reflexões a respeito do transtorno de déficit de atenção e

Propaganda
REFLEXÕES A RESPEITO DO TRANSTORNO DE DÉFICIT DE
ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE (TDAH) E SUAS IMPLICAÇÕES NO
CONTEXTO ESCOLAR
SOUZA, Evelyn Saunite 1 - UEM
MIRANDA, Maria de Jesus Cano 2 - UEM
Grupo de Trabalho – Diversidade e Inclusão
Agência Financiadora: não contou com financiamento
Resumo
Este é um estudo na área da educação sobre o Transtorno de Déficit de Atenção e
Hiperatividade (TDAH), que tem por objetivos refletir sobre este transtorno na abordagem
organicista e interacionista; caracterizar e discutir as causas, os sintomas, as características na
criança em fase escolar; compreender como as ferramentas da interação e mediação podem
auxiliar as práticas docentes com crianças que apresentam TDAH. Trata-se de uma pesquisa
de cunho bibliográfico, a qual fundamenta-se na concepção histórico-cultural defendida por
Vigotski e seus colaboradores que entendem o desenvolvimento humano em uma dimensão
sócio histórica. Defendem que os processos de aprendizagem e o desenvolvimento estão
interligados desde o primeiro dia de vida da criança, os meios exteriores como, as vivências
do indivíduo, as experiências, suas relações sociais e o meio em que ele está inserido, refletem
em todo este processo. Como resultados apresentam-se as idéias de alguns autores com visão
organicista do problema como Benczik (2000) e Belli (2008), entre outros e autores com
visão interacionista como Tuleski (2007; 2008); Meira (2009); Leite (2010) e outros, os quais
valorizam a prática pedagógica intencional, organizada e desafiadora. Incentivam o pensar
educacional e a prática docente, por meio da mediação dos professores qualificados, que
consigam garantir o desenvolvimento escolar do indivíduo, pois de acordo com a linha teórica
de estudo abordada, subentende-se que, o professor seja o importante mediador entre a criança
e o mundo. Conclui-se que o papel dos profissionais da educação é fundamental para o bom
andamento da vida escolar desse aluno, pois, estes indivíduos necessitam da devida atenção
educacional e pedagógica para que haja a superação do problema.
Palavras-chave: TDAH, abordagem organicista, abordagem histórico-cultural.
1
Professora Graduada em Pedagogia pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). Pós Graduanda do curso
de Especialização em Psicopedagogia Clínica e Institucional da mesma Universidade. Email:
[email protected]]
2
Doutora em Educação: Programa de Educação Escolar da UNESP/ Araraquara/SP. Professora Adjunta do
Departamento de Teoria e Prática da Educação da Universidade Estadual de Maringá/PR.
Email:[email protected]
20083
Introdução
O presente é referente ao Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado ao
curso de Pedagogia da Universidade Estadual de Maringá (UEM) atendendo às exigências
parciais para a conclusão do mesmo. Trata-se de uma pesquisa na área da educação sobre o
Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), cuja situação causa inquietações
no âmbito familiar, escolar e social do indivíduo.
O interesse para desenvolver este tema surgiu a partir de observações em sala de aula
na disciplina de Estágio Curricular Supervisionado de Ensino Fundamental I, do curso de
graduação em Pedagogia. Durante as observações chamaram a atenção os comportamentos
das crianças, como: agitados, impulsivos, hiperativos, estas características me motivaram a
pesquisar, investigar e estudar mais aprofundadamente, a respeito deste tema que se constitui
uma situação problema para os profissionais que atuam diretamente com a criança em sala de
aula.
Porém, o que mais se destaca no momento da pesquisa é o número de crianças
medicadas e “diagnosticadas” com TDAH, apenas em uma turma de observação constavam
seis crianças diagnosticadas com este transtorno um número elevado levando em
consideração a sala com 25 alunos, do segundo ano do Ensino Fundamental.
Desta forma, esta pesquisa teve como objetivo principal refletir sobre o Transtorno de
Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) na abordagem organicista e interacionista;
compreender como as ferramentas da interação e mediação podem auxiliar as práticas
docentes com as crianças que apresentam TDAH e, por fim, discutir a respeito dos possíveis
encaminhamentos metodológicos no atendimento de uma criança que apresenta TDAH em
sala de aula à luz desta concepção que fundamenta a pesquisa.
De acordo com autores organicistas e de visão naturalizante, o Transtorno de Déficit
de Atenção e Hiperatividade “é um problema de saúde mental que tem três características
básicas: a desatenção, a agitação (ou hiperatividade) e a impulsividade” (Rohde; Benczik,
1999, p. 37).
Belli (2008, p. 100) afirma que “o TDAH pode trazer prejuízos na vida social, no
relacionamento familiar, na aquisição de uma vida independente e no desempenho escolar”.
Mesmo nessa concepção o profissional da educação torna-se peça fundamental na vida
da criança, pois o conhecimento do professor sobre o TDAH é importante para o exercício de
20084
sua profissão, por que muitas das vezes, o professor se depara com alunos na sala de aula com
TDAH, acaba rotulando-o, concluindo que seja falta de limites, mas talvez, seja um transtorno
em que a criança necessite de um atendimento diferenciado, para que ela possa obter um bom
desempenho escolar.
