ) Após o almoço ( ) Quando há alteração da glicose 8. Você faz acompanhamento médico? ( ) Sim 37 ( ) Não 9. Utiliza medicamentos para outras patologias? ( ) Sim ( ) Não 10. O medicamento para diabetes ajudava a ter uma melhor qualidade de vida? ( ) Sim ( ) Não 11. Por que você toma/tomava medicamentos para diabetes? ( ) para aumentar a ingestão de doces ( ) medo de amputação de membros ( ) tem medo de morrer 12. Recebeu informações para o uso correto do medicamento? ( ) Não ( ) Sim 13.Idade ( ) 10 a 15 anos ( ) 16 a 25 anos ( ) 26 a 40 anos ( ) 41 a 60 anos ( ) 61 a 80 anos ( ) mais de 81 anos 14. Sexo ( ) Feminino ( ) Masculino 15. Escolaridade ( ) Analfabeto ( ) Ensino fundamental incompleto ( ) Ensino fundamental completo ( ) Ensino médio incompleto ( ) Ensino médio completo 38 16. Renda ( ) Até 1 salário ( ) de 1,1 a 5 salários ( ) de 5,1 a 10 salários ( ) acima de 10,1 salários