Brasil - Gerdau

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Senhores Acionistas:
O comportamento da economia brasileira em 2001, apesar das adversidades, como o
racionamento de energia elétrica, a desvalorização do real e a crise argentina, dentre
outras, foi, de um modo geral, bastante positivo. Os resultados, embora ainda
preliminares, apontam para um crescimento do PIB em torno de 2%, investimentos
diretos acima da expectativa, superávit da balança comercial e controle do déficit
público. Tais indicadores mostram a consistência dos fundamentos macroeconômicos
do Brasil e dão sustentação para a montagem de um cenário mais favorável em 2002.
I. INFORMAÇÕES CONSOLIDADAS
Em 2001, a Gerdau deu continuidade à sua trajetória de crescimento. No Brasil, a crise
energética foi superada pelo remanejamento da produção entre as diversas unidades
industriais e pela racionalização na utilização de energia elétrica, os quais trouxeram
ganhos de eficiência e produtividade que foram incorporados aos processos de
produção. No âmbito internacional, a recessão da economia dos Estados Unidos e a
crise da Argentina impactaram as atividades da Gerdau naqueles países, em particular
as margens operacionais.
No final do exercício de 2001, foram realizados dois importantes investimentos: em 7
de dezembro, oferta para aquisição de 17,67% do capital social da Açominas, por R$
426,6 milhões, em leilão promovido pelo Banco Central do Brasil, e, em 28 de
dezembro, compra dos ativos operacionais da Birmingham Southeast, usina
siderúrgica localizada em Cartersville, Estado da Geórgia, Estados Unidos, pelo valor
de US$ 48,8 milhões.
Em função de tais investimentos, a consolidação das demonstrações financeiras do
exercício de 2001 sofreu alteração. A Açominas, que era consolidada
proporcionalmente à participação da Gerdau, passou a ser consolidada 100% na parte
final do ano. Os ativos da usina de Cartersville foram incorporados também em
dezembro de 2001. Portanto, parte das variações encontradas nas demonstrações do
exercício de 2000 para o de 2001, apresentadas a seguir, deve-se às alterações
mencionadas.
Outro fato que atingiu o resultado do exercício foi a desvalorização do peso argentino
frente ao dólar americano e ao real. No período, a Gerdau reconheceu uma perda de
R$ 49,7 milhões, dos quais R$ 23,1 milhões referem-se às perdas nos investimentos
nas duas unidades na Argentina e R$ 26,6 milhões referem-se ao aumento das
despesas financeiras decorrente da atualização dos passivos indexados ao dólar
americano, também na Argentina.
Produção
Em termos consolidados, no ano de 2001 as empresas Gerdau produziram 7,2 milhões
de toneladas de aço bruto e 6,1 milhões de toneladas de laminados. Essas produções
apresentaram crescimentos de 2,6% e 2,7%, respectivamente, em relação ao ano
anterior.

As unidades no Brasil (Gerdau S.A. e Açominas) produziram 4,7 milhões de
toneladas de aço bruto, um aumento de 4,8% em relação a 2000, em
decorrência, basicamente, do aumento da produção da Açominas. Em
laminados, a produção alcançou 3,5 milhões de toneladas, 4,1% superior à de
2000.

Na América do Norte, a produção de aço bruto apresentou uma queda de
2,3%, resultado da retração da atividade econômica nos Estados Unidos,
principalmente após os atentados de 11 de setembro. A produção de
laminados manteve-se estável na casa dos 2,2 milhões de toneladas. As
operações no Canadá apresentaram crescimentos de 5,0% em aço bruto e de
2,4% em laminados, enquanto que nos Estados Unidos ocorreram quedas de
4,7% e 0,9%, respectivamente.

As operações na América do Sul proporcionaram uma produção de 285,4 mil
toneladas de aço bruto e de 338,3 mil toneladas de laminados, apresentando
crescimentos de 9,7% e 7,1%, respectivamente, em relação a 2000. No Chile,
as unidades da Gerdau produziram 12,8% mais aço bruto e 12,5% mais
laminados.
Produção
(em milhares de toneladas)
2001
2000
Variação
4.662
4.450
+ 4,8%
Na América do Norte
Na América do Sul
2.295
285
2.348
260
- 2,3%
+ 9,7%
Total
Aço Bruto
No Brasil
7.242
7.058
+ 2,6%
Laminados
No Brasil
Na América do Norte
3.528
2.193
3.390
2.195
+ 4,1%
- 0,1%
Na América do Sul
Total
338
6.059
316
5.901
+ 7,1%
+ 2,7%
Vendas
As vendas consolidadas somaram 7,4 milhões de toneladas em 2001, 2,5% superior às
de 2000. Desse total, 63,9% foram efetuados pelas unidades no Brasil (contemplando
o mercado interno e as exportações) e 36,1% pelas unidades no exterior.
Vendas Consolidadas
(em milhões de toneladas)

