Anestesia Local É mais fácil quando se está presente Guia prático de consulta para o uso seguro de anestesia local Prof. Stanley F. Malamed novadfl.com.br 0800 602 68 80 /novadfl /novadfl ident.com.br/novadfl Rev. 3 - cód. 668 Cartilha Esta é uma iniciativa Tecnologia e Vanguarda em Anestésicos Locais Injetáveis. de DFL Indústria e Comércio S/A, que pretende atender a necessidade dos cirurgiõesdentistas do Brasil em oferecer aos seus clientes, serviços de forma moderna e segura. A cartilha foi elaborada pelo Professor Stanley Malamed, da University of Southern Califórnia, com o objetivo de ser um guia prático de consultas das situações que ocorrem no dia a dia Anestésicos Locais Injetáveis (AL): ALPHACAINE 1:100.000 (MS Nº 1.0177.0016) - cloridrato de lidocaína + epinefrina; ARTICAINE 1:100.000 / 1:200,000 (MS Nº 1.0177.0025) - cloridrato de articaína + epinefrina; MEPISV (MS Nº 1.0177.0030) - cloridrato de mepivacaína; MEPIADRE (MS Nº 1.0177.0022) - cloridrato de mepivacaína + epinefrina; MEPINOR (MS Nº 1.0177.0024) - cloridrato de mepivacaína + norepinefrina; MEPI-LEVO (MS Nº 1.0177.0029) - cloridrato de mepivacaína + corbadrina; PRILONEST 3% + 0,03 UI (MS Nº 1.0177.0028) - cloridrato de prilocaína + felipressina INDICAÇÕES – Estes produtos são indicados para anestesia local por injeção, infiltração ou bloqueio do nervo. CONTRA-INDICAÇÕES – Os AL são contra-indicado para uso em pacientes com hipersensibilidade aos componentes da fórmula ou que estejam fazendo uso de medicamentos que sabidamente provocam alterações na pressão sangüínea, como inibidores da monoaminooxidase, antidepressivos tricíclicos e fenotiazinas. POSOLOGIA - Quantidade máximas de tubetes de AL são definidas pela quantidade de sal de cada droga contida no tubete e pelo peso do paciente (Ler a bula atenciosamente / Ref: Manual de Anestesia Local - MALAMED S.F. – Ed Elsevier); CUIDADOS E ADVERTÊNCIAS - A segurança e a eficácia dos AL dependem da dosagem recomendada, da técnica correta, de uma anamnese previamente realizada, das precauções adequadas e da rapidez e habilidade do profissional na intervenção nos casos emergenciais (Ler a bula atenciosamente / Ref: Manual de Anestesia Local - MALAMED S.F –– Ed Elsevier). REAÇÕES ADVERSAS – Foram relatados mais freqüentemente reações no SNC, sistema cardiovascular e sistema respiratório. Leia a bula atenciosamente e demais informações poderão ser encontradas no Manual de Anestesia Local - MALAMED S.F –– Ed Elsevier. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS - O uso de anestésico local associado ao consumo de álcool e medicamentos tranqüilizantes, interfere diretamente na eficiência do anestésico, podendo aumentar ou diminuir seu tempo de ação, bem como sua potência. CLASSIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO - Anestésico Local Injetável do tipo AMIDA - VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA - PRODUTO DE USO PROFISSIONAL. Para mais informações leia as respectivas bulas e/ou acesse www.novadfl.com.br de todos os consultórios odontológicos. Agradecemos ao Professor Stanley Malamed e a ABO pelo apoio no desenvolvimento deste projeto e a colaboração dos professores Ricardo