[...] o conhecimento sobre TDAH, é o passo inicial para ajudar a criança em seu
processo educacional. Quanto mais informado o professor estiver a respeito do
TDAH, suas implicações e formas de manejo, maior a chance de a criança conseguir
um bom desempenho (BENCZIK, 2000, p. 49).
No período do Estágio Curricular Supervisionado de Ensino Fundamental I, foi
observado que existem crianças já diagnosticadas com TDAH e que estão sendo medicadas.
Durante as observações em distintas salas de aula, foi possível perceber que estes alunos não
acompanham os demais colegas em todas as atividades propostas, estão sempre conversando,
levantando do seu devido lugar. No que diz respeito à atuação do professor foi possível
observar dificuldades de mediação desse profissional com estas crianças, não se percebeu
também responsabilidade e compromisso com a aprendizagem da criança.
O estudo sobre o tema é importante, pois, segundo Neto (2004, p. 5) “a capacidade de
direcionar e manter a atenção focalizada, [...] de concentrar-se, é fundamental para o
direcionamento de nossas ações conscientes [...] em que se busca compreender e aprender
com o que está ao nosso redor”.
Neste sentido Mattos (2005) relata que como ocorre muitas vezes, o professor pode se
deparar com alunos que parecem ser “movidos por um motor” tendo uma energia maior que
as crianças da mesma idade, na qual essas crianças acabam sendo rotuladas como, sem
limites, mal-educados, preguiçosas, ou, os que vivem no “mundo da lua”, loucos,
problemáticos e outros. Sabe-se que as crianças geralmente são bem ativas, mas, é a falta de
conhecimento dos professores sobre o TDAH que desencadeia as rotulações. Durante o curso
de pedagogia não há uma disciplina específica que acrescente estes conhecimentos ao futuro
educador, assim este tema é um assunto importante para o profissional da educação.
Dessa forma, este estudo pretende contribuir para a reflexão do papel dos profissionais
da educação que atuam em sala de aula com a criança TDAH, proporcionando ao sujeito uma
melhor oportunidade de convivência com outras pessoas e de aproveitamento escolar.
Vale ressaltar que a concepção exposta anteriormente se torna naturalizante de forma
que, seja um meio de se camuflar o fracasso escolar, jogar as responsabilidades deste sobre o
20085
indivíduo, rotulá-los de acordo com as características presentes no decorrer deste trabalho, de
maneira que a medicalização do indivíduo diagnosticado com o referido transtorno apenas
seja o método mais eficaz para sanar estes problemas.
Diante deste panorama, emerge à seguinte inquietação, em que medida a formação
adequada dos professores para atender essas crianças facilitaria o trabalho pedagógico em sala
de aula? E conseqüentemente promoveria a aprendizagem dessas crianças?
Os profissionais da educação possuem um papel importante na vida da criança com
TDAH, pois se tornam peças fundamentais no tratamento e nos cuidados deste transtorno, o
qual se exige um processo tanto do pensar educacional como da prática pedagógica.
Entende-se que pela educação, a criança que apresenta TDAH pode ter a oportunidade
de desenvolver-se na medida em que diferentes situações pedagógicas acabariam por
oportunizar uma melhora na qualidade do ensino para todos, por meio de um plano educativo
que atendesse a demanda escolar necessária.
Portanto, o apoio individualizado e o afeto dos professores, pais e psicopedagogos a
essas crianças podem amenizar o sofrimento delas ante o processo de aprendizagem
e os relacionamentos interpessoais que se estabelecem no ambiente escolar (BELLI,
2008, p. 65).
Com base no que foi descrito, o estudo possui uma metodologia de cunho
bibliográfico, realizado por meio de leituras e fichamentos das obras de autores selecionados.
Esta metodologia de pesquisa “busca informações e dados disponíveis em publicações –
livros, teses e artigos de origem nacional ou internacional [...] realizado por outros
pesquisadores” (RODRIGUES, 2007, p. 15). O trabalho também apresenta o enfoque
qualitativo, que André (1983, p.66) ressalta que esta abordagem qualitativa recebeu uma
atenção na literatura educacional, ganhando assim um número significativo de interesses por
parte de educadores, pois “as vantagens do uso de pesquisas qualitativas na pesquisa
educacional são muitas”.
A seguir, por uma questão didática o presente texto está estruturado em quatro tópicos,
iniciando pela introdução que faz uma abordagem geral do tema com apresentação dos
objetivos e a problematização do estudo. No segundo tópico denominado “Pressupostos
teóricos metodológicos da pesquisa”, há uma breve apresentação da Psicologia HistóricoCultural com intuito de resgatar o contexto histórico da respectiva teoria, a fim de
compreender os processos de desenvolvimento da criança, de acordo com os autores
20086
contribuintes à teoria abordada, para assim subsidiar o entendimento e o estudo da criança que
apresenta o TDAH.
