Assistentes sociais da última turma do currículo velho

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Assistentes sociais da última turma do currículo
velho: compartilhando experiências e reflexões
Maria de Lourdes Ferreira de Oliveira Santos∗
Simone Eliza do Carmo Lessa∗∗
As mãos da memória sempre trabalham por encontros assim.
Eduardo Galeano
Introdução
Este é um texto acadêmico onde o afeto é um elemento fundamental.
Foi escrito a partir da memória de assistentes sociais formadas na “última
turma” do “Currículo Velho” da Faculdade de Serviço Social da UERJ,
tendo como pano de fundo as mudanças no Brasil e as transformações em
curso na profissão no período. Falamos, portanto, do nosso aprendizado
profissional e das nossas vidas. Falando da nossa formação, falamos de
nós mesmos e do mundo em que vivíamos. Falamos das nossas alegrias,
*
Assistente Social. Cursou disciplinas do Currículo Velho e do Novo (1985/1990). Assistente
Social do Instituto Nacional do Seguro Social. INSS, APS Maracanã. Especialista em Gerência
de Projetos. [email protected].
**
Assistente Social formada na Última Turma do Currículo Velho/UERJ (1985/1988)
e doutora em Serviço Social. Docente no Departamento de Política Social da FSS/UERJ.
Assistente Social do Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira, (CAp/UERJ).
[email protected].
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descobertas, aprendizados, dificuldades, em momentos muito especiais
que compartilhamos, tendo como ponto em comum a graduação em
Serviço Social.
Estávamos nos anos 1980, momento de redemocratização brasileira, de
reconstrução dos processos de participação, de novo sindicalismo, de reconfiguração da chamada “censura”, de retomada do termo “cidadão” e da
reconquista de direitos civis e políticos. Estes eram também os anos 80 da
submissão às políticas heterodoxas propostas por organismos internacionais
de financiamento, de revelação dos alarmantes níveis de desigualdades,
aprofundados pela ditadura militar, de crescente dívida pública e dos níveis
inflacionários, de arrocho salarial (SKIDMORE, 1988). Sem dúvida, vivíamos tempos de aprendizado para uma juventude que ansiava pela vida e
pela liberdade.
Fizemos nossos estudos iniciais, no que hoje é denominado Ensino
Básico, durante a ditadura militar-empresarial em momento de censura,
repressão e de ufanismo diante de um país que – diziam-nos − iria pra
frente . A entrada em uma universidade pública, que também experimentava a retomada da vida democrática –onde os homens não podiam usar
bermudas, por exemplo, o que foi revogado graças à mobilização estudantil
− impactou na nossa percepção de mundo. Além disso, ingressávamos em
um curso político e politizante que havia organizado uma greve contra a
demissão de alguns docentes no início da década tratada. Este movimento
vitorioso terminou por mobilizar toda a universidade.
Era, então, o ano de 1985. O Brasil teria o primeiro presidente civil (depois
de intensa e frustrada mobilização nacional por Diretas Já e eleição indireta
de Neves e Sarney), e a juventude urbana reconstruía espaços de expressão
na vida política por meio de movimentos sociais e da cultura (ressaltamos
a música brasileira e o rock nacional como fonte histórica deste cenário).
Estávamos em um curso eminentemente noturno, formado por mulheres
jovens, solteiras, a maioria trabalhadora (recepcionistas, vendedoras, bancárias, professoras das séries iniciais, funcionárias públicas, secretárias). No
curso, buscávamos novas e melhores oportunidades de trabalho, em uma
profissão que identificávamos com a vontade ajudar. Nem imaginávamos a
complexidade contida em nossa escolha profissional. Tampouco imaginávamos como a formação em Serviço Social impactaria em nossa compreensão
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e inserção na vida social (lembramos que já em nosso “trote”, colegas do
Centro Acadêmico nos advertiam, desconfiem de tudo, pois quase nada é o
que parece ser).
No presente artigo apresentamos nossa experiência como estudantes da
Última Turma do Currículo Velho da Faculdade de Serviço Social da UERJ.
A partir desta vivência particular, vinculada à dinâmica de transformações
ocorridas na profissão, construiremos nossa reflexão.
