1 Projeto: Escrever e argumentar / Maria Irma Hadler Coudry Caro Aluno: Essa atividade pós-exibição é a sétima, de um conjunto de 7 propostas, que têm por base o terceiro episódio do programa de vídeo Viagem ao cérebro. As atividades pós-exibição são compostas por textos que retomam os programas e encaminham sugestões de atividades a serem realizadas por vocês. Recomendamos que elas sejam feitas após a exibição em sala de aula desse episódio. No Portal do Professor você encontrará um jogo interativo correspondente a esse mesmo episódio e que trata dos mesmos temas das atividades. 2 Projeto: Escrever e argumentar / Maria Irma Hadler. Coudry Atividade Projeto: Escrever e argumentar Episódio Viagem ao Cérebro Programa Viagem ao cérebro Enfrentando o bullying? Como vimos nos Temas Dislexia? e Déficit de Atenção? é de se duvidar que alguém, seja homem ou mulher, em algum momento da vida, não tenha falado algo como “Nunca imaginei que ele fosse assim!; Pensei que isso só acontecia lá em casa, eles pareciam tão certinhos!, Foi só começar a encontrar com ela todos os dias para perceber que ela é muito esquisita. Expressões como essas são constatações de que alguma coisa em relação ao comportamento de alguma pessoa saiu diferente do esperado. O que esperamos dos outros está ligado a muitos discursos: daquilo que nossa família, nossa cultura, nosso modo de viver considera como normal. A mídia atravessa todos esses discursos oferecendo produtos ou uma expressão cuja aquisição e uso tornaria alguém mais normal, então, hoje em dia o que é esperado de um jovem? Que goste de natureza, cuide do meio ambiente; fale corretamente; não seja gordo; seja inteligente e lide bem com computador; goste de estudar, mas não muito; tenha vida social, frequente balada; tenha vida afetiva; saiba dos efeitos da bebida, cigarro, drogas. Estamos falando da exigência cotidiana de se pertencer a um padrão, que está relacionada ao lugar e ao tempo em que vivemos, e também do que comumente se vê diante de jovens que não pertencem a esse padrão: se for gordo ou muito magro ganha logo um apelido que ofende; se gosta muito de ler e não joga futebol terá sua sexualidade posta em dúvida; se correr de briga porque não acredita nesse tipo de argumento, vira covarde. Há situações em que a prática da discriminação é extrema. Quem faz isso com esses jovens? Na maioria das vezes, outros jovens, colegas de classe, de escola, de bairro, de 3 Projeto: Escrever e argumentar / Maria Irma Hadler Coudry trabalho. A intolerância a uma pessoa ou grupo motivada quase sempre pela observação de um comportamento ou traço físico considerado fora do normal por alguém – é o que sustenta o bullying. Essa palavra da língua inglesa caracteriza o frequente comportamento agressivo e danoso do ponto de vista moral, social e afetivo, praticado por uma pessoa ou grupo mais forte, contra pessoa ou grupo mais frágil. Está em questão um poder imaginário que o(s) agressor(es) patologicamente exerce(m) sobre a vítima em atitude de sub- julgamento. Trata-se de uma agressão física e/ou verbal que pode ser extrema e cruel. Lembram quando jovens de Brasília atearam fogo no índio Pataxó? Existem diferentes tipos de bullying que acontecem cotidianamente: espalhar comentários mentirosos sobre alguém (pessoalmente ou pela internet); fazer uso da força física com objetivo de coação; recusar em aceitar a pessoa em qualquer grupo; intimidar pessoas que se solidarizam com a vítima; isolar, ridicularizar ou expor uma pessoa ou grupo pelo modo de vestir, pela religião que pratica, pela opção sexual, pela maneira de falar; pela etnia a que pertence, por apresentar uma deficiência. Uma variedade enorme de pretextos poderia ser listada aqui, inclusive, a falta propriamente de um motivo: o que está em questão é a patologia de quem agride, seja uma pessoa ou um grupo. Uma regra é certa: não há dúvida nenhuma de quando se trata de uma brincadeira entre amigos ou de bullying. No início pode parecer coincidência que o comportamento hostil, agressivo, irônico de alguém seja sempre o mesmo diante de outros, mas pouco tempo depois devido à frequência e repetição da atitude dos agressores, da falta de lugar social, da impossibilidade de se esquivar da situação, do medo pelo lado da vítima, não restará mais dúvida: trata-se de bullying. O que a vítima pode fazer? Procurar a direção da escola (ou de onde estiver acontecendo isso), conversar com a família; e se for o caso, procurar o poder judiciário porque há leis que regulam esses comportamentos abusivos. O efeito psicológico do bullying na vítima pode ser devastador, mas esse efeito é ainda 4 Projeto: Escrever e argumentar / Maria Irma Hadler. Coudry maior em quem prática o ato do bullying (bullies). A vítima em determinado momento vai se livrar da situação real e/ou psicológica de perseguição, mas para os bullies, que construirão sua vida e suas relações sob esse prisma patológico, pode não haver saída. Atualmente há muita indisciplina em sala de aula, muito barulho, uso de celular, Ipod, o que é incompatível com um ambiente de ensino e aprendizado. Muitos professores reclamam disso, adoecem, perdem a voz, sofrem agressões por enfrentarem alunos indisciplinados. Essa situação, a longo prazo, pode levar à perda de motivação tanto para o professor quanto para o aluno. Nesse sentido o bullying não ocorre só entre os jovens, mas pode atingir também os professores e diretores, que por sua vez também podem ocupar o lugar dos bullies. Autores: Maria Irma Hadler Coudry (coordenadora) Sonia Maria Sellin Bordin Michelli Alessandra Silva Giovana Dragone Rosseto Antonio Ana Laura Gonçalves Nakazoni Projeto Cada vez mais a mídia tem trazido notícias de atrocidades cometidas em função da intolerância, seja pelo modo de vestir, pela religião praticada, pela opção sexual, pela maneira de falar, pela etnia ou grupo a que pertence, por apresentar uma deficiência. Diante dessa realidade, escreva um texto argumentativo, de natureza dissertativa, dirigido à direção da escola propondo que ela assuma uma posição diante do bullying e possa criar um espaço para os alunos discutirem junto com os professores e pais as queixas desse comportamento agressivo. Dê exemplos de bullying para que a escola compreenda a necessidade de defender pessoas que são perseguidas por serem diferentes de um padrão estabelecido. Utilize em seu texto (retomando o Tema Relações Lógico-gramaticais) construções típicas da escrita, como orações subordinadas, certas conjunções, certos pronomes e expressões essenciais para que você convença seu interlocutor de seu propósito. É interessante destacar que procedendo assim você usará seu cérebro como um todo articulado, tanto a parte posterior, associativa, quanto a anterior, que possibilita a execução do plano que você traçou para escrever.