ENTENDENDO AS RELAÇÕES DE PARENTESCO

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ENTENDENDO AS RELAÇÕES DE PARENTESCO ATRAVES DE ATIVIDADES
LÚDICAS – MONTANDO UM HEREDOGRAMA
Jheniffer Abeldt Christ¹, Marcela Moraes de Oliveira1, Maressa Albuquerque
Cortelete1, João Ricardo de Almeida Ferreira1, Samira Polegario de Oliveira 1, Lucas
Mendes Barreto1, Érika Aparecida Silva de Freitas², Carolina Demetrio Ferreira³
1
Graduando em Ciências Biológicas Licenciatura, Universidade Federal do Espírito Santo/Departamento de
Biologia/ Alto Universitário S/N – Caixa postal 16, CEP: 29500-000 Alegre-ES, Brasil/
[email protected]
² Secretaria do estado da Educação, EEEFM Aristeu Aguiar, Rua Dr. Wanderley S/N,
[email protected]
³Universidade Federal do Espírito Santo/Departamento de Biologia/ Alto Universitário S/N – Caixa postal
16, CEP:29500-000 Alegre-ES, Brasil/
[email protected]
Resumo- As atividades Lúdicas, ou dinâmicas são cada vez mais utilizadas como método de ensino nas
instituições de ensino básico. Elas proporcionam envolvimento do aluno com a atividade, promovendo maior
contato com a realidade do ensino, fazendo com que este não seja transmitido de maneira abstrata.
Conteúdos como genética são citados com frequência como um dos de maior dificuldade para a
assimilação dos alunos. As dinâmicas podem se comportar, neste caso, como uma ferramenta de ensino
eficaz, promovendo sentido á atividade. Os alunos da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio
Aristeu Aguiar confeccionaram um heredograma a partir de pesquisas realizadas sobre a cor dos olhos dos
integrantes de sua família, afim de se atestar a eficiência deste método de ensino no processo de ensino
aprendizagem.
Palavras-chave: Lúdico, dinâmica, ensino, heredograma.
Área do Conhecimento: Biologia
Introdução
As dinâmicas são cada vez mais utilizadas
como instrumento de ensino aprendizagem nas
escolas afim de se obter maior participação dos
alunos nas aulas. Essas dinâmicas podem ser
caracterizadas como alguns tipos de exercícios ou
técnicas para estimular o raciocínio e percepção e
também fixar o conteúdo estudado em sala de
aula (CONSTATO & SPONDA, 2009).
A função educativa da dinâmica oportuniza a
aprendizagem do indivíduo, seu saber, seu
conhecimento e sua compreensão de mundo.
Essas atividades caracterizadas como atividades
lúdicas, podem auxiliar o aluno a desenvolver
diversas habilidades e atitudes interessantes no
processo educacional, como a participação ativa
do aluno no processo de ensino-aprendizagem,
com exercício do aprender fazendo (SERRA et
al., 2010).
Por meio das atividades lúdicas e suas
características, os alunos podem atuar de forma
mais natural, coerente com as expectativas da
faixa etária, adquirindo maior autoconfiança e
independência, que se baseadas na realidade,
despertam o interesse e a motivação, provocando
o pensamento reflexivo e criativo da criança
(CONSTATO & SPONDA, 2009).
O ensino de genética nas series finais do curso
da educação básica é constantemente citado
como um conteúdo de difícil acesso, uma vez que
é abstrato para os alunos. As dinâmicas aplicadas
neste contexto, podem ser um instrumento de
ensino
para
aplicação
deste
conteúdo,
promovendo melhor assimilação e compreensão
das atividades que as envolvem. Partindo disso, a
expectativa deste trabalho reside no entendimento
da importância das estratégias lúdicas, como uma
grande aliada no trabalho docente no ensino de
genética e a partir disso utilizá-la regularmente
para obter resultados positivos quanto ao ensino
aprendizagem.
Metodologia
Para tanto, os alunos do 3° ano do Ensino
Médio da Escola Estadual de Ensino Fundamental
e Médio Aristeu Aguiar, Alegre – ES,
confeccionaram um heredograma afim de se
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estabelecer as relações genéticas entre os
indivíduos da família. Em um primeiro momento,
os alunos realizaram uma pesquisa nas suas
residências afim de se obter dados sobre a cor
dos olhos dos integrantes da família, sendo, pais,
irmãos, avós e bisavós sempre que possível, de
origem materna e paterna. Os dados foram
anotados em ficha de anotações e levados para a
escola. Em seguida, foram determinadas as
simbologias a serem utilizadas pelos alunos de
acordo com a notação das características
genéticas. Quadrados representavam indivíduos
do sexo masculino, círculos simbolizavam
indivíduos do sexo feminino e triângulos
representam crianças. As relações entre os
indivíduos são representadas por um ou dois
traços quando há relação de irmandade ou
casamento consanguíneo respectivamente.
Em um segundo momento, utilizando cartolina,
caneta hidrocor e lápis de cor,
os alunos
representaram esquematicamente essas relações
genéticas de parentesco de acordo com o
esquema (Figura 1). Os indivíduos que possuíam
olho de cor escura (castanho e preto) foram
representados por símbolos preenchidos, ou seja,
foram caracterizados como indivíduos afetados, e
indivíduos com cor de olho clara (verde e azul)
foram representados por símbolos vazios. A partir
de então, os alunos puderam determinar quais
genes estavam presente em cada indivíduo, e qual
deles permanecia nas gerações seguintes.
A
B
C
D
E
F
Figura 2 – Cartazes realizados pelos alunos da
Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio
Aristeu Aguiar, Alegre – ES. A, B, D – Esquemas
dos Heredogramas. C, E, F – Simbologia de
relação de parentesco e representação de alelos
relacionados á cor dos olhos dos membros da
família.