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O Serviço Social e a última turma do currículo velho: mudança e maturação
O Serviço Social é uma profissão requisitada socialmente a partir do desenvolvimento da divisão social e técnica do trabalho, no capitalismo em sua
fase monopolista (NETTO, 2001). Sua ascensão, originalmente, está relacionada à progressiva intervenção do Estado na organização e normatização
da vida social e coincide com a de outras profissões que atuam tecnicamente
sobre a vida do trabalhador, orientando e prescrevendo condutas – pedagogos, enfermeiros e psicólogos, por exemplo.
A profissão é uma especialização do trabalho coletivo e sua emergência
está vinculada à crescente intervenção do Estado na vida social, em se tratando do Brasil, especialmente, a partir da década de 30 do século passado.
Somos alguns dos trabalhadores chamados a atuar sobre as sequelas decorrentes da apropriação desigual dos bens gerados pelo trabalho, muitas vezes
precarizado e degradante.
No Brasil, a organização da profissão de Serviço Social está relacionada
aos fenômenos da ascensão da industrialização, urbanização, crescimento dos
movimentos sociais de trabalhadores e da necessidade de serem oferecidas
respostas mais organizadas, pelo do Estado, pela mediação das políticas
sociais, às diversas expressões da questão social, em um contexto de capitalismo monopolista em aprofundamento (BEHRING; BOSCHETTI, 2006).
As políticas sociais são nosso campo de intervenção profissional e a questão social, em suas variadas expressões, nosso objeto de trabalho. Como
afirma Montaño (2003, p. 244). “O assistente social é o agente de implementação da política pública”, [...] “nossa base de sustentação funcional
ocupacional.” Atuamos, portanto, sobre as consequências de um modelo
de acumulação explorador e degradante da força de trabalho e da natu-
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reza, que se materializa na desigualdade em suas diferentes faces: pobreza,
destituição, adoecimento, violência, abandono, desinformação, alienação,
sofrimento mental, entre tantos outros.
No Serviço Social dos anos 1980, o processo denominado “Reconceituação” 1, desenvolvido em plena autocracia burguesa, estava concluído
(NETTO, 2005) e se traduzia no amadurecimento intelectual da profissão, materializado por meio de elementos diversos. Neste campo merece
destaque o Congresso da Virada/III CBAS, realizado em 1979 em São
Paulo, que representa um marco na politização crítica da profissão
(BRAVO, 2009). Outros elementos deste processo são a revisão curricular
de 1982, os debates em torno da construção de um novo Código de Ética
(que se materializaria em 1986), a superação politizada da intervenção
fundamentalmente cartorial dos Conselho Regional de Assistentes Sociais
(CRAS) e do Conselho Federal de Assistentes Sociais (CFAS), além da
expressão do amadurecimento teórico da profissão em produções como o
livro “Relações sociais e Serviço Social no Brasil”, de Marilda Vilela Iamamoto e Raul de Carvalho, e o “Política social do Estado capitalista”, de
Vicente Faleiros, ambos em diálogo com a teoria marxista e dotados de
efetiva aceitação no seio da categoria. As duas produções foram utilizadas
em nossa formação profissional e expressam a tentativa de atualizar o chamado Currículo Velho e os novos conteúdos e categorias com as quais o
Serviço Social renovado dialogava.
Em nossa reflexão, interessa-nos destacar a reforma curricular de 1982,
visto que este quadro nos ajudará a pensar na experiência de formação da
última turma do Currículo Velho. Antes, porém, queremos definir o que
entendemos por formação. Comecemos nossa análise com o pensamento
de Marx e Engels (1992) em sua reflexão sobre a sociedade capitalista. Eles
discutem que o trabalho, em seu caráter ontológico, é fundante do ser social.
Marx e Engels afirmam que o homem, como ser histórico e social, cria
e recria processos de compreensão, interação e transformação do mundo.
1 No caso do Brasil, iniciado em 1965, com duração de cerca uma década, o Movimento
de Reconceituação representa a erosão do Serviço Social tradicional. Dentro deste processo
destacam-se as vertentes modernizadora, a de reatualização do conservadorismo e a de
intenção de ruptura. (NETTO, 2005).
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Dentre estes os processos, está a formação. Para Marx e Engels (1992, p. 28),
o desenvolvimento humano demanda condições para se realizar e expandir:
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Se as circunstâncias em que este indivíduo evolui só lhe permitem um desenvolvimento unilateral de uma qualidade específica, em detrimento de outras,
se estas circunstâncias apenas lhe fornecem os elementos materiais e o tempo
propício ao desenvolvimento desta única qualidade, este indivíduo só conseguirá alcançar o desenvolvimento unilateral e mutilado.
