SUSCEPTIBILIDADE À MASTITE: FATORES QUE A INFLUENCIAM

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SUSCEPTIBILIDADE À MASTITE: FATORES QUE A INFLUENCIAM - UMA
REVISÃO
FACTORS AFFECTING MASTITIS SUSCEPTIBILITY: A REVISION
Danívia Santos Prestes 1; Andreane Filappi1; Marcelo Cecim2
RESUMO
A mastite, clínica e subclínica, são consideradas como um problema potencial em
criações com finalidade de produção leiteira. O presente artigo de revisão é apresentado com
intuito de abordar os fatores determinantes associados à ocorrência de mastite. O
desencadeamento desta enfermidade está vinculado à complexa tríade: animal (hospedeiro),
agente etiológico e/ou meio ambiente. A prevenção e controle da mastite dependem do
conhecimento dos padrões de ocorrência da doença, que só se torna possível, através de um
estudo epidemiológico da situação. Em conclusão, os fatores determinantes que influenciam
na susceptibilidade à mastite incluem: resistência natural da glândula mamária; estágio da
lactação; hereditariedade; idade do animal; espécie, infectividade e patogenicidade do agente
etiológico; ordenha; manejo; clima e nutrição.
Palavras-chave: susceptibilidade, mastite.
ABSTRACT
The objective of the present paper is to review the present body of knowledge about
the factors affecting susceptibility to mastitis. Herd incidence of mastitis depends of a
complex relation between host, agent and environment. The risk factors associated with
mastitis incidence include: natural resistance of the mammary gland, stage of lactation, age,
species and pathogenicity of the etiological agent, management, climate and nutrition. Such
factors should be analyzed as a whole, and are the major target points to which diagnostic,
control and preventative measures must aim.
Key words: susceptibility, mastitis.
1
2
. Méd. Vet. Mestranda em Clínica Médica, UFSM. E-mail: [email protected].
. Méd. Vet. PhD. Prof. Adjunto, Departamento de Clínica de Grandes Animais, UFSM.
Revista da FZVA
Uruguaiana, v. 9, n. 1, p. 118-132. 2002.
119 Susceptibilidade à mastite...
musculares,
INTRODUÇÃO
podem
estar
presentes
conforme menciona HILLERTON (1996).
A glândula mamária é um órgão
O desencadeamento da mastite está
singular, sob o ponto de vista de sua
vinculado
complexidade
(hospedeiro), ao agente etiológico e/ou ao
fisiológica,
biofísica
e
à
complexa
tríade:
animal
anatômica (CUNNINGHAN, 1999). As
meio
infecções intramamárias (IIMs) ocorrem
enfermidade multifatorial (HURLEY &
quando um agente (infeccioso, químico,
MORIN, 2001). Como tal, a sua prevenção
mecânico ou térmico) agride a glândula
e controle dependem do conhecimento dos
mamária,
reação
padrões de ocorrência da doença, que só se
inflamatória e danos ao epitélio glandular,
torna possível, através de um estudo
caracterizando
mastite
epidemiológico da situação. Neste contexto,
(CULLOR et al., 1993). Para BARKEMA
o presente artigo de revisão é apresentado
et
com
al.
produzindo
o
(1999a),
uma
quadro
essa
de
enfermidade
é
ambiente,
intuito
fazendo
de
desta
abordar
os
uma
fatores
considerada como um problema potencial
determinantes associados à ocorrência de
envolvido com perdas econômicas em
mastite.
criações
com
finalidade
de
produção
FATORES LIGADOS AO
leiteira.
Nas IIMs, a extensão da resposta
inflamatória varia de acordo com a natureza
HOSPEDEIRO
Resistência natural
do estímulo e a capacidade de reação do
Uma glândula mamária normal é
animal. Reações brandas, sem alterações
macroscópicas detectáveis, porém, com
alterações químicas e microbiológicas do
leite evidenciam a mastite subclínica.
