qualidade do do leite leite qualidade MASTITE PÓS-PARTO O desafio do controle Durante o peri-parto, as vacas passam por uma série de mudanças hormonais, redução do consumo de alimentos e da resposta imune. Desta forma, considerando os elevados riscos de ocorrência de mastite clínica pós-parto, medidas de manejo e de alimentação, de prevenção e monitoramento devem ser criteriosamente adotadas desde o momento da secagem até o início da lactação. A s vacas leiteiras no período peri-parto (cerca de duas semanas antes e após o parto) apresentam elevada incidência de doenças metabólicas e infecciosas, 36 » InforLeite dentre as quais a mastite é uma das principais. A enorme dificuldade de controle deste tipo de mastite é conhecida pelos produtores e técnicos, pois mesmo em rebanhos bem manejados, esta doença é altamente prevalente. Muitos dos microrganismos causadores de mastite são oportunistas e normalmente causam doença apenas quando as defesas naturais e a imunidade da vaca estão reduzidas. O período de transição entre a secagem da vaca e o início da lactação seguinte é um dos grandes desafios para o controle da mastite. Vários fatores explicam os riscos aumentados de mastite pós-parto. Primeiramente, ocorre aumento da pressão intramamária e risco de extravasamento de leite após a secagem, o que associado com a demora na formação do tampão de queratina (1 a 2 semanas póssecagem) - uma substância que veda o canal do teto e impede a invasão de patógenos -, aumentam os riscos de ocorrência de novas infecções intramamárias. Do mesmo modo, nas duas semanas antes e após o parto, os riscos de novas infecções intramamárias aumentam ainda mais. Nesta fase, ocorre o início da secreção e acúmulo de colostro, o que também é um fator de risco para ocorrência de novos casos de mastite. Além disso, durante este período peri-parto, as vacas passam por uma série de mudanças hormonais, redução do consumo de alimentos e redução da resposta imune. PERI-PARTO E IMUNIDADE Diversos estudos e pesquisas têm demonstrado que a função imunológica de neutrófilos, linfócitos e de componentes do sistema imune humoral está reduzida durante o período peri-parto. Desta forma, numa situação prática, a combinação de imunossupressão no período periparto e inadequadas condições ambientais e de higiene nos lotes de vacas secas e no início da lactação podem explicar a maior incidência de mastite nesta fase. Considera-se que o sistema imune atinge a sua menor capacidade de resposta entre a primeira e segunda semana após o parto, período no qual algumas infecções subclínicas tornam-se clínicas. Considera-se que o sistema imune atinge a sua menor capacidade de resposta entre a primeira e segunda semana após o parto, período no qual algumas infecções subclínicas tornam-se clínicas. Para entendermos como a imunossupressão influencia a ocorrência da mastite pós-parto, é necessária a compreensão das funções das células do sistema imune sobre a resistência da glândula mamária. Entre as várias etapas da resposta imune está o papel fundamental dos neutrófilos, como linha de defesa inicial contra os microrganismos que invadem a glândula mamária. A fagocitose e os mecanismos de morte bacteriana intracelular em conjunto com os componentes humorais também são fatores críticos na defesa imune da glândula mamária. Durante esta fase, diversas condições podem comprometer a função imune, tais como: estresse fisiológico do início da lactação, redução do número de neutrófilos circulantes capazes de fagocitose após o parto, demora da resposta inflamatória no início da lactação e alterações da função microbicida dos neutrófilos. Muitas alterações neuroendócrinas se desenvolvem durante o período periparto e podem afetar o sistema imune. As funções dos neutrófilos e linfócitos podem ser então afetadas pelas mudanças nas concentrações de estrógeno, prolactina, somatotropina e insulina. Durante este período crítico, ocorrem alterações no metabolismo, o qual passa de uma situação de baixa demanda durante a gestação para uma alta demanda de energia e proteína durante a lactação. Sendo assim, o balanço negativo de energia e proteína do início da lactação pode contribuir para a redução da capacidade de resposta imune da glândula mamária, uma vez que parte significante dos nutrientes ingeridos é consumida para manutenção e reposição das células do sistema imune. Os resultados das pesquisas indicam que devido à multiplicidade de fatores ligados com a menor capacidade de resposta imune durante o período peri-parto, a melhor estratégia para reduzir a mastite nesta fase é a diminuição do estresse do animal, proporcionar um ambiente confortável, limpo e seco, em conjunto com