O próximo tópico de discussão está denominado como, “Compreendendo e discutindo
o transtorno de hiperatividade e Déficit de Atenção”, em que se apresentam os resultados da
pesquisa fazendo um contraponto da abordagem organicista, naturalizante, discutindo-a, à luz
da concepção da Psicologia Histórico-Cultural, ou seja, a abordagem interacionista. E por
fim, as considerações finais da pesquisa.
Pressupostos teóricos metodológicos da pesquisa
Foi no começo do século XX que se iniciaram estudos científicos da criança e do
comportamento infantil e a partir disso surgiram várias pesquisas a respeito dos aspectos da
vida psíquica da criança, com isso importantes sistemas teóricos foram desenvolvidos, dentre
eles destaca-se a teoria Histórico-Cultural, que proporciona reflexões ricas sobre o
desenvolvimento humano (FONTANA, 1997, p. 08). Neste contexto histórico destacam-se
autores de grande contribuição da teoria abordada, como, Alexis N. Leontiev, que foi um dos
importantes psicólogos soviéticos a trabalhar com Vigotski; o Alexander Romanovich Luria,
seguidor das grandes linhas e hipóteses formuladas e desenvolvidas por Lev Semyonovich
Vigotski3 e seus colaboradores, cujo foco principal de suas pesquisas se deu em compreender
o desenvolvimento humano, sob a perspectiva histórico social.
Vale ressaltar que, embora esses importantes autores da psicologia Histórico-Cultural
não tenham desenvolvido um estudo sobre o tema aqui abordado, o Transtorno de Déficit de
Atenção e Hiperatividade, estes trataram do estudo do desenvolvimento da criança, no que se
pode dizer que é de extrema importância para a temática abordada nesta pesquisa e também
na área da educação.
Isso ocorre, pois, “a educação é um processo que não se pode ser eliminado do
desenvolvimento humano e uma das condições pelas quais o ser humano adquire seus
atributos fundamentais ao longo do processo histórico social” (DUARTE, 2004, p. 55).
Para Vigotski (2006, p.103) a aprendizagem é um processo exterior paralelo ao
processo de desenvolvimento da criança, esta não parte do zero, antes da criança ser inserida
3
O nome deste autor é escrito de diferentes formas dependendo do idioma em que sua obra foi publicada. Neste
trabalho, será respeitada a grafia do idioma da obra em referência.
20087
na escola ocorre todo um processo pré-histórico, ou seja, “a aprendizagem escolar nunca
começa no vácuo, mas é precedida sempre de uma etapa perfeitamente definida de
desenvolvimento, alcançado pela criança antes de entrar para a escola” (VIGOTSKI, 2006,
p.110).
Em continuidade ao pensamento do autor, a aprendizagem e o desenvolvimento estão
interligados desde o primeiro dia de vida da criança, os meios exteriores como, as vivências
do indivíduo, as experiências, suas relações sociais e o meio em que ele está inserido, refletem
em todo este processo acima citado. Duarte (2004) complementa:
[...] a aprendizagem resulta das ações dos alunos a partir e sobre a realidade por ele
vivida, pelas quais constroem o conhecimento. Este, por sua vez, é produto das
elaborações cognitivas resultantes das percepções e representações dos alunos,
construídas na base de suas próprias experiências e de seu cotidiano (DUARTE
2004, p. 64).
Por isso, o professor deve levar em consideração o processo anterior à escola da
criança, para que seja possível compreender suas atitudes, características, comportamentos,
visto que todas estas questões citadas são reflexos dos fatores externos.
A aprendizagem de forma organizada leva o indivíduo ao desenvolvimento, e, caso
este processo não seja natural, mas sim histórico, este acarreta uma série de processos do
homem que sem a aprendizagem, de modo algum poderiam surgir (VIGOTSKY, 2004, p.
484), dessa forma pode-se perceber a importância da educação, segundo o pensamento de
Tuleski e Eidt (2007):
[...] ao professor cabe a função de mediação entre o conhecimento já existente e os
alunos, sendo que os conteúdos trabalhados por ele no processo educativo criam,
individualmente, nos aprendizes, novas estruturas mentais, decorrentes dos avanços
qualitativos no desenvolvimento de cada criança (TULESKI E EIDT, 2007, p.
532).
A partir dessa ideia cabe atribuir ao papel do professor sua grande importância, pois
tem responsabilidade de instruir e corrigir os alunos, de acordo com a seguinte ideia de
Martins (1997):
Cabe a ele promover a articulação dos conceitos espontâneos da criança com os
científicos veiculados na escola, de tal forma que, de um lado, os conceitos
espontâneos possam inserir-se em uma visão mais abrangente do real, própria do
conceito científico, e, de outro lado, os conceitos científicos tornem-se mais
20088
concretos, apoiando-se nos conceitos espontâneos gerados na própria vivência da
criança. Criam-se, assim, novas condições para que os alunos compreendam de
forma mais ampla a realidade. O professor em sala de aula instrui, explica, informa,
questiona e corrige o aluno, fazendo-o explicitar seus conceitos espontâneos. A
ajuda do adulto permite à criança resolver mais cedo os problemas complexos que
não poderia enfrentar se fosse deixada à mercê da vida cotidiana (MARTINS,
1997, p. 120).