Respostas
inflamatórias
mais
severas,
mastite clínica, resultam em mudanças no
aspecto da secreção láctea, incluindo as
alterações verificadas na forma subclínica,
contudo, há visíveis mudanças no tecido
mamário e, alguns efeitos sistêmicos, como
hipertermia,
prostação
e
tremores
protegida
por
uma
variedade
de
mecanismos de defesa naturais frente às
infecções. Esses mecanismos podem ser
não
imunológicos
imunológicos
(inespecíficos)
(GIRAUDO,
1996).
ou
O
primeiro deles, está constituído por uma
barreira física que inclui canal e esfíncter da
teta,
os
quais
possuem
propriedades
defensivas como um mecanismo de oclusão
relativamente
“Furtenberg’s”
eficiente,
e
a
ainda,
roseta
de
proteínas
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Prestes, D.S. et al.
bactericidas
(NICKERSON,
1985;
A
segunda
linha
de
120
defesa
HILLERTON, 1996). HURLEY & MORIN
glandular, segundo GIRAUDO (1996),
(2001) mencionaram que após a ordenha o
SURIYASATHAPORN et al. (2000) e
canal da teta torna-se dilatado e permanece
HURLEY
assim por aproximadamente duas a quatro
constituída pelo sistema imunológico, o
horas
e
qual envolve imunidade celular e humoral.
comprimento do canal da teta influenciam
A primeira é conferida pelos leucócitos que
na susceptibilidade à mastite, pois um canal
são células efetoras do sistema imune. Os
curto facilita a saída de fluídos, porém
tipos leucocitários incluem:
e,
neste
caso,
o
diâmetro
&
MORIN
(2001),
Granulócitos
diminui a resistência às IIMs.
está
(neutrófilos
Um mecanismo adicional de defesa
polimorfonucleares - PMN, basófilos e
da teta citado por NICKERSON (1985) e
eosinófilos): fagócitos que ingerem e
HILLERTON (1996), é o seu revestimento
destroem
por uma camada de queratina (composta
enzimas
por células epiteliais descamadas, ácidos
antibacterianas.
materiais
estranhos;
hidrolíticas
e
contém
outras
graxos e proteínas catiônicas). Os autores
Linfócitos (células T e células B): as
comentaram que há evidências de que a
células T possuem em sua superfície uma
queratina tenha função de adsorver as
estrutura de reconhecimento capaz de
bactérias, prendendo-as e removendo-as
distinguir
juntamente com parte da camada de
Existem dois tipos de linfócitos T, os
queratina durante o processo de ordenha.
indutores e os citotóxicos. Os linfócitos T
Os ácidos graxos queratinizados (láurico,
indutores
mirístico e palminoleico) estão associados à
inflamatória por produzir citocinas, em
resistência as IIMs, agem como bactericidas
resposta ao estímulo antigênico e induzem a
e
ácidos
diferenciação dos linfócitos B. As células B
esteárico, oléico e linolêico favorecem a
atuam na síntese local de imunoglobulinas
susceptibilidade à mastite. Aos ácidos
(GIRAUDO, 1996);
bacteriostáticos,
graxos
todavia,
queratinizados
os
estão
ligadas
determinantes
participam
Monócitos
antigênicos.
na
resposta
(mononucleados):
proteínas que causam lise em algumas
também denominados de macrófagos. São
células bacterianas Gram positivas. Fatores
importantes na iniciação de respostas
que afetam a integridade da camada de
imunes celulares e humorais, além de
queratina
atuarem na fagocitose de células estranhas
podem,
portanto,
afetar
a
susceptibilidade às IIMs.
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121 Susceptibilidade à mastite...
A resposta imune humoral envolve
(GIRAUDO, 1996; HURLEY & MORIN,
um antígeno, constituído por um material
2001).
processo
estranho que estimula uma resposta imune
complexo, através do qual os PMN
específica e um anticorpo, constituído por
produzem, quando estimulados, interleucina
uma proteína especial sintetizada pelos
(IL-1)
linfócitos B e células plasmáticas, capaz de
A
fagocitose
e
é
mediadores
um
lipídicos,
sendo
estrategicamente posicionados nos locais de
se
defesa
(HURLEY
primários,
alveolares.
Os
como
agentes
os
ductos
estimulatórios
combinar
ao
&
antígeno
MORIN,
específico
2001).