Em uma sociedade marcada pela apropriação desigual dos bens socialmente produzidos, podemos afirmar que a formação (nos seus níveis mais
diversos, inclusive a educação superior) é organizada escalonadamente:
quanto mais perto da execução do trabalho simplificado, mais simples será
a formação. A formação é, portanto, desigualmente organizada e disponibilizada para os trabalhadores e as elites econômicas de forma distinta.
A formação é uma relação social, resultado da configuração histórica,
da organização da base produtiva, das formas de gestão da mão de obra, da
ação das políticas educacionais, da organização dos trabalhadores, tendo
o Estado como mediador das tensões entre capital e trabalho e das condições de produção de reprodução social, objetivadas nas vidas humanas.
Formar supõe o desenvolvimento do indivíduo como subjetividade e como
ser coletivo.
Traçando um paralelo com a profissão, podemos dizer que o Serviço
Social, na sua origem, tinha como proposta formar assistentes sociais que
contribuiriam com o ajustamento à moral burguesa, dotados de uma prática doutrinária, que individualiza a questão social e se volta para o controle
dos pobres, em um contexto de aprofundamento do capitalismo monopolista. Tratava-se de uma formação alienada das determinações econômicas
e sociais da existência da profissão, constituindo-se, portanto, em um projeto de aprendizagem de um executor terminal − para usar o termo de Netto
(2007) − de tarefas no campo das políticas sociais, o que se traduzia em um
fazer profissional limitado e limitador, que naturalizava e desistoricizava o
modo capital.
Em sintonia com as mudanças no país e no campo das Ciências Sociais,
por meio do processo de reconceituação, de autoquestionamento, de poli-
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tização, de aprofundamento teórico, de participação e valorização nas lutas
por justiça social e de conquista de uma maturidade intelectual − nos
termos de Iamamoto (2001) – pelos quais passou a categoria dos assistentes sociais, a intenção da formação será transformada. A separação entre
quem executa as políticas sociais e quem as pensa será enfrentada. Será
uma formação de rigoroso tratamento histórico, metodológico e teórico da
realidade, que valoriza a dimensão interventiva crítica, em prol da justiça,
sem abrir mão de sua dimensão investigativa (ABEPSS, 1996). A profissão
assumia o desafio de não se deixar convencer sobre seu papel secundário
e nada propositivo nas políticas sociais. Mais do que executar as políticas
sociais, queríamos pensá-las, construí-las, avaliá-las. Parafraseando a poesia
“Louvor ao Estudo de Bretch”, o Serviço Social se questiona e se afirma:
confere a conta [...] aponta o dedo a cada coisa e pergunta: que é isto? e como
é? estás chamado a ser um dirigente.
As mudanças de currículo se farão presentes na profissão ao longo de
sua história, mas em dois momentos estas merecem destaque especial: no
início dos anos 1980 como expressão da renovação profissional, e no início
dos anos 90, em resposta à maturação da profissão e das exigências econômicas, sociais e culturais da realidade. Nesta reflexão, interessa-nos a revisão
curricular de 1982, pois esta se refletirá intensamente em nossa experiência
estudantil. Os marcos deste processo serão a Convenção da Associação Brasileira de Escolas de Serviço Social (ABESS), em 1979, que aprova a proposta
de novo currículo mínimo, e a materialização deste debate, por meio da
revisão do Currículo do Serviço Social em 1982, fundamentado no parecer
CFE nº 412, de.8.1982, e na Resolução n.º 6 de 23/9/82 (ABEPSS, 1996).
Este será também um marco de ruptura com aquela formação que intencionava o ajustamento e que desconsiderava a existência da questão social.
O novo currículo buscará formar profissionais críticos, que compreendem
o significado social da profissão, como especialização do trabalho coletivo.
Nesta proposta, destacava-se uma nova compreensão sobre a história da profissão, superando enfaticamente qualquer interpretação de que esta seria
uma especialização da caridade. Neste sentido, a profissão é inscrita nas
relações sociais, na dinâmica de classes e nas relações do Estado com a
sociedade civil. No currículo devem estar contemplados, portanto, conteúdos que incorporem esta discussão.
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Vale, aqui, um breve destaque de um elemento agregado à mudança curricular: efetivação de um novo Código de Ética para os assistentes sociais.