Nesta perspectiva, para melhorar o nível de aprendizagem mais do que o indivíduo
agir sobre o meio é necessário interagir sobre ele, todo sujeito só adquire seus conhecimentos
por meio das relações interpessoais, de troca com o meio. A interação é realizada por meio da
linguagem, por mais que a criança tenha um potencial a ser desenvolvido, se não houver a
interação não será possível este se desenvolver como poderia. Por isso, este fator ganha tanta
importância para o desenvolvimento e a educação, pois, com isso se vê que é necessário
estimular e desenvolver cada vez mais as potencialidades do indivíduo.
O professor é o grande mediador entre a criança e o mundo, ele é quem a ajuda a
interagir com os outros e atingir o que lhe é de direito, ou seja, desenvolver todas as
habilidades/capacidades humanas, pois é por meio das interações e relações sociais que a
criança terá capacidade de construir suas habilidades parciais, cuja criança assim com o
auxílio de mais habilitados, tais como, professor ou até mesmo pessoas mais experientes ela
passa a não mais ter habilidades parciais, mas sim totais (RABELLO e PASSOS, s/d). Ou
seja, para que isso ocorra não basta apenas o indivíduo possuir todo o aparato biológico de
sua espécie, é necessário que ele participe de ambientes que lhe proporcionem a
aprendizagem.
O meio escolar é este, pois a criança não se desenvolve com o tempo, muito menos
passa pelo processo de desenvolvimento sozinha, esta “é reconhecida como ser pensante,
capaz de vincular sua ação à representação de mundo que constitui sua cultura, sendo a escola
um espaço e um tempo onde este processo é vivenciado” (RABELLO e PASSOS, s/d, p. 5).
Dessa forma, o processo de ensino aprendizagem está ligado às interações entre os
sujeitos, assim, o desenvolvimento da criança depende da aprendizagem por intermédio a
estas experiências expostas, a interação, a mediação e a internalização. Assim a educação da
criança que apresenta TDAH necessita voltar-se para tais aspectos.
Compreendendo e discutindo o transtorno de hiperatividade e Déficit de Atenção
20089
O presente tópico apresenta os resultados de pesquisa, iniciando discutindo-os é claro,
à luz da base teórica adotada, a concepção da Psicologia Histórico-Cultural, apresentando
características e um breve histórico do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade
(TDAH), pois antes desta nomeação este transtorno passou por denominações ao longo de sua
história.
O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade recebeu vários nomes ao longo
dos anos, segundo Phelan (2005, p. 13), uma das primeiras nomeações foi Doença de Still e
Distúrbio de Impulso, com a finalidade de descrever as crianças impulsivas e muito ativas.
Logo depois foram utilizados os termos, Lesão Mínima do Cérebro, Disfunção Cerebral
Mínima, Reação Hipercinética da Infância.
Vale ressaltar que para a determinação do TDAH a criança deve passar por um
processo de avaliação diagnóstica, porém antes de passar por este procedimento ela deve ser
observada em diferentes ambientes em distintas situações, pois seus comportamentos podem
modificar-se conforme o ambiente que ela está inserida, os sintomas devem permanecer por
um período um pouco prolongado, pois muitas vezes a criança age de determinada forma
devido a alguns problemas que ela possa estar passando, pode ser em casa com os pais e
irmãos ou até mesmo na escola com seus amigos.
De acordo com a visão organicista Rohde e Benczik (1999, p. 36), afirmam que o
Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH), é um problema mental que possui
três características: a desatenção, a agitação e a impulsividade. Este transtorno pode interferir
na vida, social, familiar e sentimental do indivíduo, em algumas das vezes até acarretando um
baixo desempenho escolar.
Segundo Kajihara (2008, p. 208) o TDAH é dividido em três subtipos: 1) tipo
predominante desatento; 2) tipo predominante hiperativo/impulsivo e 3) tipo combinado.
1)Tipo predominante desatento:
• Não presta atenção em detalhes
• Comete erros por pequenos descuidos
• Tem dificuldades na questão de organização de tarefas ou atividades
• Tem grande dificuldade em seguir regras e em fazer os deveres escolares
• Perde objetos facilmente
• Distrai-se facilmente com estímulos alheios
• Apresenta esquecimento de tarefas diárias
20090
2)Tipo predominante do hiperativo/impulsivo:
• Tem dificuldades em brincar ou realizar atividades em silêncio
• Mexe-se muito na carteira (agitação dos pés e das mãos)
• Fica levantando-se direto da carteira/ andando pela sala
• Tem dificuldade de esperar sua vez
• Dá respostas precipitadas
• Interrompe conversas
• Muita agitação
• Fala excessiva
3)Tipo combinado:
• É o indivíduo que se caracteriza em inúmeros dos itens de ambos os tipos
anteriormente citados.