Os
anticorpos são divididos em classes de
toxinas
proteínas denominadas de imunoglobulinas
inflamatórios,
(IgG, IgM, IgA, IgD e IgE), cuja função é
complexos antígeno-anticorpo, entre outros.
formar complexos antígeno-anticorpo, com
O circuito de defesa dos PMN é promovido
intensificação da fagocitose, neutralização
por eventos que envolvem liberação de
do antígeno e ativação do sistema de
substâncias quimiotáticas (HURLEY &
complemento. Esse último é composto por
MORIN, 2001). SURIYASATHAPORN et
uma série de proteínas sangüíneas, com
al. (2000) citaram que a presença desses
interação de uma cascata enzimática que
fagócitos no leite, como células somáticas
funciona
(constituídas
e células
inflamatórias em casos agudos (GIRAUDO,
epiteliais), aumenta prontamente seguindo-
1996). SANTOS (2001a) mencionou que,
se a invasão bacteriana, quando agem
atualmente, são conhecidos dois tipos de
reconhecendo, ingerindo e destruindo o
vacinas
material
comprovadamente
envolvem
microrganismos,
microbianas,
agentes
por leucócitos
estranho.
Contudo,
segundo
integrando
contra
as
respostas
mastite
que
apresentam
efeito
VEIGA (1998), fisiologicamente as células
positivo (J5 contra mastite causada por
somáticas também podem estar elevadas
coliformes e uma vacina baseada em
durante a involução glandular e ainda em
antígeno
condições
aureus), ambas têm sido eficazes na
de
colostrogênese
estresse
ou
início
(pós-parto),
da
lactação.
NICKERSON (1985) mencionou que em
casos de mastite, o crescimento bacteriano
capsular
de
Staphylococcus
diminuição da severidade dos casos clínicos
e aumento da taxa de cura espontânea.
Estágio de lactação
ainda é inibido pela produção local de
fatores solúveis (lactoperoxidase, lisozima e
lactoferrina).
Segundo
HOGAN
&
SMITH
(2001a), as IIMs podem suceder-se em
diferentes etapas da vida do animal. Parto,
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Prestes, D.S. et al.
que
122
lactogênese e período seco constituem
mencionaram
enterobactérias,
eventos reprodutivos que influenciam na
causadoras de infecções durante o período
susceptibilidade à mastite (ELBERS et al.,
seco, têm habilidade em se manterem
1998). Durante o período seco a glândula
quiescentes na glândula mamária até o
mamária passa por uma involução ativa,
parto, subseqüentemente, causando mastite
principalmente nas duas semanas seguintes
clínica durante fase inicial da lactação.
à secagem da vaca (WALDNER, 2001). De
Na lactação e no processo de
acordo com ANDERSON & CÔTÉ (2001),
ordenha em si há maior susceptibilidade de
estudos demonstraram que 35 % de todas as
difusão de mastite contagiosa, já no período
novas infecções ocorrem durante esse
seco
período. HURLEY & MORIN (2001)
susceptibilidade
mencionaram que nessa fase a glândula
ambientais.
continua a secretar leite com o máximo
e
intervalos
entre
recai
ordenhas
a
sobre
mastites
genética
visando
Hereditariedade e idade
acúmulo ocorrendo dois a três dias depois
A
de suspensa a remoção do leite; a pressão
originada na glândula promove dilatação do
canal da teta, predispondo à entrada de
microrganismos para o interior do órgão.
As bactérias não são mais removidas pela
ordenha, o processo de fagocitose não é
eficiente em remover os materiais estranhos
e a desinfecção da teta já não é realizada;
fatores que favorecem a instalação de IIMs.
Conforme ANDERSON & CÔTÉ (2001),
incremento na produção de leite foi
acompanhada
quando ocorre a colostrogênese, processo
que acomete alguns mecanismos de defesa;
no
início
da
lactação
também
há
susceptibilidade devido ao estresse sofrido
no parto (glicocorticóides contribuem para
menor resposta das células de defesa).
