A Escola Clássica é vista por Morgan como mecanicista e desta forma ele associa que seus componentes veriam a organização como máquinas, onde engrenagens se encaixam de uma forma racional. Na metáfora “organizações vistas como máquinas” podemos perceber o caráter despersonificado desta visão. Uma das maiores críticas sofrida pelos clássicos era o fato de desprezarem o fator humano e sua complexidade nas suas proposições. A conceituação baseada na frase: “a organização é uma máquina”, supõe que o administrador veja as pessoas como componentes intercambiáveis, facilmente moldados e substituídos, vemos hoje algumas organizações que se estruturam de forma que seus funcionários sejam facilmente treinados e substituídos caso seja necessário. O próprio racionalismo aceito pelas organizações como um ideal subentende a aceitação desta metáfora como se os processos administrativos funcionassem com simples engrenagens previsíveis e não com seres humanos complexos e difíceis de analisar. Ao comparar a organização aos organismos Morgan apresenta a visão que compara conceitos da biologia aos conceitos organizacionais. “O pensamento biológico tem influenciado a teoria organizacional e social desde o século XIX “através dos trabalhos de Spencer (1873, 1876, 1884), Durkeim (1934,1938,1951) e Radcliffebrown (1952).” ( MORGAN, 1996) O conceito de sistemas abertos foi elaborado por Bertalanffy (1950,1968) e outros. Esta metáfora compara a organização aos organismos vivos contemplando suas interações como ambiente que as cerca e sua complexidade de inter-relações internas e externas. A visão da Biologia ‘empresta seus olhos’ aos estudiosos da teoria organizacional para interpretar os fenômenos organizacionais de uma maneira diferente e mais completa que visão mecanicista da Escola Clássica. Hoje em dia, o desenvolvimento tecnológico em telecomunicações tornou os ambientes externos às organizações globalizados. As empresas interagem cada vez mais com este ambiente e são alteradas por ele a todo momento. Para que uma empresa se mantenha e se torne competitiva, entender o mercado, seus fornecedores, seu canal de distribuição e todo o ambiente externo é fundamental para que ela possa planejar, se estruturar, dirigir seus processos e controlar seus resultados. As redes são um importante exemplo desta estrutura “biológica”, pois se organizam como células através de atividades de valor agregado, assumindo diversas formas flexíveis, independentes e adequadas ao contexto dinâmico e acelerados dos dias atuais. Quando as organizações são “vistas como cérebros” podemos perceber a influência das descobertas referentes aos hemisférios cerebrais nesta concepção. Desta forma, ao se estudar as características do lado esquerdo e direito do cérebro, há uma melhor compreensão dessas lateralidades e do uso da criatividade e da razão pelos indivíduos. O cérebro mostra-se como uma metáfora complexa e que exemplifica bem a união da razão e emoção para se exemplificar uma perspectiva da organização. Através desta comparação, podemos visualizar uma estrutura mais complexa em que a emoção, a criatividade e a aprendizagem são apresentadas como componentes do universo organizacional. “A metáfora do cérebro auxilia na compreensão de que a organização pode ser vista como um sistema cognitivo, corporificando tanto uma estrutura de pensamento, como um padrão de ações.” (MORGAN, 1996). Diante de um ambiente constantemente mutável, a organização precisa se reestruturar constantemente, e isto é feito através de uma aprendizagem constante. Como o cérebro que aprende através de estímulos, a organização também aprende através de pesquisas e dissemina conhecimentos a fim de estimular seus componentes para que proporcionem uma “melhoria continua” que atenda ao mercado. Ao visualizar as organizações como culturas, Morgan nos apresenta a visão de como a organização pode ser entendida como um fenômeno cultural. A cultura é entendida nos sistemas sociais de conhecimento, na ideologia, valores, leis e rituais utilizados que também podem ser compreendidos dentro das organizações. A cultura organizacional reflete a cultura dos dominantes que impõem a ideologia e absorve também a cultura do