Segundo Andrade e Aragão (2007) estudos revelam diferentes índices de crianças com
TDAH em diferentes países, nos Estados Unidos são 3 a 6%, na Alemanha 8,7%, no Japão
7,7%, no caso do Brasil o índice varia de 3 a 6% das crianças em idade escolar que
apresentam TDAH. Segundo Rohde e Benczik (1999, p. 45) estudos também afirmam cerca
de 3 a 6% da população infantil com idade de 7 a 14 anos que apresentam o transtorno, sendo
mais freqüente em meninos que em meninas.
Devemos atentar os olhares para estes índices, pois alguns fatores propiciam a
ascensão destes, como, a naturalização do TDAH, como justificativa do fracasso escolar, as
dificuldades de aprendizagem e o baixo desempenho do aluno, para que este índice aumente.
No Brasil não se têm profissionais da educação capacitados para atender as exigências e as
especificidades necessárias dos indivíduos e, em muitas situações o professor não pode contar
com outro profissional em sala de aula para que o auxilie com um atendimento prioritário a
estes alunos. É impossível realizar um trabalho de qualidade com estes alunos com salas
lotadas sem nenhum apoio auxiliar e recursos necessários, estes fatores fazem com que estes
dados cresçam cada vez mais.
Visões organicistas e naturalizantes, acabam por direcionar o problema do TDAH
aos sujeitos individualmente, sem o devido questionamento das condições sociais de
produção do fenômeno, enfatizando somente os elementos relacionados à doença, a
patologia, inabilidades e incapacidades do indivíduo, eximindo, assim, a sociedade
de responsabilidade nesse processo (ASSUMPÇÃO; et al, 2011, p. 2).
20091
O número de indivíduos diagnosticados com TDAH vem crescendo cada vez mais,
juntamente com outros fatores como, o número de crianças com dificuldades escolares em
repetência, todos estes cujo aluno é o sujeito responsável pelo não aprender, ou seja, a
responsabilidade é individualizada apenas como foco o aluno.
A realidade da educação brasileira exposta é de um número de repetência e evasão
escolar que vem avançando cada vez mais. Pois de acordo com Tuleski; Eidt (2007, p. 531)
“os índices de evasão e repetência escolar na realidade brasileira são expressivos e se mantêm
inalterados há décadas, evidenciando a seletividade do nosso sistema educacional, que exclui
grande parte das crianças do processo de escolarização”. Neste sentido complementa Garrido
(2009):
A crença no fato de que as dificuldades para aprender são consequência de uma
doença, faz girar uma grande engrenagem de encaminhamentos da escola à
especialistas da área da saúde. Crianças consideradas como aquelas que aprendem
menos ou não aprendem na escola são então submetidas a um sem-número de exames
e testes que, ainda que questionáveis, confirmam supostas deficiências de
aprendizagem. O mais grave dessa engrenagem é que ela serve exclusivamente para
confirmar suspeitas de professores e médicos, como um objetivo em si mesma.
(GARRIDO, 2009. p 01).
Considerando estes dados pode-se dizer que esse seja um dos fatores pelo qual a
escola transfere o problema social de ensino, para o âmbito individual da aprendizagem, o que
acarreta a culpa do não aprender da criança, fazendo com que o número de indivíduos
diagnosticados com algum distúrbio de aprendizagem e rotulações cresça cada dia mais, como
é o caso do Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TADH).
Atualmente o fenômeno do fracasso escolar tem sido camuflado pelas escolas, pois a
ideologia posta nos índices estatísticos encobre a verdadeira realidade e, para
justificar seu descompromisso, mais uma vez o sistema educacional coloca sobre os
indivíduos o problema, agora travestido por um transtorno, ou transtornos, os quais
colocam sobre os indivíduos a culpa pelo seu fracasso escolar (ASSUMPÇÃO, et al.
2011, p. 2).
De acordo com as explicações naturalizantes do TDAH define-se em um padrão
persistente da desatenção, da impulsividade e da hiperatividade, considerando ser de origem
hereditária embora não se tenha uma confirmação sobre esta conclusão. Conforme afirmam
Leite; Tuleski, (2011, p. 112), “pesquisas nesta direção servem para reforçar a opinião de que
o ambiente não contribui para o desenvolvimento do problema”.
20092
Sendo que, para a Psicologia Histórico-Cultural mudanças históricas na sociedade e na
vida material modificam a natureza humana em sua consciência e comportamento, pois o
comportamento do homem deve ser entendido pelo desenvolvimento biológico e histórico
(LEITE, 2010, p. 112), dessa forma a falta de análise destes fatores citados propiciam o
aumento de diagnósticos de crianças com TDAH. Pois muitas crianças que apresentam um
quadro com problemas de aprendizagem ou indisciplina, são diagnosticadas como indivíduos
com TDAH, já que “não há um teste específico para a detecção do distúrbio, não há nenhum
teste físico, neurológico ou psicológico que possa provar ou refutar a existência do TDAH”
(PHELAN, 2005, p. 79), com isso, cresce a quantidade de diagnósticos equivocados, pelos
seus critérios superficiais de avaliação do transtorno.