BRADLEY
&
GREEN
(2000)
por
aumento
a
susceptibilidade às IIMs. A conformação da
glândula mamária e tetas constituem uma
característica
moderada
a
altamente
herdável; tetas planas e cilíndricas são mais
susceptíveis a infecção do que as tetas de
formato
cônico
(mais
resistentes)
(HURLEY & MORIN, 2001).
WANNER et al. (1998) concluíram
nesse período há outra fase crítica, as duas
últimas semanas que antecedem ao parto,
seleção
em um estudo que a hereditariedade de
IIMs
no
primeiro
parto
parece
ser
moderada, variando substancialmente a
incidência de IIMs entre famílias; nesse
mesmo estudo ainda concluiu que vacas
Holstein portadoras de deficiência de
adesão
leucocitária,
uma
condição
autossomal recessiva, não diferem de vacas
não portadoras frente à susceptibilidade as
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123 Susceptibilidade à mastite...
em
os fatores de risco diferem conforme essas
investigações sobre mastite em novilhas
características. Os microrganismos que
verificou uma maior prevalência das IIMs
comumente causam mastite podem ser
em animais da raça Jersey (67,7%), quando
divididos em dois grupos, baseados na sua
comparado à raça Holstein (35%).
origem: patógenos contagiosos e patógenos
IIMs.
NICKERSON
Quanto
à
(2001a)
idade
dos
animais,
ambientais (PEELER et al., 2000).
BODMAN
LADEIRA (1998) cita que fêmeas mais
&
mencionaram
susceptíveis às IIMs, devido a lesões
microrganismos
internas e desgaste sofrido pelo esfíncter da
importância,
teta e pela glândula em si. Contudo,
Staphylococcus
OLIVER et al. (2001) mencionaram que a
agalactiae, Streptococcus dysgalactiae e
ocorrência das IIMs em novilhas com a
uma
idade de acasalamento ou gestantes pode
envolvidos
geralmente
assumir grau significativo e persistir por
subclínicas
de
longos
Staphylococcus
períodos
de
tempo,
estando
o
(2001)
velhas (sete a nove anos) são mais
série
que
RICE
grupo
contagiosos
dos
assume
compreendendo
de
aureus,
Streptococcus
patógenos
“menores”
em
menor
infecções
severidade.
freqüentemente
Os
causam
associada à elevada contagem de células
mastite e são encontrados colonizando a
somáticas (CCS) e redução substancial da
pele da glândula mamária, tetas e lesões
produção pós-parto. JONES & BAILEY Jr
nessas áreas, porém, quartos mamários
(2001) comentaram que a transmissão entre
infectados são o principal reservatório
animais pode ocorrer ainda na puberdade,
desses microrganismos, sendo transmitido
por
cruzada.
por qualquer forma de contato. Esse
WAAGE et al. (2001) mencionaram que
patógeno foi considerado por PARDO et al.
em novilhas, a presença, antes do parto, de
(1998), como o agente isolado com maior
edema de úbere, edema de teta, sangue no
freqüência na etiologia de IIMs em vacas
leite ou vazamento de leite pelas tetas, está
primíparas no período pós-parto (64% das
associada com aumento do risco de
amostras
ocorrência de mastite clínica pós-parto.
bacteriológico).
meio
de
amamentação
Fatores ligados ao agente
positivas
consideravelmente dependendo da espécie,
quantidade, patogenicidade e infectividade
Segundo
exame
HILLERTON
(1996), os Streptococcus agalactiae são os
microrganismos
A epidemiologia da mastite varia
no
glândula
melhor
mamária,
adaptados
raramente
à
são
encontrados fora dela; geralmente estão
envolvidos em doenças clínicas agudas e
do agente envolvido e há evidências de que
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Prestes, D.S. et al.
infecções
subclínicas
Streptococcus
persistentes.
dysgalactiae
Os
estão
124
microrganismos reflete a exposição à alta
contaminação
ambiental,
pois
envolvidos com lesão nas tetas, sendo
Streptococcus uberis tem sido isolado da
comumente associado à mastite no período
cama, solo, fezes e urina. A fonte de água
seco.
