ARTIGO ORIGINAL ORIGINAL ARTICLE Implementação do grupo hiperdia em uma unidade de saúde da família: um relato de experiência Implementation of hiperdia group in a family health unit: an experience report Implementación de grupo hiperdia en una unidad de salud de la familia: un relato de experiencia Autores Resumo Gleice Cardozo Bezerra 1 Viviany Souza de Oliveira 2 Isabel Cristina Ramos Vieira Santos 3 Fabiana Moura da Motta Silveira 4 Especialista em Saúde da Família (Pesquisadora). 2 Especialista em Saúde da Família. 3 Doutora em Saúde Pública. 4 Doutora em Saúde Coletiva 1 Objetivo: O presente estudo tem como objetivo descrever a implementação do grupo Hiperdia em uma Unidade de Saúde da Família do Recife-PE. Métodos: Trata-se de um relato de experiência. Resultados: As atividades desenvolvidas foram baseadas no modelo de Leavell e Clark, para o nível de Atenção Primária, com ações à Promoção de Saúde e Proteção Específica. As reuniões foram realizadas semanalmente, os grupos foram organizados por micro-área, houve adesão de 53,3% da população de diabéticos e hipertensos. Conclusão: A experiência relatada permitiu melhorar o atendimento e a promoção da saúde aos pacientes, estimulando a reflexão sobre a importância desse tipo de prática no atendimento de doenças crônicas. Palavras-chave: atenção primária à saúde, diabetes mellitus, hipertensão, promoção da saúde. Abstract Objective: This study aims to describe the implementation of Hiperdia group in a Family Health Unit of Recife-PE. Methods: This is an experience report. Results: The activities were based on the Leavell and Clark model to the level of primary care, with shares of Health Promotion and Protection Specific. Meetings were held weekly, the groups were organized by micro-area membership was 53.3% of the population of diabetics and hypertensives. Conclusion: The reported experience has improved care and health promotion to patients, encouraging reflection on the importance of this practice in the care of chronic diseases. Keywords: diabetes mellitus, health promotion, hypertension, primary health care. Resumen Objetivo: Este estudio tiene como objetivo describir la aplicación del grupo HIPERDIA en una Unidad de Recife-PE de Salud Familiar. Métodos: Este es un relato de experiencia. Resultados: Las actividades se basan en el modelo de Leavell y Clark para el nivel de atención primaria, con acciones de Promoción de la Salud y Protección específica. Las reuniones se llevan a cabo semanalmente, los grupos fueron organizados por la pertenencia micro-área fue de 53,3% de la población de diabéticos e hipertensos. Conclusión: La experiencia reportada ha mejorado la atención y promoción de la salud a los pacientes, fomentar la reflexión sobre la importancia de esta práctica en la atención de las enfermedades crónicas. Palavras-chave: atención primaria de salud, diabetes mellitus, hipertensión, promoción de la salud. Data de submissão: 04/09/2014. Data de aprovação: 12/11/2014. Correspondência para: Isabel Cristina Ramos Vieira Santos Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães Fundação Oswaldo Cruz. Av. Professor Moraes Rego, s/nº, Recife, PE, Brasil. CEP: 50.740-465. E-mail: [email protected] DOI: 10.5935/2446-5682.20150003 Revista Enfermagem Digital Cuidado e Promoção da Saúde 1 (1) Janeiro/Junho 2015 http://www.redcps.com.br / e-mail: [email protected] 19 Implementação do grupo hiperdia em uma unidade de saúde da família: um relato de experiência Bezerra GC, Oliveira VS, Santos ICRV, Silveira FMM Rev. Enf. 2015 Jan-Jun; 1(1):19 - 22 INTRODUÇÃO MÉTODO O perfil de mortalidade da população brasileira tem apresentado mudanças nas últimas décadas, observa-se que as doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) representam as principais causas de morbimortalidade, constituindo em um grande desafio para a saúde pública1,2. Diante deste contexto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) tem estimado que as mortes relacionadas às DCNTs atingirão 73% dos óbitos mundiais em 20203,4,5. Dentre as DCNT ressaltam-se a Hipertensão Arterial Sistêmica - HAS e o Diabetes Mellitus - DM, que apesar de apresentarem-se relacionadas às elevadas taxas de morbidade e mortalidade, possuem medidas de controle do quadro que oferecem múltiplas chances para prevenir o agravamento da patologia e futuras complicações decorrentes das mesmas2,6. Visando uma melhor atenção a esta população, e considerando o aumento gradativo da prevalência de pacientes com HAS e DM,foi criado em 2001 o Plano de Reorganização da Atenção à Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus (PRAHADM) que deu origem ao Hiperdia. Este programa permite cadastrar e