Este documento não será simplesmente uma disposição de direitos e deveres
profissionais, mas expressará as mudanças em curso na sociedade brasileira –
em momento de fortalecimento das lutas populares – e da profissão – muito
além de um código genérico, a-histórico, dirigido a sujeitos sociais abstratos.
O Código de 1986 começou a ser gestado em 1983 por meio de seminários
e encontros com a categoria – na esteira do Congresso da Virada – e deixará
explícito o compromisso da profissão com a classe trabalhadora (CFESS,
Código de Ética 1986). Será sob este Código que a Última Turma do Currículo Velho fará seu juramento profissional.
Nosso ingresso na Faculdade de Serviço Social acontece em 1985, em
duas turmas, com 30 estudantes em cada uma delas. Este era o ano da Nova
República, quando ocorre a retirada oficial dos militares da cena política na
condição de ditadores e, especialmente, da Presidência da República . Para
compreendermos os anos iniciais de 1980, faremos breve destaque aos anos
1970 (bem próximo historicamente a nossa formação). Neste contexto, na
profissão, ressaltaremos a experiência com o Método BH, que se constitui em
proposta de intervenção crítica, baseada no método dialético, que influenciará setores jovens da profissão, principalmente docentes. Nas palavras de
Santos (2007, p. 167), BH se desenvolveu em um período de radicalização e
de alinhamento à teoria da dependência aos centros de poder mundial, sobretudo os Estados Unidos e aos postulados humanistas marxistas. A identidade
e o apoio aos interesses dos explorados estão colocados na proposta de BH, o
que influenciará a profissão de modo significativo. Sobre BH, Netto (1991)
afirmará, ainda, que se trata de experiência que realiza o questionamento
epistemológico, bem como a recusa das práticas tradicionais da profissão.
Complementando este quadro, a profissão realizará, nos anos 1970, seus
diálogos iniciais com a teoria marxista, ainda que o próprio Marx tenha sido
o mais ausente desta experiência, como nos diz Netto (2007).
Na década de 1970, destacamos o crescente movimento de trabalhadores organizados. Também os assistentes sociais estarão mobilizados em torno
de suas entidades sindicais: a Comissão Executiva Nacional de Entidades
Sindicais de Assistentes Sociais (CENEAS) foi fundada em 1979 e, posteriormente, a Associação Nacional de Assistentes Sociais (ANAS), em 1983.
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Esta militância contribui com a consciência e com a materialização do pertencimento de classe dos assistentes sociais (ABRAMIDES; CABRAL, 1995),
que ainda contavam com uma Lei de Regulamentação de 1957, que os classificava como profissionais liberais. Esta organização política da categoria
rebaterá no interior da Faculdade de Serviço Social e terá como importante
expressão a realização de eleições diretas para a Direção do curso (conduta
que perdura até hoje e que continua sendo inovadora na universidade, em
pleno século XXI), em um contexto universitário de voto paritário.
No início dos anos 1980 ingressam ou retomam a vida política, ainda, os
movimentos de bairros, as associações contra a carestia, grupos feministas,
grupos em defesa por direitos de crianças e adolescentes. Faz parte deste
contexto, também, o movimento por diretas já em 1984. Este mobilizou
milhões de brasileiros e diversos movimentos sociais populares e democráticos, em prol de eleições diretas e pelo ocaso institucional da ditadura militar
(SILVA, 2002). No campo da cultura, merece ser ressaltado o rock nacional, em sua capacidade de agregar a juventude em torno de conteúdos que
faziam a crítica à ordem .
Logo no início do curso, em uma realidade que bebe do caldo cultural
da redemocratização e da reentrada dos movimentos sociais de oposição no
cenário nacional, acima sucintamente descritos, tomamos conhecimento
de que um novo currículo seria implementado, respondendo às necessidades de mudanças que se aprofundavam na profissão. Assim, soubemos que
estaríamos na Última Turma do Currículo Velho. O momento era, portanto, de transição, de finalização de um ciclo. A intenção era transformar a
formação, a partir da introdução de conteúdos identificados com o Serviço
Social, que rompeu com o tradicionalismo histórico na profissão. Este seria
um currículo que, em tese, nos ajudaria na superação da imediaticidade de
uma prática burocratizada, frágil e, em última instância, contribuiria por
meio dos debates em sala de aula, de estudos, pesquisa e extensão, com
desenvolvimento teórico e prático de assistentes sociais renovados.