Discussão
Figura 1 – Representação esquemática de um
heredograma
Resultados
Através da análise dos heredograma e das
atividades realizadas como avaliações trimestrais
e exercícios avaliativos, pode-se notar a eficiência
da atividade no processo de ensino aprendizagem
dos alunos do 3° do Ensino Médio no que se
refere á relações genéticas e simbologias
relacionadas a representação das relações de
parentesco.
Dentre os principais problemas no sistema
educacional, Moreno (2007) aponta o ensino das
ciências, a preparação deficiente dos docentes, a
má qualidade dos livros didáticos, falta de
laboratórios nas escolas, falta de equipamentos e
material para aulas práticas, além da sobrecarga
de trabalho dos professores. O resultado da
formação inadequada nas áreas de genética e
biologia molecular é um distanciamento entre
“ensino escolar” e a assimilação de conceitos
informais.
A formação exclusivamente teórica e com
pouca qualidade de informação, resulta na
dificuldade em estabelecer relações entre o
cotidiano
e
o
conhecimento
adquirido,
distanciando a realidade dos alunos dos
acontecimentos do mundo a sua volta
(KRASILCHICK, 2005).
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O ensino de genética neste nível representa
uma oportunidade para se trabalhar conteúdos
como cruzamentos, genoma, hereditariedade e
relações de parentesco. Porém, há um enorme
desinteresse dos alunos pelas aulas (FREITAS &
SILVA, 2005). Para Leite (2000), ha dificuldade em
se trabalhar a genética a muitos anos, sendo este
um problema crônico inicializado na formação
docente.
Um outro problema se relaciona às aulas
descontextualizadas, afastadas da realidade dos
alunos, que não estimulam a participação e o
envolvimento
dos
mesmos,
levando
ao
desinteresse pela genética (FREITAS & SILVA
2005). Com isso, os alunos tendem a construir
uma visão distante da genética, afastando-a da
realidade em que vivem. No entanto, a construção
de conhecimento a partir de aulas diferenciadas
pode auxiliar no processo de ensino, aproximando
o aluno da realidade o qual está inserido. Pereira e
Pereira & Monteiro (2012) afirmam a eficiência de
atividades lúdicas para o ensino de biologia, onde
os alunos que participaram de tal atividade
desempenharam
aumento
significativo
na
aprendizagem, unindo saberes e estimulando a
curiosidade
e
criatividade,
formando
o
conhecimento do aluno.
Conclusão
A partir do trabalho realizado, pode-se perceber
que é de fundamental importância conhecer todos
os passos da dinâmica para aplicá-la com
segurança, além de ter clareza de aonde se quer
chegar, qual o objetivo e a função da dinâmica
dentro do processo a ser desenvolvido,
entendendo-a como um instrumento de ensino
aprendizagem. A dinâmica aplicada, foi objeto de
reflexão e de aprendizagem, pois dinâmica não
tem resultado errado, e sim resultados que
possibilitam um novo aprendizado.
As atividades oferecidas em sala de aula
mostraram um progresso positivo que repercutiu
em todo conjunto, apesar de não ser manifestado
imediatamente, mas, o avanço registrado numa
situação, logo interfere em outras e, num espaço
não muito longo de tempo como por exemplo, a
maior facilidade de compreensão nos conteúdos
que permeiam as relações genéticas de
parentesco.
Sendo assim, justifica-se a importância de se
trabalhar com atividades lúdicas. O lúdico
deve ser considerado como parte integrante da
vida do estudante não só no aspecto de
divertimento ou como forma de ensino.
Referências
COSTATO, E.P.M.; SPONDA, E. A Relação Entre
a Atividade Lúdica e a Aprendizagem na PréEscola de Colégios Particulares. Revista
Interfaces: ensino,pesquisa e extensão Ano 1, nº
1, 2009.
FREITAS, D. S.; SILVA, G.B. A genética numa
perspectiva cultural. In: I Encontro Nacional de
Ensino de Biologia e III Encontro Regional de
Ensino de Biologia, Rio de Janeiro. Anais do I
ENEBIO e III EREBIO. Rio de Janeiro: UFRJ, v. 1.
2005.
KRASILCHICK, M. O professor e o currículo das
ciências. Coleção Temas básicos de Educação e
Ensino. São Paulo, Ed. EPU, 2005.
LEITE, M. Biotecnologias, clones e quimeras sob
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n.14 v.3. São Paulo, 2000.
LUCON,P.N.; SCHWARTZ, G.M. As Atividades
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http://www.unesp.br/prograd/PDFNE2003/As%20a
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MELO, R.; CARMO, E. M. Investigações Sobre o
Ensino de Genética e Biologia Molecular no
Ensino Médio Brasileiro: Reflexões Sobre as
Publicações Científicas. Ciência & Educação, v.
15,2009.
MORENO, A. B. Genética no Ensino Médio: dos
Parâmetros Curriculares Nacionais à sala de
Aula. Universidade do Estado do Rio De Janeiro,
2007.
Disponível
em:
http://www.nebad.uerj.br/publicacoes/monografias/
genetica_no_ensino%20medio.pdf Acesso em: 11
set. 2013.
PEREIRA, C.; MONTEIRO, C. M. Aulas Práticas:
Um Instrumento Facilitador no Ensino de
Ciências e Biologia. 21° congresso de Iniciação
Científica. CIC UFPelotas, 2012
SERRA, A. S.; SERRA, A. A.; BIZATTI, G. S.;
SALVADOR, M.R. O LÚDICO COMO Instrumento
Importante na Educação Infantil um Estudo de
Caso no Cmei “Maria Caliman Lobo”. Faculdade
Capixaba de Nova Venécia, 2010.
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