Holanda Vasconcellos, Juliana Ramacciato e Filipe Polese Branco. ÍNDICE AVALIAÇÃO DO PACIENTE 4 CONTRA-INDICAÇÕES 5 INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS 6 SELEÇÃO DO SAL ANESTÉSICO APROPRIADO 7 SELEÇÃO DA TÉCNICA APROPRIADA 8 DOSES MÁXIMAS RECOMENDADAS 9 ODONTOPEDIATRIA E ODONTOGERIATRIA 10 ADMINISTRAÇÃO DE FORMA SEGURA E SEM DOR 11 COMPLICAÇÕES LOCAIS 12 COMPLICAÇÕES SISTÊMICAS 13 EMERGÊNCIAS MÉDICAS - PREPARO ADEQUADO 14 44 AVALIAÇÃO DO PACIENTE ANTES DA ADMINISTRAÇÃO DE ANESTÉSICO LOCAL Antes do início de qualquer tratamento odontológico, o cirurgião-dentista deve determinar se o paciente pode tolerar física e psicologicamente o procedimento planejado com relativa segurança. O profissional deve procurar descobrir o maior número de informações sobre o estado físico e mental do paciente, antes da administração de um anestésico. Existem algumas CONTRA-INDICAÇÕES para a administração de anestésicos nos pacientes em tratamento odontológico. Portanto, é importante verificar o histórico médico do paciente, que poderá alertar sobre alguma contra-indicação. CONTRA-INDICAÇÕES PARA TRATAMENTO ODONTOLÓGICO 1. Infarto do Miocárdio nos últimos 6 meses 2. Derrame, AVC – Acidente Vaso-Cerebral nos últimos 6 meses 3. Dor de Angina em repouso 4. Pressão Sanguínea superior a 200mmHg / 115mmHg 5. Insuficiência Cardíaca Congestiva Grave 6. Doença Respiratória Severa 7. Epilepsia sem acompanhamento de controle 8. Diabetes Melitus de Tipos 1 e 2 sem acompanhamento de controle Os pacientes listados acima representam um grande risco (de necessitar procedimento de emergência) durante o tratamento odontológico. É recomendado que o tratamento odontológico eletivo seja postergado até a melhora das condições do paciente. 5 CONTRA-INDICAÇÕES PARA A ANESTESIA LOCAL CONTRA-INDICAÇÕES PARA A ANESTESIA LOCAL 1. Alergia confirmada ao sal anestésico e/ou a algum componente da solução anestésica 2. Hipersensibilidade à epinefrina Obs.: Paciente com hipersensibilidade é aquele que não suporta doses que seriam normais nos demais pacientes Foram documentadas reações alérgicas aos vários componentes do tubete de anestésico local. De interesse especial em relação à alergia, está o agente bacteriostático metilparabeno, proibido pelo FDA em anestesia local desde 1984 3. Condições sistêmicas como: hipertensão estágio 2, Diabetes Mellitus não controlada, doença cardiovascular grave, alergia a sulfitos, feocromocitoma, hipertireoidismo, uso de narcóticos podem limitar ou contraindicar o uso de vasoconstritores do tipo aminas simpaticomiméticas. VERIFICAÇÃO DO TUBETE E DA SERINGA 1. O líquido deve estar transparente e livre de partículas 2. O êmbolo deve estar totalmente inserido no tubete 3. O selo metálico que veda a parte superior do tubete deve estar íntegro 4. O nível do anestésico deve estar completo 5. Caso ocorra vazamento pelo êmbolo, verificar se a haste da seringa não está deformada 6. No caso de quebra de tubete de vidro, verificar se a haste da seringa não está deformada 66 INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS COM ANESTÉSICOS LOCAIS E EPINEFRINA Como a maioria das interações medicamentosas está relacionada a doses, a anestesia local e a epinefrina podem ser usadas, tendo-se em mente que sempre deverão ser utilizadas as menores quantidades possíveis. 