também pode contribuir para disseminação
O ambiente é definido por HOGAN
de mastite, principalmente causada por
& SMITH (2001a) como a associação de
coliformes, pela contaminação por matéria
condições físicas externas que afetam e
fecal.
influenciam
no
crescimento,
As IIMs causadas por patógenos
desenvolvimento e sobrevivência de um
ambientais,
organismo ou grupo de organismos e, é no
GREEN (2000), são mais freqüentes no
ambiente que se origina o segundo grupo de
período seco em relação ao período
patógenos envolvidos nas IIMs, incluindo
lactacional,
Escherichia
sp.,
desenvolver mastite crônica, agindo como
Streptococcus uberis, Enterobacter sp. e
reservatório de patógenos. PEELER et al.
outros
(2000) citaram que agentes da espécie
coli,
patógenos
Klebsiella
predominantemente
segundo
podendo
BRADLEY
alguns
animais
oportunistas (Pseudomonas sp., Prototheca
Arcanobacter
sp., Nocardia sp., etc), que adentram a
podem estar ligados a infecções agudas
glândula mamária quando os mecanismos
nesse período e sua importância reside em
de defesa estão comprometidos. Esses
levar a danos e perda de tecido secretório.
microrganismos
materiais
Para BODMAN & RICE (2001), as IIMs
orgânicos como alimento, nestas condições
por microrganismos contagiosos resultam
alguns materiais utilizados como cama para
em elevação da contagem de células
os animais promove um ambiente propício
somáticas (CCS), por vezes de longa
para propagação. A população bacteriana
duração; em contraste, a resposta em
tende a estacionar seu crescimento em torno
infecções causadas por microorganismos
de sete a dez dias, quando há um declínio
ambientais é variável, devido as diferentes
por exaustão dos nutrientes na cama.
respostas do sistema imune, conforme a
Conforme HOGAN & SMITH (2001b),
característica
esses tipos de patógenos não sobrevivem
específicos.
requerem
(Actinomyces)
&
patogênica
de
pyogenes
agentes
por longos períodos de tempo na pele das
tetas. Os mesmos autores ainda citaram que
colonização por um grande número de
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125 Susceptibilidade à mastite...
FATORES LIGADOS AO MEIO
o vácuo excessivo pode levar ao
AMBIENTE
deslizamento
dos
copos
coletores,
ocasionando traumas nas tetas e/ou
Ordenha
ordenha incompleta, favorecendo a
De acordo com RASMUSSEN &
MADSEN (2000), o
equipamento de
penetração e colonização da glândula
por
patógenos.
A
sobreordenha
ordenha e o ato em si, seja mecânico ou
influencia no risco de infecção, pois
manual,
pode
pode
indiretamente
influenciar
na
saúde
direta
da
ou
glândula
agravar
o
“mecanismo
de
impacto” (KRUZE, 1998);
mamária. Os aspectos negativos envolvidos
3. Propensão à exposição do orifício e
nesse processo e que podem influenciar na
canal da teta aos patógenos, uma vez
susceptibilidade à mastite compreendem:
que pode modificar as condições da teta
1. Facilidade de transmissão de patógenos
(eversão do orifício, microlesões e
entre vacas e no mesmo animal pela
vesículas hemorrágicas), favorecendo a
inadequada preparação da glândula para
instalação das IIMs (SHEARER, 2001);
a ordenha (lavagem e secagem) e da
ordenhadeira (copos
coletores
com
4. Modificação
na
integridade
da
difundindo
revestimento
do
patógenos
entre os
animais);
ambiente
membrana
canal
da
de
teta,
proporcionando um meio favorável à
2. Pelas possíveis flutuações no sistema de
vácuo
e
intramamário, pois pode haver perda da
superfície interna contaminada agem
os
teta
da
ordenhadeira
que
colonização e multiplicação microbiana.