A Gerdau S.A. e a Açominas consolidaram vendas de 4,7 milhões de toneladas
no exercício, apresentando um aumento de 2,7% em relação ao ano anterior.
Desse montante, o mercado doméstico absorveu 3,6 milhões de toneladas, com
crescimento de 3,1%, o que se deve ao aumento da participação na Açominas.
As exportações a partir do Brasil totalizaram 1,1 milhão de toneladas, 1,5% a
mais que em 2000.

Na América do Norte, as entregas totalizaram 2,3 milhões de toneladas, 1,3%
superior ao ano anterior. As vendas da AmeriSteel mantiveram-se no mesmo
patamar de 2000, enquanto as unidades do Canadá apresentaram uma
elevação de 8,5%.

As vendas das empresas Gerdau na América do Sul somaram 376 mil
toneladas, crescendo 7,1% em relação a 2000, o que se deve, principalmente,
ao aumento de 17% no volume da unidade chilena.
Vendas
(em milhares de toneladas)
2001
2000
Variação
4.724
4.598
+ 2,7%
Mercado interno
3.656
3.546
+ 3,1%
Exportações
1.068
1.052
+ 1,5%
2.670
2.615
+ 2,1%
2.294
2.264
+ 1,3%
Brasil
Exterior
Na América do Norte
Na América do Sul
Total
376
351
+ 7,1%
7.394
7.213
+ 2,5%
Resultados
Em 2001, o faturamento consolidado atingiu R$ 7,1 bilhões, 13,8% superior ao de
2000, resultado, principalmente, de um maior volume de vendas, da desvalorização do
real frente às moedas dos países onde a Gerdau possui operações e do aumento da
participação na Açominas. As operações no Brasil contribuíram com 64% para essa
receita, enquanto que os negócios no exterior tiveram uma participação de 36%.
Faturamento Consolidado
(participação %)
O lucro bruto alcançou R$ 1,7 bilhão e a margem bruta passou de 25,8%, em 2000,
para 28,1%, em 2001. Essa evolução é explicada pelo crescimento maior da receita
líquida em relação ao custo das mercadorias vendidas e pelas melhorias nos resultados
operacionais decorrentes dos ganhos de produtividade obtidos no processo industrial.
As despesas com vendas, gerais e administrativas, totalizaram R$ 734,3 milhões, em
2001, contra R$ 618,2 milhões, em 2000, representando 12,5% e 11,9%,
respectivamente, da receita líquida.
O EBITDA atingiu R$ 1,3 bilhão em 2001, 23,6% superior ao do ano anterior. As
operações brasileiras geraram 76,5% desse montante, enquanto as da América do
Norte contribuíram com 19,0% e as da América do Sul com os demais 4,5%. A
margem EBITDA ficou em 22,3% contra 20,4% em 2000.
As despesas financeiras líquidas foram de R$ 499,9 milhões, dos quais R$ 270,4
milhões correspondem às variações monetária e cambial sobre as dívidas contratadas
no Brasil e no exterior. Descontando-se esse efeito também em 2000, as despesas
financeiras líquidas apresentaram uma queda de 15,7% em 2001, passando de R$
272,2 milhões, em 2000, para R$ 229,5 milhões, em 2001.
No exercício, foi reconhecida uma equivalência patrimonial de R$ 160,3 milhões contra
R$ 69,9 milhões no ano anterior, valores que refletem basicamente a variação cambial
incidente sobre o patrimônio líquido das subsidiárias da Gerdau no exterior, localizadas
no Uruguai, Canadá, Chile, Argentina e Estados Unidos. É importante observar que, no
caso das subsidiárias argentinas, a Gerdau reconheceu, já no exercício de 2001, um
prejuízo de R$ 23,1 milhões por conta da desvalorização do peso em relação ao real
sobre os investimentos naquele país.
A provisão para Imposto de Renda e Contribuição Social de R$ 14,2 milhões, em 2001,
comparada com a de R$ 59,3 milhões, em 2000, explica-se, a despeito do lucro
anterior aos impostos ter crescido 23%, pelo reconhecimento, em 2001, dos efeitos do
Imposto de Renda e da Contribuição Social ativos sobre prejuízos fiscais acumulados
pela Açominas no valor de R$ 80,2 milhões.
O lucro líquido consolidado atingiu R$ 546,3 milhões no ano. Em relação a 2000, o
lucro cresceu 37,2% e a margem líquida evoluiu de 7,7% para 9,3%.
EBITDA e Lucro Líquido Consolidados
(em milhões de reais)
Valor Adicionado
Em termos consolidados, no ano de 2001 as empresas Gerdau geraram um valor
adicionado de R$ 2,9 bilhões, resultado das receitas de R$ 7,1 bilhões subtraído o
custo total de R$ 4,2 bilhões relativo a matérias-primas, serviços, depreciação e
amortizações.
Distribuição do Valor Adicionado
(R$ 2,9 bilhões)
As operações da Gerdau no Brasil geraram 75,5% (R$ 2,2 bilhões) do valor adicionado
total e os negócios no exterior contribuíram com os demais 24,5% (R$ 718 milhões).
Distribuição
Impostos e encargos sociais
Salários, benefícios, participações nos resultados e
treinamento
Juros sobre financiamentos
Reinvestimento de lucros
Juros sobre capital próprio
Brasil
Exterior
(R$ 2.209 mil)
(R$ 718 mil)
43,7%
10,9%
17,8%
58,6%
15,3%
15,3%
7,9%
25,7%
4,8%
-
Investimentos
Em 2001, foram investidos US$ 167,8 milhões para a manutenção e a atualização
tecnológica das plantas industriais. As unidades brasileiras absorveram US$ 128,1
milhões, com destaque para a expansão da Armafer (rede de serviços de corte e dobra
de aço para a construção civil), que inaugurou mais três unidades. Os demais US$
39,7 milhões foram investidos nas plantas industriais localizadas no exterior.
Conforme já mencionado no início deste relatório, no final de 2001 foram realizados
outros dois importantes investimentos:

