Victoza – Novo medicamento para tratamento do diabético obeso O laboratório Novo Nordisk acaba de lançar no Brasil uma medicação chamada Victoza® (princípio ativo: liraglutida), primeiro análogo de GLP-1 de dose única diária. Esta nova classe terapêutica representa uma revolução no tratamento do diabetes tipo 2, pois, conforme demonstrado em estudos clínicos, além de controlar o açúcar no sangue, liraglutida promoveu a diminuição importante do peso e da pressão arterial sistólica dos pacientes com diabetes tipo 2 que receberam o medicamento. Essa substância é 97% semelhante ao hormônio chamado de GLP-1 .Quando uma pessoa come, o GLP-1 liberado,ajuda as células beta no pâncreas a liberar a quantidade certa de insulina para transportar o açúcar do sangue para as células, faz com que o corpo pare de produzir mais insulina e diz ao cérebro que é hora de parar de comer. A medicação tem efeito semelhante e também ajuda a diminuir o tempo que leva para o alimento deixar o seu estômago, ajudando seu corpo a controlar o seu nível de açúcar no sangue. Além disso, também bloqueia o fígado na liberação de uma quantidade de açúcar, através da redução da quantidade de outro hormônio, chamado glucagon. Victoza® já é comercializado nos EUA, Canadá, Alemanha, Reino Unido, França, Itália, Dinamarca, Irlanda, Noruega, Polônia, Áustria, Japão, Israel, México, Argentina, Arábia Saudita, Omã e China, e agora no Brasil. Várias pesquisas estão sendo conduzidas em grupos de obesos não diabéticos e vem revelando dados muitos promissores na perda de peso. A pergunta que se faz, porém sem resposta ainda é que se poderá ser considerada uma nova droga contra a obesidade. No momento entretanto a medicação só foi aprovada para ser utilizada pelos pacientes diabéticos . São necessários o andamento desses estudos, a análise dos dados dos resultados na perda de peso, avaliação do perfil de segurança e a publicação desses estudos. E num momento seguinte esses dados têm que ser apresentados aos órgãos de controle de medicação (FDA, EMEA, ANVISA) para que seja autorizado e aprovado o uso no tratamento do obeso não diabético. Alguns resultados já foram publicados e outros vêm sido apresentados em congressos internacionias. Uma delas foi a pesquisa, publicada na revista científica britânica The Lancet, no qual participaram 564 adultos com Índice de Massa Corporal (IMC) superior a 30, tratados em 19 hospitais europeus. Os pacientes foram submetidos a uma dieta de 500 calorias a menos do que a necessidade diária, programa de exercícios e uso de liraglutide (em quatro doses diferentes) ou orlistate (Xenical) e placebo. Os que receberam doses mais elevadas da nova droga, alcançaram a média mais alta de perda de peso. O medicamento foi licenciado no início de 2009 para tratar o diabetes e teve sua segurança comprovada em testes. O estudo do Dr. Arne Astrup, chefe do Departamento de Nutrição Humana da Universidade de Copenhague, Dinamarca foi o primeiro a testar seus efeitos em pessoas obesas, sem diabetes. O novo medicamento é administrado através de injeção, embaixo da pele, já que a substância poderia ser “quebrada” no intestino.