Do ponto de vista da Psicologia Histórico-Cultural, o meio externo influencia o todo,
pois se devem levar em conta as condições exteriores que são oferecidas à criança, a
qualidade do ensino, a relação professor-aluno, a família, as diferenças culturais e sociais. Ou
seja, estas condições são fatores que estão interligados e influenciam a aprendizagem da
criança, na qual, as visões organicistas não levam em conta, responsabilizam a criança pelo
não aprender. Isso significa que o indivíduo deve ser compreendido como um ser que se
desenvolve a partir do que seu meio sócio cultural lhe oferece.
Portanto, o processo de formação do indivíduo é construído a partir das condições de
vida que lhe são proporcionadas, os conteúdos culturais aos quais com seu devido convívio
ele acaba se apropriando. Todos estes fatores são anteriores ao desenvolvimento dos
processos psicológicos superiores, como, a linguagem, a atenção e memória voluntárias, a
imaginação, o pensamento e outras capacidades, ou seja, a partir da construção social que a
criança desenvolve as funções psicológicas superiores. Dessa forma, “o ser humano é
resultado da atividade social que estabelece com os objetos, em condições materiais e não
materiais, e de educação” (ASSUMPÇÃO, et al. 2011, p. 5).
Ao aluno diagnosticado com TDAH, na maioria dos casos é administrado para o
tratamento deste o medicamento Metilfenidato, conhecido como Ritalina, pois de acordo com
a autora Leite (2010) há um crescimento no consumo destes medicamentos. Complementa
esta discussão a ideia da autora a seguir,
Apesar da clara e assumida complexidade do diagnóstico, da imprecisão na própria
definição do transtorno, do desconhecimento sobre todos os fatores envolvidos na
ação do medicamento sobre o sistema nervoso central e das advertências feitas pelo
próprio fabricante sobre reações adversas e riscos de dependência, o consumo do
20093
medicamento aumenta em velocidade crescente. Além do evidente caráter
ideológico da configuração dada ao transtorno, ainda chama a atenção a total
inconsistência no tratamento teórico dos fenômenos envolvidos. Embora se coloque
o foco na atenção e na hiperatividade, tais conceitos são apresentados como dados
em si, sem nenhuma reflexão sobre seu significado (MEIRA, 2009, p. 2).
Como mencionado por Meira (2009), a compreensão organicista sobre o transtorno
parte dos dados já impostos sem considerar seus significados, sem estudar o motivo pelo qual
a criança está desenvolvendo determinada conduta, durante seu processo de desenvolvimento,
dentro desta afirmação Leite (2010) esclarece:
[...] os problemas de comportamento diagnosticados nas crianças atualmente, dentre
eles o fenômeno da desatenção e da hiperatividade, estão vinculados às formas de
transmissão social. Desenvolve-se devido à desregulação de conduta da criança em
seu processo de desenvolvimento por parte daqueles que a educam e não como
decorrentes dos problemas orgânicos, individuais, que os sujeitos trazem consigo em
sua genética; posto que para a Psicologia Histórico-Cultural o indivíduo organiza
sua conduta a partir do que lhe é transmitido no seu ambiente sociocultural,
condutas, hábitos e comportamentos que são apropriados pela criança (LEITE, 2010,
p. 133).
Dessa forma, o indivíduo reflete a sociedade em que ele está inserido. Ao se tratar de
conduta pode-se perceber que há semelhanças ao se referir aos indivíduos diagnosticados com
TDAH e aos que são definidos como indisciplinados ou até mesmo rotulados de acordo com
seus comportamentos, como, “no mundo da lua”, “difíceis”, “bipolares”, “agressivos”,
“espoleta”, “terrível”, “furacão”, “pentelho”, entre outras denominações que estes indivíduos
recebem por indisciplina.
Porém, a visão tradicional de disciplina é a obediência, depende da escola e dos
professores a ser considerada uma questão de indisciplina estes tipos de comportamentos ou
até mesmo considerados como sintomas do TDAH (MEIRA, 2009).
De acordo com a visão de Leite (2010) o entendimento sobre o Transtorno de Déficit
de Atenção e Hiperatividade não deve se limitar apenas a estudos destinados aos sintomas,
muito menos na busca de medicamentos que amenizem apenas os aspectos físico-químicos ou
psicofisiológicos.
Com base nos pressupostos da Psicologia Histórico-Cultural “há que se buscar o
entendimento de todo o processo de desenvolvimento da atenção para, então, discutir
possíveis “falhas” que implicam em um problema como o déficit de atenção” (LEITE, 2010,
p. 119), que compete às compreensões das possíveis “falhas”, a origem delas e a condição
social do indivíduo. Mas para isso é necessário primeiramente que haja a mediação, esta que
20094
ocorre principalmente dentro do ambiente escolar, local em que se deve proporcionar a
criança, ricas e profundas interações, pois dentro deste cenário é possível se construir relações
válidas e importantes, “as relações estabelecidas no ambiente escolar passam pelos aspectos
emocionais, intelectuais e sociais e encontram na escola um local provocador destas
interações nas vivências interpessoais” (MARTINS, 1997, p. 120). A escola é responsável por
gerar os níveis superiores de desenvolvimento, com tarefas mais complexas para a criança
oferecendo é claro, recursos culturais para a resolução da mesma (TULESKI, 2008).