A dor associada a esses casos conduz a
proporcionam o movimento de leite
respostas
entre os copos coletores (teteiras),
supressão da função imune e aumento
facilitando a difusão de microrganismos
na probabilidade de instalação de
entre
moléstias. A eficiência nos mecanismos
os
incrementam
quartos
a
mamários;
penetração
neurohormonais,
com
de
de defesa locais e sistêmicos pode ser
microrganismos no canal da teta devido
enfraquecida logo após a ordenha com
ao “mecanismo de impacto”, no qual há
altos níveis de vácuo (RASMUSSEN &
movimento reverso do leite, gerado
MADSEN, 2000).
pelas flutuações no sistema de vácuo,
A questão de interação entre a teta e
impulsionando os microrganismos para
os produtos germicidas utilizados em pré-
o interior da teta (SAINSBURY, 1998);
imersão e pós-imersão deve ser considerada
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Prestes, D.S. et al.
de acordo com NICKERSON (2001a), pois
alguns
germicidas
podem
ter
126
Manejo e clima
efeitos
As
práticas
de
manejo
estão
irritantes sobre a pele das tetas, resultando
associadas com a susceptibilidade à mastite.
nesses casos em elevação na colonização
A CCS pode auxiliar na descoberta dos
por patógenos. Essa irritação é provocada
fatores determinantes da enfermidade. A
pela alta concentração do princípio ativo;
alta CCS no pós-parto pode indicar que o
pela interação de diferentes substâncias
animal foi exposto à má condição ambiental
químicas incorporadas em germicidas de
(umidade, sujidades, insetos, etc) antes do
pré-imersão e pós-imersão; por produtos
parto, ou ao inefetivo tratamento de
que alterem a permeabilidade do extrato
infecções no período seco. A alta CCS no
córneo da teta, amplificando a ação irritante
decorrer
e pela formação de um filme protetor que
imprópria prática e/ou equipamento de
pode
de
ordenha (JONES & BAILEY Jr., 2001). Em
SANTOS
um estudo realizado por BARKEMA et al.
(2001b), nesse caso, a eficácia depende da
(1999b), naqueles estabelecimentos em que
duração de ação e capacidade de aderência
o trabalho era executado por mão-de-obra
favorecer
microrganismos.
o
crescimento
Segundo
do produto. Em um estudo realizado em
rebanhos com baixa carga de células
somáticas no leite, BARKEMA et al.
(1999a) demonstraram que a desinfecção da
teta pós-ordenha pode, por vezes, estar
associada com a taxa de incidência de
mastite clínica. Fato semelhante também foi
verificado por ELBERS et al. (1998).
NICKERSON (2001b) mencionou que os
mastite pode ser promovida ou reprimida
através
de
diferentes
formulações
germicidas, conforme as condições em que
esses são utilizados.
lactação
pode
advir
de
familiar, a CCS no leite foi mais baixa (≤
150.000 células/ml) em relação àqueles
estabelecimentos onde a mão-de-obra era
terceirizada, nos quais a CCS foi maior
(250.000 a 400.000 células/ml). Essa
diferença
foi
atribuída
às
melhores
condições de higiene e atenção individual
dispensadas
aos
animais
no
primeiro
estabelecimento.
microrganismos têm lugar na teta e sua
habilidade de colonização e progressão à
da
Para HOGAN & SMITH (2001c), as
instalações
utilizadas
assumem
importância. Animais mantidos em baias
facilitam as práticas de manejo da fazenda,
porém
podem
contribuir
para
a
susceptibilidade à mastite, uma vez que os
animais são mantidos sobre cama muitas
vezes constituída por material orgânico,
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127 Susceptibilidade à mastite...
excelente
suprimento
microorganismos
para
ambientais,
como
os
agir como difusoras de patógenos e
já
requerem um manejo diferenciado.
comentado. Sistemas como “free-stall”
O clima, segundo RADOSTITS et
quando mal projetados, deficientes em
al. (1994), assume importância em função
ventilação e drenagem, têm conseqüências
das mudanças de temperatura e umidade
danosas à saúde da glândula mamária;
que podem influenciar indiretamente na
nessas
assume
tríade de fatores determinantes (hospedeiro,
importância primordial. Para NICKERSON
agente e/ou meio ambiente) que afetam a
(2001a), atenção deve ser dispensada ao
susceptibilidade à mastite.
instalações
a
higiene
combate aos insetos, uma vez que podem
Nutrição
atuar traumatizando as tetas, bem como
agindo
como
vetores
para
agentes
contaminantes, difundindo as infecções.