Em 7 de dezembro, a Gerdau ofertou R$ 426,6 milhões pela participação de
17,67% no capital social da Açominas, detida pela Agropecuária Senhor do
Bonfim. Com a renúncia da Natsteel ao direito de preferência para adquirir
ações, a Gerdau passou a deter 51,7% do capital social da Açominas. Como o
Clube dos Empregados e a Fundação Aços não se manifestaram em relação ao
seu direito de preferência, o balanço de 31 de dezembro de 2001 considera a
aquisição de apenas 13,82%.

No dia 28 de dezembro, a AmeriSteel, subsidiária da Gerdau nos Estados
Unidos, concluiu a compra dos ativos operacionais da Birmingham Southeast
por US$ 48,8 milhões. Essa usina siderúrgica está localizada em Cartersville,
Estado da Geórgia, e passou a ser a sétima planta siderúrgica da Gerdau na
América do Norte. A planta está equipada com uma aciaria e uma laminação
para produzir barras e perfis médios destinados basicamente aos consumidores
de perfis estruturais dos setores de construção civil e industrial.
Passivo Financeiro
A dívida líquida consolidada, em 31 de dezembro de 2001, era de R$ 3,2 bilhões, um
acréscimo de 27,1% em relação a 2000. As causas desse crescimento foram a
consolidação integral da Açominas, cuja dívida líquida era de R$ 577,2 milhões em
dezembro de 2001, e o reconhecimento de um passivo de R$ 333,8 milhões
correspondente à parcela de 13,82% dos 17,67% do capital social dessa empresa,
objeto do leilão realizado em 7 de dezembro de 2001. Além disso, cabe mencionar,
ainda, o efeito negativo da variação cambial na conversão das dívidas tomadas pelas
empresas do exterior para reais, as quais correspondem a 38,3% do passivo financeiro
consolidado.
Ao final do exercício, os principais indicadores relacionados com a dívida da Gerdau
eram os seguintes:
Dívida líquida / Capitalização líquida total
EBITDA / Despesas financeiras líquidas (excluídas as
variações monetária e cambial)
Dívida bruta / EBITDA
2001
2000
44,6%
50,4%
5,7x
3,9x
3,2x
3,0x
Para proteger-se das flutuações do dólar americano em relação ao real sobre a dívida
em moeda estrangeira contratada no Brasil, a Gerdau realizou, durante o exercício de
2001, diversas operações de hedge cambial, trocando dívidas indexadas à variação
cambial por reais indexados em média a 91% do CDI, cujo saldo, em 31 de dezembro,
montava US$ 225,6 milhões (valores considerados ao câmbio da data de cada uma
das operações realizadas).
R$ milhões
Curto prazo
Moeda nacional
Moeda estrangeira
Empresas no exterior
Total
Longo prazo
Moeda nacional
Moeda estrangeira
Empresas no exterior
Total
Dívida bruta
Disponibilidades e Aplicações financeiras
Dívida líquida
471,3
642,8
992,6
2.106,7
665,2
793,0
601,9
2.060,1
4.166,8
1.012,8
3.154,0
O custo médio nominal ponderado de tal endividamento, em 31 de dezembro, era de
15,2% no montante denominado em reais, de 7,7% mais variação cambial no
montante denominado em dólares tomados a partir do Brasil e de 6,5% no montante
tomado pelas subsidiárias no exterior.
II. INFORMAÇÕES NÃO-CONSOLIDADAS
Produção e Vendas
Em 2001, a Gerdau S.A. produziu 3,5 milhões de toneladas de aço bruto e 3,4 milhões
de toneladas de laminados. Em relação a 2000, esses volumes representam uma
redução de 0,8% em aço bruto e um aumento de 2,4% em laminados.
Produção
(em milhares de toneladas)
2001
2000
Variação
Aço bruto
3.461
3.489
- 0,8%
Laminados
3.393
3.315
+ 2,4%
As vendas da Empresa totalizaram 3,8 milhões de toneladas em 2001, 3,1% menor
que em 2000, o que se deve à redução dos embarques ao exterior. No mercado
doméstico, apesar do racionamento de energia elétrica, o volume de vendas mantevese em níveis semelhantes ao do ano anterior. As exportações, mesmo tendo sido
reduzidas em 2001, geraram uma receita de US$ 88,1 milhões.
Vendas
(participação %)
Resultados
Em 2001, o faturamento atingiu R$ 3,9 bilhões, 10,2% superior ao de 2000, o que se
deve ao realinhamento de preços e ao aumento da participação de produtos de maior
valor agregado nas vendas do exercício.