1. Epinefrina em pacientes que usam beta-bloqueadores não cardio-seletivos (ex. propanolol) BETA-BLOQUEADORES NÃO SELETIVOS BETA 1 E BETA 2 ADRENORECEPTORES CARDIO-SELETIVOS BETA 1 ADRENORECEPTORES PENBUTOLOL (LEVATOL) ATENOLOL (TENORMIN, ATENOL) CARTEOLOL (CARTROL) BETAXOLOL (KERLONE) PINDOLOL (VISKEN) METOPROLOL (LOPRESSOR, SELOZOK) TIMOLOL (BLOCADREN) ACEBUTOLOL (SECTRAL) SOTALOL (BETAPACE, SOTACOR) BISOPROLOL (ZEBETE, CONCOR) NADOLOL (CORGARD) PROPANOLOL (INDERAL, BETACHRON) CARVEDILOL (COREG) 2. Epinefrina em pacientes que usam antidepressivos tricíclicos MEDICAÇÕES ANTIDEPRESSIVAS ANTIDEPRESSIVOS TRICÍCLICOS INIBIDORES MONOAMINO-OXIDASE AMITRIPTILINA (ELAVIL, TRYPTANOL) ISOCARBOXAZIDA (MARPLAN) NORTRIPTILINA (AVENTYL, PAMELOR) FENELZINA (NARDIL) IMIPRAMINA (TOFRANIL) TRANILCIPROMINA (PARNATE, PAMATE) DOXEPINA (SINEQUAN) TRIMIPRAMINA (SURMONTIL) AMOXAPINA (ASENDIN) DESIPRAMINA (NORPRAMIN) PROTRIPTILINA (VIVACTIL) CLOMIPRAMINA (ANAFRANIL) 7 SELEÇÃO DO SAL ANESTÉSICO APROPRIADO A tabela abaixo mostra as drogas contidas nos anestésicos locais disponíveis no mercado brasileiro e suas durações médias em tecido pulpar. ANESTÉSICO LOCAL VASOCONSTRITOR DURAÇÃO ARTICAÍNA 4% EPINEFRINA 1:100.000 EPINEFRINA 1:200.000 INTERMEDIÁRIA BUPIVACAÍNA 0.5% EPINEFRINA 1:200.000 * LONGA LIDOCAÍNA 2% EPINEFRINA 1:50.000 INTERMEDIÁRIA EPINEFRINA 1:100.000 INTERMEDIÁRIA EPINEFRINA 1:200.000 INTERMEDIÁRIA NOR-EPINEFRINA 1:50.000 * INTERMEDIÁRIA LIDOCAÍNA 3% INTERMEDIÁRIA FENILEFRINA 1:2.500 * INTERMEDIÁRIA NOR-EPINEFRINA 1:50.000 * INTERMEDIÁRIA MEPIVACAÍNA 3% (SEM VASOCONSTRITOR) CURTA MEPIVACAÍNA 2% LEVONORDEFRINA 1:20.000 INTERMEDIÁRIA EPINEFRINA 1:100.000 INTERMEDIÁRIA NOR-EPINEFRINA 1:100.000 INTERMEDIÁRIA FELIPRESSINA 0,03 UI INTERMEDIÁRIA PRILOCAÍNA 3% INTERMEDIÁRIA DURAÇÃO: CURTA: CERCA DE 30 MINUTOS DE ANESTESIA PULPAR INTERMEDIÁRIA: CERCA DE 60 MINUTOS DE ANESTESIA PULPAR LONGA: MAIS QUE 90 MINUTOS DE ANESTESIA PULPAR * disponível somente em tubetes de plástico. O anestésico local deve ser selecionado baseado na duração desejada da anestesia PULPAR durante o procedimento. 88 SELEÇÃO DA TÉCNICA APROPRIADA A seleção da técnica apropriada dependerá da localização e do tipo de tratamento a ser executado. A tabela a seguir apresenta as técnicas de aplicação de anestésicos locais mais comuns, as áreas anestesiadas e volumes recomendados a serem administrados. TÉCNICA DENTES ANESTESIADOS TECIDOS MOLES ANESTESIADOS MAXILA 1-2 DENTES MUCOSA VESTIBULAR SUPERIORES ALVEOLAR SUPERIOR INCISIVOS, CANINO, MUCOSA VESTIBULAR E ANTERIOR PRÉ-MOLARES PORÇÃO ANTERIOR DA FACE ALVEOLAR SUPERIOR PRÉ-MOLARES MUCOSA VESTIBULAR MÉDIO ALVEOLAR SUPERIOR MOLARES MUCOSA VESTIBULAR POSTERIOR INCISIVO, CANINO, MUCOSA VESTIBULAR E PALATINA ANTERIOR PRÉ-MOLARES TECIDOS MUCOSA DO PALATO ALVEOLAR SUPERIOR INCISIVO, CANINO, MUCOSA DO PALATO ANTERIOR PALATINA (BILATERAIS) MUCOSA DO PALATO NO INFILTRAÇÃO NENHUM LOCAL DA APLICAÇÃO PALATAL MUCOSA DO PALATO NASOPALATINA NENHUM DE CANINO A CANINO BILATERALMENTE MUCOSA DO PALATO DE 1º PALATINO MAIOR NENHUM