acompanhar pacientes com HAS/DM, captados e vinculados às unidades de saúde ou equipes da Atenção Básica do Sistema Único de Saúde (SUS)7. O respectivo Plano contempla uma proposta de reorganização assistencial, na qual se incluem: a implantação do protocolo de assistência ao portador de HAS e DM, reorganização da rede de atenção à saúde para o atendimento a este pacientes e apoio entre as Secretarias dos diversos níveis para aquisição de insumos estratégicos visando a garantia da resolutividade da atenção7,8. Entre as medidas para melhoria do acesso e da qualidade da assistência voltada para os portadores de HAS e DM, o plano preconiza a criação de grupos específicos, com o objetivo de facilitar a adesão ao tratamento medicamentoso e promover maior vínculo entre equipe e paciente, estabelecendo desta forma, um ambiente de promoção à saúde e incentivo às práticas saudáveis, além de constituir um espaço para troca de experiências9. Mesmo com as evidências de que as práticas através dos grupos no Espaço da Atenção Básica constituem alternativas que favorecem a terapêutica, estudos citam que diversos são os motivos que dificultam a implementação dessas atividades, dentre eles citam-se: alta demanda populacional, a carência na estrutura física ou em recursos humanos e excesso de atividades burocráticas10,11. Diante da realidade apontada, a proposta foi implementada visando melhorar a assistência à saúde desta população e o objetivo deste estudo consiste em relatar a experiência da implementação do Grupo Hiperdia junto à equipe de estratégia de saúde da família de uma unidade de saúde do município de Recife, PE. A inexistência um grupo de trabalho específico para atenção aos pacientes com Hipertensão e Diabetes em uma Unidade de Saúde da Família (campo de prática), denotou a necessidade da implementação dessa atividade no loco. Esta pesquisa consiste em um relato de experiência da implementação do grupo Hiperdia em uma unidade de saúde da família do município de Recife, no período de outubro de 2012 a julho de 2013. Utilizou-se o relato de experiência por ser uma ferramenta da pesquisa descritiva que apresenta uma reflexão sobre uma ação ou um conjunto de ações que abordam uma situação vivenciada no âmbito profissional de interesse da comunidade científica12. Na unidade de saúde da família constava um total de 81 diabéticos e 279 hipertensos cadastrados e distribuídos em cinco microáreas, os encontros ocorreram semanalmente e houve participação de 192 pacientes portadores desses agravos, logo a adesão ao grupo foi de 53,3% dos hipertensos e diabéticos cadastrados na USF. O estudo seguiu as recomendações éticas de pesquisas em seres humanos preconizadas na Resolução nº 466/12 do Conselho Nacional de Saúde, tendo sido aprovado com protocolo nº 03810612.3.0000.5201. RESULTADOS Contexto local Durante o levantamento epidemiológico observou-se que apesar da oferta regular do atendimento clínico, do acesso aos medicamentos e orientações sobre a patologia, grande parte desses pacientes não apresentavam a glicemia e níveis pressóricos dentro dos limites estabelecidos. A adesão do paciente ao esquema terapêutico depende de três fatores: reconhecimento de sua condição de saúde e comprometido com o tratamento; esclarecimentos e incentivos proporcionados pelos profissionais de saúde; e apoio familiar. Portanto, o intuito da implementação de um grupo de saúde específico na unidade foi promover a aproximação entre os pacientes e a equipe, oferecer um acompanhamento assistencial regular e promover educação em saúde. Sensibilização da equipe Foram realizadas reuniões com a equipe da Unidade de Saúde da família com o objetivo de apresentar a proposta e sensibilizar a equipe para implementação do grupo Hiperdia, bem como divulgar as atividades a serem realizadas durante os encontros. Apresentou-se também o cronograma com a participação de equipe multidisciplinar, contando com o apoio do Núcleo de Apoio a Saúde da Família-NASF, Centro de Atenção Psicossocial-CAPS e Equipe de Saúde Bucal-EBS. Revista Enfermagem Digital Cuidado e Promoção da Saúde 1 (1) Janeiro/Junho 2015 http://www.redcps.com.br / e-mail: [email protected] 20 Implementação do grupo hiperdia em uma unidade de saúde da família: um relato de experiência Bezerra GC, Oliveira VS, Santos ICRV, Silveira FMM Rev. Enf. 2015 Jan-Jun; 1(1):19 - 22 Com a organização dos grupos, esperava-se prevenir complicações da hipertensão e/ou da diabetes, esclarecer sobre os fatores de risco cardiovasculares, alcançar maior adesão dos pacientes ao tratamento, valorizar a mudança de comportamento do hipertenso e do diabético, estimulando o autocontrole. Esperava-se também envolver familiares