O lucro bruto atingiu R$ 1,2 bilhão e a margem bruta cresceu de 31,5% para 37,9%.
Essa evolução deve-se, principalmente, ao crescimento maior da receita líquida de
vendas em relação aos custos das mercadorias vendidas e às melhorias nos resultados
operacionais resultantes dos ganhos de eficiência e produtividade obtidos no processo
industrial.
As despesas com vendas, gerais e administrativas totalizaram R$ 483,3 milhões,
representando 15,7% da receita líquida de vendas contra 14,6% no ano anterior.
A geração de caixa operacional (EBITDA) atingiu R$ 853,2 milhões no exercício, 32,5%
superior à de 2000. A margem EBITDA passou de 23,0%, em 2000, para 27,8%, em
2001, conseqüência das melhorias operacionais alcançadas no último ano.
As despesas financeiras líquidas totalizaram R$ 303,5 milhões, 28,7% superiores às de
2000. Esse aumento é decorrente do efeito cambial sobre a dívida contratada em dólar
em função da desvalorização do real frente ao dólar americano.
No exercício de 2001, foi contabilizada uma equivalência patrimonial de R$ 177,1
milhões contra R$ 197,8 milhões em 2000. Essa queda reflete o desempenho da
Açominas, da AmeriSteel e das subsidiárias na Argentina.
Em 2001, a Empresa provisionou Imposto de Renda e Contribuição Social no montante
de R$ 70,2 milhões, 86,4% maior que em 2000. Este acréscimo deve-se ao aumento
de R$ 104,5 milhões no lucro antes de impostos e participações.
O lucro líquido do exercício atingiu R$ 464,0 milhões, 18,1% superior ao de 2000. A
margem líquida passou de 14,1%, em 2000, para 15,1%, em 2001.
Valor Adicionado
A Gerdau S.A. gerou, em 2001, um valor adicionado de R$ 1,9 bilhão, resultado das
receitas de R$ 3,9 bilhões, subtraído o custo total de R$ 2,0 bilhões. Do valor
adicionado gerado no ano, 48,5% foram destinados aos governos federal, estaduais e
municipais a título de impostos e encargos sociais, 16,3% aos colaboradores a título de
salários, benefícios, treinamento e participação nos resultados, 11,4% ao pagamento
de juros sobre financiamentos, 15,4% ao reinvestimento de lucros e 8,4% ao
pagamento de juros sobre capital próprio aos acionistas.
Investimentos
Em 2001, a Empresa investiu US$ 76,1 milhões em ativo imobilizado. Em meio
ambiente, os investimentos realizados durante o ano atingiram US$ 8,0 milhões.
Como resultado dos investimentos em pesquisa e desenvolvimento, a Gerdau lançou
novos produtos em 2001. Um deles foi a treliça, um substituto para as lajes prémoldadas tradicionais, resultando em aumento de produtividade, maior segurança e
redução de custos. Outro importante lançamento foi o kit Casa Fácil, um conjunto de
peças em aço que formam a estrutura de uma casa popular, voltado para a população
de baixa renda, visando a atenuar o problema do déficit habitacional.
Passivo Financeiro
Ao final do exercício, o endividamento da Empresa era de R$ 1,4 bilhão, sendo 23,2%
de curto prazo e 76,8% de longo prazo. A dívida contratada em moeda nacional (R$
656,2 milhões) representava 46,5% e a indexada em moeda estrangeira (R$ 755,4
milhões), os demais 53,5%. Da parcela em moeda nacional, R$ 236,0 milhões foram
captados por emissão de debêntures e o restante por outras linhas de crédito,
principalmente junto ao BNDES. As disponibilidades e as aplicações financeiras, em 31
de dezembro de 2001, somavam R$ 177,4 milhões.
Em 2001, a Empresa realizou diversas operações financeiras para trocar dívidas
indexadas à variação cambial por reais indexados em média a 91% do CDI com vistas
a proteger-se das flutuações do dólar americano em relação ao real sobre a dívida em
moeda estrangeira. Em em 31 de dezembro, essas operações totalizavam US$ 225,6
milhões (valores considerados ao câmbio da data de cada uma das operações
realizadas).
Mercado de Capitais
Com o objetivo de aperfeiçoar constantemente seu relacionamento com os agentes do
mercado de capitais e visando a melhorar os níveis de transparência, a Empresa e sua
controladora realizaram importantes eventos em 2001, dentre os quais podem ser
destacados:

Adesão da Gerdau S.A. ao Nível 1 de Governança Coorporativa da Bovespa em
26 de junho.

Reestruturação do site, oferecendo um maior detalhamento das informações
financeiras por intermédio da nova seção de Relações com Investidores.

Reuniões ABAMECs, sendo três no primeiro trimestre (Porto Alegre, Rio de
Janeiro e São Paulo) e outras quatro no último trimestre (Belo Horizonte,
Brasília, São Paulo e Fortaleza).
Na Bolsa de Valores de São Paulo, as ações preferenciais da Empresa valorizaram-se
em 28,4% em 2001, ao passo que o IBOVESPA caiu 11,0%. Além dessa valorização,
as ações também experimentaram um aumento na liquidez, tendo sido negociados
35,0 bilhões de títulos (PN e ON), 15,7% a mais que em 2000. Essas transações
movimentaram R$ 650,9 milhões nos 33.497 negócios realizados no ano. As ações
preferenciais da Gerdau S.A. (GGBR4) negociaram uma média diária de R$ 2,6
milhões.
Na NYSE (Bolsa de Valores de Nova Iorque) foram negociados 7,7 milhões de ADRs da
Gerdau S.A., 52,4% a mais que em 2000, movimentando US$ 62,3 milhões,
representando uma média diária de US$ 250 mil. Em dólares americanos, os ADRs
apresentaram uma valorização de 14,2%, enquanto que o índice Dow Jones caiu 7,1%
em 2001.
Distribuição do Capital Social
Gerdau S.A
Com base nos resultados do exercício, a Gerdau S.A. destinou aos seus acionistas um
montante de R$ 164,2 milhões para pagamento de juros sobre o capital próprio em
substituição aos dividendos. Em 15 de agosto de 2001 foram pagos R$ 48,1 milhões,
relativos ao primeiro semestre de 2001, e em 19 de fevereiro de 2002 serão pagos os
demais R$ 116,1 milhões, relativos ao segundo semestre de 2001. Tais valores, por
lote de mil ações, estão especificados a seguir:
1 semestre
2o semestre
o
Total no ano
Ordinárias
0,3980
0,9600
Preferenciais
0,4378
1,0560
1,3580
1,4938
III. RECURSOS HUMANOS
A política de recursos humanos da Gerdau está estruturada no reconhecimento e na
valorização dos seus colaboradores como parceiros estratégicos do negócio. A gestão
de pessoas e de equipes, que representa a base do crescimento e do suporte
estratégico na política de expansão, fundamenta-se na permanente capacitação dos
colaboradores dentro dos padrões de uma empresa de classe internacional.
Em 2001, a Gerdau S.A. e suas controladas investiram R$ 8,3 milhões em educação,
treinamento e capacitação profissional dos seus colaboradores. O programa de
Estagiários e Trainees tem se consolidado como importante fonte de recrutamento e
seleção, oferecendo oportunidades profissionais a estudantes universitários ou recémformados. No final do ano, 801 jovens, nessa condição, atuavam na Empresa.
O Sistema de Remuneração por Resultados consiste no reconhecimento e na
recompensa dos indivíduos ou das equipes de acordo com o atingimento de metas