De fato, o processo de revisão de referências teóricas e metodológicas,
a releitura crítica da sua história e do papel assumido pelo assistente social
neste contexto, além da busca por uma ação profissional identificada com
os anseios da classe trabalhadora (como o Código de Ética de 1986), que
marcavam a profissão no final dos anos 1970 e nos anos 1980, frente à hege-
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monia, na formação profissional do pensamento do grupo denominado
“intenção de ruptura”2, eram incompatíveis com a proposta curricular praticada na Faculdade de Serviço Social da UERJ (e, é preciso dizer, em outras
instituições de formação naquele período). Para exemplificar este processo,
citamos os nomes de algumas disciplinas que cursávamos: “Serviço Social de
Caso, de Grupo e de Comunidade”, “Saúde e higiene”, “Psicologia do normal
e patológico”, por exemplo.
Fomos informados e verificamos, na prática, que em nossa trajetória acadêmica haveria uma “adaptação” do currículo velho ao currículo novo (que
contemplava disciplinas como Política Social, Movimentos Sociais, História
do Serviço Social). Assim, apesar de constarem em nosso histórico as citadas
disciplinas de caso, grupo e comunidade, os conteúdos que nos eram oferecidos estavam identificados com o Serviço Social que realizara sua revisão
curricular. Em outras palavras, a Última Turma do Currículo Velho teve
os conteúdos oferecidos em sua grade, adaptados aos tempos renovados do
Serviço Social, sem que os nomes das disciplinas fossem mudados. A intenção era a de minimizar eventuais lacunas entre a antiga e a nova formação.
Como jovens estudantes que experimentavam diversas mudanças
importantes em suas vidas, que davam seus primeiros passos em direção
à militância política e à independência, que eram estimulados a pensar
criticamente, questionávamos o processo de mudança em curso. Havia
preocupação quanto à transição em curso. Por algumas vezes, sentíamos
que estávamos perdendo alguma coisa e que existiam lacunas em nossa formação por não estarmos inseridos no Currículo Novo. Em outras vezes,
percebíamos certa preocupação da academia em relação à formação que
conquistávamos, se comparada a que viria.
Hoje, passados 25 anos, olhando para trás, com maturidade e experiência
profissional, percebemos que estávamos todos construindo uma formação
nova, conhecendo e analisando a história e as relações sociais em que se
inseria a profissão, sob perspectiva crítica, e que nós, do Currículo Velho,
ao expressarmos nossas dúvidas, preocupações e questionamentos, dávamos
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2 Esta vertente, também presente na reconceituação da profissão, realiza uma crítica
radicalizada ao tradicionalismo imperante historicamente no Serviço Social, propondo revisão
crítica de suas bases teóricas, metodológicas e ideológicas. Sua presença pode ser observada
junto a estudantes e jovens docentes que faziam a crítica à autocracia burguesa a partir do final
dos anos 1960 (NETTO, 1994).
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nossa contribuição ao rico processo de maturação em construção. Por meio
daquela condição em que o novo ainda não havia nascido e o velho não
fora superado totalmente, fomos um pouco o laboratório dos debates que
seriam travados no Currículo Novo. Novo e velho estavam imbricados e
se influenciavam mutuamente. Era preciso oferecer o melhor possível aos
que concluíam a experiência no velho, assim como era necessário efetivar
o novo, a partir do experimentado na adaptação do velho, como nos faziam
entender alguns professores. Hoje, na presente reflexão, nos lançamos ao
desafio de apreender e elaborar este rico processo pessoal e coletivo. É preciso reconhecer, porém, que, na época, por nossa condição de juventude e
de aprendizado, bem como pelo nosso total envolvimento no processo em
curso, era impossível que vislumbrássemos a riqueza da mudança da qual
éramos sujeitos e ao mesmo tempo, objeto.
O aprendizado no currículo velho
Na adaptação feita em nosso currículo, travávamos diálogo com temas sobre
os quais a profissão estava refletindo criticamente. Um destes temas centrais
era o Estado capitalista e periférico, já não mais compreendido como um
agente neutro de promoção de bem-estar, mas como instância contraditória, em que os interesses da sociedade civil estão em disputa, que naquele
momento reconstruía a democracia, retomava processos participativos e
que, portanto, não poderia conter em si monoliticamente, somente, as manifestações dos interesses do capital.