bom fornecimento de nutrientes essenciais. Cobactan VL e Cobactan 2,5% para MASTITES Faça as contas e comprove. Trate as mastites com Cobactan, e descarte o prejuízo. CONTROLE DA MASTITE PÓS-PARTO Os agentes causadores de mastite pós-parto variam entre países, rebanhos e entre vacas primíparas e multíparas. De forma geral, os maiores desafios para manter a sanidade da glândula mamária no pós-parto são causados por bactérias ambientais. No período seco e início de lactação, as bactérias mais comumente InforLeite « 37 Na ponta do lápis, a melhor escolha para tratar a mastite. qualidade do leite encontradas são Streptococcus uberis, estreptococos ambientais e coliformes. Por outro lado, com o avanço da lactação, as bactérias que mais prevalecem são de origem contagiosa com predominância do Staphylococcus aureus entre outros. Cabe ressaltar que a intensidade da reação inflamatória causada pelos coliformes no peri-parto é muito maior que a reação causada nas vacas com lactação mais avançada. O diagnóstico de mastite clínica pós-parto tem que ser ajustado de acordo com as características físicas do leite neste período. Por exemplo, a contagem de células somáticas (CCS) encontra-se elevada imediatamente após o parto, mas decresce após 3 a 4 dias. Em uma situação normal, a CCS de animais recém-paridos pode ser de até 1.000.000 céls/mL, mas diminui para 100.000 céls/ mL nos 7-10 dias pós-parto. O teste do CMT (California Mastitis Test) apresenta boa sensibilidade e especificidade para detectar infecções intramamárias na primeira semana pós-parto, podendo ser utilizado nesta fase para auxiliar no diagnóstico da mastite subclínica. Nos momentos que antecedem ao parto ou na primeira semana de lactação, o leite pode ser coletado para cultura bacteriológica, para melhor monitoramento da saúde do úbere, o que pode ser uma importante ferramenta para o diagnóstico da mastite clínica pré-parto. A contagem de células somáticas (CCS) encontra-se elevada imediatamente após o parto, mas decresce após 3 a 4 dias. O manejo de vacas secas tem grande influência na incidência de mastite pós-parto. A alimentação de vacas secas durante o período de transição deve fornecer teores adequados de minerais (selênio, cobre e zinco) e vitaminas (E e A) que desempenham papéis importantes na defesa da glândula mamária contra infecções. O consumo de alimento pelos animais não pode ser restringido, mas o excesso de alimentação pode ser igualmente prejudicial. Sendo assim, o monitoramento do escore de condição corporal auxilia na manutenção da sanidade das vacas durante este período. 38 » InforLeite O CMT (California Mastitis Test) apresenta boa sensibilidade e especificidade para detectar infecções intramamárias na primeira semana pós-parto, podendo ser utilizado nesta fase para auxiliar no diagnóstico da mastite subclínica Outros fatores de manejo considerados de risco, que podem resultar em aumento da CCS no início da lactação, são as instalações de alojamento de novilhas (piquetes, confinamento) e a transferência dos animais para um sistema de confinamento próximo ao parto. O risco de infecções intramamárias também pode aumentar quando vacas primíparas são alojadas juntamente com multíparas. A ocorrência de edema de úbere, a mastite subclínica pré-parto, altura do teto em relação ao solo e até a raça do animal constituem fatores de risco para a ocorrência de mastite. A manutenção do ambiente limpo, seco, ventilado e confortável, uma adequada desinfecção dos alojamentos e o alojamento de primíparas e multíparas em locais separados, podem auxiliar na prevenção da mastite pós-parto. A utilização do tratamento de vacas secas no momento da secagem reduz a incidência de mastite pós-parto tanto pela eliminação de agentes infecciosos presentes na glândula mamária no final da lactação, quanto pela proteção contra novas infecções durante o período seco. Outra medida que pode ser usada em situações de elevada prevalência de mastite pósparto em vacas de primeira lactação é o uso do tratamento de vaca secas para novilhas, de forma semelhante ao recomendado para vacas adultas. Além do tratamento de vaca seca, atualmente, é recomendável o uso de selantes inter- nos de tetos no momento da secagem, cuja função é reduzir as novas infecções durante o período seco. Considerando os elevados riscos de ocorrência de mastite clínica pós-parto, medidas de manejo e de alimentação, de prevenção e monitoramento devem ser criteriosamente adotadas desde o momento da secagem até o início da lactação. Desta forma, os prejuízos causados tanto pela mastite clínica quanto pela subclínica podem ser reduzidos durante esta fase crítica do ciclo produtivo da vaca leiteira.