específicas. Em 2001 foram distribuídos R$ 43,6 milhões aos colaboradores da Gerdau
no Brasil a título de Participação nos Resultados.
Com vistas a aprimorar a qualidade de vida dos seus colaboradores nos campos da
saúde, educação, habitação e assistência social, as empresas Gerdau no Brasil
aplicaram, em 2001, R$ 16,3 milhões somente na área de saúde. Em segurança do
trabalho, outro ponto importante para o bem-estar dos colaboradores e seus
familiares, foram investidos outros R$ 4,6 milhões. Em alimentação e transporte foram
gastos mais R$ 20,8 milhões.
A Gerdau Sociedade de Previdência Privada, entidade que concede benefícios
complementares aos da previdência social a todos os colaboradores da Gerdau S.A. e
de suas controladas no Brasil, com exceção aos da Açominas, atingiu um patrimônio de
R$ 257,5 milhões no final do exercício de 2001. Para os colaboradores da Açominas, os
benefícios complementares são concedidos pela Fundação Açominas de Seguridade
Social – Aços, a qual, em 31 de dezembro, contabilizava um patrimônio de R$ 371,1
milhões.
IV. PERSPECTIVAS
Conforme foi afirmado no início deste relatório, o ano de 2002 inicia com uma
perspectiva favorável para a economia brasileira. As previsões são de um crescimento
de aproximadamente 2,5% do PIB, superávit comercial crescente, inflação sob
controle, juros ligeiramente menores e variação cambial em linha com a inflação. Esse
quadro deve-se refletir favoravelmente na demanda por produtos siderúrgicos no
Brasil e, em particular, em produtos longos, segmento no qual a Gerdau atua.
No mercado norte-americano, onde a Gerdau também opera, as mais recentes
avaliações apontam para uma lenta recuperação econômica dos Estados Unidos a
partir do segundo semestre de 2002, o que, certamente, resultará em aumento na
demanda por aço e em recuperação dos preços. Com relação à implementação de
salvaguardas contra importações de produtos siderúrgicos a ser decidida pelo governo
americano nas próximas semanas, tal procedimento pouco deve afetar as atividades
da Gerdau, uma vez que os negócios estão direcionados, basicamente, para os
mercados locais em que opera.
Na América do Sul, com exceção da Argentina, que depende de soluções para os
problemas estruturais por que passa, o quadro também é bastante promissor,
principalmente em função da economia chilena. É no Chile que a Gerdau possui a sua
maior unidade na América do Sul fora do Brasil.
Finalmente, queremos registrar nossos agradecimentos aos clientes, fornecedores,
representantes, acionistas, instituições financeiras e órgãos governamentais pelo apoio
recebido, bem como à equipe de colaboradores, pelo empenho e dedicação
dispensados.
Rio de Janeiro, 28 de janeiro de 2002.
OSVALDO BURGOS SCHIRMER
Diretor Financeiro e Diretor de Relações com Investidores
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