e comunidade no diagnóstico precoce e no apoio aohipertenso e/ou ao diabético, organizar o atendimento desses pacientes, proporcionando um seguimento regular e racionalizar a demanda por consulta médica. da Hipertensão e do Diabetes, visando evitar o agravamento dessas patologias e surgimento de outras DCNTs. Nesse grupo de atividades perspectiva foram distribuídas e confeccionadas caixas com ilustrações para armazenamento dos medicamentos em uso pelo paciente para controle metabólico, contribuindo para organização e tomada correta da medicação em domicílio; Realizaram-se aferição da Pressão Arterial e glicemia capilar, informando os pacientes sobre o comportamento do agravo e fornecendo orientações específicas para controle; verificação do peso e cálculo do índice de massa corpórea; ações de dispensação de medicamentos, quando necessário, e agendamento de consultas médicas. Entre os fatores que contribuíram para o processo de implantação do grupo na Unidade podem ser citados a colaboração da equipe de saúde, o interesse dos agentes de saúde da família na captação dos pacientes e o interesse dos portadores dos agravos. Organização das atividades do grupo O planejamento das atividades teve como suporte teórico o modelo de Leavell & Clarck, nível de prevenção primária, que se divide em práticas de promoção de saúde e proteção específica. Tomando por base esse aspecto, realizou-se um processo organizacional de determinação dos objetivos do Grupo Hiperdia e das ações a serem executadas para atingir os objetivos almejados (Figura 1), conforme estabelecido no Informe Técnico n.4 da Série Nescon - Planejamento e elaboração de projetos para grupos comunitários13. DISCUSSÃO No Brasil, cerca de 60 a 80% dos casos de HA e DM podem ser tratados na rede primária de saúde, necessitando apenas de medidas preventivas e de promoção de saúde. A atenção primária corresponde ao primeiro nível de atenção à saúde que oferece o acesso ao cuidado integral e contínuo dos pacientes para prevenção e gerenciamento das doenças crônicas14. O Ministério da Saúde criou diversos programas para controlar as DCNTs, no caso da hipertensão arterial e diabetes mellitus, o Programa Nacional de Hipertensão e Diabetes Mellitus - Hiperdia promoveu a reorientação da Assistência, sendo a criação de grupos conforme aqui explanado, uma ferramenta que contribui para a consolidação do Programa7. Entretanto, a simples criação de políticas e/ou programas para a prevenção das DCNTs pode não ser garantia de resolutividade do problema. Se faz necessário incluir na atenção básica mais ações educativas que curativas, estimulando a criação desses grupos demonstrando compromisso com a construção de práticas de saúde e formação de redes15,16. A educação em saúde fala sobre a construção da autonomia, favorecendo os laços sociais e a melhoria da qualidade de vida16. Nesse sentido o grupo de saúde HIPERDIA permitiu o desenvolvimento de relações intersubjetivas, que favorecem a autonomia e a corresponsabilidade dos sujeitos propiciando a conexão de saberes, e contribuindo para a autogestão da patologia. A implementação de atividades como o Grupo aqui apresentado consiste em um método que contribui para a consolidação da Política Nacional de Promoção à Saúde que possui como objetivo geral a promoção da qualidade de vida e redução de riscos à saúde17. O uso do Modelo de Leavell & Clarck para embasar o planejamento do Grupo foi considerado em virtude do mesmo apresentar, através da história natural da doença, medidas de atenção à saúde que incorporam as características individuais Figura 1. Organograma de planejamento para implementação do Grupo Hiperdia em uma Unidade de Saúde da Família de Recife-PE. Recife, 2014. As atividades educativas voltadas para promoção da saúde buscaram auxiliar a modificação de comportamento dos pacientes considerando os determinantes socioculturais. Dessa forma, concentraram-se em palestras educativas onde foram abordados os seguintes temas: prática/estímulo aos hábitos alimentares saudáveis; higiene bucal na população portadora de Hipertensão Arterial Sistêmica e Diabetes Mellitus e estimulo a prática de atividade física. As palestras foram conduzidas através de equipe multidisciplinar em Saúde, Dentistas, Enfermeiros, Educadores Físicos, Farmacêuticos e Psicólogos. Em decorrência da palestra sobre prática de atividade física surgiu o grupo de caminhada de idosos, com boa adesão dos participantes e que contou com o apoio da academia da cidade situada próximo à comunidade. Quanto às ações de Controle da Patologia e Estímulo à Autogestão, compreenderam atividades voltadas para controle Revista Enfermagem Digital Cuidado e Promoção da Saúde 1 (1) Janeiro/Junho 2015 http://www.redcps.com.br / e-mail: [email protected] 21 Implementação do grupo hiperdia em uma unidade de saúde da família: um relato de experiência Bezerra GC, Oliveira VS, Santos ICRV, Silveira FMM Rev. Enf. 2015 Jan-Jun; 1(1):19 - 22 dos pacientes e o contexto sócio-cultural-ambiental no qual o mesmo se insere, fator primordial para eficácia no manejo de um agravo18. O modelo considera a interação entre ambiente, agente e hospedeiro (tríade ecológica) relacionados a um agravo e a vantagem do mesmo consiste no fato de possibilitar a implementação de medidas impeditivas da progressão da doença antes da manifestação clínica da mesma (pré-patogênese)19. 