Vacas mantidas a pasto, geralmente, têm
risco
reduzido
de
contraírem
mastite
quando comparadas a animais confinados,
entretanto, algumas condições na pastagem,
por exemplo, áreas baixas e alagadiças e/ou
sombreadas, forragem grosseira e áreas de
aglomeração de animais, favorecem o
desenvolvimento
ambientais
e,
de
microrganismos
conseqüentemente,
a
probabilidade de contaminações. Atenção
deve ser dispensada aos episódios de
retroamamentação e amamentação cruzada
em fêmeas jovens, hábitos que contribuem
para o futuro estabelecimento da mastite.
PEELER
et
al.
(2000)
ainda
comentaram sobre a aquisição de animais
que, eventualmente, podem ser portadores
de infecções. Essas fêmeas constituem um
fator de risco frente ao rebanho, pois podem
HOGAN
&
SMITH
(2001c)
mencionaram que a dieta de uma vaca de
leite influencia na ocorrência de IIMs. De
acordo com NICKERSON (2001a), certos
nutrientes afetam diferentes mecanismos de
resistência, incluindo função leucocitária,
transporte de anticorpos e integridade do
tecido mamário.
(2001c)
HOGAN & SMITH
comentam
que
componentes
específicos da dieta têm demonstrado valor
como as vitaminas E e A, β-caroteno e
microminerais (selênio, cobre e zinco).
Evidências de importância recai
sobre a vitamina E e o selênio, os quais
influenciam
na
fagocitárias
função
das
(funcionam
células
como
antioxidantes). Logo, os animais com
deficiência desses elementos têm risco de
contraírem mastite, com maior duração e
sinais clínicos mais severos. A função
primária do cobre, segundo MANITOBA
(2001), refere-se à imunidade, é um
componente
da
enzima
superóxido
Revista da FZVA
Uruguaiana, v. 9, n. 1, p. 118-132. 2002.
Prestes, D.S. et al.
dismutase;
porém,
o
excesso
desse
128
incluem: resistência natural da glândula
elemento deve ser evitado, pois aumenta o
mamária;
estresse oxidativo. O zinco igualmente
hereditariedade; idade do animal; espécie,
compõe essa enzima e está envolvido na
infectividade e patogenicidade do agente
manutenção da pele e camada de queratina.
etiológico;
O efeito da vitamina A na resistência as
nutrição. Fatores como ordenha e manejo
IIMs está relacionada à manutenção do
merecem atenção especial em função do
epitélio funcional, aumentando a resposta
poder de difusão da enfermidade que têm
imune. O β-caroteno é o precursor da
perante o rebanho. Todavia, todos os fatores
vitamina
supramencionados devem ser analisados no
A
e
também
age
como
estágio
da
ordenha;
lactação;
manejo;
clima
e
conjunto e são pontos fundamentais a
antioxidante.
segundo
considerar para se direcionar e implantar
RADOSTITS et al. (1994) e SAINSBURY
medidas preventivas e de controle ou
(1998), também são consideradas como um
identificar falhas em programas de controle
fator determinante para a ocorrência de
já instalados nas criações leiteiras.
Desordens
metabólicas,
IIMs. Casos de mastite têm sido reportados
depois de episódios de hipocalcemia e
cetose.
A
desproporção
concentrado:fibra
na
promove
relação
igualmente
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vista o exemplo das leguminosas ricas em
BARKEMA, H.W., SCHUKKEN, Y.H.,
substâncias
LAM,
estrogênicas,
que
quando
T.J.G.M.,
BEIBOER,
ofertadas a novilhas podem predispor ao
BENEDICTUS,
desenvolvimento
glândula
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CONCLUSÕES
que
BARKEMA, H.W., VAN DER PLOEG,
influenciam na susceptibilidade à mastite
J.D., SCHUKKEN, Y.H., LAM, T.J.G.M.,
Os
fatores
determinantes
Revista da FZVA
Uruguaiana, v. 9, n. 1, p. 118-132. 2002.
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