PRÉ-MOLAR A DISTAL DO PALATO DURO BLOQUEIO MAXILAR TODOS OS DENTES MUCOSA DO PALATO AO (V2) DO QUADRANTE LADO DA INJEÇÃO MANDÍBULA MUCOSA VESTIBULAR TODOS OS DENTES ANTERIOR AO FORAME ALVEOLAR INFERIOR MENTONIANO, MENTO, 2/3 DO QUADRANTE ANTERIORES DA LÍNGUA MUCOSA VESTIBULAR BUCAL NENHUM DISTAL AO FORAME MENTONIANO MUCOSA VESTIBULAR DE ALVEOLAR INFERIOR TODOS OS DENTES TODOS OS DENTES, MENTO, (TÉCNICA GOW-GATES) DO QUADRANTE 2/3 ANTERIORES DA LÍNGUA MUCOSA VESTIBULAR DE ALVEOLAR INFERIOR TODOS OS DENTES TODOS OS DENTES, MENTO, (TÉCNICA VAZIRANIDO QUADRANTE 2/3 ANTERIORES DA LÍNGUA AKINOSI) INCISIVO, CANINO, MUCOSA VESTIBULAR NERVO INCISIVO PRÉ-MOLARES ANTERIOR, MENTO E LÁBIO MUCOSA VESTIBULAR MENTONIANO NENHUM ANTERIOR, MENTO E LÁBIO INFILTRAÇÃO VOLUME RECOMENDADO DE ANESTÉSICO LOCAL – mL ADULTO PEDIÁTRICO / GERIÁTRICO 0,6 0,3 0,9 – 1,2 0,45 – 0,6 0,9 – 1,2 0,3 0,9 – 1,8 0,45 1,4 – 1,8 0,7 – 0,9 1,4 – 1,8 0,7 – 0,9 0,2 – 0,3 0,2 – 0,3 0,45 0,25 (NO MÁXIMO) (NO MÁXIMO) 0,45 – 0,6 0,25 – 0,3 1,8 0,9 1,5 – 1,8 0,6 – 0,9 0,3 0,2 1,8 0,9 1,5 – 1,8 0,9 0,6 0,45 0,6 0,3 9 DOSES MÁXIMAS RECOMENDADAS A quantidade máxima de tubetes de anestesia local que poderá ser administrada deve ser estabelecida através de duas variáveis: a quantidade do sal de cada droga contida no tubete e o peso do paciente. DOSES MÁXIMAS RECOMENDADAS DROGA mg/TUBETE ARTICAÍNA BUPIVACAÍNA LIDOCAÍNA OU LIDOCAÍNA OU 4% 0.5% MEPIVACAÍNA MEPIVACAÍNA 2% 3% PRILOCAÍNA 3% *** mg/Kg 7 1,3 4,4 4,4 6 DOSE DE SEGURANÇA: 50% DA DOSE MÁXIMA** (mg/Kg) 3,5 0,65 2,2 2,2 3 mg/ml 40 5 20 30 30 mg/tubete 72 9 36 54 54 500 90 300 300 400 DMR (mg): DOSE MÁXIMA RECOMENDADA PESO (Kg) DO PACIENTE No APROXIMADO DE TUBETES 20 <2 n/a* <2,5 1,5 2 30 <3 n/a* 3,5 2,5 3 40 <4 n/a* 4,5 3 <4,5 50 <5 7 6 4 5,5 60 <6 8,5 7 <5 6,5 70 <7 10 8 5,5 <7,5 80 <7 10 8 5,5 <7,5 90 <7 10 8 5,5 <7,5 * BUPIVACAÍNA É RARAMENTE APLICADA EM PACIENTES MUITO JOVENS. ** METADE DA DOSE MÁXIMA (DOSE DE SEGURANÇA) É SUFICIENTE PARA A REALIZAÇÃO DE QUALQUER PROCEDIMENTO ODONTOLÓGICO. *** PRILOCAÍNA DEVERÁ SER EVITADA OU NÃO ADMINISTRADA EM PACIENTES GESTANTES E IDOSOS. Dose Máxima de Epinefrina 1. Paciente saudável: 0,2mg ou 200µg por consulta 2. Paciente com doença cardíaca: 0,04mg ou 40µg por consulta 10 10 ODONTOPEDIATRIA E ODONTOGERIATRIA Crianças, pacientes excessivamente magros, assim como pacientes idosos (65 anos ou mais) não devem receber o mesmo volume de anestésico local ou vasoconstritor que pacientes adolescentes, pois o potencial de desenvolver sérias emergências relacionadas com a droga, particularmente a superdosagem (reação tóxica), está aumentado nestes grupos. 11 ADMINISTRAÇÃO DE ANESTÉSICO LOCAL DE FORMA SEGURA E SEM DOR A injeção de anestésicos locais sem dor é muito importante para o paciente. Quando os passos abaixo são seguidos, a aplicação segura e sem dor acontecerá em quase 100% dos casos. TÉCNICA DE INJEÇÃO ATRAUMÁTICA 1. Utilize agulhas de boa qualidade, esterilizadas, descartáveis e de tamanho correto 2. Verifique se a solução anestésica está fluindo pela agulha adequadamente 3. Posicione o paciente 4. Seque o tecido 5. Aplique antiséptico tópico (opcional) 6. Aplique anestésico tópico 