3. Pan American Health Organization. Carmen — An initiative for integrated prevention of noncommunicable diseases in the Americas. Washington: PAHO; 2003 [cited 2014 jul 16]. Available from: http://www1.paho.org/ English/AD/DPC/NC/CARMEN-doc2.pdf 4. World Health Organization. Global status report on noncommunicable diseases 2010. Genebra: WHO; 2011. [cited 2014 jun 10]. Available from:http://whqlibdoc.who.int/publications/2011/9789240686458_eng. pdf 5. Silva LS, Cotta RMM, Rosa COB. Estratégias de promoção da saúde e prevenção primária para enfrentamento das doenças crônicas: revisão sistemática. Rev Panam Salud Publica. 2013;34(5):343-50. CONCLUSÃO 6. Iser BPM, Claro RM, Moura EC, Malta DC, Neto OLM. Fatores de risco e proteção para doenças crônicas não transmissíveis obtidos por inquérito telefônico - VIGITEL. Rev Bras Epidemiol. 2011;14(1):90-102. DOI: http:// dx.doi.org/10.1590/S1415-790X2011000500010 As DCNT estão rapidamente se tornando uma prioridade para saúde pública no Brasil e as políticas voltadas para sua prevenção e controle têm sido estimuladas. Embora nem sempre haja uma avaliação formal, medidas têm sido tomadas para coibir o avanço desse quadro, dentre as quais se destaca a criação do Plano Nacional de Reorganização da Atenção à Hipertensão e ao Diabetes Mellitus. Observou-se com a experiência relatada de criação do Grupo Hiperdia em uma Unidade de Saúde da Família que as ações educativas e com a participação de equipe multidisciplinar, mostram-se úteis e oportunas para o controle das doenças crônicas, em virtude de descentralizar o cuidado. A adesão ao grupo foi de 53,3% da população de diabéticos e hipertensos cadastrados na área da respectiva USF. As práticas de educação em saúde, associadas ao autocontrole dos níveis pressóricos e glicêmicos, à atividade física e à dieta alimentar, são um importante instrumento para aproximar o paciente ao seu quadro clínico, fortalecendo a capacidade do autocuidado, sem impor tratamentos e restrições, práticas já evidenciadas como ineficazes. Sobre esse aspecto, recomenda-se que estudos sobre as práticas assistenciais aos portadores de DCNT, mediante modelos de atenção com base em experiências próprias dos pacientes, sejam estimulados. Visando a expansão e qualificação das ações da Estratégia Saúde da Família para o enfrentamento desses agravos e integração entre ações programáticas para doenças crônicas primando pela multidisplinariedade da atenção. 7. Brasil. Ministério da Saúde (MS). Plano de reorganização da atenção à hipertensão arterial e ao diabetes mellitus. Rev Saude Publica. 2001; 35(6):585-8. 8. Souza CS, Stein AT, Bastos GAN, Pellanda LC. Controle da pressão arterial no Programa Hiperdia. Arq Bras Cardiol. 2014; 102(6):571-8. 9. Correia LOS, Padilha BM, Vasconcelos SML. Completitude dos dados de cadastro de portadores de hipertensão arterial e diabetes mellitus registrados no Sistema Hiperdia em um estado do Nordeste do Brasil. Ciência & Saúde Coletiva. 2014;19(6):1685-97. DOI: http://dx.doi. org/10.1590/1413-81232014196.02842013 10. Horta NC, Sena RR, Silva MEO, Tavares TS, Caldeira IM. A prática de grupos como ação de promoção da saúde na estratégia saúde da família. Rev. APS. 2009;12(3):293-301. 11. Jesus MCP, Santos SMR, Amaral AMM, Costa DMN, Aguilar KSM. O discurso do enfermeiro sobre a prática educativa no programa saúde da família em Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil. Rev. APS. 2008; 11(1):54-61. 12. Vygotsky LS. A formação social da mente. (trad. Luis Silveira Menna Barreto, Solange Castro Afeche, José Cipolla Neto, ed. orig. 1960). São Paulo: Martins Fontes, 1989. 13. Corrêa EJ; SENA R.R. Planejamento e elaboração de projetos para grupos comuntários - Série Nescon de Informes Técnicos. NESCON - Núcleo de Educação em Saúde Coletiva. 2009; 4(2): 40p. 14. Sousa MF, Hamann EM. Programa Saúde da Família uma agenda incompleta? Cien Saude Colet.2009;14(1):1325-35. 15. Klein JM, Gonçalves AGA. 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