As leituras de Gramsci que a profissão realizava chegavam até nós por
meio de Maquiavel e o Estado moderno e em Intelectuais e a produção da
cultura e enriqueciam este debate. Simionatto (2011) nos dirá que o Serviço
Social trará do pensamento gramsciano as categorias da práxis, bloco histórico, hegemonia, classes sociais, subalternidade, vontade coletiva, intelectual
orgânico, revolução passiva, transformismo, nacional e popular, cultura,
sociedade política e civil. Em nossa formação, naqueles anos 80, estavam
muito presentes, principalmente, os debates sobre o bloco histórico, sociedade civil e política, subalternidade.
Desenvolvendo o debate sobre o Estado, discutíamos também as instituições onde atuavam os assistentes sociais. Vinculadas ao Estado capitalista,
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as instituições passaram a ser reconhecidas como espaços de tensões, em
que interesses antagônicos − democráticos, que valorizavam a qualidade do
serviço prestado, bem como os direitos e os conservadores, que recolocavam
a lógica dos benefícios e do clientelismo − estavam em disputa. A reflexão
de Serra (1983), em a Prática institucionalizada do Serviço Social, expressa
muito bem este momento ao discutir o trabalho institucional do assistente
social, tendo o Estado, a participação e a democracia como elementos deste
processo. Faleiros (1991) em sua produção Saber profissional e poder institucional, por sua vez, enriquecerá esta discussão, tratando das relações de
poder, articuladas à luta de classes. Expressões deste debate em nova vida
estudantil são nossos relatórios de estágio, em que se discutiam as instituições como elementos de destaque.
Novamente Faleiros (1987), autor muito presente na formação em Serviço Social, de modo ainda mais especial naqueles anos 80, em A política
social do Estado capitalista nos apresentará ao debate sobre o Welfare State
as políticas sociais e suas funções no Estado capitalista. Este seria um debate
novo e inovador na profissão, que foi apresentado para nós associadamente à
reflexão de Iamamoto e Carvalho (1985), no livro Relações sociais e Serviço
Social no Brasil. Em Iamamoto e Carvalho travamos nosso primeiro diálogo
com a teoria marxista, pelo estudo sobre as relações sociais de produção.
Além disso, conhecemos a história do Serviço Social no capitalismo tardio,
como uma proposta da burguesia, fundamentada pelo pensamento social
burguês e pela moral burguesa, muito além da perspectiva de especialização da caridade e da autoconsciência de seus agentes. Neste sentido, tanto
as políticas sociais estudadas por Faleiros quanto o lugar da profissão nos
foram apresentados nas relações sociais capitalistas, em suas determinações
históricas.
Consideramos que estas duas produções são materializações de primeira
hora do pensamento crítico na formação em Serviço Social e terão impacto
importante em nossa aprendizagem. Vale lembrar que fomos a geração que
foi à escola naqueles tristes e reprimidos anos formativos da ditadura militar
empresarial, quando estudávamos disciplinas como Moral e Cívica – em
versão conservadoríssima. Este conteúdo crítico, esta revisão histórica, este
estímulo à crítica, eram para nós, mulheres jovens e trabalhadoras, uma
experiência nova e desveladora.
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Da mesma forma, observávamos que nossos professores também passavam por processo de reatualização de seus conhecimentos. Alguns cursavam
mestrados e outros haviam acabado de concluí-los, confirmando o que
Silva e Silva (2009) e Iamamoto (1995) nos falam sobre a expansão da pós-graduação em Serviço Social. Por outro lado, alguns professores de outros
cursos que nos ministravam aulas e que estiveram alheios às mudanças por
que passava do Serviço Social, encontravam-se bastante à margem deste
processo e continuavam reproduzindo uma visão de um profissional de Serviço Social tradicional. Esta situação gerava questionamentos no interior
da Última Turma do Currículo Velho, o que, algumas vezes, culminou em
mobilização por parte dos estudantes, no sentido de denunciar o que ocorria
e de buscar superar o problema.
A propósito dos desenvolvidos em nossa formação, ressaltamos o tema
do Planejamento em Serviço Social. Líamos Leila Lima Santos (1982) que,
em seu livro Textos em Serviço Social, enfatizava a importância da racionalidade, do planejamento, da participação e da democracia. A profissão
buscava aprofundar sua dimensão reflexiva, investigativa, organizativa,
política, em oposição ao emergencialismo que marca sua história. O planejamento aparecerá renovado e politizado como uma estratégia neste campo.
