Qual a consequência da crise da Grécia para o Brasil? Por Paulo Figueiredo* “Investidores retiram mais rapidamente recursos de países com instabilidade política e econômica”, explica Paulo Figueiredo, diretor de operações da FN Capital A instabilidade econômica na Grécia e na zona do Euro está longe de acabar. Os gregos devem 320 bilhões de Euros, aproximadamente 1 trilhão de reais. Com queda do PIB em 25% nos últimos sete anos e o índice de desemprego entre os jovens superior a 50%, a probabilidade de se alcançar uma solução que agrade a todos os países envolvidos é pequena. “Alguém pagará a conta da Grécia e, provavelmente, não será apenas ela”, explica Paulo Figueiredo, diretor de operações da assessoria de investimentos da FN Capital. Caso seja feito um novo acordo, o país terá de despedir vários servidores públicos impactando sobremaneira em sua cultura, visto ser um país extremamente dependente do funcionalismo público - e elevar os impostos para uma população na qual 40% das crianças estão sob a linha da pobreza. Por outro lado, qualquer ação que beneficie desigualmente um determinado país na zona do Euro abrirá um precedente para outros países. “Se se perdoar a dívida ou parte da dívida de um, os outros também terão direito ao mesmo tratamento no futuro ou, mesmo, no presente. Se permitirem a saída da Grécia do bloco, isso poderá ser uma porta que não conseguirão mais fechar. Estão em uma sinuca e muitos pagarão esta conta, inclusive o Brasil”. Com uma crise provocada por um único país devido a sua instabilidade econômica e política, é automático que os grandes investidores, com seu capital especulativo, retirem recursos de locais com maior risco e procurem países seguros. “Hoje, o Brasil não oferece a segurança política e econômica que os estrangeiros buscam. É natural uma fuga de recursos do país para aplicações em locais mais seguros, como os Estados Unidos, por exemplo”. A lei de oferta e procura que rege a economia deve fazer o dólar, o ativo mais seguro do mundo, ter uma valorização sobre a maior parte das moedas, inclusive o real. “Podemos ver a cotação chegar até R$ 3,45 antes de 2016. Depois desse patamar, acredito que o Banco Central interviria de uma maneira mais intensa.”, ressalta Figueiredo. Esse movimento também deverá impactar no Ibovespa. “É natural ocorrer uma depreciação das ações com a fuga de capital. Porém, além do óbvio lado negativo, existe um ponto positivo forte: apesar de todos os seus problemas, o Brasil é a 7° economia do mundo, ou seja, no futuro haverá uma correção e o valor das ações voltará a um preço mais próximo da realidade. É na crise que surgem as melhores oportunidades, sempre. Basta ter capital e paciência para esperar”, finaliza Paulo Figueiredo. * Diretor de operações da FN Capital *Este artigo expressa a opinião do seu autor. O Acionista.com.br não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações dadas no artigo ou por eventuais prejuízos de qualquer natureza em conseqüência do uso destas informações. Advertência: As informações econômico financeiras apresentadas no Acionista.com.br são extraídas de fontes de domínio público, consideradas confiáveis. Entretanto, estas informações estão sujeitas a imprecisões e erros pelos quais não nos responsabilizamos. As opiniões de analistas, assim como os dados e informações de empresas aqui publicadas são de responsabilidade única de seus autores e suas fontes. O objetivo deste portal é suprir o mercado e seus clientes de dados e informações bem como conteúdos sobre mercado financeiro, acionário e de empresas. As decisões sobre investimentos são pessoais, não podendo ser imputado ao acionista.com.br nenhuma responsabilização por prejuízos que eventualmente investidores ou internautas, venham a sofrer. O acionista.com.br procura identificar e divulgar endereços na Internet voltados ao mercado de informação, visando manter informado seus usuários mais exigentes com uma seleção criteriosa de endereços eletrônicos. Essa divulgação é de forma única, e os domínios divulgados são direcionados a todos os internautas por serem de domínio público. Contudo, enfatizamos que não oferecemos nenhuma garantia a sua integralidade e exatidão, não gerando portanto qualquer feito legal.