7. Converse com o paciente 8. Estabeleça um bom apoio para a sua mão 9. Mantenha o tecido tensionado 10. Mantenha a agulha fora do alcance da vista do paciente 11. Insira a agulha na mucosa, observando a linha do bisel 12. Observe e converse com o paciente 13. Lentamente, avance a agulha em direção ao alvo 14. Libere várias gotas de anestésico antes de encontrar o periósteo (evite tocar o periósteo) 15. Verifique se há aspiração positiva (refluxo sanguíneo) 16. Aplique lentamente a solução anestésica 17. Converse com o paciente 18. Remova lentamente a agulha 19. Observe o paciente após a injeção 20. Anote o procedimento no prontuário do paciente 12 12 COMPLICAÇÕES LOCAIS NA ADMINISTRAÇÃO DE ANESTÉSICOS LOCAIS Seguem abaixo as complicações locais mais comuns associadas com a administração de anestésicos locais no consultório odontológico: A. Trismo é um espasmo de músculos mastigatórios que é comumente visto após a administração unilateral da técnica do bloqueio do nervo alveolar inferior. No dia seguinte, o paciente reclama de dificuldade de abrir a boca e de que a região encontra-se dolorida. Tratamento inclui o uso de chicletes para exercitar a musculatura. O Trismo, normalmente, regride após alguns dias. B. Hematoma é um ferimento ou manchamento que pode ocorrer após a administração de anestesia local. É mais comumente visto extra-oralmente após bloqueio do nervo alveolar superior posterior. Tratamento é aguardar a reparação pelo próprio organismo. O hematoma requer aproximadamente 14 dias para seu desaparecimento completo. C. Lesões de Tecidos Moles ocorre mais frequentemente em crianças pequenas após bloqueio do nervo alveolar inferior. O lábio e língua permanecem anestesiados por muitas horas após o tratamento odontológico permitindo a auto-mutilação. A prevenção é informar o responsável desta possibilidade, de forma que estejam atentos à criança até cessar os efeitos da anestesia. D. Parestesia representa uma anestesia prolongada, normalmente mais que 24 horas após a aplicação da anestesia local. Mais de 95% das parestesias ocorrem na mandíbula com mais de 70% envolvendo o nervo lingual. Não há prevenção conhecida. O tratamento é aguardar a reparação pelo próprio organismo. A maioria das parestesias regride em 6 semanas, mas pode alcançar 6 meses. Em raras situações a parestesia pode ser permanente. E. Fratura da Agulha é uma complicação muito rara nos dias de hoje. Quando ocorre fratura de agulha normalmente envolve a agulha curta 30G. Fratura de agulha não é um problema importante se a agulha for facilmente removida. Contudo, se agulha estiver inserida no tecido mole até sua base poderá haver necessidade de intervenção cirúrgica que incorrerá em risco de lesão nervosa permanente. Prevenção de fratura de agulha requer observação de regras cirúrgicas que determinam os tamanhos das agulhas a serem utilizadas em cada região e alertam que não se deve inserir o comprimento total da agulha nos tecidos moles. 