Com as novas referências teóricas com as quais a profissão dialogava,
ocorre sua indagação sobre temas como objeto, método, metodologia. A literatura do Serviço Social da época será marcada por autores que questionam
a metodologia tradicional da profissão e propõem novas formas de intervir
sobre o real. Sobre o tema em nossa formação estiveram presentes as reflexões de Boris Alexis Lima, em Contribuições à metodologia do Serviço Social
(1978), e Faleiros, em Trabajo Social, ideologia e método (1972), já em uma
perspectiva mais crítica da metodologia. Sobre o objeto de intervenção da
profissão, vivemos intensos debates. Este tema sobre o qual a categoria se
debruçou e avançou teoricamente, nos permitindo hoje a afirmação de que
o objeto do Serviço Social é a questão social, que se constitui em matéria-prima e justificativa da existência da profissão (GUERRA, 2000), para a
Última Turma do Currículo Velho, ainda era nebuloso.
O debate sobre a metodologia, por sua vez, também presente em nossa
formação, apesar de nos conduzir a algumas armadilhas – como a do metodologismo e da prática prescritiva, como recursos equivocados para enfrentar
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uma sociedade de classes − também expressa o diálogo – por vezes fragmentado e equivocado (QUIROGA, 1991) que a profissão vinha realizando
com o pensamento marxista, de modo especial com a obra Para a crítica da
economia política (MARX, 1987), então bastante trabalhado na formação
em Serviço Social (na nossa, inclusive). Esta produção foi estudada, desde
os primeiros períodos e em mais de uma disciplina, pela Última Turma do
Currículo Velho, com ênfase especial na compreensão da complexidade do
real em suas múltiplas determinações. Esta importante, sistemática e singular obra marxista nos trará a oportunidade de conhecermos a realidade como
concreto pensado, buscando superar visões simplificadoras e fragmentadas,
o que ia de encontro com a reconceituação realizada na profissão. A historicidade, por sua vez, como categoria trabalhada na obra marxista, estará
além da linearidade cronológica e será compreendida a partir das relações
de produção.
Queremos, ainda, destacar nossas experiências de estágio, realizadas, em
sua maioria, no campo da saúde, política que empregava número significativo de assistentes sociais naquele final da década de 80, alguns destes, nossos
professores e supervisores. Este é um momento bastante enriquecedor do
ponto de vista do aprendizado e da inovação nesta área, pois estávamos
imediatamente após a realização da Oitava Conferência de Saúde, marco
de debates e de proposições que conformariam as bases do SUS (ocorrida
em 1986). Algumas de nós, além disso, estagiávamos em campos próprios,
como o Hospital Universitário Pedro Ernesto e o Posto de Saúde de Bicuíba,
ambos referências em saúde e em práticas inovadoras.
Este contato imediato com o cotidiano de trabalho do assistente social,
fundamentado e em diálogo com a formação na universidade, confirmou,
na maior parte dos estudantes da nossa turma, a intenção de trabalhar na
área. Os desafios profissionais eram visíveis, mas o otimismo da vontade – nos
termos de Gramsci – em tempos de elaboração de uma nova Constituição,
de valorização de princípios da Reforma Sanitária, de direitos das mulheres,
crianças e adolescentes, não nos permitia antever a década neoliberal que
se avizinhava. Eram tempos de esperança e de sonho.
A propósito deste debate, Silva (1991) enumera avanços importantes na
profissão naqueles anos 80, que contribuíam para as expectativas positivas
da profissão: debate crítico sobre a assistência e assistencialismo, criação do
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CEDEPSS (Centro de Documentação e Pesquisa em Política Social e Serviço Social), avanços na organização da categoria, melhor articulação com
o Serviço Social latino-americano. Ao mesmo tempo, este contato com o
cotidiano de trabalho do assistente social acontecia marcado pelos dilemas
de uma profissão que atua sobre graves expressões da questão social, em um
contexto em que os pilares da proteção social são extremamente frágeis. Além
disso, Silva (op. Cit.) menciona questões que repercutiam negativamente
sobre o Serviço Social no período: crise no ensino superior, precarização
do mercado de trabalho pela redução de vagas e fragilização dos vínculos,
terceirização de políticas sociais. Este quadro nos colocava diante do pessimismo da razão – utilizando novamente os termos de Gramsci.