O professor é o grande mediador entre a criança e o mundo, este é quem lhe ajuda a
interagir com os outros e atingir o que lhe é de direito, ou seja, desenvolver todas as
habilidades/capacidades humanas. É por meio das interações e relações sociais que a criança
terá capacidade de construir suas habilidades parciais, cuja criança assim com o auxílio de
mais habilitados, tais como, professor ou até mesmo pessoas mais experientes ela passa a não
mais ter habilidades parciais, mas sim totais (RABELLO; PASSOS, s/d).
Com base nestes pensamentos, para melhorar o nível de aprendizagem mais do que o
indivíduo agir sobre o meio é necessário interagir sobre ele, todo sujeito só adquire seus
conhecimentos por meio das relações interpessoais, de troca com o meio.
Dentro do ponto de vista naturalizante sobre o transtorno, a caracterização do
problema está vinculado unicamente ao organismo do sujeito, disso parte a importância desta
psicologia abordada, de modo que ela não destaca o fator biológico para o fenômeno da
desatenção, mas destaca como a cultura está ligada ao fator biológico.
A partir disso penso que, cabe à escola desenvolver estes processos necessários de
desenvolvimento do ser humano, de forma que o trabalho realizado venha a superar a visão
organicista e naturalizante sobre o Transtorno de Déficit de Atenção, propondo como meio de
sanar estas dificuldades seja a educação e não a medicalização.
Considerações finais
No decorrer da elaboração do presente trabalho que teve por objetivo principal refletir
sobre o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) à luz da concepção da
Psicologia Histórico-Cultural, foi possível entender a complexidade de uma temática que
permeia a realidade da sala de aula, da criança que apresenta o problema e também de sua
família.
20095
Vale ressaltar que a intenção deste trabalho não está em negar que existem crianças
que apresentem dificuldades de manter a atenção ou até mesmo com características de
agitação e impulsividade, como afirmam os autores da visão organicista, em que os
indivíduos que apresentam algumas destas características são diagnosticados como pessoas
com TDAH, ou seja, são rotulados, este conceito considera a causa do transtorno algo
orgânico, biologizante e genético.
Em contrapartida a esta concepção, destaca-se a Psicologia Histórico-Cultural, na qual
defende a tese que não deve ser levado em conta apenas os fatores biológicos da criança, é
importante, também, que se considere o ambiente em que ela está inserida, seu meio externo.
Com isso, foi possível refletir também sobre as inquietações explicitadas na introdução, das
quais se pode mencionar: em que medida os professores poderiam atender essas crianças de
forma que facilitasse o trabalho pedagógico e consequentemente promoveria um aprendizado
adequado? Esta e as demais questões formuladas para analisar a temática em discussão não
são simples de serem respondidas, pois demandam articulações de diferentes abordagens.
Percebe-se, então, que os professores atuantes nas salas de aulas, encontram-se
sujeitos a trabalhar com alunos que detenham algumas destas características, e, portanto,
devem atentar à forma de lidar com os mesmos, pois estes profissionais da educação são
peças chave para a organização da aprendizagem da criança com TDAH, e, consequentemente
seu desenvolvimento. O ideal seria unir o pensar educacional com a prática pedagógica, e, por
meio de professores capacitados, oferecer o devido acompanhamento escolar.
Dessa forma, nota-se a necessidade do professor, de incentivar o desenvolvimento
integral das crianças, criando novas estruturas, avançando de forma qualitativa no
desempenho individual de cada um. Então, evidencia-se que o professor desempenha a função
de mediador tanto entre o conhecimento que e os próprios alunos, quanto em outros diversos
setores até mesmo da vida da criança. Devem-se levar em conta diversas ferramentas que
auxiliem em diagnosticar o Transtorno, de forma completa, necessitando a participação
primeiramente dos pais, dos professores, e de todas as outras pessoas que se encontrem
envolvidas nos ambientes que a criança faça parte. Essa é a melhor maneira de que seja
providenciada, de forma plena, a metodologia necessária para que a criança desenvolva-se
sem quaisquer tipos de prejuízos a seu acompanhamento escolar.
Nesta perspectiva, percebe-se que se torna indispensável pensar em novos meios e
formas de se desenvolver um trabalho pedagógico eficaz e de qualidade para esta criança, pois
20096
este é um dos grandes desafios do professor, buscar novas formas de se trabalhar de maneira
que atenda todas as especificidades presente em sala de aula. Pois muitos profissionais se
acomodam frente a alguns obstáculos e a partir disso, destaco a importância deste profissional
da educação, o professor, que a todo o momento deve estar em busca de novas metodologias e
conhecimentos.