13 COMPLICAÇÕES SISTÊMICAS NA ADMINISTRAÇÃO DE ANESTÉSICOS LOCAIS As duas complicações sistêmicas associadas com a administração de anestésicos locais são alergia e superdosagem. ALERGIA Alergia verdadeira, documentada e reproduzível a anestésicos locais utilizados atualmente em Odontologia é tão raro que pode-se dizer que é inexistente. Alergia à epinefrina não existe. Avaliando seriamente, a maioria das descrições de situações de alegada alergia é determinada por ocorrências de reações psicogênicas (lipotímia, taquicardia) ou efeitos colaterais associados a droga. SUPERDOSAGEM Também conhecida como reação tóxica, ocorre quando o nível de anestésico local no sangue está muito elevado. As causas mais comuns da superdosagem são: (1) administração de muito anestésico e (2) injeção intravascular rápida. A superdosagem ocorre mais comumente em crianças submetidas a um tratamento odontológico de vários quadrantes em uma mesma sessão. Overdose causada por injeção intravascular rápida pode ser prevenida por uma simples observação da presença de aspiração positiva, o que é indicado pela ocorrência do refluxo sanguíneo no tubete logo após o início da injeção. Mesmo assim, a severidade do dano pode ser reduzida se a aplicação for lenta. O tempo de administração de um tubete de 1,8 ml é de 1 a 2 minutos. Clinicamente, a superdosagem pode apresentar convulsões ou inconsciência, ambos podendo ser corretamente conduzidos por cirurgiõesdentistas treinados (ver a seguir). Alterações como estas normalmente duram aproximadamente de 15 a 30 segundos. 14 14 EMERGÊNCIAS MÉDICAS PREPARO ADEQUADO Emergências médicas podem, e de fato, ocorrem na prática clínica da Odontologia. A maioria das emergências associadas com anestésicos locais em Odontologia é psicogênica, normalmente desmaios. O medo que muitos pacientes têm é relacionado com injeções que podem exacerbar condições médicas subclínicas como angina pectoris (dor no peito), asma e epilepsia. Os consultórios odontológicos devem estar preparados para administrar adequadamente as emergências que surgem durante o tratamento. Preparo do consultório para a administração de emergências médicas está descrito na tabela abaixo: RCP (RESSUSCITAÇÃO CARDIO PULMONAR) ANUALMENTE TODOS OS MEMBROS DA EQUIPE PARTICIPAM DE TREINAMENTO DA RCP NO CONSULTÓRIO MEMBRO Nº 1: PROVIDENCIA SOCORRO MÉDICO E FICA COM A VÍTIMA, SE NECESSÁRIO ADMINISTRA O TRATAMENTO BÁSICO DAS EMERGÊNCIAS – P-A-B-C-D. EQUIPE DE EMERGÊNCIA DO CONSULTÓRIO MEMBRO Nº 2: TRAZ O KIT DE EMERGÊNCIA, OXIGÊNIO E DAE – DESFIBRILADOR AUTOMÁTICO EXTERNO PARA O LOCAL DA EMERGÊNCIA; OUTROS MEMBROS: MÉDICO ASSISTENTE, QUANDO NECESSÁRIO: CHAMAR AMBULÂNCIA; MEDIR PRESSÃO ARTERIAL. CHAMADA DE ASSISTÊNCIA MÉDICA ASSISTÊNCIA DE EMERGÊNCIA MÉDICA DEVE SER SOLICITADA ASSIM QUE O CIRURGIÃO-DENTISTA NOTAR QUE É NECESSÁRIO. MEDICAMENTOS DE EMERGÊNCIA SUGESTÃO DE KIT MÍNIMO DE EMERGÊNCIA: 1. EPINEFRINA INJETÁVEL (ADRENALINA) 1:1.000 (PARA ANAFILAXIA). 2. BLOQUEADOR DE HISTAMINA INJETÁVEL (BENADRYL E FENERGAN) PARA ALERGIAS SEM RISCO DE VIDA. 3. OXIGÊNIO – PARA USO EM TODAS AS SITUAÇÕES DE EMERGÊNCIA. 4. NITROGLICERINA EM SPRAY OU EM COMPRIMIDOS – PARA A DOR DE ANGINA PECTORIS. 5. SALBUTAMOL INALATÓRIO – PARA MANUSEIO DE ATAQUE DE ASMA. 6. AÇÚCAR, COMO SUCO DE LARANJA, PARA MANUSEIO DA HIPOGLICEMIA. 