Breves considerações finais caminhos da Última Turma do Currículo Velho
A UERJ passaria a praticar, efetivamente, um currículo novo em 1989.
Neste estavam contidos conteúdos identificados com o perfil de profissional
crítico, propositivo e generalista que se pretendia preparar. Nós do Currículo Velho compartilhávamos os debates que marcavam a profissão naquele
momento, como buscamos descrever até aqui. Na conclusão da nossa graduação (que não significou o fim da nossa formação), muitas mudanças
ainda estavam em curso na profissão. Na verdade, o Serviço Social estava
materializando as transformações desejadas pela categoria e reclamadas pela
realidade. Falamos da Lei de Regulamentação (Lei nº 8662/93), do Código
de Ética de 1993, da assunção do Projeto Ético e Político Profissional, da
consolidação da ação política e estratégica do conjunto CFAS e CRAS, que
passariam a ser denominados CFESS/CRESS. Tais mudanças exigiram
nossa atenção e cuidado, comprometidas que estávamos com nosso trabalho
profissional, bem como por exigência da própria realidade cotidiana.
Nossa formatura ocorreu no início de 1989: sem beca, com mural de
fotos com nossa trajetória estudantil, com música ao vivo cantada pela
turma em coral que organizamos para o evento. O nome escolhido pela
Última Turma do Currículo Velho para este evento festivo (E agora,
José?), tal qual a poesia de Drummond, expressava aquele momento de
entrada na vida profissional: muitas possibilidades, muitos desafios. Nossa
inicial caminhada como assistentes sociais acontece a partir daí, em uma
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estrada bastante acidentada, nos primeiros anos de 90, momento em
que se efetivavam políticas de ajuste neoliberal, com evidentes impactos
no mercado de trabalho do Serviço Social – retração e fragilização de
vínculos empregatícios formais − e nas políticas sociais onde atuaríamos –
subfinanciamento, sucateamento, terceirizações de ações. Muitos desafios
estavam colocados, de fato.
Nós, profissionais que experimentamos o processo de criação e recriação
simultâneos – currículos Novo e Velho associados, aproximados, culminando em uma formação nem nova e nem velha, mas inédita −, somos
“crias” dessa metamorfose. Temos sido capazes de enfrentar os desafios
cotidianos do trabalho, nos tempos neoliberais, pós-modernos, de suposto
neodesenvolvimentismo, buscando formação permanente, articulação
coletiva, proximidade e trocas com nossos pares. Estamos em diversos
espaços, na cidade do Rio de Janeiro e fora dela, como assistentes sociais
e supervisores de estágio. Estamos no campo sócio-jurídico, na saúde, na
educação, na assistência social, na saúde mental, na previdência social e
na docência em Serviço Social. Passamos pela pós-graduação e por cursos
diversos ao longo da nossa caminhada, por desejo pessoal, compromisso
profissional e entendimento político da importância destes aprendizados.
Outros de nós, ainda, deixaram a profissão, mas reconhecem que a formação em Serviço Social deixou marcas inegáveis em sua compreensão sobre
a vida e sua inserção no mundo.
A realidade continua a nos desafiar e a exigir de nós mais e mais capacidade de apreendê-la e decifrá-la. Lidamos com eventuais lacunas da nossa
formação. Estas foram sendo enfrentadas ao longo do tempo, não como um
reflexo específico do Currículo Velho, mas como resultado de qualquer formação, pois todas são inacabadas diante de uma realidade sempre dinâmica.
A profissão tem amadurecido e vivido avanços e limitações ao longo destes
25 anos, e lidar com elas somente é possível, com a busca constante por
aprendizado e por participação nos espaços coletivos da categoria.
Como expressão da dinamicidade do real, outras mudanças curriculares foram realizadas na FSS/UERJ (e no Serviço Social brasileiro) como
resultado de um processo de permanente aperfeiçoamento, afinado com a
direção social materializada no Projeto Ético Político da profissão. Outro
currículo será efetivado em 2015 na FSS/UERJ, o que significa que, neste
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momento, há outra Turma do Currículo Velho em formação. Isso nos instigou a contar essa história.
Diante de tudo que vivemos, fica a certeza de que a Última Turma do
Currículo Velho foi também uma semente da materialização do Currículo
Novo. Contraditoriamente, fomos desconstrução e construção.
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