Diante do exposto, pode-se dizer que a presente pesquisa não se dá como encerrada,
muito menos se limita a estas páginas, pois se trata de uma temática presente nas salas de aula
e que vem ganhando certo espaço nas discussões na área da educação. Dessa forma estes
estudos suscitam novas inquietações e indagações que levam a refletir sobre as proporções
das conseqüências de um posicionamento unilateral do problema, ou seja, se todos levarem
em consideração as concepções organicistas e naturalizadas, o número de alunos em sala de
aula com TDAH poderá chegar a índices muito altos, num futuro bem próximo.
Para finalizar, registra-se a seguinte indagação que emergiu como consequência dos
estudos realizados, na condição de educadora, o que a escola e os profissionais da educação
têm feito para que ao invés destes índices crescerem, estes sejam cada vez mais reduzidos?
REFERÊNCIAS
ANDRÉ, M. E. D. A.; Texto, contexto e significados: algumas questões na análise de dados
qualitativos. Cad. Pesq. São Paulo (45). p. 66-71, maio, 1983.
ASSUMPÇÃO, P. M.; et al. Desnaturalizando o TDAH: o professor como sujeito essencial
no processo de aprendizagem da atenção voluntária. X CONPE (Congresso Nacional de
Psicologia Escolar e Educacional), 2011. 14p.
BELLI, A. A. Tdah! E agora?: a dificuldade da escola e da família no cuidado e no
relacionamento com crianças e adolescentes portadores de Transtorno de Déficit de Atenção/
Hiperatividade. – São Paulo: Editora STS, 1ª edição: out., 2008.
BENCZIK, E. B. P. Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade: atualização
diagnóstica e terapêutica: características, avaliação, diagnóstico e tratamento: um guia de
orientação para profissionais. Colaboradores: Luis Augusto P. Rohde e Marcelo Schmitz. –
São Paulo: Casa do Psicólogo, 2000.
DUARTE, N. Crítica ao fetichismo da individualidade. – Campinas, São Paulo: Autores
Associados, 2004.
FONTANA, R. A. C; CRUZ, M. N. Psicologia e trabalho pedagógico. – São Paulo: Atual,
1997.
20097
GARRIDO, J. Questionando a medicalização de crianças com dificuldade de escolarização.
In: Sociedade, cultura e educação: novas regulações? GT. 20, 32. Caxambu: Anped, 2009.
KAJIHARA, O. T. A base neurobiológica do déficit de atenção. In: RODIGUES, Elaine;
ROSIN, Sheila Maria (org.). Pesquisa em educação: a diversidade do campo. Curitiba: Juruá
Editora, 2008. p. 207-215.
LEITE, H. A. O desenvolvimento da atenção voluntária na compreensão da psicologia
histórico-cultural: uma contribuição para o estudo da desatenção e dos comportamentos
hiperativos. 2010. 197 f. Dissertação (mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Educação,
Universidade Estadual de Maringá, Maringá, 2010.
LEITE, H. A; TULESKI, S. C. Psicologia Histórico-Cultural e desenvolvimento da atenção
voluntária: novo entendimento para o TDAH. Revista Semestral da Associação Brasileira
de Psicologia Escolar e Educacional, São Paulo, v. 15, n. 1, jan/jun de 2011. p. 111-119.
MARTINS, J. C. Vygotsky e o papel das interações sociais na sala de aula: reconhecer e
desvendar o mundo. Séries Idéias, São Paulo, 1997.
MATTOS, P. No Mundo da Lua: perguntas e respostas sobre transtorno do déficit de
atenção com hiperatividade em crianças, adolescentes e adultos. 4 ed. – São Paulo: Lemos
Editorial, 2005.
MEIRA, M. E. M. Medicalização e a produção da exclusão na educação brasileira à luz da
psicologia histórico-cultural. Anais_XV ENABRAPSO, Unesp, Bauru, 2009.
NETO, M. H. Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. Arq. da Apadec, 8(1): 513, 2004.
PHELAN, T. W. TDA/TDAH – Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade. – São
Paulo – M. Books do Brasil Editora Ltda, 2005.
RABELLO, E.T. e PASSOS, J. S. Vygotsky e o desenvolvimento humano. s/d. Disponível
em: http://www.josesilveira.com, acesso: 20 de set. de 2012.
RODRIGUES, W. C. Metodologia Científica. FAETEC/IST. Paracambi, 2007.
ROHDE, L. A. P.; BENCZIK, E. B. P. Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade: O
que é? Como ajudar? – Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999.
TULESKI, S. C. Vygotski: a construção de uma psicologia marxista. -- 2. ed. – Maringá:
Eduem, 2008.
TULESKI, S. C; EIDT, N. M. Repensando os distúrbios de aprendizagem a partir da
psicologia histórico-cultural. Revista Psicologia em Estudo, Maringá, v. 12, n. 3, p. 531540, set./dez. 2007.
20098
VIGOSTKY, L. S. Psicologia pedagógica. trad. do russo e introdução de Paulo Bezerra. - 2
ed. – São Paulo: Martins Fontes, 2004.
VIGOTSKI, L. S. Aprendizagem e desenvolvimento intelectual na idade escolar. In:
VIGOTSKI, Lev Semenovich; LURIA, Alexander Romanovich; LEONTIEV, Alexis.
Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. São Paulo: Cone, 2006. p. 103-117.
Download