7. ASPIRINA – PARA USO DURANTE SUSPEITA DE INFARTO DO MIOCÁRDIO (ATAQUE CARDÍACO). Esta é uma iniciativa Tecnologia e Vanguarda em Anestésicos Locais Injetáveis. de DFL Indústria e Comércio S/A, que pretende atender a necessidade dos cirurgiõesdentistas do Brasil em oferecer aos seus clientes, serviços de forma moderna e segura. A cartilha foi elaborada pelo Professor Stanley Malamed, da University of Southern Califórnia, com o objetivo de ser um guia prático de consultas das situações que ocorrem no dia a dia Anestésicos Locais Injetáveis (AL): ALPHACAINE 1:100.000 (MS Nº 1.0177.0016) - cloridrato de lidocaína + epinefrina; ARTICAINE 1:100.000 / 1:200,000 (MS Nº 1.0177.0025) - cloridrato de articaína + epinefrina; MEPISV (MS Nº 1.0177.0030) - cloridrato de mepivacaína; MEPIADRE (MS Nº 1.0177.0022) - cloridrato de mepivacaína + epinefrina; MEPINOR (MS Nº 1.0177.0024) - cloridrato de mepivacaína + norepinefrina; MEPI-LEVO (MS Nº 1.0177.0029) - cloridrato de mepivacaína + corbadrina; PRILONEST 3% + 0,03 UI (MS Nº 1.0177.0028) - cloridrato de prilocaína + felipressina INDICAÇÕES – Estes produtos são indicados para anestesia local por injeção, infiltração ou bloqueio do nervo. CONTRA-INDICAÇÕES – Os AL são contra-indicado para uso em pacientes com hipersensibilidade aos componentes da fórmula ou que estejam fazendo uso de medicamentos que sabidamente provocam alterações na pressão sangüínea, como inibidores da monoaminooxidase, antidepressivos tricíclicos e fenotiazinas. POSOLOGIA - Quantidade máximas de tubetes de AL são definidas pela quantidade de sal de cada droga contida no tubete e pelo peso do paciente (Ler a bula atenciosamente / Ref: Manual de Anestesia Local - MALAMED S.F. – Ed Elsevier); CUIDADOS E ADVERTÊNCIAS - A segurança e a eficácia dos AL dependem da dosagem recomendada, da técnica correta, de uma anamnese previamente realizada, das precauções adequadas e da rapidez e habilidade do profissional na intervenção nos casos emergenciais (Ler a bula atenciosamente / Ref: Manual de Anestesia Local - MALAMED S.F –– Ed Elsevier). REAÇÕES ADVERSAS – Foram relatados mais freqüentemente reações no SNC, sistema cardiovascular e sistema respiratório. Leia a bula atenciosamente e demais informações poderão ser encontradas no Manual de Anestesia Local - MALAMED S.F –– Ed Elsevier. INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS - O uso de anestésico local associado ao consumo de álcool e medicamentos tranqüilizantes, interfere diretamente na eficiência do anestésico, podendo aumentar ou diminuir seu tempo de ação, bem como sua potência. CLASSIFICAÇÃO DO MEDICAMENTO - Anestésico Local Injetável do tipo AMIDA - VENDA SOB PRESCRIÇÃO MÉDICA - PRODUTO DE USO PROFISSIONAL. Para mais informações leia as respectivas bulas e/ou acesse www.novadfl.com.br de todos os consultórios odontológicos. Agradecemos ao Professor Stanley Malamed e a ABO pelo apoio no desenvolvimento deste projeto e a colaboração dos professores Ricardo Holanda Vasconcellos, Juliana Ramacciato e Filipe Polese Branco. Anestesia Local É mais fácil quando se está presente Guia prático de consulta para o uso seguro de anestesia local Prof. Stanley F. Malamed novadfl.com.br 0800 602 68 80 /novadfl /novadfl ident.com.br/novadfl Rev. 3 - cód. 668 Cartilha